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PlanoDeAula_53416 07 SEMANA

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Título 
Introdução ao Estudo do Direito 
Número de Aulas por Semana 
 
Número de Semana de Aula 
7 
Tema 
A Norma Jurídica 
Objetivos 
·   Compreender o conceito de norma jurídica e sua estruturação; 
·   Compreender os diversos critérios de classificação das normas jurídicas; 
·   Estabelecer a distinção entre os diversos critérios de classificação das normas jurídicas; 
·   Identificar os planos de validade da norma (formal, social e ético). 
Estrutura do Conteúdo 
1. A norma jurídica 
1.1. Conceito; 
1.2. Estrutura lógica e características da norma jurídica;  
1.3. Principais características:  
a)    Abstração;  
b)   Generalidade ou universalidade; 
c)   Imperatividade; 
d)   Heteronomia;   
e)    Alteridade; 
f)    Coercibilidade; 
g)   Bilateralidade; 
h)   Atributividade. 
  
1.4 Classificação da norma quanto:  
a)    À extensão territorial;  
b)   Às formas de produção;  
c)   À sua violação (à sanção);  
d)   Ao conteúdo;  
e)    À  imperatividade. 
  
1.5 Planos de validade da norma jurídica: 
a)    Formal, 
b)   Social, 
c)   Ético. 
  
Referências bibliográficas: 
  
NADER, Paulo. Introdução ao estudo do direito .30. ed. rev. e ampl. Rio de Janeiro:Forense,   2008. ISBN 9788530926373 
  
Nome do capítulo: Capítulo IX –  Norma jurídica 
N. de páginas do capítulo: 13  
Este conteúdo deverá ser trabalhado ao longo das duas aulas da semana, cabendo ao professor a dosagem do conteúdo, de acordo com as condições objetivas e subjetivas 
de cada turma. 
  
Abaixo seguem alguns conceitos e exemplos de como se pode apresentar o conteúdo em sala de aula, como mera sugestão ao professor: 
  
A Norma Jurídica. 
A norma jurídica é um comando , um imperativo dirigido às ações dos indivíduos – e das pessoas jurídicas e demais entes . É uma regra de conduta social; sua finalidade é 
regular as atividades dos sujeitos em suas relações sociais. A norma jurídica imputa certa ação ou comportamento a alguém, que é seu destinatário. 
Ao se dirigir ao destinatário, a norma jurídica proíbe e obriga, onde aquele que deve cumprir estará diante de uma proibição (“ É proibido fumar neste estabelecimento ”) ou 
de uma obrigação (“ É obrigatório o uso de crachá de identificação para a entrada neste setor ”) . 
  Segundo o Direito Positivo, a norma jurídica é o padrão de conduta social imposto pelo Estado, para que seja possível a convivência entre os homens. Paulo Nader 
conceitua como sendo a conduta exigida ou o modelo imposto de organização social. Segundo Orlando Secco, trata-se das regras imperativas pelas quais o Direito se 
manifesta, e que estabelecem as maneiras de agir ou de organizar, impostas coercitivamente aos indivíduos, destinando -se ao estabelecimento da harmonia, ordem e da 
segurança da sociedade. 
A palavra norma ou regras jurídicas são sinônimas, apesar de alguns autores utilizarem a denominação regra para o setor da técnica e outros, para o mundo natural. Existe 
distinção entre norma jurídica e lei. Esta é apenas uma das formas de expressão das normas, que se manifestam também pelo direito costumeiro e, em alguns países, pela 
jurisprudência. 
Considerando-se, todavia, as categorias mais gerais das normas jurídicas, verificam-se que estas apresentam alguns caracteres que, na opinião dominante dos 
doutrinadores, são: bilateralidade, generalidade, abstratividade, imperatividade, coercibilidade e heteronomia. 
  
Estrutura 
  
Segundo Kant, existem dois tipos de comandos: 
  
Imperativo categórico – É mais comum na religião, na moral e nos costumes, embora existam normas jurídicas com este tipo de comando “deve ser A”, tem caráter 
taxativo. É constituído por um único elemento (ou enunciado, dispositivo ou consequência) Ex. art. 10, I, II e III do NCC. 
  
Subdividindo-se em: 
·   Sentido positivo – determinando-se que se faça alguma coisa. Ex. “silêncio”, “respeite a fila” “mão única”. 
·   Sentido negativo – determinando-se que determinada coisa não pode ser feita. Ex. “é proibido fumar”, “é proibido falar com o motorista”. 
  
Imperativo hipotético – O enunciado fica na dependência de ocorrer a hipótese ou fato. A maioria das normas jurídicas são deste tipo, representando o comando  “se for B, 
então deve ser A”, onde  “se for B” é a hipótese, suposto ou fato, e “deve ser A” é o enunciado, dispositivo ou consequência. Ex. Art. 1.275 NCC. 
  
 “Além das causas consideradas neste Código, perde-se a propriedade: I....; II.....; III-  pelo abandono” – Se for abandonada a coisa (B), deve ser perdida a propriedade da 
mesma (A). Porque somente é aplicável na ocorrência da hipótese estipulada, qual seja, o abandono da coisa. 
Art. 1.521,I  NCC: 
 “Não podem casar: I –  os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil;” – é uma ordem hipotética proibitiva ou imperativo hipotético em sentido 
negativo. 
  
  
Características substanciais da norma jurídica 
·   Generalidade. Temos que a norma jurídica é preceito de ordem geral, que obriga a todos que se acham em igual situação jurídica. Da generalidade da norma, deduzimos 
o princípio da isonomia da lei, segundo o qual todos são iguais perante a lei. 
  
·   Abstratividade. As normas jurídicas visam estabelecer uma fórmula padrão de conduta, aplicável a qualquer membro da sociedade. Regulam casos como ocorrem, via de 
regra, no seu denominador comum. Se abandonassem a abstratividade para regular os fatos em sua casuística, os códigos seriam muito mais extensos e o legislador não 
lograria seu objetivo, já que a vida em sociedade é mais rica que a imaginação do homem. 
  
·   Pela bilateralidade, temos que o direito existe sempre vinculando duas ou mais pessoas, conferindo poder a uma parte e impondo dever à outra. Bilateralidade expressa 
o fato de a norma possuir dois lados: um representado pelo direito subjetivo e o outro pelo dever jurídico, de tal modo que um não pode existir sem o outro, pois regula a 
conduta de um ou mais sujeitos em relação à conduta de outro(s) sujeito(s)(relação de  alteridade). 
Sujeito ativo (portador do Direito Subjetivo). 
Sujeito passivo (possuidor do dever jurídico). 
  
·   A imperatividade revela a missão de disciplinar as maneiras de agir em sociedade, pois o direito deve representar o mínimo de exigências, de determinações 
necessárias. Assim, para garantir efetivamente a ordem social, o direito se manifesta através de normas que possuem caráter imperativo. Tal caráter significa imposição 
de vontade e não simples aconselhamento. 
  
·   A coercibilidade - Quer dizer possibilidade de uso de coação. Essa possui dois elementos: psicológico e material. O primeiro exerce a intimidação, através das penalidades 
previstas para as hipóteses de violações das normas jurídicas. O elemento material é a força propriamente, que é acionada quando o destinatário da regra não a cumpre 
espontaneamente. As noções de coação e sanção não se confundem. Coação é uma reserva de força a serviço do Direito, enquanto a sanção é considerada, geralmente, 
medida punitiva para a hipótese de violação de normas. 
  
·   A atributividade (ou autorizamento) - Esse é, aliás, o elemento distintivo por excelência entre a norma jurídica e as demais normas de conduta: a aptidão para atribuir ao 
lesado a faculdade de exigir o seu cumprimento forçado. Então, a essência específica da norma jurídica é a atributividade (ou autorizamento), porque o que lhe compete 
é autorizar ou não o uso das faculdades humanas. 
Assim, a norma jurídica é atributiva por atribuir, às partes de uma relação jurídica, direitos e deveres recíprocos. Ou seja, atribui à outra parte o Direito de exigir o seu 
cumprimento. 
Esta característica da norma jurídica é contestada por autores de relevo, entre os quais o Prof. Goffredo Telles Jr., que assim se expressa a respeito : "A norma jurídica 
não atribui ao lesado a faculdade de reagir contra quem o lesou”.(TELLES,1980, p.371-3) 
Não tem a norma jurídica nenhuma possibilidade de fazer essa atribuição. Ela própria não possui nenhumafaculdade de reagir contra quem quer que seja. Reagir é agir. 
A norma não reage. Ela não tem faculdade de agir. Logo, não pode, a norma jurídica, atribuir o que não tem. Como poderia ela dar o que ela própria não possui? Não se 
diga, portanto, que a norma jurídica é atributiva. 
Consideramos erro sobre a natureza dessa norma defini-la: 
norma atributiva. A faculdade de reagir contra o violador da norma jurídica não é atribuída pela norma. Tal faculdade, o lesado a possui, exista ou não exista a norma 
jurídica. A faculdade de reagir é uma faculdade própria do ser humano, independentemente de quaisquer normas. O que compete à norma é autorizar ou não autorizar o 
uso desta faculdade. Não lhe compete nada mais que isto. A faculdade de reação, repetimos, pertence ao lesado. O que pertence à norma é somente o autorizamento, 
para o uso dessa faculdade. Em termos exatos: a norma é a expressão de tal autorizamento .( TELLES Jr., Goffredo. 6. ed.  O Direito Quântico.  São Paulo: Max 
Limonad,1985) 
Já Miguel Reale defende o que chamou de bilateralidade atributiva: “Existe bilateralidade atributiva” – escreve Reale – “quando duas ou mais pessoas estão numa relação 
segundo uma proporção objetiva que as autoriza a pretender ou a fazer garantidamente alguma coisa. Quando um fato social apresenta esse gênero de relação, dizemos 
que é jurídico”. (REALE, Miguel. Lições Preliminares de Direito.  23. ed. São Paulo: Saraiva, 1996, p. 51.) 
Segundo Reale, a diferença entre os fenômenos jurídicos e os não jurídicos – econômicos, psicológicos etc. – é que nestes a bilateralidade não é atributiva, isto é, a 
correspondência não está assegurada, não obedece a um padrão uniforme ou obrigatório. 
  
