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Economia Industrial

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Economia Industrial:
Estudo dos condicionantes do crescimento das firmas e seus efeitos sobre a configuração e evolução das estruturas industriais;
Estudo dos fatores determinantes da formação das diferentes estruturas industriais e suas transformações ao longo do tempo;
Estudo das estratégias competitivas e como elas afetam o desempenho das firmas e a própria estrutura da indústria;
Entender como as firmas tomam decisões num ambiente caracterizado por incerteza e informação imperfeita (limitada);
Análise do papel da inovação/progresso técnico como fator-chave na explicação do desempenho das firmas e evolução/transformação das estruturas industriais
Estudo da organização das indústrias ou mercados num determinado momento do tempo (baseado no método da estática comparativa) Ex: estudar o mercado antes e depois da entrada de novos competidores
Estudo sobre as Condições de Entrada e sobre as Barreiras à Entrada de novos concorrentes numa indústria ou mercado
Abandona o foco em Mercados de Competição Pura e volta-se para o estudo de situações onde o mercado apresenta “falhas”;
Considera que os padrões de concorrência oligopolizados constituem a regra e não a exceção
 Poder de mercado
Quando uma firma consegue manter o preço de seu produto num no nível mais elevado do que o de seus competidores (permanentemente) está exercendo poder de mercado 
Na Competição Perfeita o diferencial é eliminado pela competição de novos entrantes no longo prazo
Pela existência de grau de monopólio medido através, por exemplo, do Índice de Lerner: 
Índice de Lerner: P – MC
 P
Se os preços mantiverem o diferencial permanentemente assegurarão uma vantagem competitiva para o ofertante
Enquanto este diferencial existir será a garantia de maiores lucros para o produtor (ceteris paribus)
O que afeta o poder de mercado?
Número de Firmas na Indústria e Grau de Concentração
Existência de Economias de Escala (podem levar a monopólios( monopólios naturais)
Diferenciação de produtos
A competição tende a ser maior quanto maior o número de empresas numa indústria (têxteis, calçados) e menor quando poucas empresas dominam um mercado (linha branca; carros, sabão em pó, cervejas), 
Ela também tende a ser maior quanto menos assimétrica for a distribuição de tamanho entre as empresas (ex. 2 com 60% e entre 100 com 40%)
Não existe um consenso
O mercado de automóveis
Devemos incluir camionetes, caminhões leves e Vans?
O mercado de refrigerantes
Quais os competidores para a Coca Cola e a Ambev?
Com quem o McDonalds e o Burger King concorre?
Define-se um mercado pelo produto substituto próximo 
O quão próximo?
O quanto homogêneo o produto deve ser? 
Madeira pode concorrer com plástico? Rayon com lã?
Definir é importante
Sem um conceito consistente o mercado perde sentido
Para identificar se um mercado é competitivo ou não a definição dele é fundamental
Políticas públicas: decisões sobre fusões ou aquisições giram em torno da definição de mercado 
Nestlè/Garoto fusão rejeitada pela definição de mercado
Vale do Rio Doce julgamento difícil pelos mercados cruzados – mineração, siderurgia e logística - verticalização
Concentração de Mercado
 Elementos da Estrutura de Mercado:
Market-Share (distribuição de mercado)
Concentração de mercado
Condições de Entrada
Diferenciação de produtos
Grau de integração vertical
Concentração:
É a forma tradicional de identificar e entender as estruturas de mercado ;
Entretanto, existem ambigüidades na interpretação , problemas práticos e deficiência teóricas na construção dos índices;
Na verdade o estudo da concentração mostra diretamente o grau de oligopolização daquele mercado;
O estudo – a partir dos índices – parte da hipótese de Bain:
“A concentração facilita a conlusão e aumenta a lucratividade da indústria como um todo.”
Na verdade os indicadores de concentração estão relacionados com os modelos estáticos de oligopólio – Cournot, Bertrand e Stalkelberg.
A idéia é: quanto mais concentrado for mercado, ele é menos competitivo;
Segundo Stigler, existe uma relação positiva entre preço/custo(poder de mercado) e o HHI;
A concentração de mercado visa, na verdade identificar o poder de mercado das firmas;
Mas o nível de poder de mercado das firmas no oligopólio varia devido a três motivos centrais:
Gradiente de concentração: existem vários tipos de concentração no oligopólio, que vai do concentrado ao competitivo;
Variação na interdependência: as empresas lutam ou cooperam;
Variações no market-share: existem assimétrias na distribuição do mercado entre as empresas e entre os vários mercados.
As indústrias apresentam diferentes estruturas
nº e tamanho das firmas (share)
Aço: alta concentração Sabão em pedra: baixa concentração
Qual a melhor medida de estrutura
Curva de concentração 
Razão de concentração ou Herfindahl-Hirschman index - HHI
Concorrência e mudança estrutural: Microeconomia neoclássica x enfoque evolucionário
Crítica à abordagem neoclássica tradicional sobre firmas, tecnologias e mercados – Saffra
Hipóteses implícitas ao modelo neoclássico
A racionalidade que orienta as decisões tomadas no âmbito da firma é do tipo utilitarista-maximizadora 
As variáveis de mercado (preços, demanda, tecnologia ... etc) e as condições de concorrência são dadas, permanecem imutáveis e tem-se delas pleno conhecimento.
Todas as alternativas de produção são dadas e conhecidas, como também o são os custos e os benefícios a elas associadas.
A função-utilidade da firma é definida exclusivamente em termos do objetivo da maximização do lucro.
A maximização do lucro define a condição de “ponto de equilíbrio” da produção da firma.
( Os fatores de produção são perfeitamente substituíveis entre si, no limite, em doses infinitesimais: “princípio da substituição”.
As firmas são tomadoras de preços (price-takers)
As condições da produção e da demanda de um bem são consideradas independentes, tanto entre si como da oferta e da demanda de todas as outras mercadorias: aplica-se a cláusula ceteris paribus e o critério de análise de equilíbrio parcial
A crítica de sraffa à teoria marshalliana da concorrência 
Dois elementos centrais da crítica:
A curva de demanda infinitamente elástica (horizontal) da firma em concorrência perfeita;
A curva de custo médio em formato de U, expressando a hipótese de que em regra a firma estaria sujeita à lei dos rendimentos físicos marginais decrescentes, sendo este o principal obstáculo à expansão da produção.
Crítica à curva de demanda infinitamente elástica - Argumentos:
A firma possui uma curva de demanda descendente, de modo que maiores quantidades de venda somente podem ser conseguidas às custas de reduções de preço (ou maiores despesas com vendas), expressando a existência de preferências por parte dos consumidores. 
Uma vez que se admita que a firma exerça algum poder de controle sobre o preço de venda do produto, não necessariamente uma queda da demanda implicará numa queda proporcional dos preços: os preços tendem a ser rígidos para baixo, conforme demonstrado pela “curva de demanda quebrada”, de Paul Sweezy. 
Conclusão de Sraffa:
As firmas influenciam o preço de venda dos seus produtos, e o fazem tomando em conta as preferências dos consumidores e, sobretudo, as condições de concorrência.
Crítica à curva de custo médio em formato de U - Argumentos:
Marshall estendeu indevidamente a aplicação da lei dos rendimentos físicos marginais decrescentes (que na elaboração de Ricardo seria aplicada à agricultura) para toda e qualquer produção, ao mesmo tempo em que, também indevidamente, desconsiderou a ênfase atribuída pela teoria de Smith à possibilidade de rendimentos crescentes na produção.
A existência de economias de escala é uma evidência significativa no mundo da produção: um grande número de firmas opera em condições de custos médios decrescentes, na faixa relevante de produção, vale dizer, correspondente a um determinado grauplanejado de utilização da máxima capacidade produtiva. 
Conclusão de Sraffa: 
O crescimento da firma tende a ser limitado pelas condições de mercado (fatores relacionados à demanda) e não pelas condições de produção (custos).
Crítica de Sraffa à inconsistência interna do modelo Marshalliano de equilíbrio parcial - Argumentos de Sraffa:
A aceitação da hipótese de que a curva de custo médio da firma tem formato de U implica na negação da hipótese de equilíbrio do mercado em condição de equilíbrio parcial.
Dado que:
A idéia de equilíbrio parcial só se sustenta na condição de completa independência entre as funções de preços e custos das firmas: nenhuma firma pode afetar ou ser afetada pelas condições de produção e demanda das outras.
A curva em formato de U pressupõe a ocorrência de custos marginais e médios crescentes, o que tende a repercutir sobre as condições de custos de algumas outras firmas: a menos que se admita que toda e qualquer firma consome sozinha a oferta total de um determinado insumo, e ainda, que este insumo não entra na composição de custos de qualquer outra firma – o que parece uma hipótese pouco realista.
