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1. Esôfago O esôfago é um tubo muscular (composto em sua maioria por musculatura lisa nos 2⁄3 distais, tendo músculo estriado esquelético em sua porção mais cranial), de cerca de 30 centímetros, elástico e deformável por movimentos peristálticos (conforme é deglutido o alimento, se adapta à quantidade e velocidade de deglutição). Possui células que produzem muco com função lubrificante para auxiliar no transporte do bolo alimentar, não tendo características de proteção contra o ácido gástrico (como no estômago). → Onde começa o esôfago? Inicia-se na margem inferior da cartilagem cricóide a nível do corpo da C6, se localizando posteriormente à traqueia. A maior parte de sua estrutura é torácica (trajeto descendente de aproximadamente 30 cm), possuindo uma pequena porção intra abdominal após passagem pelo hiato esofágico no músculo diafragma, terminando na junção com o estômago (início da cárdia) a nível de T10. O esôfago possui uma túnica muscular interna circular e uma externa muscular longitudinal que propicia os movimentos peristálticos. → Porque esofagite dá a sensação de queimação retroesternal podendo ser confundida com IAM? Isso é explicado devido à projeção do esôfago que se limita entre a C6 e T10, havendo então o mecanismo de dor referida por estar justamente na região de aferência somática e visceral de mesmo ponto de entrada na medula das aferências do coração, ocorrendo uma interpretação de dor retroesternal (angina percordis). → Septo traqueoesofágico: no período da embriogêneses há a existência de uma comunicação entre a laringe primitiva e o brotamento bronquial, os quais vão ser separados pela formação de um septo traqueoesofágico. Pode ocorrer a não separação levando a quadros de fístulas traqueoesofágicas com regurgitação do leite materno, podendo levar a uma pneumonia aspirativa. → Regiões do esôfago: ▪ Cervical: possui cerca de 5 a 8 centímetros, com extensão de C6 a T1. Divertículos esofágicos Os divertículos esofágicos são sacos herniários (hérnia) que se formam mais frequentemente em locais de maior fragilidade, como nas constrições fisiológicas. Assim, a túnica mucosa e a tela submucosa são pressionadas para fora através da túnica muscular devido à pressão aumentada no esôfago, devido os pontos de constrição (estreitamento) associados à fragilidade muscular esofágica. Se nos atentarmos aos músculos constritores da faringe (constritor superior, médio e inferior), o constritor inferior é subdividido na parte faríngea e na parte cricofaríngea. A parte cricofaríngea é composta por fibras oblíquas e por fibras fundiforme e nessa divisão de fibras musculares há um ponto de fragilidade, por não possuir fibras musculares, chamado de triângulo de Killian. Abaixo da parte fundiforme há fibras de direção oblíqua e no encontro dessas fibras há uma fragilidade muscular chamada de triângulo de Laimer. Nessas regiões pode ocorrer o aparecimento de divertículo, o divertículo dessa região é chamado divertículo de Zenker. No exame de endoscopia é possível visualizar uma abertura adicional na parede do esôfago, pode ser feito também por meio de esofagografia por meio de aparição de depósito de contraste em desvio do esôfago. Vascularização do esôfago ▪ Cervical: irrigada pelos ramos esofágicos da artéria tireóidea superior e drenada pela veia tireóidea inferior. A drenagem linfática é feita em sentido cranial para os linfonodos cervicais profundos. ▪ Torácica: irrigada pelos ramos esofágicos da parte torácica da aorta e pelas artérias intercostais direitas, sendo drenada pelas veias ázigo e hemiázigo. A drenagem linfática é feita em sentido cranial para os troncos broncomediastinais e em sentido caudal para os linfonodos frênicos superiores. ▪ Abdominal: irrigada pelos ramos esofágicos da artéria gástrica esquerda e pela artéria frênica inferior, sendo drenada pelas veias gástrica esquerda e direita em direção a veia porta. A drenagem linfática é feita para os linfonodos celíacos. O sangue venoso e a linfa são drenados em direção cranial acima da bifurcação da traqueia e em direção caudal abaixo dessa região. Assim, os carcinomas esofágicos acima da bifurcação desenvolvem metástases nos pulmões e nos linfonodos do mediastino e do pescoço. Enquanto isso, carcinomas abaixo da bifurcação propagam-se através das veias gástricas especialmente no no fígado e podem produzir metástases nos linfonodos da cavidade abdominal.
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