  
3.1 Características formais: escrita emanada do Poder Legislativo em processo de formação regular, promulgada e publicada. 
Lei em sentido formal e em sentido formal-material: em sentido formal, é a que atende apenas aos requisitos de forma (processo regular de formação), faltando -lhe 
caracteres de conteúdo, como a generalidade ou substância jurídica. 
Ex.: A aprovação, pela assembleia da Revolução Francesa, da lei que 
 declarava a existência de Deus e a imortalidade da alma. 
Em sentido formal-material, a lei deve preencher os requisitos de substância e de forma.  
  
Lei Substantiva - Reúne normas de conduta social que definem os direitos e deveres das pessoas em suas relações. 
Ex.: Direito Civil, Penal, Comercial etc.. 
  
Lei Adjetiva - Aglutina regras de procedimento no andamento de questões forenses. 
Ex.: Lei de Direto Processual Civil, Direito Processual Penal etc.. 
  
As Leis substantivas são, em regra, principais; enquanto que as adjetivas são de natureza instrumental. 
  
  
Os diversos critérios de classificação das normas jurídicas: 
  
Os autores variam na apresentação das formas de classificação das normas jurídicas; existe mesmo certa ambiguidade e vacilação na terminologia. Fato é que a 
classificação pode ser realizada de acordo com vários critérios. 
Com base na ideia acima exposta, apresentamos algumas classificações encontradas na doutrina nacional: 
  
a)    Normas codificadas são aquelas que constituem um corpo orgânico sobre certo ramo do direito, como o Código Civil 
  
b)   Normas consolidadas são as que formam uma reunião sistematizada de todas as leis existentes e relativas a uma matéria; a consolidação distingue-se da codificação, 
porque sua principal função é a de reunir as leis existentes e não a de criar leis novas, como num Código. Ex: CLT; 
  
c)   Normas extravagantes ou esparsas; na terminologia canônica, diziam extravagantes as constituições pontifícias, posteriores às Clementinas, incluídas no mesmo direito. 
Daí dizer-se hoje “extravagantes” todas as leis que não estão incorporadas às Codificações ou Consolidações: são as leis que vagam fora; são as editadas isoladamente 
para tratar de temas específicos. Ex: Lei de Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, Lei do Inquilinato etc.. 
  
Como já foi dito, no campo doutrinário da classificação das normas jurídicas, os autores não são unânimes. Cada um utiliza método e terminologia próprios. 
  
Critério da Destinação - normas de organização (normas de sobredireito) ou estrutura e normas de conduta (normas de direito). 
  
Normas de organização (norma de sobredireito) - normas instrumentais que visam à estrutura e funcionamento dos órgãos, ou à disciplina de processos técnicos de 
identificação e aplicação de normas, para assegurar uma convivência juridicamente ordenada  => Destinatário: o próprio Estado. 
  
Normas de conduta (norma de direito) - normas que disciplinam o comportamento dos indivíduos, as atividades dos grupos  e entidades sociais em geral => Destinatário: o 
corpo social (pessoas físicas, jurídicas ou autoridades que estiverem na situação nela prevista). Todavia, quando surge o eventual conflito levado ao Poder Judiciário, este 
passa a ser seu destinatário. 
  
Critério da Existência - norma explícita e norma implícita: 
  
A norma explícita é a norma tal qual está escrita nos códigos e nas leis. 
A norma implícita é aquela subentendida a partir da norma explícita. 
  
Só a existência deste direito implícito pode responder pela afirmativa de que o ordenamento jurídico não tem lacunas. Serve ele, portanto, não apenas à interpretação da lei, 
como, igualmente, à integração do Direito. Por seu intermédio é que o Direito positivo se completa, garantindo-se. (Arnaldo Vasconcelos ) 
  
  
Critério da extensão territorial - normas federais, estaduais e municipais: 
As normas jurídicas são classificadas desta forma em razão da esfera do Poder Público de que emanam, pois todo território de um Estado acha -se sob a proteção e garantia 
e um sistema de Direito. 
Assim, as normas jurídicas são federais, estaduais ou municipais, na medida em que sejam instituídas respectivamente pela União, pelos Estados-Membros e pelos 
Municípios. 
Para sabermos se existe hierarquia entre estas normas, faz-se necessário a distinção da competência legislativa da União, dos Estados-Membros e dos Municípios.  
Segundo Miguel Reale, 
não há, pois, uma hierarquia absoluta entre leis federias, estaduais e municipais, porquanto esse escalonamento somente prevalece quanto houver possibilidade de 
concorrência entre as diferentes esferas de ação. A rigor, as únicas normas jurídicas que primam no sistema do Direito brasileiro são as de Direito Constitucional. 
(REALE,1996) 
  
  
Critério do Conteúdo - direito público, direito privado e direito  social:  
A diferenciação entre essas normas já foi abordada quando falamos sobre as divisões do Direito. Contudo, é bom ressaltar que a teoria que prevalece atualmente para a 
distinção dessas normas é a teoria formalista da natureza da relação jurídica: 
  
Normas  de  Direito  Privado:  regulam  o  vínculo  entre   particulares  => Plano de igualdade => Relação jurídica de coordenação. 
Ex.: As normas que regulam os contratos. 
  
Normas de Direito Público: regulam a participação do poder público, quando investido de seu  imperium, impondo a sua vontade => Relação jurídica de subordinação. 
Ex.: As normas de Direito Administrativo. 
  
 Normas de Direito Misto  =>  Tutelam simultaneamente o interesse público ou social e o interesse privado. 
Ex.: Normas de Direito Família.  
  
Critério da Imperatividade - normas impositivas (cogentes) e dispositivas (permissivas) e proibitivas. 
  
Imperativas - ordenam, impõem. 
Ex.: Art. 876, Art. 1643 do CC. 
  
Normas impositivas   
 (ou cogentes)                                  
 Proibitivas - vedam, proíbem. 
Ex.: Art. 228, 1860 do CC. 
  
Interpretativas - esclarecem a vontade do indivíduo manifestada de forma duvidosa. 
Ex.: Art. 1899 do CC. 
  
Normas dispositivas 
(ou permissivas)                         
Integrativas - preenchem lacunas deixadas por ocasião da manifestação da vontade. 
Ex.: Art. 1640, 1904 do CC. 
  
  
Enquanto que as normas impositivas são taxativas, ora ordenando, ora proibindo, as normasdispositivas limitam -se a dispor, com grande parcela de liberdade. 
  
  
Critério da Sanção - normas perfeitas, mais que perfeitas, menos que perfeitas e imperfeitas 
  
Normas perfeitas - estabelecem a sanção na exata proporção do ato praticado. Invalidam quaisquer atos quando resultantes de transgressões a dispositivos legais. 
Ex.: Art. 1548 do CC. 
  
Normas mais que perfeitas - estabelecem sanções em proporções maiores do que os atos praticados mediante transgressão de normas jurídicas. A sanção é mais intensa do 
que a transgressão. 
Ex.: Art. 939 do CC. 
  
Normas menos que perfeitas - não invalidam o ato, mas impõem uma sanção ao agente transgressor. 
Ex.: Art. 1254  do CC. 
  
Normas imperfeitas - Representam um caso muito especial. Nem invalidam o ato nem estabelecem sanção ao transgressor. Tal procedimento se justifica por razões 
relevantes de natureza social e, sobretudo, ética. 
Ex.: Art. 1551 do CC. 
  
  
Critério da Natureza: normas substantivas e normas adjetivas 
  
Normas substantivas - reúnem normas de conduta social que definem os direitos e os deveres das pessoas em suas relações. 
Ex.: Direito Civil, Penal, Comercial etc.. 
  
Normas adjetivas - aglutinam regras de procedimento no andamento das questões forenses. 
Ex.: Lei de Direito Processual Civil, Direito Processual Penal etc.. 
  
As leis substantivas são, em regra, principais, enquanto que as adjetivas são de natureza instrumental. 
  
Validade das Normas Jurídicas. 
  
O professor pode iniciar este assunto fazendo a seguinte pergunta a seus alunos: 
O que é necessário para que uma coisa seja válida? Esta pergunta, em nosso entender, nos dá a chave para encontrarmos o conceito de validade.  
Um contrato, no qual uma das partes é incapaz, é válido? Não, porque lhe falta um dos elementos. Vemos assim que válido é aquilo que é feito com todos os seus elementos 
essenciais. Por elementos essenciais entendem-se aqueles requisitos que constituem a própria essência ou substância da coisa, sem os quais ela não existiria; é parte do 
todo. Para que o ato ou negócio sejam válidos, terão que estar revestidos de todos os seus elementos essenciais. Faltando um deles, o negócio é inválido, nulo, não 
alcançando os seus objetivos. 
Podemos dizer que a validade decorre, invariavelmente, de o ato haver sido executado com a satisfação de todas as exigências legais. Uma norma jurídica, para que seja 
obrigatória, não deve estar apenas estruturada logicamente segundo um juízo categórico ou hipotético, pois é indispensável que apresente certos requisitos de validade.  
  
Na lição de Miguel Reale, a validade de uma norma jurídica pode ser vista sob três aspectos: 
·   Técnico-formal = vigência;  
·   Social = eficácia; 
·   Ético = fundamento.  
  
Validade formal 
Vigência vem a ser “a executoriedade compulsória de uma norma jurídica, por haver preenchido os requisitos essenciais à sua feitura ou elaboração ” .(REALE,1986) 
  
Desta forma, a norma jurídica tem vigência quando pode ser executada compulsoriamente pelo fato de ter sido elaborada com observância aos requisitos essenciais 
exigidos: 
·   Emanada de órgão competente; 
·   Com obediência aos trâmites legais; 
·   E cuja matéria seja da competência do órgão elaborador. 
  