A crítica de Sraffa logrou desafiar a solidez da estrutura marshalliana em três pontos críticos: (Possas, 1985) 
A pressuposição para o equilíbrio da firma competitiva da ocorrência de rendimentos decrescentes;
A possibilidade de manutenção do equilíbrio competitivo a longo prazo com retornos crescentes (economias de escala);
A suposta independência do preço em relação à produção na firma competitiva
Principais idéias enfatizadas por Sraffa com importantes reflexos no estudo da OI
Diferenciação de produtos;
Importância das preferências dos consumidores; 
Papel dos gastos de venda;
Noção de que a firma leva em consideração as possíveis reações de seus competidores e resiste a reduzir preços;
A possibilidade das firmas apresentarem lucros extraordinários como resultado da existência de barreiras a entrada;
Existência de limites para endividamento da firma.
A exploração por Sraffa do “dilema de Marshall” – como conciliar concorrência com retornos crescentes de escala, teve acolhida mais interessada por representar uma ameaça maior para uma imagem estacionária e equilibrada do sistema econômico capitalista, tão cara à tradição neoclássica. 
A solução de Pigou da “firma representativa” era incoveniente. - Isto significa admitir que as economias de escala são um poderoso incentivo ao processo de concentração de mercados, e não há mecanismo neoclássico de equilíbrio que o impeça de conduzir à formação de oligopólios (Possas, 1985, p18).
A resposta da Microeconomia Neoclássica às críticas de Sraffa
As teorias da concorrência imperfeita e monopolística de Robinson e Chamberlin, vêm buscar atender às críticas de Sraffa. 
Ambas se propõem a combinar algumas condições competitivas – grande número de firmas na “indústria” e livre entrada – com um elemento monopolista – o poder de afetar os preços, dependendo da quantidade vendida de produtos ligeiramente diferenciados.
Modelos de Concorrência Imperfeita (Joan Robinson, 1933) ou Monopolística (Edward Chamberlin, 1933)
Objetivo: formular uma teoria da concorrência que tivesse ao mesmo tempo o rigor dos modelos da concorrência perfeita e do monopólio e que, por outro lado, permitisse incorporar algo das críticas de Sraffa, no caso, sua proposição quanto à existência de preferências entre os consumidores.
Como isto foi feito?
Assumindo a hipótese de que os produtos são não-homogêneos (existe diferenciação de produtos).
Mas assumindo também que as curvas de demanda e de custos seriam iguais para todos os produtos (firmas) do grupo (conjunto de firmas que produzem bens substitutos entre si). 
O que implica supor que:
Diferenças entre os produtos não acarretam qualquer diferença de custos;
As preferências dos consumidores são uniformemente distribuídas entre os vários produtos (firmas) do grupo.
Onde se queria chegar?
O resultado continua sendo modelos de equilíbrio parcial e que atendem o critério de maximização de lucro da firma no longo prazo.
A reafirmação das críticas de Sraffa: Críticas de Nicholas Kaldor à consistência interna destes modelos 
A possibilidade de equilíbrio da “indústria” (ou grupo para Chamberlin) em concorrência monopolística depende crucialmente da existência de economias de escala, o que restringe sua aplicação tanto mais quanto mais as atividades sujeitas a economias de escala não desprezíveis são em geral as mais concentradas e, portanto menos competitivas;
O equilíbrio na indústria ou grupo tem ainda como requisito essencial, implícito, uma implausível distribuição uniforme das “preferências dos consumidores” pelos produtos de todas as firmas, inclusive as que entram na indústria, do contrário surgirão lucros supranormais inelimináveis;
A hipótese de livre entrada fica prejudicada pela imprecisão na definião de uma indústria ou grupo constituída de produtos que apenas se supõem “bons substitutos” uns dos outros;
O significado convencional atribuído à curva de demanda (ceteris paribus) de uma firma não pode ser aceito, em virtude de sua interdependência determinada pela cadeia de produtos substitutos que formam a indústria. 
Reafirmação das críticas de sraffa: Autocrítica de Joan Robinson
Passou em “revista” e apontou as insuficiências da sua própria teoria (da concorrência imperfeita): 
Maximização de lucro como o objetivo único da firma
Desconsideração das outras formas de concorrência que não a concorrência via preços
O foco na determinação do equilíbrio ao invés dos condicionantes do crescimento da firma
Conclusão de Robinson:
Faz-se necessário abandonar os pressupostos neoclássicos da firma e do mercado e colocar em seu lugar uma teoria não-ortodoxa e centrada no oligopólio
Joan Robinson: “A contradição de Marshall entre economias internas e concorrência não pode ser resolvida pelo tamanho ótimo de firma de Pigou, e muito menos pela previsão de que as companhias por ações vão deixar de crescer. Ela deve ser resolvida pelo reconhecimento de que não há necessidade de resolvê-la”.
Sraffa concluiu nos mesmos termos o seu artigo de 1926...
A maior parte das críticas à concorrência imperfeita e monopolística converge numa única direção:
Ênfase na interdependência, 
Questionamento da livre entrada e do conceito de indústria com grande número de concorrentes “homogeneamente diferenciados”; 
Recusa da “solução” artificiosa do “dilema de Marshall” 
Tudo isso conduz à identificação do grande ausente deste esforço teórico: o oligopólio.
Possas (1985): “Assim, a teoria da concorrência imperfeita (monopolística) não obtém êxito em dotar a teoria neoclássica dos preços de uma “ponte” entre a Concorrência Perfeita e monopólio que evitasse tratar da questão do oligopólio. Nem poderia, porque na concepção marginalista a rigor não existe nada entre conc.perfeita e monopólio (o oligopólio não está “entre” mas “fora”). 
Paradigma ECD: O modelo e seus limites interpretativos 
Situando a questão:
Contribuições de Paolo Sylos-Labini e Joe Bain, na década de 50: A análise da estrutura da indústria, com foco no aspecto de concentração do mercado e ênfase no papel da concorrência - efetiva (firmas estabelecidas) e potencial (firmas potenciais-entrantes) - como elemento regulador dos preços e da produção.
Mason, Bain e Sylos-Labini: As contribuições teóricas destes autores propiciaram a base sobre a qual foi construído o paradigma Estrutura- Conduta- Desempenho (ECD). 
O modelo E-C-D ocupou um lugar de destaque enquanto ferramenta de análise da teoria microeconômica relacionada com a análise dos padrões de funcionamento de empresas, industrias e mercados a partir da década de 50.
Apesar das críticas e limitações o modelo E-C-D ainda constitui um arcabouço teórico válido que serve como guia para ação política no tocante à regulação. 
O modelo ECD parte da premissa que existem dois tipos de competição: 
Competição Efetiva – estabelecida entre firmas que já estão instaladasnum mercado;
Competição Potencial - estabelecida entre empresas instaladas (Fi) e empresas que pretendem entrar num novo mercado(Fe).
Objetivos do Modelo ECD:
Buscam derivar de características da estrutura do mercado conclusões acerca do seu desempenho em termos de alguma variável escolhida, supondo para isso que as condutas das empresas são fortemente condicionadas pelos parâmetros estruturais vigentes.
Busca avaliar como as imperfeições de mercado limitam a capacidade dos ofertantes atender as aspirações e demandas da sociedade por bens e por serviços baratos e eficientes;
Busca explicar como os agentes econômicos que estão do lado da oferta são capazes de tirar proveito de situações estruturais e estabelecer estratégias que lhes aumentem o “poder de mercado”
Existe uma clara referência comparativa aos modelos competitivos
O modelo toma como ponto de partida que os mercados se organizam de acordo com as suas características estruturais
Estas características impõem limites de conduta aos agentes, à sua ação estratégica
As características estruturais e as ações estratégicas determinam o desempenho econômico
Hipótese Estruturalista Básica (Bain)
Na tradição original de Bain as condutas não importavam, a ponto de se considerar que a estrutura (grau de concentração, barreiras à entrada, etc.) determinava diretamente o desempenho do mercado (desempenho avaliado em termos do desvio da TX de lucro efetiva em relação à TX ideal em eficiência alocativa – ótimo de Pareto), ou seja, desvio do Preço em relação ao CMg.
Justificativas de Bain para privilegiar o estudo da relação entre Estrutura-Desempenho (ED) tendo em vista a possibilidade de aplicação empírica da teoria:
variáveis de conduta não são essenciais para o desenvolvimento de uma teoria operacional de organização industrial, visto que previsões aceitáveis de desempenho da indústria poderiam ser obtidas a partir de medidas da estrutura industrial; 
uma teoria que inclua variáveis de conduta gera previsões ambíguas, mesmo que sob as mesmas condições estruturais (vários tipos de desempenho podem resultar de padrões de conduta similares) e; 
O teste de hipótese envolvendo variáveis de estrutura, conduta e desempenho envolveriam sérias dificuldades de se obterem informações sobre a conduta (BAIN, 1956).
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Limitações dos modelos ECD:
Enfoque reducionista das estratégias competitivas: consideram apenas a estratégia de preços.
Enfoque simplista dos fatores que explicam as estratégias de preços das empresas: tudo se resolve na motivação da maximização do lucro.
