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FARMACOLOGIA P5 | Isador� Silvestr� .Sistem� Respiratóri� . ANAFILAXIA _______________________ É uma reação alérgica ou de hipersensibilidade grave, sistêmica e generalizada que pode ser fatal ➔ Pode cursar com hipotensão grave ou comprometimento das vias aéreas **É uma reação em casacata causada pela liberação de mediadores de mastócitos e basófilos de uma forma dependente de IgE ➔ Reações mediadas pela IgE, após exposição a um antígeno em indivíduos previamente sensibilizados Choque Anafilático Reação anafilática em que ocorre uma insuficiente entrega de oxigênio para os tecidos, resultando em colapso cardiovascular e fluxo sanguíneo insuficiente Fisiopatologia O mecanismo básico subjacente às reações alérgicas é a degranulação de mastócitos e liberação de mediadores por basófilos ↱ Reação dependente de IgE → hipersensibilidade tipo I Reação ↳ Reação independente de IgE (anafilactóide) Reação dependente de IgE O alérgeno se liga ao segmento Fab da IgE → este ativa e libera proteinoquinases presentes em basófilos e mastócitos → leva à liberação de mediadores pré formados estocados nos grânulos citoplasmáticos daquelas células, que incluem histamina e triptase, entre outros mediadores **A histamina liga-se aos receptores H1 e H2 ➔ Os receptores H2 têm efeitos vasodilatadores e de aumento da permeabilidade capilar ➔ Os receptores H1 por sua vez, têm efeitos vasoconstritores e broncoconstritores FARMACOLOGIA P5 | Isador� Silvestr� **A triptase tem muitos efeitos, como ativação da via do complemento e da cascata de coagulação, quimiotaxia e produção de mediadores pró-inflamatórios, resultando em manifestações clínicas como edema e distúrbios hemorrágicos **Os leucotrienos, prostaglandinas e PAF induzem broncoconstrição, vasodilatação, permeabilidade capilar e regulação da resposta inflamatória **Outros elementos envolvidos incluem o óxido nítrico e a cascata de coagulação Reação independente de IgE É ativado por IgG ou por complemento ➔ O mecanismo é pouco entendido e pode ser causado por atividade física, álcool e anafilaxia associada ao uso de opioides, entre outras causas FARMACOLOGIA P5 | Isador� Silvestr� Sintomas As manifestações têm um tempo de início variável ➔ O tempo entre o contato alérgeno e a morte pode variar de 5 minutos após injeção de droga ➔ 10-15 minutos após picada de inseto ➔ 35 minutos em anafilaxia secundária a alimentos A maioria dos pacientes que desenvolvem manifestações graves apresenta essas manifestações em até 60 minutos da exposição, com mais da metade das mortes por anafilaxia ocorrendo com 60 minutos da exposição. A rapidez com que os sintomas ocorrem se associam com sua gravidade e, em alguns casos, as manifestações só aparecem após um intervalo de horas desde a exposição. ➔ É a característica de instalação hiperaguda, dentro de minutos ou no máximo em poucas horas de uma reação grave e sistêmica que geralmente se inicia com reações cutâneas (apesar de não obrigatórias) Sinais e sintomas de piora ➔ Uso da musculatura acessória; tiragem intercostal, subcostal; cianose; estridor e dificuldade respiratória, HIPOTENSÃO, SIBILOS e DISPNEIA. FARMACOLOGIA P5 | Isador� Silvestr� Tratamento 1. Descobrir o que causou a reação e evitar 2. O paciente deve ser rapidamente monitorado e colocado em posição supina, com elevação de membros inferiores ➔ Ajuda a prevenir choque distributivo e permite que a epinefrina chegue ao coração e seja distribuída para todo o corpo Em gestantes, a posição preferencial é o decúbito lateral esquerdo, para prevenir compressão da veia cava e para promover o retorno venoso do sangue para o coração 3. Acesso endovenoso calibroso deve ser prontamente 4. Estabelecer oximetria de pulso com fornecimento de oxigênio suplementar em altos fluxos, de 8-10 litros ➔ O fornecimento deve ser mantido se saturação de oxigênio cair abaixo de 90-92% 