Validade Social ou Eficácia. 
Sob o prisma técnico-formal, uma norma jurídica pode ter validade e vigência, ainda que seu conteúdo não seja cumprido; mesmo descumprida, ela vale formalmente. 
Porém, o Direito autêntico é aquele que também é reconhecido e vivido pela sociedade, como algo que se incorpora ao seu comportamento. Assim, a regra do Direito deve 
ser não só formalmente válida, mas também socialmente eficaz. 
Eficácia vem a ser o reconhecimento e vivência do Direito pela sociedade, “é a regra jurídica enquanto monumento da conduta humana” (REALE,1986). Desta forma, quando 
as normas jurídicas são acatadas nas relações intersubjetivas e aplicadas pelas autoridades administrativas ou judiciárias, há eficácia. 
Como esclarece Maria Helena Diniz, “vigência não se confunde com eficácia; logo, nada obsta que uma norma seja vigente sem ser eficaz, ou que seja eficaz sem estar 
vigorando”. 
Pode ser que determinadas normas jurídicas, por estarem em choque com a tradição e valores da comunidade, não encontrem condições fáticas para atuar, não sejam 
adequadas à realidade. Todavia, o fato é que não existe norma sem o mínimo de eficácia, de execução ou aplicação na sociedade a que se destina. Daí a relevância da 
valoração do fato social, para que a norma seja eficaz. 
Sobre a matéria, temos ainda a contribuição de Paulo Nader, ao se referir às causas do desuso, dizendo que elas estão em certos defeitos das leis, e em função disso as 
classifica em: “anacrônicas”, isto é, as que envelheceram enquanto a vida evoluía, havendo uma defasagem entre as mudanças sociais e a lei;  “leis artificiais”, ou seja, fruto 
apenas do pensamento, mera criação teórica e abstrata, estão distanciadas da realidade que vão governar;  “leis injustas”, ou seja, aquelas que, traindo a mais significativa 
das missões do direito que a de espargir justiça, nega ao homem aquilo que lhe é devido; “leis defectivas”, que são as que, por não terem sido planejadas com suficiência, 
revelam-se na prática, sem condições de aplicabilidade, não fornecendo todos os recursos técnicos para a sua aplicação (por exemplo: quando prescreve uso de certa 
máquina pelo operário, mas que não existe no mercado). 
  
Validade Ética ou Fundamento. 
Toda a norma jurídica, além da validade formal (vigência) e validade social (eficácia), deve possuir ainda validade ética ou fundamento. O fundamento é, na verdade, o valor 
ou o fim visado pela norma jurídica. 
De fato, toda a norma jurídica deve ser sempre uma tentativa de realização de valores necessários ao homem e à sociedade. Se ela visa atingir um valor ou afastar um 
desvalor, ela é um meio de realização desse fim valioso, encontrando nele a sua razão de ser ou o seu fundamento. As regras que protegem, por exemplo, as liberdades são 
consideradas como tendo fundamento, porque buscam um valor considerado essencial ao ser humano. 
Realmente, é o valor que legitima uma norma jurídica, que lhe dá uma legitimidade; daí a distinção entre legal (que possui validade formal) e legítimo (que possui validade 
ética). 
Podemos dizer que o valor é que dá a razão última da obrigatoriedade da norma. Ela obriga porque contém preceito capaz de realizar o valor; em última análise, esta é a 
fonte primordial da obrigatoriedade de uma regra de direito (imperatividade em termos axiológicos). Ter-se  que é a coerção ou a coação que asseguram a obrigatoriedade 
do Direito é atitude que resulta no amesquinhamento da natureza humana. Nem a coação-ato, nem a coerção-potência podem substituir satisfatoriamente o sentimento 
jurídico; só o entendimento do Direito sob o prisma de valor dignifica a condição do ser humano. 
Aplicação Prática Teórica 
Os conhecimentos apreendidos serão de fundamental importância para a reflexão teórica envolvendo a compreensão necessária de que o direito, para ser entendido e estudado 
enquanto fenômeno cultural e humano, precisa ser tomado enquanto sistema disciplinador de relações de poder, a partir da metodologia utilizada em sala com a aplicação dos 
casos concretos, a saber: Caso Concreto 1  Critério da Imperatividade - normas impositivas (cogentes) e dispositivas (permissivas)  Em tempos de eleições municipais marcadas 
pela ameaça da violência do crime organizado e das milícias, um assunto tem sido bastante comentado na mídia nacional: a intervenção federal nos Estados. Aliás, este assunto 
tem sido frequentemente citado nestes últimos anos, uma vez que escândalos e falcatruas vêm sendo constantemente desvendados, políticos perdendo seus mandatos e, pouco a 
pouco, a credibilidade na classe política sendo colocada em xeque.  No entanto, nossa Constituição Federal dispõe de dispositivos protetivos que podem ser aplicados em casos 
extremos, como o art. 34, queassim dispõe: Art. 34 - A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: I. Manter a integridade nacional; II. Repelir invasão 
estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra; III. Pôr termo a grave comprometimento da ordem pública; IV. Garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades 
da Federação; (...) A partir da leitura do trecho acima, responda: A) Ao impor uma conduta a ser observada pela União em relação aos Estados e ao Distrito Federal, levando em conta 
o critério da imperatividade, como se pode classificar o art. 34 da CF/88? Fundamente. B) É correto afirmar que, no que diz respeito ao critério da imperatividade, o caput do art. 37 da 
Constituição Federal de 1988 se equipara ao art. 34 acima citado? Questão Objetiva Em sua teoria da norma jurídica, Noberto Bobbio distingue as sanções jurídicas das sanções 
morais e sociais. Segundo esta distinção, a sanção jurídica, diferentemente da sanção moral, é sempre uma resposta de grupo e, diferentemente da sanção social, a sanção jurídica 
é regulada em geral com as mesmas formas e através das mesmas fontes de produção das regras primárias. Para o autor, tal distinção oferece um critério para distinguir, por sua 
vez, as normas jurídicas das normas morais e das normas sociais. Considerando -se este critério, pode-se afirmar que são normas jurídicas as normas cuja execução é garantida 
por uma sanção a) interna e não-institucionalizada. b) interna e institucionalizada.  c) externa e não-institucionalizada. d) interna e informal. e) externa e institucionalizada. 
Plano de Aula: Introdução ao Estudo do Direito 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
Estácio de Sá Página 1 / 4
Título 
Introdução ao Estudo do Direito 
Número de Aulas por Semana 
 
Número de Semana de Aula 
7 
Tema 
A Norma Jurídica 
Objetivos 
·   Compreender o conceito de norma jurídica e sua estruturação; 
·   Compreender os diversos critérios de classificação das normas jurídicas; 
·   Estabelecer a distinção entre os diversos critérios de classificação das normas jurídicas; 
·   Identificar os planos de validade da norma (formal, social e ético). 
Estrutura do Conteúdo 
1. A norma jurídica 
1.1. Conceito; 
1.2. Estrutura lógica e características da norma jurídica;  
1.3. Principais características:  
a)    Abstração;  
b)   Generalidade ou universalidade; 
c)   Imperatividade; 
d)   Heteronomia;   
e)    Alteridade; 
f)    Coercibilidade; 
g)   Bilateralidade; 
h)   Atributividade. 
  
1.4 Classificação da norma quanto:  
a)    À extensão territorial;  
b)   Às formas de produção;  
c)   À sua violação (à sanção);  
d)   Ao conteúdo;  
e)    À  imperatividade. 
  
1.5 Planos de validade da norma jurídica: 
a)    Formal, 
b)   Social, 
c)   Ético. 
  
Referências bibliográficas: 
  
NADER, Paulo. Introdução ao estudo do direito .30. ed. rev. e ampl. Rio de Janeiro:Forense,   2008. ISBN 9788530926373 
  
Nome do capítulo: Capítulo IX –  Norma jurídica 
N. de páginas do capítulo: 13  
Este conteúdo deverá ser trabalhado ao longo das duas aulas da semana, cabendo ao professor a dosagem do conteúdo, de acordo com as condições objetivas e subjetivas 
de cada turma. 
  
Abaixo seguem alguns conceitos e exemplos de como se pode apresentar o conteúdo em sala de aula, como mera sugestão ao professor: 
  
A Norma Jurídica. 
A norma jurídica é um comando , um imperativo dirigido às ações dos indivíduos – e das pessoas jurídicas e demais entes . É uma regra de conduta social; sua finalidade é 
regular as atividades dos sujeitos em suas relações sociais. A norma jurídica imputa certa ação ou comportamento a alguém, que é seu destinatário. 
Ao se dirigir ao destinatário, a norma jurídica proíbe e obriga, onde aquele que deve cumprir estará diante de uma proibição (“ É proibido fumar neste estabelecimento ”) ou 
de uma obrigação (“ É obrigatório o uso de crachá de identificação para a entrada neste setor ”) . 
  Segundo o Direito Positivo, a norma jurídica é o padrão de conduta social imposto pelo Estado, para que seja possível a convivência entre os homens. Paulo Nader 
conceitua como sendo a conduta exigida ou o modelo imposto de organização social. Segundo Orlando Secco, trata-se das regras imperativas pelas quais o Direito se 
manifesta, e que estabelecem as maneiras de agir ou de organizar, impostas coercitivamente aos indivíduos, destinando -se ao estabelecimento da harmonia, ordem e da 
segurança da sociedade. 
A palavra norma ou regras jurídicas são sinônimas, apesar de alguns autores utilizarem a denominação regra para o setor da técnica e outros, para o mundo natural. Existe 
distinção entre norma jurídica e lei. Esta é apenas uma das formas de expressão das normas, que se manifestam também pelo direito costumeiro e, em alguns países, pela 
jurisprudência. 
Considerando-se, todavia, as categorias mais gerais das normas jurídicas, verificam-se que estas apresentam alguns caracteres que, na opinião dominante dos 
doutrinadores, são: bilateralidade, generalidade, abstratividade, imperatividade, coercibilidade e heteronomia. 
  
Estrutura 
  
Segundo Kant, existem dois tipos de comandos: 
  
Imperativo categórico – É mais comum na religião, na moral e nos costumes, embora existam normas jurídicas com este tipo de comando “deve ser A”, tem caráter 
taxativo. É constituído por um único elemento (ou enunciado, dispositivo ou consequência) Ex. art. 10, I, II e III do NCC. 
  
Subdividindo-se em: 
·   Sentido positivo – determinando-se que se faça alguma coisa. Ex. “silêncio”, “respeite a fila” “mão única”. 
·   Sentido negativo – determinando-se que determinada coisa não pode ser feita. Ex. “é proibido fumar”, “é proibido falar com o motorista”. 
  