O papel da inovação tecnológica como principal força transformadora capaz de afetar as barreiras à entrada, a estrutura da indústria ou o desempenho das firmas, não é devidamente considerado.
Estratégias competitivas baseadas em relações contratuais de cooperação entre-firmas não são consideradas.
A reduzida importância atribuída às condutas das empresas no processo de concorrência constitui uma lacuna importante no modelo E-C-D 
Com isso, passou-se a avaliar empiricamente os possíveis feedbacks entre as três categorias o que levou a um enfraquecimento do modelo tendo em vista a múltipla causalidade das relações e a necessidade de encontrar soluções simultâneas para essas relações.
Duas linhas/abordagens, ambas infrutíferas, se destacam neste processo:
Estudos de Caso
Soluções matemáticas (teoria dos jogos)
Os estudos de caso se mostraram poucos generalizáveis, enquanto que o uso da matemática voltou a privilegiar a conduta das empresas como principal variável explicativa do funcionamento dos mercados, desconsiderando o papel das condições básicas da oferta e demanda.
Questão da endogeneidade:
(Gerosky, 1988): “Se cada empresa escolhe o seu nível de produção (e preços) em função de suas curvas de custo, funções de demanda e de expectativas sobre a conduta dos rivais, o preço de mercado e os produtos de todas as empresas, para uma indústria em equilíbrio, são conjuntamente determinados. Assim, tanto o grau de concentração como os lucros são variáveis endogenamente determinadas e não podem guardar relações de causalidade pré-definidas” 
A hipótese da endogeneidade serviu para o desenvolvimento de uma corrente alternativa, na década de 70, baseada na teoria dos jogos. Tal proposição resgata os modelos de Cournot, Bertrand, Nash e outros ligados aos primórdios das teorias sobre oligopólio.
Os modelos de oligopólio de Bain e Sylos-Labini: pontos em comum
Análise da estrutura da indústria, à luz do paradigma estrutura-conduta-desempenho;
Ênfase no papel da concorrência efetiva (Paolo Sylos-Labini) e potencial (Joe Bain) como forças co-reguladoras dos preços e da produção; 
Foco na análise dos efeitos da concentração do mercado sobre a conduta de preços, o desempenho econômico das firmas oligopólicas e a condição de estabilidade da indústria.
O modelo de Bain: concorrência potencial, barreiras à entrada e a teoria do preço-limite
Aspectos inovadores da abordagem de Bain...
Por um lado, a relevância dos impedimentos à livre entrada para a conformação da estrutura do mercado – em oligopólio, ou monopólio como situação limite – já havia sido reconhecida por outros autores (como Kaldor, Hall & Hitch, Andrews e Clark). Por outro lado, a abordagem de Bain inova pois:
Desloca a questão das barreiras à entrada para o centro da análise da estrutura do mercado e da formação dos preços em oligopólio, conceituando-as com mais rigor e aprofundando hipótese sobre seus determinantes, em lugar de tratá-las como mais um elemento a distinguir qualitativamente os mercados chamados imperfeitos ou não plenamente competitivos. 
Sugere que numa situação de oligopólio a ameaça de entrada de novos competidores é um fator decisivo ina determinação do preço, uma vez que estabelece um limite superior para o preço (e portanto para os lucros ceteris paribus) no qual as empresas que exercem a liderança de preços estão seguras de poder manter-se sem induzir à entrada de outras firmas no mercado. 
Condição de entrada
De acordo com Bain, a condição de entrada (e, portanto, o nível das barreiras) “pode ser avaliada pelo grau em que as firmas estabelecidas podem elevar seus preços acima de um nível competitivo sem induzir novas firmas a porem em utilização maior capacidade na indústria”. 
A inovação da abordagem consiste na proposta de mensuração do nível das barreiras pela referida relação (ou pela margem de lucro) e na sua inclusão como um dos fatores determinantes das decisões das empresas oligopolistas quanto à estratégia de fixação de preços e margens de lucros a longo prazo.
Influenciam as condutas (estratégias) e o desempenho das firmas já instaladas estabelecendo limites ao aumento de preços dentro da indústria ou um piso para a sua redução 
As firmas estabelecidas ameaçam os novos competidores com redução de preços, aumento da oferta ou com excesso de capacidade.
Barreiras à entrada
Tomando partido de condições estruturais que já existem no mercado e que lhes dão vantagem competitiva sobre entrantes. São as mesmas que estabelecem BARREIRAS À ENTRADA de novos competidores
Existem Barreiras Entrada quando uma empresa recém chegada não consegue atingir os níveis de lucros que as empresas antigas desfrutavam no mercado ou quando a sua entrada as situa em desvantagem de custo (ou de preços) perante as já instaladas (Bain). 
Hipóteses principais:
A intensidade da ameaça à entrada, ou seja, a pressão exercida pela concorrência potencial é também um importante elemento co-regulador dos preços e das quantidades produzidas na indústria, condicionando a conduta e o desempenho das firmas estabelecidas;
O grau de dificuldade/facilidade de ingresso de novas firmas na indústria, que se expressa no nível de barreiras à entrada que caracteriza a indústria, é determinado em função das vantagens competitivas (aqui entendidas em termos de vantagens de custos) que as firmas estabelecidas possuem frente às firmas potenciais entrantes.
Comportamento estratégicoe a noção de preço-limite 
Bain (1956) identifica quatro elementos da estrutura de mercado que afetam a capacidade de firmas estabelecidas num determinado mercado prevenirem a erosão de lucros supra normais devido à entrada de novos competidores:
Vantagens absolutas de custo; 
Economias de Escala;
Vantagens de diferenciação de produtos;
Requerimentos de capital 
Vantagem absoluta de custos 
vantagem com relação ao acesso aos fatores de produção ( preço ou qualidade desses fatores)
vantagem no que tange ao acesso ao mercado de capitais.
controle do acesso à tecnologia e/ou tecnologias que não podem ser imitadas/copiadas.
Vantagem por Diferenciação de produtos
Preferências estabelecidas dos consumidores (fidelidade à marca; credibilidade do produto, etc);
Elevado montante de gastos requeridos com publicidade e marketing, e cuja recuperação pressupõe vendas em grande escala;
Canais de distribuição já consolidados e/ou práticas a eles associados que limitam o acesso do consumidor a eventuais novos produtos oferecidos por outras (novas) empresas.
Vantagens por Economias de Escala
existência de técnicas ou equipamentos mais eficientes quando associados a escalas de produção mais elevadas;
economia de custos administrativos, quando esta ocorrer em função de escalas de produção mais elevadas;
economias de aprendizado associadas à maior especialização do trabalho que deriva da produção em grande escala.
Elevados requerimentos de capital para fazer face ao investimento inicial (barreiras de capital)
Quando as empresas estabelecidas possuem vantagem no acesso às condições de financiamento; 
Quando é necessário um grande volume de capital para permitir a entrada na indústria.
Lembrando que:
Economias de escala - Ocorrem quando o aumento da escala de produção implica em redução do custo por unidade produzida
Economias de escopo - Ocorre quando a produção de mais de um bem numa mesma instalação produtiva implica numa redução do custo unitário de produção ou distribuição de cada bem individual.
Hipóteses básicas do modelo do preço-limite
1) A empresa potencial entrante avalia que haja incentivo à entrada se for possível obter lucro econômico puro (extraordinário) imediatamente após a entrada. 
2) A condição de entrada (E) é medida pela margem sobre os custos médios de longo prazo que as empresas estabelecidas podem incluir no preço sem atrair ou induzir a entrada de novas empresas. E = Preço /CmeLp 
Ex: Preço = 10 e Cmelp = 5 ; A margem que define (E) = 100%
3) (E) será tanto maior quanto maiores forem as vantagens de custos da empresa estabelecida mais favorecida em relação à empresa potencial entrante mais favorecida.
4)  O valor da condição de entrada nos leva à definição do preço-limite (PL): o maior nível de preço que, excedendo o preço competitivo (PC), pode ser estabelecido e mantido pela indústria, no longo prazo, sem atrair ou induzir à entrada de novas empresas.
Algebricamente: E = PL – PC ou PL = PC (1 + E)
 PC
5) O nível de barreiras à entrada na indústria será avaliado pela distância entre o preço-limite (PL) e o preço competitivo (PC; que corresponde ao custo médio mínimo de longo prazo): PL – PC.
A “condição de entrada” e a conduta de preços da indústria – previstas pelo modelo de Bain
1. ENTRADA FÁCIL
Quando não há como impedir a entrada. 
  As empresas estabelecidas não possuem qualquer vantagem de custos sobre a empresa potencial entrante. Prevalece o preço competitivo (PC)
2. ENTRADA INEFICAZMENTE IMPEDIDA
Quando há estímulo para fixar o preço acima do nível correspondente ao preço-limite, induzindo a entrada.