5. A pressão arterial (não invasiva) deve ser monitorizada 6. Manejar as vias aéreas → intubação orotraqueal O elemento mais importante do tratamento da anafilaxia é a adrenalina ➔ IM → menor risco de eventos adversos, como arritmias, em comparação com o uso da medicação endovenosa **Na pediatria administra por via subcutânea Adrenalina ● 0,5 mg em adultos e em crianças com mais de 12 anos ● 0,3 mg em crianças de 6 a 12 anos ● 0,01 mg/kg em crianças menores de 6 anos **A medicação pode ser repetida duas vezes se necessário, com intervalos de 5 a 15 min **Todos os pacientes que receberem adrenalina necessitam de um período de observação de 4 horas após a resolução dos sintomas; caso permaneçam esse período sem sintomas, podem receber alta hospitalar com orientações, sem maiores riscos Adrenalina Intravenosa ➔ Em caso de choque refratário ➔ Doses de 50-200 μg em bolus de adrenalina, em solução 1:10.000, titulada de acordo com a gravidade ➔ Caso iniciada a infusão intravenosa, a dose inicial em adultos é de 1-10 μg/minuto, com dose titulada conforme a resposta clínica → esses pacientes devem estar sempre com monitorização hemodinâmica e idealmente com mensuração, assim que possível, de pressão arterial invasiva A via subcutânea pode ser restrita aos casos mais leves, mas seu uso não é recomendado A hidratação desse paciente tem que ser em dose de ataque, idealmente, com dois acessos venosos calibrosos com soro correndo rapidamente. Não adianta você fazer 250, 500 ml de soro fisiológico A CLORFENIRAMINA é um anti-histamínico, e a HIDROCORTISONA é um corticoide. Ambos são utilizados em um segundo momento, já que a droga de primeira escolha é a ADRENALINA. Pacientes com hipotensão Reposição volêmica ➔ 20 mL/kg em crianças, com reposição adaptada conforme parâmetros hemodinâmicos e diurese ➔ Em adultos, 1 a 2 litros de salina fisiológica ou ringer lactato devem ser utilizados inicialmente, tendo sido já registrada necessidade de até 7 litros em alguns pacientes FARMACOLOGIA P5 | Isador� Silvestr� Pacientes com hipotensão refratária ➔ É recomendada a associação de outras drogas vasopressoras com a adrenalina, podendo ser utilizada dopamina com dose inicial de 5 a 15 μg/kg/minuto, noradrenalina 0,05 a 0,5 μg//kg/minuto, fenilefrina 1-5 μg/kg/minuto ou vasopressina 0,01-0,4 unidades por minuto Caso o paciente evolua para parada cardiorrespiratória ➔ Reanimação Nesses pacientes, atenção especial deve ser dada à manutenção da patência das vias aéreas, pois, caso ocorra edema de glote, pode ser necessária a realização de cricotireoidostomia Pacientes com broncoespasmo ➔ O uso de broncodilatadores com beta-agonistas, como albuterol em dose de 2,5 mg (10 gotas) ou fenoterol, diluídos em 3 a 5 mL de solução fisiológica em nebulização, dose que pode ser repetida até 3 vezes na primeira hora de tratamento ➔ Juntamente ao agente beta-agonista, pode ser associado o brometo de ipratrópio, em dose de 20 a 40 gotas na nebulização ➔ Existem descrições de uso bem-sucedido de sulfato de magnésio em pacientes com anafilaxia e broncoespasmo, em dose de 1 a 2 g EV diluídos em 100 mL de salina fisiológica, infundidos em 20 a 30 minutos. A dose do sulfato de magnésio em crianças é de 25 a 50 mg/kg Manejo com anti-histamínicos ➔ Os efeitos dos agentes anti-histamínicos são principalmente em manifestações cutâneas como as urticas e em vias aéreas superiores, com melhora dos sintomas de coriza, mas sem nenhum efeito na hipotensão ou na obstrução de vias aéreas ➔ A sua principal indicação é se houver quadro urticariforme associado ➔ A via parenteral é preferida em quadros emergenciais, sendo a difenidramina o anti-histamínico mais utilizado, em dose de 25-50 mg endovenosa, que é infundida em período de 5 minutos, podendo ser repetida até 400 mg EV; em crianças, a dose é de 1 mg/kg até dose máxima de 50 mg ➔ Os agentes anti-histamínicos anti-H2 também podem ser