Imperativo hipotético – O enunciado fica na dependência de ocorrer a hipótese ou fato. A maioria das normas jurídicas são deste tipo, representando o comando  “se for B, 
então deve ser A”, onde  “se for B” é a hipótese, suposto ou fato, e “deve ser A” é o enunciado, dispositivo ou consequência. Ex. Art. 1.275 NCC. 
  
 “Além das causas consideradas neste Código, perde-se a propriedade: I....; II.....; III-  pelo abandono” – Se for abandonada a coisa (B), deve ser perdida a propriedade da 
mesma (A). Porque somente é aplicável na ocorrência da hipótese estipulada, qual seja, o abandono da coisa. 
Art. 1.521,I  NCC: 
 “Não podem casar: I –  os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil;” – é uma ordem hipotética proibitiva ou imperativo hipotético em sentido 
negativo. 
  
  
Características substanciais da norma jurídica 
·   Generalidade. Temos que a norma jurídica é preceito de ordem geral, que obriga a todos que se acham em igual situação jurídica. Da generalidade da norma, deduzimos 
o princípio da isonomia da lei, segundo o qual todos são iguais perante a lei. 
  
·   Abstratividade. As normas jurídicas visam estabelecer uma fórmula padrão de conduta, aplicável a qualquer membro da sociedade. Regulam casos como ocorrem, via de 
regra, no seu denominador comum. Se abandonassem a abstratividade para regular os fatos em sua casuística, os códigos seriam muito mais extensos e o legislador não 
lograria seu objetivo, já que a vida em sociedade é mais rica que a imaginação do homem. 
  
·   Pela bilateralidade, temos que o direito existe sempre vinculando duas ou mais pessoas, conferindo poder a uma parte e impondo dever à outra. Bilateralidade expressa 
o fato de a norma possuir dois lados: um representado pelo direito subjetivo e o outro pelo dever jurídico, de tal modo que um não pode existir sem o outro, pois regula a 
conduta de um ou mais sujeitos em relação à conduta de outro(s) sujeito(s)(relação de  alteridade). 
Sujeito ativo (portador do Direito Subjetivo). 
Sujeito passivo (possuidor do dever jurídico). 
  
·   A imperatividade revela a missão de disciplinar as maneiras de agir em sociedade, pois o direito deve representar o mínimo de exigências, de determinações 
necessárias. Assim, paragarantir efetivamente a ordem social, o direito se manifesta através de normas que possuem caráter imperativo. Tal caráter significa imposição 
de vontade e não simples aconselhamento. 
  
·   A coercibilidade - Quer dizer possibilidade de uso de coação. Essa possui dois elementos: psicológico e material. O primeiro exerce a intimidação, através das penalidades 
previstas para as hipóteses de violações das normas jurídicas. O elemento material é a força propriamente, que é acionada quando o destinatário da regra não a cumpre 
espontaneamente. As noções de coação e sanção não se confundem. Coação é uma reserva de força a serviço do Direito, enquanto a sanção é considerada, geralmente, 
medida punitiva para a hipótese de violação de normas. 
  
·   A atributividade (ou autorizamento) - Esse é, aliás, o elemento distintivo por excelência entre a norma jurídica e as demais normas de conduta: a aptidão para atribuir ao 
lesado a faculdade de exigir o seu cumprimento forçado. Então, a essência específica da norma jurídica é a atributividade (ou autorizamento), porque o que lhe compete 
é autorizar ou não o uso das faculdades humanas. 
Assim, a norma jurídica é atributiva por atribuir, às partes de uma relação jurídica, direitos e deveres recíprocos. Ou seja, atribui à outra parte o Direito de exigir o seu 
cumprimento. 
Esta característica da norma jurídica é contestada por autores de relevo, entre os quais o Prof. Goffredo Telles Jr., que assim se expressa a respeito : "A norma jurídica 
não atribui ao lesado a faculdade de reagir contra quem o lesou”.(TELLES,1980, p.371-3) 
Não tem a norma jurídica nenhuma possibilidade de fazer essa atribuição. Ela própria não possui nenhuma faculdade de reagir contra quem quer que seja. Reagir é agir. 
A norma não reage. Ela não tem faculdade de agir. Logo, não pode, a norma jurídica, atribuir o que não tem. Como poderia ela dar o que ela própria não possui? Não se 
diga, portanto, que a norma jurídica é atributiva. 
Consideramos erro sobre a natureza dessa norma defini-la: 
norma atributiva. A faculdade de reagir contra o violador da norma jurídica não é atribuída pela norma. Tal faculdade, o lesado a possui, exista ou não exista a norma 
jurídica. A faculdade de reagir é uma faculdade própria do ser humano, independentemente de quaisquer normas. O que compete à norma é autorizar ou não autorizar o 
uso desta faculdade. Não lhe compete nada mais que isto. A faculdade de reação, repetimos, pertence ao lesado. O que pertence à norma é somente o autorizamento, 
para o uso dessa faculdade. Em termos exatos: a norma é a expressão de tal autorizamento .( TELLES Jr., Goffredo. 6. ed.  O Direito Quântico.  São Paulo: Max 
Limonad,1985) 
Já Miguel Reale defende o que chamou de bilateralidade atributiva: “Existe bilateralidade atributiva” – escreve Reale – “quando duas ou mais pessoas estão numa relação 
segundo uma proporção objetiva que as autoriza a pretender ou a fazer garantidamente alguma coisa. Quando um fato social apresenta esse gênero de relação, dizemos 
que é jurídico”. (REALE, Miguel. Lições Preliminares de Direito.  23. ed. São Paulo: Saraiva, 1996, p. 51.) 
Segundo Reale, a diferença entre os fenômenos jurídicos e os não jurídicos – econômicos, psicológicos etc. – é que nestes a bilateralidade não é atributiva, isto é, a 
correspondência não está assegurada, não obedece a um padrão uniforme ou obrigatório. 
  
  
3.1 Características formais: escrita emanada do Poder Legislativo em processo de formação regular, promulgada e publicada. 
Lei em sentido formal e em sentido formal-material: em sentido formal, é a que atende apenas aos requisitos de forma (processo regular de formação), faltando -lhe 
caracteres de conteúdo, como a generalidade ou substância jurídica. 
Ex.: A aprovação, pela assembleia da Revolução Francesa, da lei que 
 declarava a existência de Deus e a imortalidade da alma. 
Em sentido formal-material, a lei deve preencher os requisitos de substância e de forma.  
  
Lei Substantiva - Reúne normas de conduta social que definem os direitos e deveres das pessoas em suas relações. 
Ex.: Direito Civil, Penal, Comercial etc.. 
  
Lei Adjetiva - Aglutina regras de procedimento no andamento de questões forenses. 
Ex.: Lei de Direto Processual Civil, Direito Processual Penal etc.. 
  
As Leis substantivas são, em regra, principais; enquanto que as adjetivas são de natureza instrumental. 
  
  
Os diversos critérios de classificação das normas jurídicas: 
  
Os autores variam na apresentação das formas de classificação das normas jurídicas; existe mesmo certa ambiguidade e vacilação na terminologia. Fato é que a 
classificação pode ser realizada de acordo com vários critérios. 
Com base na ideia acima exposta, apresentamos algumas classificações encontradas na doutrina nacional: 
  
a)    Normas codificadas são aquelas que constituem um corpo orgânico sobre certo ramo do direito, como o Código Civil 
  
b)   Normas consolidadas são as que formam uma reunião sistematizada de todas as leis existentes e relativas a uma matéria; a consolidação distingue-se da codificação, 
porque sua principal função é a de reunir as leis existentes e não a de criar leis novas, como num Código. Ex: CLT; 
  
c)   Normas extravagantes ou esparsas; na terminologia canônica, diziam extravagantes as constituições pontifícias, posteriores às Clementinas, incluídas no mesmo direito. 
Daí dizer-se hoje “extravagantes” todas as leis que não estão incorporadas às Codificações ou Consolidações: são as leis que vagam fora; são as editadas isoladamente 
para tratar de temas específicos. Ex: Lei de Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, Lei do Inquilinato etc.. 
  
Como já foi dito, no campo doutrinário da classificação das normas jurídicas, os autores não são unânimes. Cada um utiliza método e terminologia próprios. 
  
Critério da Destinação - normas de organização (normas de sobredireito) ou estrutura e normas de conduta (normas de direito). 
  
Normas de organização (norma de sobredireito) - normas instrumentais que visam à estrutura e funcionamento dos órgãos, ou à disciplina de processos técnicos de 
identificação e aplicação de normas, para assegurar uma convivência juridicamente ordenada  => Destinatário: o próprio Estado. 
  
Normas de conduta (norma de direito) - normas que disciplinam o comportamento dos indivíduos, as atividades dos grupos  e entidades sociais em geral => Destinatário: o 
corpo social (pessoas físicas, jurídicas ou autoridades que estiverem na situação nela prevista). Todavia, quando surge o eventual conflito levado ao Poder Judiciário, este 
passa a ser seu destinatário. 
  
Critério da Existência - norma explícita e norma implícita: 
  
A norma explícita é a norma tal qual está escrita nos códigos e nas leis. 
A norma implícita é aquela subentendida a partir da norma explícita. 
  
Só a existência deste direito implícito pode responder pela afirmativa de que o ordenamento jurídico não tem lacunas. Serve ele, portanto, não apenas à interpretação da lei, 
como, igualmente, à integração do Direito. Por seu intermédio é que o Direito positivo se completa, garantindo-se. (Arnaldo Vasconcelos ) 
  
  
Critério da extensão territorial - normas federais, estaduais e municipais: 
As normas jurídicas são classificadas desta forma em razão da esfera do Poder Público de que emanam, pois todo território de um Estado acha -se sob a proteção e garantia 
e um sistema de Direito. 
Assim, as normas jurídicas são federais, estaduais ou municipais, na medida em que sejam instituídas respectivamente pela União, pelos Estados-Membros e pelos 
Municípios. 
Para sabermos se existe hierarquia entre estas normas, faz-se necessário a distinção da competência legislativa da União, dos Estados-Membros e dos Municípios.  
Segundo Miguel Reale, 
não há, pois, uma hierarquia absoluta entre leis federias, estaduais e municipais, porquanto esse escalonamento somente prevalece quanto houver possibilidade de 
concorrência entre as diferentes esferas de ação.A rigor, as únicas normas jurídicas que primam no sistema do Direito brasileiro são as de Direito Constitucional. 
(REALE,1996) 
  
  
Critério do Conteúdo - direito público, direito privado e direito  social:  
A diferenciação entre essas normas já foi abordada quando falamos sobre as divisões do Direito. Contudo, é bom ressaltar que a teoria que prevalece atualmente para a 
distinção dessas normas é a teoria formalista da natureza da relação jurídica: 
  
Normas  de  Direito  Privado:  regulam  o  vínculo  entre   particulares  => Plano de igualdade => Relação jurídica de coordenação. 
Ex.: As normas que regulam os contratos. 
  