 As empresas estabelecidas possuem pouca vantagem competitiva em relação às potenciais entrantes. O preço que impede a entrada (PL) possibilita lucros relativamente menores que os obtidos fixando-se o preço acima desse nível (impeditivo a entrada):
3.  ENTRADA EFICAZMENTE IMPEDIDA
Quando não há motivo para querer fixar o preço acima do nível do preço-limite.
 As empresas estabelecidas possuem significativa vantagem competitiva em relação às potenciais entrantes; o preço que impede a entrada (PL) possibilita lucros mais elevados do que os que seriam obtidos com o estabelecimento de um preço mais elevado, o qual induzisse a entrada de novas firmas: 
4. ENTRADA BLOQUEADA 
Quando não há, nem mesmo no curto prazo, nenhum estímulo para elevar o preço a um nível que induza a entrada.
As vantagens competitivas das empresas estabelecidas são tão significativas que mesmo o preço que impede à entrada é superior àquele que maximizaria os lucros das empresas estabelecidas mais favorecidas.
Analisando os efeitos da condição de entrada
Os efeitos da condição de entrada sobre as empresas e estruturas de mercado são pensados em termos de:
Eficiência técnica (custos)
Eficiência alocativa (preços)
Grau de estabilidade/ instabilidade dos mercados: a condição de “equilíbrio” da indústria 
O modelo propõe que a avaliação desses efeitos deve considerar três fatores determinantes:
O valor da condição de entrada, ou seja, a margem de lucro expressa na distância: PL – PC
Quanto maior a distância PL – PC ; mais a indústria se afasta da condição de concorrência perfeita
2. A fonte de barreiras à entrada: se esta envolve ou não significativas economias de escala
Quanto mais fortes as economias de escala, maior necessidade de impedir a entrada para garantir eficiência em custos
3.O grau de concentração atingido pela indústria
Quanto mais concentrada a indústria, mais provável manter a condição de estabilidade
Quanto mais concentrada a indústria, maior a possibilidade de existirem práticas “coordenadas” de preços
O modelo de oligopólio de sylos-labini
O ponto de partida de Sylos-Labini : a crítica ao Princípio do Custo Total
O “princípio do custo total” (PCT) estabelece que os preços em mercados oligopólicos são determinados pelos custos de produção.
Segundo o PCT, a firma oligopólica fixa o preço de venda do produto tomando como base os custos diretos unitários, acrescentados de uma margem que permita cobrir os custos indiretos unitários e possibilite uma taxa convencional de lucro. P = U + q’U + q’’U 
U = custos diretos unitários (matérias primas + salários) 
q’U = custo indireto unitário (K/X) (equipamentos + instalações)
q’’U = lucro unitário (definido com base na taxa “convencional” de lucro para o setor) 
Fazendo q’ + q’’= q
Podemos simplificar a equação acima, reescrevendo-a como: P = U + q U
Onde q = representa o mark-up adicionado aos custos diretos com o objetivo de recuperar os custos indiretos unitários e garantir a taxa “convencional” de lucro para o setor.
Exemplo:
Sendo: 
Quantidade produzida/mês = X = 60 
Custo direto total (matérias primas + salários) = U = 80$
Custo indireto total (equipamentos + instalações) = K = 120$
Lucro unitário – definido com base na taxa “convencional” de lucro para o setor = 20% sobre os custos totais unitários
Tem-se que:
Custo direto unitário = U/X = 1,3$ e Custo indireto unitário = K/X = 2$
Lucro unitário = 20% sobre os custos totais unitários = (1,3$ + 2$ = 3,3$) = 3,3$ x 20% = 0,66$
P = U + q’U + q’’U P = 1,3$ + 2$ + 0,66$ P = 3,96$
Mark-up (q) =(P – U)/U =(3,96$ - 1,3$)/1,3$ = 2,66$/1,3$ = 2,04 (o preço supera em 204 % o custo direto unitário) 
 
Principais fatores explicativos dos preços pela fórmula do PCT
O “poder de mercado” ou “grau de monopólio” da firma – determina a capacidade da firma de administrar o seu mark-up e, por conseqüência, o preço de venda do seu produto.
A pressão do mercado: quanto mais intensa a concorrência efetiva ou potencial mais provável que a firma se incline para uma política mais cautelosa de repasse de variações dos custos para os preços (mark-up). 
O PCT explica como a firma, diante de variações dos custos diretos unitários, e tomando por base o mark-up já definido, pode rapidamente chegar ao novo preço de venda, masnão consegue explicar como se determinou a denominada “taxa convencional” de lucro para o setor. 
O PCT não explica o que determina o “poder de mercado” ou “grau de monopólio” da firma. 
Ponto de partida da abordagem de Sylos-Labini
A distinção entre formação do preço pela empresa e determinação do preço da indústria oligopólica e a hipótese de que a determinação do preço em oligopólio é um problema de longo prazo, cuja solução remete a análise da estrutura, conduta e desempenho das firmas na indústria.
Hipóteses e conceitos operacionais do modelo de sylos labini
Os elementos que definem a estrutura da indústria são: 
Extensão absoluta do mercado (capacidade de oferta da indústria)
Capacidade de absorção do mercado (elasticidade da demanda)
Distribuição das vendas entre as empresas que compõem a indústria (market-share)
A definição da estratégia de preços compete às empresas líderes da indústria e envolve três possibilidades
O modelo supõe que a condição de EMPRESA LÍDER seja exclusividade da GRANDE EMPRESA
Supõe que a Grande Empresa exerce liderança de preço e que as demais empresas são seguidoras de preços.
(Possíveis condutas da Grande Empresa líder de preço)
Preço mínimo: manter o preço ao nível correspondente à obtenção da taxa mínima de lucro, correndo o risco de induzir a entrada de novas empresas (pequenas e médias) na indústria.
Preço de Exclusão: impedir a entrada de novas empresas na indústria, devendo, para tanto, manter o preço a um nível inferior ao que garanta a estas empresas a obtenção da taxa mínima de lucro.
Preço de Expulsão: expulsar empresas já em operação na indústria, devendo, para tanto, manter o preço a um nível inferior ao custo direto daquelas empresas. 
O problema estudado por Sylos-Labini:
Como se determina o preço de longo prazo numa indústria oligopólica? Qual a noção de equilíbrio apropriada para se estudar esse tipo de estrutura de mercado? As respostas dadas pelo modelo de preços de Sylos-Labini:
O preço será determinado para a indústria em seu conjunto, tomando em conta as variáveis que definem a estrutura técnico-produtiva da indústria, e numa perspectiva de longo prazo.
O modelo afirma que o preço determinado para a indústria oligopólica será um preço de equilíbrio se e somente se, a esse dado preço, nenhuma empresa for atraída para ou expulsa da indústria.
Uma vez determinado esse preço “estrutural”, aplica-se integralmente a regra do princípio do custo total enquanto um meio eficiente de recomposição da condição de equilíbrio de preços da indústria e/ou definição de estratégias de preços e de mark-up. 
No curto prazo: aplica-se a fórmula do PCT
Qual tende a ser o comportamento de preços de curto prazo da empresa oligopólica? Em que situações espera-se que a empresa seja levada a modificar os seus preços de venda?
A)Alterações nos custos diretos que atinjam todas as empresas da indústria tendem a ser rapidamente repassadas para os preços: a empresa usa a fórmula P = V + QV para fazer este ajuste de preços.
B)Alterações moderadas ou temporárias na demanda não tendem a ser automaticamente repassadas para os preços, ao contrário, possivelmente os preços serão mantidos estáveis.
A tendência geral dos preços é de que eles se situem em um nível acima do preço de exclusão das empresas menores e relativamente menos eficientes: a guerra de preços não tende a ser a regra em oligopólio.
Quando interessará à grande empresa conviver com empresas menores? Quando não será interessante uma política agressiva de preços?
O critério básico será a avaliação do espaço econômico de mercado que se abriria com a expulsão vis-à-vis a capacidade produtiva de uma nova unidade produtiva da grande empresa.
Quando interessará à grande empresa expulsar empresas menores estabelecidas na indústria? 
Ceteris paribus, uma maior extensão absoluta do mercado, ao comportar mais plantas produtivas de maior tamanho, torna mais provável uma política agressiva de preços por parte das grandes empresas.
Conclusões gerais do modelo de Sylos-Labini
A estrutura de custos da indústria é definida com referência ao porte da empresa;
( Empresas de maior porte operam com custos unitários de produção mais baixos: efeito economias de escala. Identifica-se a existência na indústria de diversas taxas de lucros em correspondência às diversas estruturas de custos
( As empresas de maior porte auferem taxas mais elevadas de lucros
(Os lucros mais elevados das grandes empresas são de caráter estrutural, ou seja, são não-friccionais. O nível de barreiras e/ou o grau de dificuldade de ingresso na indústria se expressa no tamanho da margem de lucro (preço / custos) da firma mais bem posicionada na indústria: a firma que opera com maior vantagem absoluta de custos.
( O modelo supõe que a firma líder de custos será também a que desempenhará o papel de líder de preços na indústria: as outras firmas deverão se guiar por ela.