utilizados, mas não têm nenhuma ação sobre as obstruções de vias aéreas superiores ou choque, agindo principalmente sobre as manifestações cutâneas, em particular no que diz respeito a sintomas urticariformes Manejo com glicocorticóides➔ São indicados principalmente para reações tardias (ainda assim, indicação controversa) e para controle do broncoespasmo, pois sua ação só começa após 4 a 6 horas ➔ As doses recomendadas são de 1 mg/kg de metilprednisolona ou 200 mg de hidrocortisona, ou ainda 40 mg de metilprednisolona **Em caso de parada cardiorrespiratória, a dose de metilprednisolona recomendada é de 125 mg EV ➔ Na alta (pacientes com manifestações cutâneas persistentes), manter prednisona 40 mg por 3 a 5 dias Betabloqueadores ➔ O glucagon, que age via adenilciclase, pode ser uma boa opção devido a seus efeitos inotrópicos e cronotrópicos ➔ A dose recomendada é de 1 a 5 mg EV, que é administrada em 5 minutos e pode ser repetida a cada 5 minutos **Caso a hipotensão persista, pode ser utilizada em infusão contínua, de 5 a 15 μg/minuto, com dose titulada conforme seu efeito Pacientes com anafilaxia refratária ➔ Uso de azul de metileno em dose única de 1 a 2 mg/kg em 20 a 60 minutos A medicação não deve ser utilizada se o paciente apresentar hipertensão pulmonar ou lesão pulmonar aguda ➔ A descrição do uso da oxigenação por membrana extracorpórea FARMACOLOGIA P5 | Isador� Silvestr� Pacientes com reações alérgicas graves usualmente recebem prescrição de anti-histamínicos e glicocorticóides por um período de 3 a 5 dias FARMACOLOGIA P5 | Isador� Silvestr� ANTI-HISTAMÍNICOS ___________________________ Os anti-alérgicos são, geralmente, bloqueadores de receptores H1. Os bloqueadores de receptores H2 são usados em pacientes com gastrite, úlceras; para diminuir secreção ácida gástrica Classificação Antagonistas de 1a geração ➔ Menor especificidade (pouco seletivos, não agem só em H1) ➔ maior lipossolubilidade ➔ Atravessam barreira hematoencefálica, causando sonolência e aumento do apetite, por causa do bloqueio de receptores histaminérgicos no SNC ➔ Alguns são anticolinérgicos também: causam constipação, xerostomia, visão turva Antagonistas de 2a geração ➔ Maior duração do efeito ➔ Atravessam menos barreira hemato-encefálica ➔ São mais específicos sobre receptores H1 ➔ Causam menos efeitos adversos FARMACOLOGIA P5 | Isador� Silvestr� Antagonistas de 1a geração Antagonistas de 2a geração Etanolaminas, fenotiazinas e alquilaminas são usados como antieméticos; também bloqueiam receptores muscarínicos (M3), por isso são usados para reverter manifestações extrapiramidais dos antipsicóticos Etanolaminas: ➔ Difenidramina (Benadryl®): anti-alérgico ➔ Dimenidrinato (Dramin®): para evitar cinetose Fenotiazinas: ➔ Prometazina (Fenergan®): bloqueia também receptor colinérgico Alquilaminas: ➔ Dexclorfeniramina (Polaramine®) ➔ Clorfeniramina (Descon®) Piperazina: ➔ Ciclizina (Marezine®) ➔ Buclizina: usada como orexígeno, para estimular o apetite, pois atravessa Permitem uma posologia mais cômoda. Não são utilizados como anti-heméticos, nem como sedativos nem para impedir manifestações extrapiramidais dos antipsicóticos ➔ Astemizol (Hismanal®) Prolongada latência e efeito prolongado: não é utilizado em emergência ➔ Terfenadina (Teldane®) ➔ Loratidina (Claritin®) ➔ Cetirizina (Zyrtec®) FARMACOLOGIA P5 | Isador� Silvestr� barreira hemato-encefálica. Geralmente, é associada a vitaminas do complexo B. Bloqueadores dos receptores H1 Bloqueadores dos receptores H2 Farmacocinética ➔ Boa absorção ➔ Boa distribuição: os de 1a geração possuem maior distribuição (lipossolubilidade) ➔ Meia vida: mais longa para os da 2a geração ➔ Biotransformação hepática discreta ➔ Excreção (de metabólitos e de fármacos ativos): urina, bile, fezes. Os lipossolúveis são mais excretados pela bile e pelas fezes Efeitos farmacológicos ➔ Antagonizam as respostas vasculares da histamina: bloqueiam a vasodilatação, diminuindo o extravasamento de líquidos ➔ Inibem prurido e dor provocados pela histamina: não são analgésicos nem anestésicos ➔ Propriedades anticolinérgicas: 1a geração Usos terapêuticos ➔ Estados alérgicos: sozinhos ou associados a glicocorticóides, por causa da ação dos leucotrienos → Rinite, conjuntivite e urticária ➔ Cinetose e náuseas ➔ Sedação (Difenidramina e Prometazina) ➔ Orexígeno (Buclizina): bloqueia a ação da histamina no centro inibidor da fome no SNC. Efeitos adversos ➔ SNC: depressão na maioria dos indivíduos ou excitação em alguns. Uma possível explicação da depressão é o bloqueio de H3, que pode causar insônia ➔ Xerostomia: bloqueio de receptor muscarínico ➔ Aumento de apetite: bloqueio de H1 ➔ Reação de hipersensibilidade Bloqueio competitivo reversível ➔ Cimetidina, Ranitidina, Famotidina, Nizatidina Farmacodinâmica ➔ Diminuição do conteúdo ácido e do volume do suco gástrico Farmacocinética ➔ Boa absorção ➔ Biotransformação hepática discreta ➔ Excretados praticamente inalterados: urina, fezes, leite (famotidina, nizatidina) Usos terapêuticos ➔ Para diminuir secreção ácida gástrica→ (Úlcera duodenal e gástrica) (Esofagites de refluxo) ➔ Hemorragias gastrointestinais: associadas a úlceras, pois o fármaco não tem nenhuma ação hemostática, apenas bloqueia vasodilatação e diminui a secreção ácida, permitindo a regeneração da mucosa. Efeitos adversos ➔ Cefaléia, tonturas e confusão mental ➔ Astenia, dores musculares ➔ Diarréia ou constipação ➔ Perda da libido e impotência: principalmente com Cimetidina ➔ Alteração nas mamas: principalmente com Cimetidina **Cimetidina tem mais efeitos adversos. Ranitidina não tem muita ação sobre enzimas e é produzida a partir da Cimetidina; causa menos efeitos adversos. FARMACOLOGIA P5 | Isador� Silvestr� Interações medicamentosas ➔ Depressores do SNC ➔ Anticolinérgicos Ações Eles bloqueiam a resposta mediada pelo receptor no tecido alvo ➔ Não influi na formação ou na liberação da histamina ➔ Eles são muito mais eficazes em prevenir os sintomas do que em revertê-los depois de desencadeados ● Ciproeptadina ➔ Atua também como antagonista da serotonina no centro do apetite e, algumas vezes, é usada extrabula como estimulante de apetite ou para tratar anorgasmia associada com uso de inibidores seletivos da recaptação de serotonina ● Azelastina e Cetotifeno ➔ Também têm efeito estabilizador de mastócitos, além do efeito bloqueador do receptor de histamina **A maioria desses fármacos têm efeitos adicionais não relacionados com o bloqueio H1. Esses efeitos refletem a ligação dos antagonistas H1 a receptores colinérgicos, adrenérgicos ou serotoninérgicos Usos terapêuticos Condições alérgicas e inflamatórias ➔ Os anti-histamínicos orais são os fármacos de escolha para o controle dos sintomas da rinite alérgica e urticária, pois a histamina é o principal mediador liberado pelos mastócitos ➔ Anti-histamínicos oftálmicos, como azelastina, olopatadina, cetotifeno e outros são úteis no tratamento da conjuntivite alérgica Os bloqueadores H1 não são indicados no tratamento da asma brônquica, pois a histamina é apenas um dos diversos mediadores que são responsáveis por causar reações bronquiais A epinefrina tem ações sobre a musculatura lisa opostas às da histamina. Ela atua via receptores β2 no músculo liso, causando relaxamento mediado por monofosfato cíclico de adenosina (AMPc). Assim, a epinefrina é o fármaco de escolha no tratamento da anafilaxia sistêmica e das outras condições que envolvem a liberação maciça de histamina.) Enjoo e náuseas do movimento ➔ Como o antimuscarínico escopolamina, certos bloqueadores dos receptores H1, como difenidramina, dimenidrinato (uma combinação química da difenidramina e um derivado clorado da teofilina), ciclizina, meclizina e prometazina são os fármacos mais eficazes na prevenção dos sintomas da doença do movimento ➔ Bloqueio