Normas de Direito Público: regulam a participação do poder público, quando investido de seu  imperium, impondo a sua vontade => Relação jurídica de subordinação. 
Ex.: As normas de Direito Administrativo. 
  
 Normas de Direito Misto  =>  Tutelam simultaneamente o interesse público ou social e o interesse privado. 
Ex.: Normas de Direito Família.  
  
Critério da Imperatividade - normas impositivas (cogentes) e dispositivas (permissivas) e proibitivas. 
  
Imperativas - ordenam, impõem. 
Ex.: Art. 876, Art. 1643 do CC. 
  
Normas impositivas   
 (ou cogentes)                                  
 Proibitivas - vedam, proíbem. 
Ex.: Art. 228, 1860 do CC. 
  
Interpretativas - esclarecem a vontade do indivíduo manifestada de forma duvidosa. 
Ex.: Art. 1899 do CC. 
  
Normas dispositivas 
(ou permissivas)                         
Integrativas - preenchem lacunas deixadas por ocasião da manifestação da vontade. 
Ex.: Art. 1640, 1904 do CC. 
  
  
Enquanto que as normas impositivas são taxativas, ora ordenando, ora proibindo, as normas dispositivas limitam -se a dispor, com grande parcela de liberdade. 
  
  
Critério da Sanção - normas perfeitas, mais que perfeitas, menos que perfeitas e imperfeitas 
  
Normas perfeitas - estabelecem a sanção na exata proporção do ato praticado. Invalidam quaisquer atos quando resultantes de transgressões a dispositivos legais. 
Ex.: Art. 1548 do CC. 
  
Normas mais que perfeitas - estabelecem sanções em proporções maiores do que os atos praticados mediante transgressão de normas jurídicas. A sanção é mais intensa do 
que a transgressão. 
Ex.: Art. 939 do CC. 
  
Normas menos que perfeitas - não invalidam o ato, mas impõem uma sanção ao agente transgressor. 
Ex.: Art. 1254  do CC. 
  
Normas imperfeitas - Representam um caso muito especial. Nem invalidam o ato nem estabelecem sanção ao transgressor. Tal procedimento se justifica por razões 
relevantes de natureza social e, sobretudo, ética. 
Ex.: Art. 1551 do CC. 
  
  
Critério da Natureza: normas substantivas e normas adjetivas 
  
Normas substantivas - reúnem normas de conduta social que definem os direitos e os deveres das pessoas em suas relações. 
Ex.: Direito Civil, Penal, Comercial etc.. 
  
Normas adjetivas - aglutinam regras de procedimento no andamento das questões forenses. 
Ex.: Lei de Direito Processual Civil, Direito Processual Penal etc.. 
  
As leis substantivas são, em regra, principais, enquanto que as adjetivas são de natureza instrumental. 
  
Validade das Normas Jurídicas. 
  
O professor pode iniciar este assunto fazendo a seguinte pergunta a seus alunos: 
O que é necessário para que uma coisa seja válida? Esta pergunta, em nosso entender, nos dá a chave para encontrarmos o conceito de validade.  
Um contrato, no qual uma das partes é incapaz, é válido? Não, porque lhe falta um dos elementos. Vemos assim que válido é aquilo que é feito com todos os seus elementos 
essenciais. Por elementos essenciais entendem-se aqueles requisitos que constituem a própria essência ou substância da coisa, sem os quais ela não existiria; é parte do 
todo. Para que o ato ou negócio sejam válidos, terão que estar revestidos de todos os seus elementos essenciais. Faltando um deles, o negócio é inválido, nulo, não 
alcançando os seus objetivos. 
Podemos dizer que a validade decorre, invariavelmente, de o ato haver sido executado com a satisfação de todas as exigências legais. Uma norma jurídica, para que seja 
obrigatória, não deve estar apenas estruturada logicamente segundo um juízo categórico ou hipotético, pois é indispensável que apresente certos requisitos de validade.  
  
Na lição de Miguel Reale, a validade de uma norma jurídica pode ser vista sob três aspectos: 
·   Técnico-formal = vigência;  
·   Social = eficácia; 
·   Ético = fundamento.  
  
Validade formal 
Vigência vem a ser “a executoriedade compulsória de uma norma jurídica, por haver preenchido os requisitos essenciais à sua feitura ou elaboração ” .(REALE,1986) 
  
Desta forma, a norma jurídica tem vigência quando pode ser executada compulsoriamente pelo fato de ter sido elaborada com observância aos requisitos essenciais 
exigidos: 
·   Emanada de órgão competente; 
·   Com obediência aos trâmites legais; 
·   E cuja matéria seja da competência do órgão elaborador. 
  
Validade Social ou Eficácia. 
Sob o prisma técnico-formal, uma norma jurídica pode ter validade e vigência, ainda que seu conteúdo não seja cumprido; mesmo descumprida, ela vale formalmente. 
Porém, o Direito autêntico é aquele que também é reconhecido e vivido pela sociedade, como algo que se incorpora ao seu comportamento. Assim, a regra do Direito deve 
ser não só formalmente válida, mas também socialmente eficaz. 
Eficácia vem a ser o reconhecimento e vivência do Direito pela sociedade, “é a regra jurídica enquanto monumento da conduta humana” (REALE,1986). Desta forma, quando 
as normas jurídicas são acatadas nas relações intersubjetivas e aplicadas pelas autoridades administrativas ou judiciárias, há eficácia. 
Como esclarece Maria Helena Diniz, “vigência não se confunde com eficácia; logo, nada obsta que uma norma seja vigente sem ser eficaz, ou que seja eficaz sem estar 
vigorando”. 
Pode ser que determinadas normas jurídicas, por estarem em choque com a tradição e valores da comunidade, não encontrem condições fáticas para atuar, não sejam 
adequadas à realidade. Todavia, o fato é que não existe norma sem o mínimo de eficácia, de execução ou aplicação na sociedade a que se destina. Daí a relevância da 
valoração do fato social, para que a norma seja eficaz. 
Sobre a matéria, temos ainda a contribuição de Paulo Nader, ao se referir às causas do desuso, dizendo que elas estão em certos defeitos das leis, e em função disso as 
classifica em: “anacrônicas”, isto é, as que envelheceram enquanto a vida evoluía, havendo uma defasagem entre as mudanças sociais e a lei;  “leis artificiais”, ou seja, fruto 
apenas do pensamento, mera criação teórica e abstrata, estão distanciadas da realidade que vão governar;  “leis injustas”, ou seja, aquelas que, traindo a mais significativa 
das missões do direito que a de espargir justiça, nega ao homem aquilo que lhe é devido; “leis defectivas”, que são as que, por não terem sido planejadas com suficiência, 
revelam-se na prática, sem condições de aplicabilidade, não fornecendo todos os recursos técnicos para a sua aplicação (por exemplo: quando prescreve uso de certa 
máquina pelo operário, mas que não existe no mercado). 
  
Validade Ética ou Fundamento. 
Toda a norma jurídica, além da validade formal (vigência) e validade social (eficácia), deve possuir ainda validade ética ou fundamento. O fundamento é, na verdade, o valor 
ou o fim visado pela norma jurídica. 
De fato, toda a norma jurídica deve ser sempre uma tentativa de realização de valores necessários ao homem e à sociedade. Se ela visa atingir um valor ou afastar um 
desvalor, ela é um meio de realização desse fim valioso, encontrando nele a sua razão de ser ou o seu fundamento. As regras que protegem, por exemplo, as liberdades são 
consideradas como tendo fundamento, porque buscam um valor considerado essencial ao ser humano. 
Realmente, é o valor que legitima uma norma jurídica, que lhe dá uma legitimidade; daí a distinção entre legal (que possui validade formal) e legítimo (que possui validade 
ética).Podemos dizer que o valor é que dá a razão última da obrigatoriedade da norma. Ela obriga porque contém preceito capaz de realizar o valor; em última análise, esta é a 
fonte primordial da obrigatoriedade de uma regra de direito (imperatividade em termos axiológicos). Ter-se  que é a coerção ou a coação que asseguram a obrigatoriedade 
do Direito é atitude que resulta no amesquinhamento da natureza humana. Nem a coação-ato, nem a coerção-potência podem substituir satisfatoriamente o sentimento 
jurídico; só o entendimento do Direito sob o prisma de valor dignifica a condição do ser humano. 
Aplicação Prática Teórica 
Os conhecimentos apreendidos serão de fundamental importância para a reflexão teórica envolvendo a compreensão necessária de que o direito, para ser entendido e estudado 
enquanto fenômeno cultural e humano, precisa ser tomado enquanto sistema disciplinador de relações de poder, a partir da metodologia utilizada em sala com a aplicação dos 
casos concretos, a saber: Caso Concreto 1  Critério da Imperatividade - normas impositivas (cogentes) e dispositivas (permissivas)  Em tempos de eleições municipais marcadas 
pela ameaça da violência do crime organizado e das milícias, um assunto tem sido bastante comentado na mídia nacional: a intervenção federal nos Estados. Aliás, este assunto 
tem sido frequentemente citado nestes últimos anos, uma vez que escândalos e falcatruas vêm sendo constantemente desvendados, políticos perdendo seus mandatos e, pouco a 
pouco, a credibilidade na classe política sendo colocada em xeque.  No entanto, nossa Constituição Federal dispõe de dispositivos protetivos que podem ser aplicados em casos 
extremos, como o art. 34, que assim dispõe: Art. 34 - A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: I. Manter a integridade nacional; II. Repelir invasão 
estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra; III. Pôr termo a grave comprometimento da ordem pública; IV. Garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades 
da Federação; (...) A partir da leitura do trecho acima, responda: A) Ao impor uma conduta a ser observada pela União em relação aos Estados e ao Distrito Federal, levando em conta 
o critério da imperatividade, como se pode classificar o art. 34 da CF/88? Fundamente. B) É correto afirmar que, no que diz respeito ao critério da imperatividade, o caput do art. 37 da 
Constituição Federal de 1988 se equipara ao art. 34 acima citado? Questão Objetiva Em sua teoria da norma jurídica, Noberto Bobbio distingue as sanções jurídicas das sanções 
morais e sociais. Segundo esta distinção, a sanção jurídica, diferentemente da sanção moral, é sempre uma resposta de grupo e, diferentemente da sanção social, a sanção jurídica 
é regulada em geral com as mesmas formas e através das mesmas fontes de produção das regras primárias. Para o autor, tal distinção oferece um critério para distinguir, por sua 
vez, as normas jurídicas das normas morais e das normas sociais. Considerando -se este critério, pode-se afirmar que são normas jurídicas as normas cuja execução é garantida 
por uma sanção a) interna e não-institucionalizada. b) interna e institucionalizada.  c) externa e não-institucionalizada. d) interna e informal. e) externa e institucionalizada. 
Plano de Aula: Introdução ao Estudo do Direito 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
Estácio de Sá Página 2 / 4
Título 
Introdução ao Estudo do Direito 
Número de Aulas por Semana 
 