O preço de “equilíbrio” da indústria é de caráter pluri-determinado: 
( Partindo-se de uma dada estrutura inicial da indústria chega-se a um dado preço de equilíbrio para a indústria;
( Sendo outros os dados do ponto de partida e/ou supondo que alguma modificação em qualquer um dos dados iniciais, tem-se início uma nova trajetória de determinação do preço de “equilíbrio” da indústria. 
As trajetórias de “equilíbrio” são irreversíveis em sua determinação e seus efeitos sobre a estrutura e o desempenho da indústria. 
Hipóteses simplificadoras do modelo de Sylos-Labini
Uma empresa já instalada na indústria que quiser ampliar sua capacidade de produção, ou uma concorrente potencial que pretender ingressar na indústria, somente o poderão fazer adotando o método de produção (tecnologia) já existente e apropriado ao porte econômico, escala de produção atual da empresa : O MODELO EXCLUI A POSSIBILIDADE DE INOVAÇÕES TECNOLÓGICAS
Cada empresa somente se expande criando novas instalações iguais àquelas já em operação: O MODELO DECONSIDERA A POSSIBILIDADE DE A EMPRESA (ENTRANTE OU ESTABELECIDA) CONSIDERAR VANTAJOSO OPERAR COM UMA PLANTA DE MENOR TAMANHO
( Supõe que se novas empresas vierem a entrar no mercado, aquelas que já estão operando manterão o mesmo nível de produção anterior à entrada: O MODELO EXCLUI A POSSIBILIDADE DE ALIANÇAS OU FUSÕES ENTRE AS EMPRESAS - Esta hipótese é conhecida como o “postulado de Sylos” 
Concentração Industrial – conceitos e medidas
Elementos que caracterizam a estrutura de mercado
Market-Share (distribuição de mercado)
Concentração de mercado
Condições de Entrada (barreiras à entrada)
Diferenciação de produtos
Grau de integração vertical
Ou seja, a estrutura de mercado é multidimensional o que torna a sua mensuração uma tarefa complexa. 
A concentração é a medida mais freqüentemente utilizada para sintetizar padrões competitivos em estruturas de mercado mostrando, através uma medida síntese, se a produção de um determinado bem ou serviço está confinado a grandes ou pequenas empresas.
Medidas de concentração
A utilização de índices de concentração busca, implicitamente, resumir em um único indicador um conceito com múltiplas dimensões, o que indica a necessidade de análises complementares ao cálculo de índices de concentração entre si.
Definição de mercado: antecede a análise sobre concentração
Não existe um consenso
O mercado de automóveis
Devemos incluir camionetes, caminhões leves e Vans?
O mercado de refrigerantes
Quais os competidores para a Coca Cola e a Ambev?
Com quem o McDonalds e o Burger King concorrem?
Define-se um mercado pelo produto substituto próximo 
O quão próximo?
O quanto homogêneo o produto deve ser? 
Madeira pode concorrer com plástico?
Definição de Mercado
Sem um conceito consistente o mercado perde sentido
Para identificar se um mercado é competitivo ou não a definição dele é fundamental
Políticas públicas: decisões sobre fusões ou aquisições giram em torno da definição de mercado 
Mercados : espaço (locus) econômico e espaço geográficoÉ o local de competição de produtos perfeitamente substitutos e/ou de produtos que são substitutos imperfeitos 
Se 2 produtos similares vão ser usados pelo consumidor com propósitos similares, as firmas produtoras são COMPETIDORAS. Ex: medicamentos de marca, genéricos e similares
Mercados Relevantes
Mercados EM QUE AS FIRMAS COMPETEM (critérios supply-side ou de demanda)
A definição do mercado relevante, em sua dimensão produto, observa o lado da demanda (quais os produtos são considerados pelos consumidores como bons substitutos) e o lado da oferta (se há possibilidade técnica de substituição entre os produtos, dentre outros fatores) 
Ex. Relatório ato de concentração da aquisição da CHOCOLATES GAROTO S.A pela NESTLÉ BRASIL LTDA. 
Definição dos mercados relevantes afetados pela operação:
(i) balas e guloseimas; 
(ii) achocolatados e 
(iii) chocolates sob todas as formas. Em chocolates sob todas as formas, estariam incluídos os seguintes produtos: bombons, tabletes, formatos variados, barras recheadas (candy bars), ovos de Páscoa e culinário (bruto e coberturas) e também os chamados chocolates artesanais (fls. 10 dos autos). 
Como mercado relevante geográfico de chocolates, as Requerentes definiram o Mercosul. 
Os Mercados Relevantes dos Chocolates Industrializados para Consumo Final 
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Infere-se desses dados que, no mercado nacional de balas e confeitos, a operação proporcionará à NESTLÉ deter apenas 3,7% de participação. Com isso, neste mercado a concentração gerada não implica em preocupações do ponto de vista da análise antitruste”
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“Neste mercado, foi verificado que a operação gerará uma concentração de, aproximadamente, 65%, o que enseja o prosseguimento da análise, no que tange à probabilidade de exercício do poder de mercado.” 
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“Portanto, considerando as elevadas concentrações decorrentes desta operação, constata-se que o presente ato tem como efeito a eliminação da concorrência em parcela substancial dos mercados relevantes definidos para esta operação.” 
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Concentração de Mercado
É a forma tradicional de identificar e entender as estruturas de mercado ;
Entretanto, existem ambigüidades na interpretação , problemas práticos e deficiência teóricas na construção dos índices;
Na verdade o estudo da concentração mostra diretamente o grau de oligopolização daquele mercado;
O estudo – a partir dos índices – parte da hipótese de Bain:
“A concentração facilita a conlusão e aumenta a lucratividade da indústria como um todo.”
Concentração
Na verdade os indicadores de concentração estão relacionados com os modelos estáticos de oligopólio – Cournot, Bertrand e Stalkelberg.
A idéia é: quanto mais concentrado for mercado, ele é menos competitivo;
O estudo da concentração também ajuda a identificar a existência de poder de mercado. Segundo Stigler (1964) existe uma relação positiva entre a margem preço/custo (ou margem de lucro) e o HHI. Quanto maior o HHI por exemplo, mais oportunidades para as empresas operarem um cartel
Poder de Mercado
No oligopólio o nível de poder de mercado das firmas varia devido a três motivos centrais:
Gradiente de concentração: existem vários tipos de concentração no oligopólio, que vai do concentrado ao competitivo;
Variação na interdependência: as empresas lutam ou cooperam;
Variações no market-share: existem assimétrias na distribuição do mercado entre as empresas e entre os vários mercados.
Concentração e poder de mercado
As indústrias apresentam diferentes estruturas
nº e tamanho das firmas (share)
Aço: alta concentração
Sabão em pedra: baixa concentração
Qual a melhor medida de estrutura
Curva de concentração 
Razão de concentração 
Herfindahl-Hirschman index - HHI
Medidas de concentração - Parciais ou sumárias:
Parciais: não utilizam os dados da totalidade das empresas em operação numa determinada indústria, mas apenas de uma parte delas. (ex. razões de concentração).
Sumárias :requerem dados osbre todas as empresas em operação. (ex. índice Herfindahl)
Medidas de concentração - Positivas ou Normativas
Positivas: são unicamente uma função as estrutura aparente do mercado industrial (ex. distribuição do market share), e não dependem de qualquer parâmetro comportamental (seja de produtores ou consumidores);
Normativas: levam em conta, além da estrutura aparente, os parâmetros comportamentais relacionados às preferências de produtores e consumidores.
Características desejáveis nas medidas de concentração: Axiomas de Hannah e Kay
Estabelecem critérios de comparação para se saber se estamos usando bons índices de concentração
Função de concentração: Um aumento cumulativo do share da i-ésima firma, implica um aumento na concentração, ou seja, o índice tem que perceber o ordenamento dos “shares” das firmas. 
Principio da transferências de vendas: a concentração deve aumentar se os consumidores mudarem das pequenas firmas para as grandes, e vice-versa. 
Condição de entrada: a entrada de novas firmas com tamanho menor que a média das firmas existentes, deve reduzir a concentração (assumindo que a participação das demais firmas no mercado continue inalterada). 
Condição de fusão: fusões devem causar aumento da concentração.
Medidas de Concentração - Curvas de Concentração
Informações sobre as características estruturais de mercados podem ser determinadas pela curva de concentração
Esta curva combina as informações sobre tamanho das firmas e número de empresas
As firmas são classificadas por ordem de tamanho (da maior para a menor) no eixo X e confrontadas com a produção acumulada no eixo Y (market-share cumulativo delas)
As curvas são então comparadas
Razões de concentração CR: Principais críticas ao uso do CR:
a) as m maiores firmas em um período considerado podem não ser as mesmas em outros períodos;
b) desconsidera a concentração relativa entre firmas, seja dentro do grupo das maiores firmas ou no grupo das demais. Com efeito, fusões que ocorram dentro dos grupos das n-m firmas não serão captadas em termos de um aumento do valor desse índice, tampouco serão consideradas mudanças na participação relativa de cada firma pertencente ao grupo das m maiores.