central de receptores H1 e muscarínicos M1 ➔ A meclizina é útil também para o tratamento de vertigens associadas com distúrbios vestibulares Não são eficazes se os sintomas já estão presentes e, por isso, devem ser tomados antes da viagem esperada Soníferos ➔ Difenidramina e a doxilamina, têm acentuada propriedade sedativa, sendo usados no tratamento da insônia FARMACOLOGIA P5 |Isador� Silvestr� O emprego dos anti-histamínicos H1 de primeira geração é contraindicada para indivíduos cuja atividade profissional exija atenção máxima A segunda geração de anti-histamínicos não tem efeito sonífero Farmacocinética ➔ Os bloqueadores dos receptores H1 são bem absorvidos após administração oral, alcançando nível sérico máximo de 1 a 2 horas ➔ A meia-vida plasmática média é de 4 a 6 horas, exceto para a meclizina e os fármacos de segunda geração, que é de 12 a 24 horas ➔ Os bloqueadores H1 de primeira geração são distribuídos em todos os tecidos, inclusive no SNC ➔ Todos os anti-histamínicos H1 de primeira geração e alguns de segunda geração, como desloratadina e loratadina, são biotransformados pelo sistema CYP450 hepático ➔ A levocetirizina é o enantiômero ativo da cetirizina ➔ Cetirizina e levocetirizina são excretadas quase totalmente inalteradas na urina, e a fexofenadina é excretada nas fezes também quase totalmente inalterada ➔ Após uma dose oral simples, o início da ação ocorre dentro de 1 a 3 horas ➔ A duração de ação de muitos anti-histamínicos H1 de uso oral é de 24 horas, permitindo a dosificação única diária ➔ Azelastina, olopatadina, cetotifeno, alcaftadina, bepotastina e emedastina estão disponíveis em formulações oftálmicas que permitem aplicação mais precisa ➔ Azelastina e olopatadina têm também formulações intranasais Efeitos Adversos Os bloqueadores H1 de primeira geração apresentam baixa especificidade; interagem não apenas com os receptores da histamina, mas também com receptores muscarínicos colinérgicos, α-adrenérgicos e serotoninérgicos ● Sedação ➔ Os anti-histamínicos H1 de primeira geração, como clorfeniramina, difenidramina, hidroxizina e prometazina, ligam-se aos receptores H1 e bloqueiam os efeitos do neurotransmissor histamina no SNC ➔ A difenidramina pode causar hiperatividade paradoxal em crianças pequenas ➔ Fadiga, tontura, falta de coordenação e tremores A sedação é menos comum com os fármacos de segunda geração, uma vez que não entram facilmente no SNC **Os anti-histamínicos H1 de segunda geração são específicos para os receptores H1 periféricos ● Outros efeitos ➔ Secura da passagem nasal,secura da cavidade bucal, visão turva e retenção de urina ➔ Formulações tópicas de difenidramina podem causar reações de hipersensibilidade, como dermatite de contato, quando aplicadas na pele A reação adversa mais comum associada com os anti-histamínicos de segunda geração é a cefaleia ● Interações farmacológicas ➔ A interação dos bloqueadores H1 com outros fármacos pode ter consequências graves → a potencialização dos efeitos de todos os outros depressores do SNC, incluindo o álcool ➔ Os anti-histamínicos de primeira geração (difenidramina e outros) com ação anticolinérgica (antimuscarínica) podem diminuir a eficácia dos inibidores da FARMACOLOGIA P5 | Isador� Silvestr� colinesterase (donepezila, rivastigmina e galantamina) no tratamento da doença de Alzheimer Pacientes que utilizam inibidores da monoaminoxidase (IMAOs) não devem utilizar anti-histamínicos, pois os IMAOs podem exacerbar os efeitos anticolinérgicos dos anti-histamínicos os anti-histamínicos de primeira geração ● Superdosagem O envenenamento agudo é relativamente comum, especialmente em crianças ➔ Os efeitos mais comuns e perigosos do envenenamento agudo são os do SNC, incluindo alucinações, excitação, ataxia e convulsões Se não for tratado, o paciente pode entrar em coma profundo e apresentar colapso cardiorrespiratório OBS: Em ambiente de urgência→ prometazina, único que tem disponível por via IM. Alguns ambientes de urgência têm a loratadina em forma de suspensão oral ou comprimido para casos que você não queira induzir o sono no paciente. Ele vai demorar mais para responder. Então pensem como efeito colateral, mas não pensem como efeito adverso, pois efeito adverso é aquele que é ruim. Isso vai depender do caso OBS: Quando precisar prescrever um antialérgico, normalmente escolher a LORATADINA ou FEXOFENADINA, pois são de segunda geração e não vão atrapalhar a vida diária. Se a alergia for durante a noite, preferir usar um fármaco de primeira geração, pois vai induzir o sono e o paciente acaba esquecendo o problema alérgico, que pode ser uma rinite, uma alergia de pele, uma coceira.. Então depende muito do horário do dia Combinações DECONGEX ➔ BRONFENIRAMINA (antialérgico) + CLORIDRATO DE FENILEFRINA (DESCONGESTIONANTE) CORISTINA ➔ Ácido acetilsalicílico (ANALGÉSICO) + Maleato de dexclorfeniramina (ANTIALÉRGICO, PRIMEIRA GERAÇÃO) + Cloridrato de fenilefrina (DESCONGESTIONANTE) + Cafeína (potencializa o efeito do analgésico) CLARITIN ➔ Loratadina (ANTIALÉRGICO, SEGUNDA GERAÇÃO) + Sulfato de pseudoefedrina (DESCONGESTIONANTE) BENEGRIP ➔ Dipirona sódica monoidratada (ANALGÉSICO) + Maleato de clorfeniramina (ANTIALÉRGICO, PRIMEIRA GERAÇÃO) + Cafeína (potencializa o efeito do analgésico) MULTIGRIP ➔ Paracetamol (ANALGÉSICO) + Maleato de clorfeniramina (ANTIALÉRGICO, PRIMEIRA GERAÇÃO) + Cloridrato de fenilefrina (DESCONGESTIONANTE) FARMACOLOGIA P5 | Isador� Silvestr� Considerações para escolha ➔ Observar se é da 2a geração, para evitar a sedação ➔ Alguns têm analgésicos e antitérmicos, não são todos. Por exemplo, a CORISTINA possui AAS, que é um anti-inflamatório, então serviria para a febre. A cafeína é para potenciar o efeito dos analgésicos. No BENEGRIP tem dipirona. No MULTIGRIP tem paracetamol. No DECONGEX E no CLARITIN não tem nenhum analgésico. Então esse seria o seu segundo critério de escolha. Se o paciente está só com uma rinite alérgica, não tem necessidade de benegrip ou multigrip, porque não precisa de antitérmico ou analgésico. Basta um decongex. Agora se o paciente está com obstrução nasal, secreção nasal e febre, pois ele está com uma infecção respiratória viral ou bacteriana ou qualquer coisa do tipo, você pode usar o benegrip, pois tem a dipirona ➔ O descongestionante. Na CORISTINA D é o terceiro, que é a fenilefrina. No DECONGEX é a fenilefrina também. No CLARITIN, é a pseudoefedrina. No BENEGRIP não tem. No MULTIGRIP, tem a fenilefrina O descongestionante pode causar uma piora para quem já é hipertenso e causar, também, uma taquicardia reflexa DESCONGESTIONANTES NASAIS _________________________________ Ação principal: vasoconstrição ➔ Para ter esse efeito, esses fármacos devem atuar nos receptores α Divididos em: ➔ Oral ➔ Tópico Intranasal Efeitos Adversos: Hipertensão, cefaleia, ansiedade, tremores e palpitações **Doses altas podem provocar náuseas, vômitos e até mesmo convulsões e arritmias cardíacas Os descongestionantes tópicos nasais devem ser usados no máximo por até 5 dias. → sua utilização por período mais prolongado induz vasodilatação capilar (efeito rebote) podendo provocar rinite medicamentosa Tais medicamentos devem ser evitados em lactentes pelo risco de intoxicação grave que pode ocorrer. Devem ser evitados, também, em idosos para que sejam evitadas hipertensão e retenção urinária FARMACOLOGIA P5 | Isador� Silvestr� SORINE O Sorine (nome comercial) possui duas apresentações completamente diferentes. Existe o sorine com nafazolina, um vasoconstritor, e tem o sorine apenas com cloreto de sódio (simplesmente NaCl, para fluidificar a secreção, sem efeito vasoconstritor de um descongestionante típico). O cloreto de sódio é um hipertônico 3%, então por osmose o líquido que tiver de secreção na sua cavidade nasal, vai acabar saindo. Esses fármacos