Número de Semana de Aula 
7 
Tema 
A Norma Jurídica 
Objetivos 
·   Compreender o conceito de norma jurídica e sua estruturação; 
·   Compreender os diversos critérios de classificação das normas jurídicas; 
·   Estabelecer a distinção entre os diversos critérios de classificação das normas jurídicas; 
·   Identificar os planos de validade da norma (formal, social e ético). 
Estrutura do Conteúdo 
1. A norma jurídica 
1.1. Conceito; 
1.2. Estrutura lógica e características da norma jurídica;  
1.3. Principais características:  
a)    Abstração;  
b)   Generalidade ou universalidade; 
c)   Imperatividade; 
d)   Heteronomia;   
e)    Alteridade; 
f)    Coercibilidade; 
g)   Bilateralidade; 
h)   Atributividade. 
  
1.4 Classificação da norma quanto:  
a)    À extensão territorial;  
b)   Às formas de produção;  
c)   À sua violação (à sanção);  
d)   Ao conteúdo;  
e)    À  imperatividade. 
  
1.5 Planos de validade da norma jurídica: 
a)    Formal, 
b)   Social, 
c)   Ético. 
  
Referências bibliográficas: 
  
NADER, Paulo. Introdução ao estudo do direito .30. ed. rev. e ampl. Rio de Janeiro:Forense,   2008. ISBN 9788530926373 
  
Nome do capítulo: Capítulo IX –  Norma jurídica 
N. de páginas do capítulo: 13  
Este conteúdo deverá ser trabalhado ao longo das duas aulas da semana, cabendo ao professor a dosagem do conteúdo, de acordo com as condições objetivas e subjetivas 
de cada turma. 
  
Abaixo seguem alguns conceitos e exemplos de como se pode apresentar o conteúdo em sala de aula, como mera sugestão ao professor: 
  
A Norma Jurídica. 
A norma jurídica é um comando , um imperativo dirigido às ações dos indivíduos – e das pessoas jurídicas e demais entes . É uma regra de conduta social; sua finalidade é 
regular as atividades dos sujeitos em suas relações sociais. A norma jurídica imputa certa ação ou comportamento a alguém, que é seu destinatário. 
Ao se dirigir ao destinatário, a norma jurídica proíbe e obriga, onde aquele que deve cumprir estará diante de uma proibição (“ É proibido fumar neste estabelecimento ”) ou 
de uma obrigação (“ É obrigatório o uso de crachá de identificação para a entrada neste setor ”) . 
  Segundo o Direito Positivo, a norma jurídica é o padrão de conduta social imposto pelo Estado, para que seja possível a convivência entre os homens. Paulo Nader 
conceitua como sendo a conduta exigida ou o modelo imposto de organização social. Segundo Orlando Secco, trata-se das regras imperativas pelas quais o Direito se 
manifesta, e que estabelecem as maneiras de agir ou de organizar, impostas coercitivamente aos indivíduos, destinando -se ao estabelecimento da harmonia, ordem e da 
segurança da sociedade. 
A palavra norma ou regras jurídicas são sinônimas, apesar de alguns autores utilizarem a denominação regra para o setor da técnica e outros, para o mundo natural. Existe 
distinção entre norma jurídica e lei. Esta é apenas uma das formas de expressão das normas, que se manifestam também pelo direito costumeiro e, em alguns países, pela 
jurisprudência. 
Considerando-se, todavia, as categorias mais gerais das normas jurídicas, verificam-se que estas apresentam alguns caracteres que, na opinião dominante dos 
doutrinadores, são: bilateralidade, generalidade, abstratividade, imperatividade, coercibilidade e heteronomia. 
  
Estrutura 
  
Segundo Kant, existem dois tipos de comandos: 
  
Imperativo categórico – É mais comum na religião, na moral e nos costumes, embora existam normas jurídicas com este tipo de comando “deve ser A”, tem caráter 
taxativo. É constituído por um único elemento (ou enunciado, dispositivo ou consequência) Ex. art. 10, I, II e III do NCC. 
  
Subdividindo-se em: 
·   Sentido positivo – determinando-se que se faça alguma coisa. Ex. “silêncio”, “respeite a fila” “mão única”. 
·   Sentido negativo – determinando-se que determinada coisa não pode ser feita. Ex. “é proibido fumar”, “é proibido falar com o motorista”. 
  
Imperativo hipotético – O enunciado fica na dependência de ocorrer a hipótese ou fato. A maioria das normas jurídicas são deste tipo, representando o comando  “se for B, 
então deve ser A”, onde  “se for B” é a hipótese, suposto ou fato, e “deve ser A” é o enunciado, dispositivo ou consequência. Ex. Art. 1.275 NCC. 
  
 “Além das causas consideradas neste Código, perde-se a propriedade: I....; II.....; III-  pelo abandono” – Se for abandonada a coisa (B), deve ser perdida a propriedade da 
mesma (A). Porque somente é aplicável na ocorrência da hipótese estipulada, qualseja, o abandono da coisa. 
Art. 1.521,I  NCC: 
 “Não podem casar: I –  os ascendentes com os descendentes, seja o parentesco natural ou civil;” – é uma ordem hipotética proibitiva ou imperativo hipotético em sentido 
negativo. 
  
  
Características substanciais da norma jurídica 
·   Generalidade. Temos que a norma jurídica é preceito de ordem geral, que obriga a todos que se acham em igual situação jurídica. Da generalidade da norma, deduzimos 
o princípio da isonomia da lei, segundo o qual todos são iguais perante a lei. 
  
·   Abstratividade. As normas jurídicas visam estabelecer uma fórmula padrão de conduta, aplicável a qualquer membro da sociedade. Regulam casos como ocorrem, via de 
regra, no seu denominador comum. Se abandonassem a abstratividade para regular os fatos em sua casuística, os códigos seriam muito mais extensos e o legislador não 
lograria seu objetivo, já que a vida em sociedade é mais rica que a imaginação do homem. 
  
·   Pela bilateralidade, temos que o direito existe sempre vinculando duas ou mais pessoas, conferindo poder a uma parte e impondo dever à outra. Bilateralidade expressa 
o fato de a norma possuir dois lados: um representado pelo direito subjetivo e o outro pelo dever jurídico, de tal modo que um não pode existir sem o outro, pois regula a 
conduta de um ou mais sujeitos em relação à conduta de outro(s) sujeito(s)(relação de  alteridade). 
Sujeito ativo (portador do Direito Subjetivo). 
Sujeito passivo (possuidor do dever jurídico). 
  
·   A imperatividade revela a missão de disciplinar as maneiras de agir em sociedade, pois o direito deve representar o mínimo de exigências, de determinações 
necessárias. Assim, para garantir efetivamente a ordem social, o direito se manifesta através de normas que possuem caráter imperativo. Tal caráter significa imposição 
de vontade e não simples aconselhamento. 
  
·   A coercibilidade - Quer dizer possibilidade de uso de coação. Essa possui dois elementos: psicológico e material. O primeiro exerce a intimidação, através das penalidades 
previstas para as hipóteses de violações das normas jurídicas. O elemento material é a força propriamente, que é acionada quando o destinatário da regra não a cumpre 
espontaneamente. As noções de coação e sanção não se confundem. Coação é uma reserva de força a serviço do Direito, enquanto a sanção é considerada, geralmente, 
medida punitiva para a hipótese de violação de normas. 
  
·   A atributividade (ou autorizamento) - Esse é, aliás, o elemento distintivo por excelência entre a norma jurídica e as demais normas de conduta: a aptidão para atribuir ao 
lesado a faculdade de exigir o seu cumprimento forçado. Então, a essência específica da norma jurídica é a atributividade (ou autorizamento), porque o que lhe compete 
é autorizar ou não o uso das faculdades humanas. 
Assim, a norma jurídica é atributiva por atribuir, às partes de uma relação jurídica, direitos e deveres recíprocos. Ou seja, atribui à outra parte o Direito de exigir o seu 
cumprimento. 
Esta característica da norma jurídica é contestada por autores de relevo, entre os quais o Prof. Goffredo Telles Jr., que assim se expressa a respeito : "A norma jurídica 
não atribui ao lesado a faculdade de reagir contra quem o lesou”.(TELLES,1980, p.371-3) 
Não tem a norma jurídica nenhuma possibilidade de fazer essa atribuição. Ela própria não possui nenhuma faculdade de reagir contra quem quer que seja. Reagir é agir. 
A norma não reage. Ela não tem faculdade de agir. Logo, não pode, a norma jurídica, atribuir o que não tem. Como poderia ela dar o que ela própria não possui? Não se 
diga, portanto, que a norma jurídica é atributiva. 
Consideramos erro sobre a natureza dessa norma defini-la: 
norma atributiva. A faculdade de reagir contra o violador da norma jurídica não é atribuída pela norma. Tal faculdade, o lesado a possui, exista ou não exista a norma 
jurídica. A faculdade de reagir é uma faculdade própria do ser humano, independentemente de quaisquer normas. O que compete à norma é autorizar ou não autorizar o 
uso desta faculdade. Não lhe compete nada mais que isto. A faculdade de reação, repetimos, pertence ao lesado. O que pertence à norma é somente o autorizamento, 
para o uso dessa faculdade. Em termos exatos: a norma é a expressão de tal autorizamento .( TELLES Jr., Goffredo. 6. ed.  O Direito Quântico.  São Paulo: Max 
Limonad,1985) 
Já Miguel Reale defende o que chamou de bilateralidade atributiva: “Existe bilateralidade atributiva” – escreve Reale – “quando duas ou mais pessoas estão numa relação 
segundo uma proporção objetiva que as autoriza a pretender ou a fazer garantidamente alguma coisa. Quando um fato social apresenta esse gênero de relação, dizemos 
que é jurídico”. (REALE, Miguel. Lições Preliminares de Direito.  23. ed. São Paulo: Saraiva, 1996, p. 51.) 
Segundo Reale, a diferença entre os fenômenos jurídicos e os não jurídicos – econômicos, psicológicos etc. – é que nestes a bilateralidade não é atributiva, isto é, a 
correspondência não está assegurada, não obedece a um padrão uniforme ou obrigatório. 
  