Medidas de Concentração - Índice Herfindhal-Hirschman
HHI = Σsi² 	o quadrado do Mk-share da i-ésimafirma medida como o produto da firma/ produto total 			do mercado ou indústria
Interpretação: este índice será próximo a zero qdo existirem muitas firmas do mesmo tamanho e 1 sob monopólio.
 Nº equivalente = 1/HHI → qtde de empresas de igual tamanho. 
Número equivalente:
É a recíproca do HHI -> 1/ HHI
Atenção: Indica quantidade de empresas de igual tamanho. Ex: se o HHI for 0.2 a sua recíproca mostra o valor que poderia ser obtido se o mercado fosse constituído de 5 firmas do mesmo tamanho
Nos USA usa-se uma variante do HHI. se HHI=0,18 I= 1.800 ( HHI x 10.000). Interpretação: abaixo de 1.000: mercado desconcentrado; acima de 1.800: mercado altamente concentrado
Comparação entre a razão de concentração (Ci) e o HHI
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Medidas de concentração
Índice Hannah-Kay: (Caso geral do HHI)
HK = (Σsiα)1/1-α
Interpretação:
Já mostra o nº equivalente de firmas de modo direto;
O HHI pode ser considerado um caso especial do HK;
Os autores indicam uma faixa de valores para α entre 0,6 e 2,5 para obter resultados mais realistas.
Medidas de Concentração - Índice de Entropia
E = Σ Siln (1/Si)
Interpretação:
“0” indica que apenas uma empresa domina o mercado; o valor máximo que E pode assumir –no caso de firmas com mk-share igual-é o valor log do número de firmas no mercado
O índice é ponderado pelo log do market-share.
Vantagem: pode ser decomposta para indicar como diferentes sub-grupos contribuem para o nível total de concentração. Por isto pode seu usado para investigações em mercados contendo grupo estratégicos; valores altos têm interpretação não óbvia 
Medidas de concentração: medidas relativas
Variância dos Logaritmos do Tamanho da Firma e Índice de Gini
Enfocam as disparidades no tamanho das firmas que operam no mercadorelevante: quanto mais desigual é a distribuição de tamanho, mais concentrado é o mercado
Desvantagem: ignoram diferenças quanto ao número de firmas existentes
Medidas relativas de concentração - Coeficiente de Gini (curva de Lorenz)
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Quanto maior for o desvio da Curva de Lorenz em relação à diagonal OA, maior é a desigualdade de tamanho das firmas
Gini-Lorenz: Firmas são classificadas pelo tamanho, agregadas das menores para as maiores (como uma percentagem do número de firmas no mercado) e confrontadas com o percentual cumulativo do mercado ou da produção
Um grande desvio da curva em relação a linha diagonal, significa uma grande desigualdade nos tamanhos das firmas.
O coeficiente de Gini(0 < G < 1) sumariza só a medida (é a área sombreada OAC dividida pela área do triângulo OAB)
O Coeficiente de Gini varia entre O (quando todas as firmas têm igual tamanho e a curva reduz-se a uma reta OA) e 1, com apenas uma firma ocupando o mercado
O problema dos índices de desigualdade é que eles medem a extensão do controle de uma grande proporção da produção industrial por uma pequena porcentagem de firmas. Como esta pequena Porcentagem pode corresponder a 1,10, 100 ou mais firmas, uma grande desigualdade pode significar uma grande ou pequena concentração e vice-versa.
Desempenho de Mercado
A estrutura de mercado geralmente é um guia para se interpretar o desempenho de mercado
Mas isso não é uma medida perfeita
Pode haver preços competitivos mesmo com poucas firmas
A medida de desempenho do mercado utilizada é o índice de Lerner 
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Considerações teóricas:
A idéia por trás dos índices é que a competição perfeita é o resultado de maior bem-estar.
Seria desejável que os índices de concentração expressassem tanto o número de firmas quanto a uniformidade na distribuição do tamanho das firmas
Quanto maior for o número e menor a assimetria de tamanho, maior o grau de competição presente nesta estrutura de mercado
Medidas de Concentração Relativa deixam número de firmas de fora (por isso são menos satisfatórias)
A medida de concentração absoluta CR ignora as diferenças de tamanho entre as top-Xs (Tops 4 com 10% ou uma firma com 39% e demais com 1% é o mesmo para o índice)
O HHI é teoricamente mais elegante e o mais usado, por usar todas as firmas ponderado pelo quadrado de suas participações de mercado.
Mas o Nº equivalente não pode ser tomado como a única combinação de tamanho possível para aquele mercado. Ele indica simplesmente a possibilidade de o mercado ser “comprimido” para um dado nº igual de firmas, e isso ocorre também com o HK;
Isso ocorre que a “proxy” do MS não é a única para se identificar as diferenças entre os tamanhos das firmas:
Nº de empregado
Volume de vendas
Capital empregado, etc.
Mensagem Central
Os índices de concentração oferecem uma informação útil sobre o nível de concorrência na indústria;
Apesar dos problemas teóricos e práticos, os indicadores servem para uma caracterização prévia da estrutura do mercado;
É interessante tomar as medidas junto com outras variáveis explicativas e compará-las a luz do conhecimento sobre o setor.
Economias de Escala e Escopo
Revisão Teoria dos Custos: custos no curto prazo e no longo prazo
Economias de Escala e Escopo
Fontes de Economias de Escala
Medição de custos: quais custos considerar? 
Custos de uma empresa no curto prazo
Nível de	 Custo	 Custo 	 Custo 	 Custo 	 Custo 	 Custo 	 Custo
	produção fixo	variável	total	marginal	fixo	variável	total
		 (CF)	(CV)	(CT)	(CMg)	médio	 médio 	 médio
(CFMe)	(CVMe)	(CTMe)
0	50 	0	50	---	---	---	---
1	50	50	100	50	50	50	100
2	50	78	128	28	25	39	64
3	50	98	148	20	16,7	32,7	49,3
4	50	112	162	14	12,5	28	40,5
5	50	130	180	18	10	26	36
6	50	150	200	20	8,3	25	33,3
7	50	175	225	25	7,1	25	32,1
8	50	204	254	29	6,3	25,5	31,8
9	50	242	292	38	5,6	26,9	32,4
10	50	300	350	58	5	30	35
11	50	385	435	85	4,5	35	39,5
Medição de custos: quais custos considerar?
Custo médio e custo marginal
Custo marginal (CMg) é o custo de aumentar a produção em uma unidade. Dado que o custo fixo não afeta o custo marginal, este pode ser escrito da seguinte forma:
Medição de custos: quais custos considerar?
Custo médio e custo marginal
Custo total médio (CTMe) é o custo por unidade de produção, ou a soma do custo fixo médio (CFMe) e do custo variável médio (CVMe):
Medição de custos: quais custos considerar?
Custo médio e custo marginal
Custo total médio (CTMe) é o custo por unidade de produção, ou a soma do custo fixo médio (CFMe) e do custo variável médio (CVMe):
Custos no curto prazo
Determinantes de custos no curto prazo
A relação entre a produção e o custo pode ser exemplificada com os casos de rendimentos crescentes e decrescentes.
Custos no curto prazo
Determinantes de custos no curto prazo
Rendimentos crescentes e custos
 Na presença de rendimentos crescentes, o nível de produção aumenta em relação ao insumo; logo, o custo variável e o custo total caem em relação à produção.
Rendimentos decrescentes e custos
 Na presença de rendimentos crescentes, o nível de produção diminui em relação ao insumo; logo, o custo variável e o custo total aumentam em relação à produção.
Custos no curto prazo
Determinantes de custos no curto prazo
Exemplo: suponha que a taxa de salário (w) seja fixa relativamente ao número de trabalhadores contratados. Logo:
Custos no curto prazo
Determinantes de custos no curto prazo
Prosseguindo:
Custos no curto prazo
Determinantes de custos no curto prazo
Prosseguindo:
Custos no curto prazo
Determinantes de custos no curto prazo
Logo:
…de modo que um produto marginal (PMg) baixo implica um custo marginal (CMg) elevado, e vice-versa.
