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Resumo DCAEI

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Atividade de Estudo Domiciliar:
Direito da Criança, Adolescente e Idoso
	O ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), foi promulgado em 1990, com o objetivo de assegurar às crianças e aos adolescentes a proteção integral e prioritária, junto de um lugar na sociedade como cidadãos sujeitos de direitos e deveres. Levando em consideração isso, cabe lembrar que no art. 98 da Lei 8.069/90, estipula-se que medidas de proteção sejam aplicadas sempre que os direitos das crianças ou dos adolescentes sejam ameaçados ou violados em decorrência de ações ou omissões da sociedades ou do Estado; de alguma falta, omissão ou abuso dos pais ou responsáveis; e de sua própria conduta.
	As medidas protetivas podem ser aplicadas isoladas ou cumulativamente, bem como podem ser substituídas a qualquer momento. Além de que, na sua aplicação deve-se levar em conta as necessidades pedagógicas, e sempre dar prioridade aquelas que visem o fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários. Dentre os tipos de medidas protetivas, estão presentes a: guarda, tutela e acolhimento. A guarda, assim como está descrito no Manual de Procedimentos Técnicos (2017), é uma medida intermediária a ações definitivas. Já a tutela, é uma medida concebida em situações onde a criança ou adolescente não tem nenhum representante legal, pressupondo o dever de guarda. Quando ocorre o acolhimento, crianças e adolescentes são afastados temporiamente de suas famílias, pode ser tanto acolhimento familiar (programa de família acolhedora), quanto institucional.
	O acolhimento institucional tem chamado a atenção de vários pesquisadores, de diferentes áreas, pois há uma preocupação em compreender desde a origem dessa prática no Brasil, como também entender os efeitos colaterais que um período de institucionalização pode provocar no desenvolvimento cognitivo, emocional e social de crianças e adolescentes. (Siqueira et al. 2012) O acolhimento institucional, segundo o Manual de Procedimentos e Técnicas (2017), deve ser a última instância de moradia do público infantil, sendo que só deve ser utilizada quando não houver qualquer condição de garantir os direitos dessa população no lar em que vivem, devendo ter um caráter provisório, no entanto, infelizmente na prática, há resistências e obstáculos para a implementação da lei, sendo comum encontrar crianças ou adolescentes que estão institucionalizados a bem mais de 2 anos.
	Convém destacar a importância das medidas pertinentes aos pais ou responsáveis, previstas no art. 129 da Lei 8.069/90, o ECA prioriza a reintegração da criança e adolescente no âmbito familiar, por isso é importante trabalhar junto a família, para que possam reverte sua situação e operar seus direitos de cidadania de modo a garantir direitos fundamentais para ter consigo seus filhos. De acordo com as Orientações Técnicas para os Serviços de Acolhimento de crianças e adolescentes (2009) é necessário que todo o trabalho feito pela reinserção da criança ou adolescente ao convívio familiar, seja realizado de modo sistemático, visto que, com o prolongamento da permanência da criança ou adolescente nas instituições de acolhimento, os vínculos familiares podem enfraquecer, assim como, a família de origem também pode deixar de inclui-los em seus projetos de vida, e assim a criança ou adolescente podem distanciar-se excessivamente do contexto de origem de tal modo que, a reinserção seria mais trabalhosa e demandaria uma preparação ainda mais cuidadosa.
	Um outro assunto importante a ser destacado, é sobre a criminalização da pobreza, mesmo que no art. 23 (Lei 8.069/90) estabeleça que, a falta ou carência de recursos materiais não constitui motivo suficiente para a perda ou suspensão do poder familiar, ainda sim famílias pobres são vistas como famílias negligentes, e assim passam a ter suas crianças e adolescentes retirados do núcleo familiar, Nascimento (2012) deixa isso bem claro quando diz que “não se retira por pobreza, mas por negligência, e são os pobres os considerados negligentes.”. É importante diferenciar negligência de pobreza, uma vez que, na pobreza o grau de privação atinge todos os membros da família. 
	Entende-se então que o acolhimento institucional pode ser uma opção para proteger várias crianças e adolescentes que estão em situação de risco, atuando então como um fator de proteção ao seu desenvolvimento, porém, a tirada do âmbito familiar para a inserção em um novo ambiente pode atuar como mais um modo de violência para estes, promovendo à eles mais uma vivência de sofrimento. Podem estender durante o resto da vida do sujeito, sentimentos de rejeição e abandono causados pela perda do convívio familiar. Faz-se necessário o investimentos nas politicas publicas que visem a promoção da saúde e bem-estar das crianças, adolescente e suas famílias, Siqueira et al (2012) também da enfoque nessas questões, uma vez que devem ser desenvolvidos programas direcionados às famílias, que possam avaliar suas fragilidades e oferecer alternativas de superação e de enfrentamento das dificuldades, fortalecendo-as no sentido de que possam cumprir seu papel de educação e cuidado, evitando o afastamento de seus filhos, já que é direito básico da criança e do adolescente ter uma família. 
	Da mesma forma, é necessário investir na capacitação e formação de equipes multidisciplinares que atuam e lidam com o acolhimento institucional, para que o atendimento oferecido seja de qualidade, visto se tratar de uma tarefa complexa, que exige, além de “espírito de solidariedade”, “afeto” e “boa vontade”, uma equipe bem preparada. (Brasil, 2009). Vale ressalta que, tanto o psicólogo, quanto o assistente social, entre vários outros profissionais de diferentes áreas, são importantes durante todo esse processo, não só prestando serviço às crianças e adolescente, mas também às famílias, lutando pela implementação de políticas públicas e contra a criminalização da pobreza, sempre priorizando a integração da criança e do adolescente em uma família que ofereça um desenvolvimento saudável, assim como previsto na lei.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. BRASIL (1990). Presidência da República. Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). Lei nº8.069, de 13 de julho de 1990.
2. BRASIL. Orientações técnicas: serviços de acolhimento para crianças e adolescentes. Brasília: Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente e Conselho Nacional de Assistência Social, 2009.
3. Manual dos Procedimentos Técnicos: Atuação dos Profissionais de Serviços Sociais e Psicologia. Vol II, p 58-121. 2017
4. NASCIMENTO, Maria Livia do. Abrigo, pobreza e negligência: percursos de judicialização. Psicol. Soc., Belo Horizonte, v. 24, n. spe, p. 39-44, 2012. 
5. SIQUEIRA et al. Familias e Instituiçoes de Acolhimento: Interfaces entre Risco e Proteção. In: HABIGZANG, L.F.; KOLLER, S.H. Violência contra crianças e adolescentes – teoria, pesquisa e prática. Porto Alegre: Artmed, pg. 176-189, 2012.

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