  
3.1 Características formais: escrita emanada do Poder Legislativo em processo de formação regular, promulgada e publicada. 
Lei em sentido formal e em sentido formal-material: em sentido formal, é a que atende apenas aos requisitos de forma (processo regular de formação), faltando -lhe 
caracteres de conteúdo, como a generalidade ou substância jurídica. 
Ex.: A aprovação, pela assembleia da Revolução Francesa, da lei que 
 declarava a existência de Deus e a imortalidade da alma. 
Em sentido formal-material, a lei deve preencher os requisitos de substância e de forma.  
  
Lei Substantiva - Reúne normas de conduta social que definem os direitos e deveres das pessoas em suas relações. 
Ex.: Direito Civil, Penal, Comercial etc.. 
  
Lei Adjetiva - Aglutina regras de procedimento no andamento de questões forenses. 
Ex.: Lei de Direto Processual Civil, Direito Processual Penal etc.. 
  
As Leis substantivas são, em regra, principais; enquanto que as adjetivas são de natureza instrumental. 
  
  
Os diversos critérios de classificação das normas jurídicas: 
  
Os autores variam na apresentação das formas de classificação das normas jurídicas; existe mesmo certa ambiguidade e vacilação na terminologia. Fato é que a 
classificação pode ser realizada de acordo com vários critérios. 
Com base na ideia acima exposta, apresentamos algumas classificações encontradas na doutrina nacional: 
  
a)    Normas codificadas são aquelas que constituem um corpo orgânico sobre certo ramo do direito, como o Código Civil 
  
b)   Normas consolidadas são as que formam uma reunião sistematizada de todas as leis existentes e relativas a uma matéria; a consolidação distingue-se da codificação, 
porque sua principal função é a de reunir as leis existentes e não a de criar leis novas, como num Código. Ex: CLT; 
  
c)   Normas extravagantes ou esparsas; na terminologia canônica, diziam extravagantes as constituições pontifícias, posteriores às Clementinas, incluídas no mesmo direito. 
Daí dizer-se hoje “extravagantes” todas as leis que não estão incorporadas às Codificações ou Consolidações: são as leis que vagam fora; são as editadas isoladamente 
para tratar de temas específicos. Ex: Lei de Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, Lei do Inquilinato etc.. 
  
Como já foi dito, no campo doutrinário da classificação das normas jurídicas, os autores não são unânimes. Cada um utiliza método e terminologia próprios. 
  
Critério da Destinação - normas de organização (normas de sobredireito) ou estrutura e normas de conduta (normas de direito). 
  
Normas de organização (norma de sobredireito) - normas instrumentais que visam à estrutura e funcionamento dos órgãos, ou à disciplina de processos técnicos de 
identificação e aplicação de normas, para assegurar uma convivência juridicamente ordenada  => Destinatário: o próprio Estado. 
  
Normas de conduta (norma de direito) - normas que disciplinamo comportamento dos indivíduos, as atividades dos grupos  e entidades sociais em geral => Destinatário: o 
corpo social (pessoas físicas, jurídicas ou autoridades que estiverem na situação nela prevista). Todavia, quando surge o eventual conflito levado ao Poder Judiciário, este 
passa a ser seu destinatário. 
  
Critério da Existência - norma explícita e norma implícita: 
  
A norma explícita é a norma tal qual está escrita nos códigos e nas leis. 
A norma implícita é aquela subentendida a partir da norma explícita. 
  
Só a existência deste direito implícito pode responder pela afirmativa de que o ordenamento jurídico não tem lacunas. Serve ele, portanto, não apenas à interpretação da lei, 
como, igualmente, à integração do Direito. Por seu intermédio é que o Direito positivo se completa, garantindo-se. (Arnaldo Vasconcelos ) 
  
  
Critério da extensão territorial - normas federais, estaduais e municipais: 
As normas jurídicas são classificadas desta forma em razão da esfera do Poder Público de que emanam, pois todo território de um Estado acha -se sob a proteção e garantia 
e um sistema de Direito. 
Assim, as normas jurídicas são federais, estaduais ou municipais, na medida em que sejam instituídas respectivamente pela União, pelos Estados-Membros e pelos 
Municípios. 
Para sabermos se existe hierarquia entre estas normas, faz-se necessário a distinção da competência legislativa da União, dos Estados-Membros e dos Municípios.  
Segundo Miguel Reale, 
não há, pois, uma hierarquia absoluta entre leis federias, estaduais e municipais, porquanto esse escalonamento somente prevalece quanto houver possibilidade de 
concorrência entre as diferentes esferas de ação. A rigor, as únicas normas jurídicas que primam no sistema do Direito brasileiro são as de Direito Constitucional. 
(REALE,1996) 
  
  
Critério do Conteúdo - direito público, direito privado e direito  social:  
A diferenciação entre essas normas já foi abordada quando falamos sobre as divisões do Direito. Contudo, é bom ressaltar que a teoria que prevalece atualmente para a 
distinção dessas normas é a teoria formalista da natureza da relação jurídica: 
  
Normas  de  Direito  Privado:  regulam  o  vínculo  entre   particulares  => Plano de igualdade => Relação jurídica de coordenação. 
Ex.: As normas que regulam os contratos. 
  
Normas de Direito Público: regulam a participação do poder público, quando investido de seu  imperium, impondo a sua vontade => Relação jurídica de subordinação. 
Ex.: As normas de Direito Administrativo. 
  
 Normas de Direito Misto  =>  Tutelam simultaneamente o interesse público ou social e o interesse privado. 
Ex.: Normas de Direito Família.  
  
Critério da Imperatividade - normas impositivas (cogentes) e dispositivas (permissivas) e proibitivas. 
  
Imperativas - ordenam, impõem. 
Ex.: Art. 876, Art. 1643 do CC. 
  
Normas impositivas   
 (ou cogentes)                                  
 Proibitivas - vedam, proíbem. 
Ex.: Art. 228, 1860 do CC. 
  
Interpretativas - esclarecem a vontade do indivíduo manifestada de forma duvidosa. 
Ex.: Art. 1899 do CC. 
  
Normas dispositivas 
(ou permissivas)                         
Integrativas - preenchem lacunas deixadas por ocasião da manifestação da vontade. 
Ex.: Art. 1640, 1904 do CC. 
  
  
Enquanto que as normas impositivas são taxativas, ora ordenando, ora proibindo, as normas dispositivas limitam -se a dispor, com grande parcela de liberdade. 
  
  
Critério da Sanção - normas perfeitas, mais que perfeitas, menos que perfeitas e imperfeitas 
  
Normas perfeitas - estabelecem a sanção na exata proporção do ato praticado. Invalidam quaisquer atos quando resultantes de transgressões a dispositivos legais. 
Ex.: Art. 1548 do CC. 
  
Normas mais que perfeitas - estabelecem sanções em proporções maiores do que os atos praticados mediante transgressão de normas jurídicas. A sanção é mais intensa do 
que a transgressão. 
Ex.: Art. 939 do CC. 
  
Normas menos que perfeitas - não invalidam o ato, mas impõem uma sanção ao agente transgressor. 
Ex.: Art. 1254  do CC. 
  
Normas imperfeitas - Representam um caso muito especial. Nem invalidam o ato nem estabelecem sanção ao transgressor. Tal procedimento se justifica por razões 
relevantes de natureza social e, sobretudo, ética. 
Ex.: Art. 1551 do CC. 
  
  
Critério da Natureza: normas substantivas e normas adjetivas 
  
Normas substantivas - reúnem normas de conduta social que definem os direitos e os deveres das pessoas em suas relações. 
Ex.: Direito Civil, Penal, Comercial etc.. 
  
Normas adjetivas - aglutinam regras de procedimento no andamento das questões forenses. 
Ex.: Lei de Direito Processual Civil, Direito Processual Penal etc.. 
  
As leis substantivas são, em regra, principais, enquanto que as adjetivas são de natureza instrumental. 
  
Validade das Normas Jurídicas. 
  
O professor pode iniciar este assunto fazendo a seguinte pergunta a seus alunos: 
O que é necessário para que uma coisa seja válida? Esta pergunta, em nosso entender, nos dá a chave para encontrarmos o conceito de validade.  
Um contrato, no qual uma das partes é incapaz, é válido? Não, porque lhe falta um dos elementos. Vemos assim que válido é aquilo que é feito com todos os seus elementos 
essenciais. Por elementos essenciais entendem-se aqueles requisitos que constituem a própria essência ou substância da coisa, sem os quais ela não existiria; é parte do 
todo. Para que o ato ou negócio sejam válidos, terão que estar revestidos de todos os seus elementos essenciais. Faltando um deles, o negócio é inválido, nulo, não 
alcançando os seus objetivos. 
Podemos dizer que a validade decorre, invariavelmente, de o ato haver sido executado com a satisfação de todas as exigências legais. Uma norma jurídica, para que seja 
obrigatória, não deve estar apenas estruturada logicamente segundo um juízo categórico ou hipotético, pois é indispensável que apresente certos requisitos de validade.  
  
Na lição de Miguel Reale, a validade de uma norma jurídica pode ser vista sob três aspectos: 
·   Técnico-formal = vigência;  
·   Social = eficácia; 
·   Ético = fundamento.  
  