Custos no curto prazo
Determinantes de custos no curto prazo
Conseqüentemente (a partir da tabela):
CMg inicialmente diminui devido à ocorrência de rendimentos crescentes 
Entre 0 e 4 unidades de produto
CMg aumenta devido à ocorrência de rendimentos decrescentes
Entre 5 e 11 unidades de produto
Custos no curto prazo
Custos de uma empresa no curto prazo
Nível de	 Custo	 Custo 	 Custo 	 Custo 	 Custo 	 Custo 	 Custo
	produção fixo	variável	total	marginal	fixo	variável	total
		 (CF)	(CV)	(CT)	(CMg)	médio	 médio 	 médio
						(CFMe)	(CVMe)	(CTMe)
0	50 	0	50	---	---	---	---
	1	50	50	100	50	50	50	100
	2	50	78	128	28	25	39	64
	3	50	98	148	20	16,7	32,7	49,3
	4	50	112	162	14	12,5	28	40,5
	5	50	130	180	18	10	26	36
	6	50	150	200	20	8,3	25	33,3
	7	50	175	225	25	7,1	25	32,1
	8	50	204	254	29	6,3	25,5	31,8
	9	50	242	292	38	5,6	26,9	32,4
	10	50	300	350	58	5	30	35
	11	50	385	435	85	4,5	35	39,5
Custos no curto prazo
Curva de custo da empresa
GRAFICO SLIDE – 15
Custos no curto prazo
Curva de custo da empresa
GRAFICO SLIDE – 16
Custos no curto prazo
Formatos das curvas de custo
GRAFICO SLIDE – 17
Custos no curto prazo
Formatos das curvas de custo
GRAFICO SLIDE – 18
Custos no curto prazo
Formatos das curvas de custo
GRAFICO SLIDE – 19
Custos no longo prazo
Caminho de expansão de uma empresa
GRAFICO SLIDE – 20
Curvas de custo no longo prazo versus curvas de custo no curto prazo
Curvas de custo médio e custo marginal no longo prazo
GRAFICO SLIDE – 21
Curvas de custo no longo prazo versus curvas de custo no curto prazo
Economias e deseconomias de escala
Economias de escala
O aumento da produção é maior do que o aumento dos insumos.
Deseconomias de escala
O aumento da produção é menor do que o aumento dos insumos
Curvas de custo no longo prazo versus curvas de custo no curto prazo
Economias e deseconomias de escala
Medição de economias de escala
Ec = variação percentual do custo resultante de um aumento de 1% na produção.
Curvas de custo no longo prazo versus curvas de custo no curto prazo
Economias e deseconomias de escala
Medição de economias de escala
Curvas de custo no longo prazo versus curvas de custo no curto prazo
Economiase deseconomias de escala
Logo:
EC < 1: CMg < CMe
Economias de escala
EC = 1: CMg = CMe
Economias constantes de escala
EC > 1: CMg > CMe
Deseconomias de escala
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Medidas de Economias de Escala
Forma prática: relacionar MC (custo marginal) com AC (custo médio) de modo que s= AC/MC
Se MC > AC: deseconomias de escala (s <1)
São economias expressas nos custos médios que se manifestam quando aprodução aumenta 
MC< AC: economias de escala ( s >1)
Medidas de Economias de Escala
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Curvas de custo no longo prazo versus curvas de custo no curto prazo
Relação entre custos no curto e longo prazos
Os custos no curto e longo prazos são relevantes na determinação do tamanho ótimo da fábrica.
Curvas de custo no longo prazo versus curvas de custo no curto prazo
Custos no longo prazo com economias e deseconomias de escala
GRAFICO SLIDE – 30
Curvas de custo no longo prazo versus curvas de custo no curto prazo
Relação entre custos no curto e longo prazos
Qual é a curva no longo prazo da empresa?
As fábricas podem mudar a escala de produção para obter diferentes níveis de produção no longo prazo.
A curva de custo médio de longo prazo corresponde aos trechos das curvas de CMeCP em azul escuro, e representa o custo mínimo para qualquer nível de produção.
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Curvas de Custo e Economias de Escala
O formato das curvas de custo em forma de U foi questionado por vários autores de diferentes escolas
Stigler.J. (Chicago) Productio and Distribution in the Short Run
Florence,S. The Logic of British and American Industry
Wiles,P. Prices, Costs and Output
Andrews P.S. Manufacturing Business
Harrod,R. (Oxford) Economic Essays
Lancaster,K. Introduction to Modern Microeconomics
Stigler: Afirma que curva de custos médios variáveis de curto prazo (SAC) têm um trecho achatado (horizontal) sobre uma ampla dimensão da produção refletindo o fato que as firmas constroem plantas de forma a ter flexibilidade na sua capacidade produtiva: (reserva de capacidade)
O formato das curvas de custo de longo prazo, formato em L, também atrai grande atenção dos economistas por causa das implicações que têm sobre as economias de larga escala;
A causa do aumento dos custos a longo prazo, deseconomias gerenciais e administrativas, podem ser evitadas
Por que as curvas não teriam a forma
de U ?
Economias Técnicas de Escala
Modernas Técnicas de Gerenciamento
Mas os custos não voltam a subir?
Sim, perto dos níveis de plena ocupação de capacidade; mas ainda assim são insignificantes perto das modernas EE de natureza técnica de plantas industriais de grande tamanho
Definindo EE
Os custos médios de uma firma podem aumentar, permanecer constantes ou reduzir-se à medida que o produto se expande
Os custos médios de uma firma aumentam à medida que o produto expande: Retornos decrescentes de escala
Os custos médios caem à medida que o produto se expande: Retornos crescentes de escala
Se a firma desfruta de EE em todos os níveis de produção então seria eficiente que apenas uma firma produzisse para todo o mercado
Escala Mínima Eficiente (EME)
Economias de escala resumem-se na EME
A escala mínima eficiente refere-se ao menor nível de produto (X* ou Xmês) que pode ser produzido, a partir do qual os custos médios de LP da fábrica podem ser minimizados (é calculado em relação ao mercado como um todo)
EME pode ser apresentado em unidades de produtos ou como % do total do mercado relevante (nacional, regional ou de produto)
Também pode ser expresso numa função logarítmica (curva de escala) do tipo C = a X onde C= custo médio, a e b são constantes e b é a escala
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Fontes de Economias de Escala
Economias de Escala Reais: ocorrem quando reduções de custo são justificadas pela redução na quantidade de fatores produtivos utilizados na medida em que a produção aumenta; 
Economias de Escala Pecuniárias: quando reduções de custo estão associadas a reduções no preço pago pelo insumo, neste caso os custos da empresas não se reduzem em função de mudanças reais nos métodos de produção; 
Fontes de economias de escala reais
De natureza Estática:
Ganhos de Especialização;
Indivisibilidade Técnica;
Economia Geométrica;
Economia relacionada à lei dos grandes números;
De natureza dinâmica:
Economias de reinício;
Economias de aprendizado
1. Ganhos de Especialização
É uma das fontes mais tradicionais de EE e está associada com a possibilidade de aumento da divisão de trabalho decorrente da expansão da escala de produção:
 Ex. A fábrica de alfinetes citada por Adam Smith ou a produção em massa de automóveis de Henry Ford
2. Indivisibilidade técnica
Indivisibilidade técnica ocorre quando certos itens básicos do equipamento estão disponíveis apenas em número limitado de sua capacidade (para cada dimensão do equipamento haverá retornos crescentes até a sua capacidade plena de operação)
Indivisibilidade técnica
Em termos práticos a existência de indivisibilidades técnicas está associada ao funcionamento completo de operação de plantas e processos
Custos de operação de subconjuntos de equipamento que permitem “completar” a operação de uma planta ou de um processo
Em níveis baixos de produção, parte do equipamento ficará subutilizada(maiores escalas de operação ensejarão economias de especialização e divisão de trabalho)
Em baixos níveis de produção altos custos fixos médios são muito mais expressivos do que os baixos custos operacionais (não é econômico operar em pequena escala)
Exemplo de como como retornos técnicos de escala são explicados por indivisibilidades
Produzindo com três processos
Suposições: há 3 tipos de métodos de produção (de pequena escala (L=1,K=1), de média escala ( L=50, K=50) e de grande escala (L=100,K=100)
As 3 técnicas são indivisíveis: cada planta pode ser duplicada mas não pode ser dividida e manter a produtividade elevada
A taxa capital/trabalho é a mesma para os 3 processos, mas a produtividade (X/L) das plantas de grande escala é maior (especialização etc)
Hipótese: para cada nível de produto o método de menor custo é escolhido
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X nível de produto; L homens/hora; K máquinas/hora; K/L taxa capital/trabalho; X/L produtividade do trabalho; X/K produto médio do capital, P preços fatores de produção ($ por hora); TC custos total; AC custo médio Tecnologia
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Para cada nível de produto, o processo de menor custo é adotado
Até X=49 (firma usa 49L/h e 49K/h) o 1º método vai ser o de menor custo; o custo total aumenta proporcionalmente com o aumento do produto e o custo médio fica constante em AC=$2 por unidade;
X=50 pode ser produzido com 1º método e com TC=$100 (50L+50K) e AC=$2 p. No entanto com o mesmo TC=$100 (50L+50K) a firma pode produzir X=100 com o 2º método; neste caso o AC=$1; se X>50, o 2º método é mais econômico pois o custo médio diminui: a firma adota esta método 
entre 50<X<100 o TC (=$100) será constante, independentemente do aumento da produção􀃎AC cairá continuamente, uma vez que TC fica constante
3. Economias Geométricas:
Relação entre Volume e Área
Indústrias de processo: quantidades produzidas dependem do volume ( e seus limites físicos) mas despesas de investimento e os custos estão relacionados à superfície
O custo do equipamento aumenta com a área (r²), mas a produção aumenta com o seu volume (r³)
Lei do quadrado do cubo
Dobrar o diâmetro de uma esfera oca aumenta o volume em oito vezes e a área da superfície em quatro vezes
O custo da esfera provavelmente aumentará menos do que oito vezes
Se a esfera oca é parte de um equipamento de produção em uma planta química, o aumento de tamanho economizará custos
Economias Geométricas:
Exemplos: cimento, gás, refino de petróleo, eletricidade,química, vidro,aço 
Os métodos de produção incluem também incluem equipamentos especiais: tanques para estocar, câmaras de reação, dutos para transporte de líquidos e gases
4. Economias relacionadas à lei dos grandes números
Quanto maior for o tamanho da planta produtiva, e portanto, do númerode máquinas utilizadas, menores deverão ser as equipes de manutenção e o número de peças de reposição necessárias
Economias relacionadas à lei dos grandes números
Em geral as firmas desejam manter alguma reserva de capacidade de forma a evitar interrupções no processo de produção quando maquinaria quebra
O número de máquinas necessárias para substituir as que quebram (e trabalhadores necessários para repará-las) não aumenta proporcionalmente com o tamanho da escala de operação: Além disso a experiência do pessoal tende a reduzir a frequência de acidentes em níveis de grande escala
Da mesma forma requer-se menor proporção de maquinarias de reserva, partes e peças
Economias de inventário ou estocásticas
O papel dos inventários é o de suportar mudanças randômicas tanto do ponto de vista dos insumos quanto da produção
O estoque de MP deve aumentar com a escala da produção, mas não de forma proporcional (flutuações aleatórias na oferta destas mercadorias são suavizadas por estoques cujos tamanhos aumentam em proporção menor que o aumento de tamanho da firma)
Economias de inventário ou estocásticas
O papel dos inventários é o de suportar mudanças randômicas tanto do ponto de vista dos insumos quanto da produção
O estoque de MP deve aumentar com a escala da produção, mas não de forma proporcional (flutuações aleatórias na oferta destas mercadorias são suavizadas por estoques cujos tamanhos aumentam em proporção menor que o aumento de tamanho da firma)
Variações aleatórias da demanda também tendem a ser suavizadas com o crescimento da escala de produção e da fábrica
quanto mais clientes têm as firmas, mais as flutuações de sua demanda são compensadas
Progressivamente firmas mantém apenas pequena parte de seu produto para atender mudanças aleatórias
5. Economias de reinício (SET-UP) Custo de preparo da operação
São os custos de estabelecer o nível de operação da planta desde seus início, e que não variam com o nível de produto
Ex: o custo de editar 100 livros em vez de 50 não é 2xs maior porque o volume adicional pouco adiciona aos custos
São custos envolvidos no preparo de máquinas de múltiplos propósitos para operar tarefas ( ou produtos) particulares
Ex: estamparia de automóveis (moldes especiais para prensar certas partes (portas, teto, etc) do carro quanto mais mais peças são prensadas com cada molde, menor será o custo unitário
6. Economias de Aprendizado
A eficiência da firma aumenta com o tempo, à medida que a mão de obra torna-se mais experiente (pela repetição) e a produtividade aumenta
Há uma curva de aprendizado (ex: indústria aeroespacial) log m = a + b log N, onde:
m = insumo trabalho; N = número cumulativo de produtos; a e b são constantes ( b< 0)
Economias de Aprendizado
Economias de Aprendizado não estão restritas apenas ao aumento da produtividade do trabalho e também ocorrem em setores que são intensivos em capital (aço, papel, condutores elétricos etc) 
na prática: mais ligado à gestão e engenharia
Economias de aprendizado estão associadas com processos de learning-by-doing: A produção da n-ésima unidade é feita, ceteris paribus, num período de tempo inferior ao da primeira unidade produzida
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Economias de Escopo
Ocorrem quando é mais barato produzir/comercializar 2 produtos JUNTOS do que separados
Exemplo: abatedouros produzem carne e couro; caminhões+ carros pequenos e grandes 
Fontes de economia de Escopo:
1) Existência de fatores comuns;
2) Existência de reserva de capacidade;
3) Complementaridades tecnológicas e comerciais
OBS: estudo p/ GM mostrou economia de 25% para combinação de carros grandes e pequenos
Produção com dois produtos – economias de escopo
Vantagens
	1.	Ambos os produtos usam capital e 	trabalho.
	2.	A fabricação dos dois produtos 	compartilha recursos administrativos.
	3. A fabricação dos dois produtos requer 	o mesmo tipo de equipamento e mão-	de-obra com qualificação semelhante.
Produção com dois produtos – economias de escopo
Economias e deseconomias de escopo
Não há relação direta entre economias de escopo e economias de escala.
Podemos ter economias de escopo e deseconomias de escala
Podemos ter economias de escala e deseconomias de escopo 
Grau das economias de escopo
O grau das economias de escopo mede a economia de custos proporcionada pela produção conjunta e é dado por:
C(q1) é o custo de produzir q1
C(q2) é o custo de produzir q2
C(q1,q2) é o custo de produzir conjuntamente os dois produtos
Grau das economias de escopo
Interpretação:
Se GES > 0 – Economias de escopo
Se GES < 0 – Deseconomias de escopo
Economias de escala em venda: associadas com a distribuição do produto da firma
Economias de Propaganda
Economias de Promoções em Larga Escala: supermercados
Acordos Especiais com dealers (representantes, distribuidores,atacadistas ou varejistas) em alguns casos com obrigação de prestação de serviços
Economias de Mudanças de Modelo: indústria automobilística
Economia de Escala em propaganda
Firmas precisam gastar um mínimo em propaganda para manter sua marca/nome na memória de consumidores (espaço de publicidade em jornais e tempo em televisão aumentam menos que proporcionalmente com a escala): Custos por unidade de produto caem;
O orçamento de propaganda é decidido com base em fundos disponíveis, lucros, gastos de rivais etc. Mas quanto maior o produto, menor são os custos em propaganda (idem para atividades de venda, como equipe de vendedores, distribuição de brindes...)
Despesas de promoção de vendas em larga escala aumentam menos do que proporcionalmente do que o produto, pelo menos até uma certa escala
Economia de Escala Pecuniárias
Ocasionadas por descontos nos preços que podem ser concedidos devido a largas escalas das operações
Exemplos de economias pecuniárias
Descontos especiais para compras de estoques de MP oferecidos por fornecedores
Menor custo de empréstimos financeiros (menores juros e termos mais favoráveis)
Menores preços de propaganda, se feita em ampla escala
Tarifa pelo transportes torna-se menor quanto maior o volume transportado
Menores salários são pagos devido ao poder monopsônico dos contratadores (indústrias de extração em áreas remotas) ou devido ao prestígio de serem empresas grandes e de boa reputação
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Razões para ter capacidade de reserva
Existência de flutuações cíclicas e sazonais da demanda: não basta ter políticas de “Stockpilling”(estas têm custos maiores e provocam mais oscilações do que a manutenção de reserva de capacidade)
Necessidade de ter flexibilidade para fazer reparos em máquinas quebradas sem interromper o fluxo produtivo
Medo de perder mercado p/competidores se a demanda aumentar rápidamente
Flexibilidade para fazer pequenas mudanças para atender mudanças no gosto do consumidor ( ou na legislação)
Economias de escala e Barreiras à Entrada
A análise dos efeitos das Economias de Escala sobre a concorrência potencial é complexa, visto que estes dependem das expectativas dos entrantes acerca das reações das firmas já estabelecidas caso ocorra uma entrada, bem como das expectativas das firmas estabelecidas acerca do provável comportamento das entrantes.
100
90
Total
25
5
4
25
5
3
25
10
2
25
70
1
Ind B
Ind A
Firma
Economia Industrial no enfoque evolucionário
Abordagem evolucionária/dinâmica
Racionalidade procedimental
Informação imperfeita/incerteza “fraca” ou “forte”
Concorrência definida como um processo e entendida como rivalidade entre capitais
Adota o pressuposto da diversidade/ inexistência de firma representativa/ custos representativos.... Etc
Remete a noção de concorrência Schumpeteriana e mudança estrutural de Marx
Microeconomia Neoclássica
Paradigma do equilíbrio/estática
Racionalidade maximizadora /agentes maximizadores
Informação perfeita/ausência de incerteza
Concorrência definida em termos do mecanismo de preços/hipótese da “mão invisível” ou “mercadoseficientes”
Adota o conceito de firma representativa/ modelo de equilíbrio parcial
Versão “Pigouniana” da teoria de Marshall
% de vendas para 4 empresas líderes
Definindo market-share (S):
S = Si/Q, onde i= 1,2,3...n. 
	onde o ΣSi = 1.
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P
P-Cmg
LI =
A
0
C
B
100
Percentagem acumulada (do menor para o maior)
Produção acumulada
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