Validade formal 
Vigência vem a ser “a executoriedade compulsória de uma norma jurídica, por haver preenchido os requisitos essenciais à sua feitura ou elaboração ” .(REALE,1986) 
  
Desta forma, a norma jurídica tem vigência quando pode ser executada compulsoriamente pelo fato de ter sido elaborada com observância aos requisitos essenciais 
exigidos: 
·   Emanada de órgão competente; 
·   Com obediência aos trâmites legais; 
·   E cuja matéria seja da competência do órgão elaborador. 
  
Validade Social ou Eficácia. 
Sob o prisma técnico-formal, uma norma jurídica pode ter validade e vigência, ainda que seu conteúdo não seja cumprido; mesmo descumprida, ela vale formalmente. 
Porém, o Direito autêntico é aquele que também é reconhecido e vivido pela sociedade, como algo que se incorpora ao seu comportamento. Assim, a regra do Direito deve 
ser não só formalmente válida, mas também socialmente eficaz. 
Eficácia vem a ser o reconhecimento e vivência do Direito pela sociedade, “é a regra jurídica enquanto monumento da conduta humana” (REALE,1986). Desta forma, quando 
as normas jurídicas são acatadas nas relações intersubjetivas e aplicadas pelas autoridades administrativas ou judiciárias, há eficácia. 
Como esclarece Maria Helena Diniz, “vigência não se confunde com eficácia; logo, nada obsta que uma norma seja vigente sem ser eficaz, ou que seja eficaz sem estar 
vigorando”. 
Pode ser que determinadas normas jurídicas, por estarem em choque com a tradição e valores da comunidade, não encontrem condições fáticas para atuar, não sejam 
adequadas à realidade. Todavia, o fato é que não existe norma sem o mínimo de eficácia, de execução ou aplicação na sociedade a que se destina. Daí a relevância da 
valoração do fato social, para que a norma seja eficaz. 
Sobre a matéria, temos ainda a contribuição de Paulo Nader, ao se referiràs causas do desuso, dizendo que elas estão em certos defeitos das leis, e em função disso as 
classifica em: “anacrônicas”, isto é, as que envelheceram enquanto a vida evoluía, havendo uma defasagem entre as mudanças sociais e a lei;  “leis artificiais”, ou seja, fruto 
apenas do pensamento, mera criação teórica e abstrata, estão distanciadas da realidade que vão governar;  “leis injustas”, ou seja, aquelas que, traindo a mais significativa 
das missões do direito que a de espargir justiça, nega ao homem aquilo que lhe é devido; “leis defectivas”, que são as que, por não terem sido planejadas com suficiência, 
revelam-se na prática, sem condições de aplicabilidade, não fornecendo todos os recursos técnicos para a sua aplicação (por exemplo: quando prescreve uso de certa 
máquina pelo operário, mas que não existe no mercado). 
  
Validade Ética ou Fundamento. 
Toda a norma jurídica, além da validade formal (vigência) e validade social (eficácia), deve possuir ainda validade ética ou fundamento. O fundamento é, na verdade, o valor 
ou o fim visado pela norma jurídica. 
De fato, toda a norma jurídica deve ser sempre uma tentativa de realização de valores necessários ao homem e à sociedade. Se ela visa atingir um valor ou afastar um 
desvalor, ela é um meio de realização desse fim valioso, encontrando nele a sua razão de ser ou o seu fundamento. As regras que protegem, por exemplo, as liberdades são 
consideradas como tendo fundamento, porque buscam um valor considerado essencial ao ser humano. 
Realmente, é o valor que legitima uma norma jurídica, que lhe dá uma legitimidade; daí a distinção entre legal (que possui validade formal) e legítimo (que possui validade 
ética). 
Podemos dizer que o valor é que dá a razão última da obrigatoriedade da norma. Ela obriga porque contém preceito capaz de realizar o valor; em última análise, esta é a 
fonte primordial da obrigatoriedade de uma regra de direito (imperatividade em termos axiológicos). Ter-se  que é a coerção ou a coação que asseguram a obrigatoriedade 
do Direito é atitude que resulta no amesquinhamento da natureza humana. Nem a coação-ato, nem a coerção-potência podem substituir satisfatoriamente o sentimento 
jurídico; só o entendimento do Direito sob o prisma de valor dignifica a condição do ser humano. 
Aplicação Prática Teórica 
Os conhecimentos apreendidos serão de fundamental importância para a reflexão teórica envolvendo a compreensão necessária de que o direito, para ser entendido e estudado 
enquanto fenômeno cultural e humano, precisa ser tomado enquanto sistema disciplinador de relações de poder, a partir da metodologia utilizada em sala com a aplicação dos 
casos concretos, a saber: Caso Concreto 1  Critério da Imperatividade - normas impositivas (cogentes) e dispositivas (permissivas)  Em tempos de eleições municipais marcadas 
pela ameaça da violência do crime organizado e das milícias, um assunto tem sido bastante comentado na mídia nacional: a intervenção federal nos Estados. Aliás, este assunto 
tem sido frequentemente citado nestes últimos anos, uma vez que escândalos e falcatruas vêm sendo constantemente desvendados, políticos perdendo seus mandatos e, pouco a 
pouco, a credibilidade na classe política sendo colocada em xeque.  No entanto, nossa Constituição Federal dispõe de dispositivos protetivos que podem ser aplicados em casos 
extremos, como o art. 34, que assim dispõe: Art. 34 - A União não intervirá nos Estados nem no Distrito Federal, exceto para: I. Manter a integridade nacional; II. Repelir invasão 
estrangeira ou de uma unidade da Federação em outra; III. Pôr termo a grave comprometimento da ordem pública; IV. Garantir o livre exercício de qualquer dos Poderes nas unidades 
da Federação; (...) A partir da leitura do trecho acima, responda: A) Ao impor uma conduta a ser observada pela União em relação aos Estados e ao Distrito Federal, levando em conta 
o critério da imperatividade, como se pode classificar o art. 34 da CF/88? Fundamente. B) É correto afirmar que, no que diz respeito ao critério da imperatividade, o caput do art. 37 da 
Constituição Federal de 1988 se equipara ao art. 34 acima citado? Questão Objetiva Em sua teoria da norma jurídica, Noberto Bobbio distingue as sanções jurídicas das sanções 
morais e sociais. Segundo esta distinção, a sanção jurídica, diferentemente da sanção moral, é sempre uma resposta de grupo e, diferentemente da sanção social, a sanção jurídica 
é regulada em geral com as mesmas formas e através das mesmas fontes de produção das regras primárias. Para o autor, tal distinção oferece um critério para distinguir, por sua 
vez, as normas jurídicas das normas morais e das normas sociais. Considerando -se este critério, pode-se afirmar que são normas jurídicas as normas cuja execução é garantida 
por uma sanção a) interna e não-institucionalizada. b) interna e institucionalizada.  c) externa e não-institucionalizada. d) interna e informal. e) externa e institucionalizada. 
Plano de Aula: Introdução ao Estudo do Direito 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
Estácio de Sá Página 3 / 4
Título 
Introdução ao Estudo do Direito 
Número de Aulas por Semana 
 
Número de Semana de Aula 
7 
Tema 
A Norma Jurídica 
Objetivos 
·   Compreender o conceito de norma jurídica e sua estruturação; 
·   Compreender os diversos critérios de classificação das normas jurídicas; 
·   Estabelecer a distinção entre os diversos critérios de classificação das normas jurídicas; 
·   Identificar os planos de validade da norma (formal, social e ético). 
Estrutura do Conteúdo 
1. A norma jurídica 
1.1. Conceito; 
1.2. Estrutura lógica e características da norma jurídica;  
1.3. Principais características:  
a)    Abstração;  
b)   Generalidade ou universalidade; 
c)   Imperatividade; 
d)   Heteronomia;   
e)    Alteridade; 
f)    Coercibilidade; 
g)   Bilateralidade; 
h)   Atributividade. 
  
1.4 Classificação da norma quanto:  
a)    À extensão territorial;  
b)   Às formas de produção;  
c)   À sua violação (à sanção);  
d)   Ao conteúdo;  
e)    À  imperatividade. 
  
1.5 Planos de validade da norma jurídica: 
a)    Formal, 
b)   Social, 
c)   Ético. 
  
Referências bibliográficas: 
  
NADER, Paulo. Introdução ao estudo do direito .30. ed. rev. e ampl. Rio de Janeiro:Forense,   2008. ISBN 9788530926373 
  
Nome do capítulo: Capítulo IX –  Norma jurídica 
N. de páginas do capítulo: 13  
Este conteúdo deverá ser trabalhado ao longo das duas aulas da semana, cabendo ao professor a dosagem do conteúdo, de acordo com as condições objetivas e subjetivas 
de cada turma. 
  
Abaixo seguem alguns conceitos e exemplos de como se pode apresentar o conteúdo em sala de aula, como mera sugestão ao professor: 
  
A Norma Jurídica. 
A norma jurídica é um comando , um imperativo dirigido às ações dos indivíduos – e das pessoas jurídicas e demais entes . É uma regra de conduta social; sua finalidade é 
regular as atividades dos sujeitos em suas relações sociais. A norma jurídica imputa certa ação ou comportamento a alguém, que é seu destinatário. 
Ao se dirigir ao destinatário, a norma jurídica proíbe e obriga, onde aquele que deve cumprir estará diante de uma proibição (“ É proibido fumar neste estabelecimento ”) ou 
de uma obrigação (“ É obrigatório o uso de crachá de identificação para a entrada neste setor ”) . 
  Segundo o Direito Positivo, a norma jurídica é o padrão de conduta social imposto pelo Estado, para que seja possível a convivência entre os homens. Paulo Nader 
conceitua como sendo a conduta exigida ou o modelo imposto de organização social. Segundo Orlando Secco, trata-se das regras imperativas pelas quais o Direito se 
manifesta, e que estabelecem as maneiras de agir ou de organizar, impostas coercitivamente aos indivíduos, destinando -se ao estabelecimento da harmonia, ordem e da 
segurança da sociedade. 
A palavra norma ou regras jurídicas são sinônimas, apesar de alguns autores utilizarem a denominação regra para o setor da técnica e outros,

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