podem, também, facilitar a produção de mais líquido, entretanto, o líquido produzido é apenas água. Essa água se junta com a secreção que você já possui e a deixa mais fluida, facilitando a sua eliminação. Então, esse tipo de mecanismo de ação só é útil para os pacientes que consigam retirar a secreção EXPECTORANTES _____________________ Como mecanismos de defesa do sistema respiratório para a entrada de partículas indesejadas, o corpo produz muco, o reflexo da tosse e há macrófagos para fagocitar essas partículas FARMACOLOGIA P5 | Isador� Silvestr� A secreçãorespiratória tem como função aquecer e umidificar o ar inspirado, capturar e remover partículas inaladas ➔ Expectorantes para tosse produtiva Se o paciente com tosse produtiva utiliza um antitussígeno, haverá um acúmulo de secreção e uma piora no quadro de infecção do paciente ANTITUSSÍGENOS ____________________ Fármacos utilizados na presença de tosse sem expectoração, tosse seca ➔ Os mais conhecidos são codeína e dropropizina Se o paciente que apresenta tosse seca utilizar um expectorante, é possível que ele resseque ainda mais a mucosa e faça uma irritação local, provocando ainda mais tosse Se o paciente com pneumonia utiliza um antitussígeno, o quadro de pneumonia pode piorar ASMA ______________________ β2-agonistas adrenérgicos ➔ Relaxa diretamente o músculo liso das vias aéreas ➔ Alívio rápido dos sintomas ➔ Tratamento auxiliar para controle de longo prazo da asma FARMACOLOGIA P5 | Isador� Silvestr� ALÍVIO RÁPIDO (BACAS) LONGO PRAZO (BALA) Salbutamol e o levossalbutamol ➔ Início rápido de ação (5-30 minutos) ➔ Alívio de 4 a 6 horas ➔ Eles são usados no tratamento sintomático do broncoespasmo ➔ Dão alívio rápido na broncoconstrição aguda ➔ Efeito anti-inflamatório ➔ Apropriada para pacientes com asma intermitente ou broncoespasmo induzido por exercício Efeitos adversos ➔ Taquicardia, hiperglicemia, hipopotassemia e hipomagnesemia, são minimizados quando os fármacos Salmeterol e formoterol ➔ São considerados úteis como tratamento auxiliar Não devem ser usados para o alívio rápido de um ataque de asma agudo A monoterapia com BALA é contraindicada, devendo ser usada apenas combinada com um medicamento que controle a asma. Os corticosteróides por via inalatória (CSIs) permanecem como os fármacos de escolha para o controle da asma Efeitos adversos ➔ Taquicardia, hiperglicemia, hipopotassemia e hipomagnesemia, são minimizados quando os fármacos FARMACOLOGIA P5 | Isador� Silvestr� são administrados por inalação, em vez de por vias sistêmicas ➔ Esses fármacos podem causar tremores dos músculos esqueléticos mediados por β2 Nunca devem ser usados como terapêutica única para os pacientes com asma crônica são administrados por inalação, em vez de por vias sistêmicas ➔ Esses fármacos podem causar tremores dos músculos esqueléticos mediados por β2 Corticosteróides Para pacientes com algum grau de asma persistente ➔ Escolha para controle de longo prazo Mecanismo de Ação: Os corticosteróides inibem a liberação de ácido araquidônico por meio da inibição da fosfolipase A2, produzindo, assim, efeito anti-inflamatório direto nas vias aéreas ➔ Diminui a cascata inflamatória (eosinófilos, macrófagos e linfócitos T) → revertendo o edema de mucosa, diminuindo a permeabilidade dos capilares e inibindo a liberação de leucotrienos **Não interfere no músculo liso e sim na inflamação. Só depois de usar por muitos meses que reduzem a hiper-reatividade do músculo liso das vias aéreas a vários estímulos broncoconstritores, como alérgenos, irritantes, ar frio e exercício Via de Adm. ● INALAÇÃO ● ORAL/SISTÊMICO ➔ Metilprednisolona (IV) e Prednisona (VO) → para pacientes com agravamento da asma Prednisona: não é necessária a redução gradual da dosagem antes da suspensão A administração sistêmica de corticosteróides deve ser reservada para os pacientes que não são controlados com um CSI Efeitos Adversos ➔ Os glicocorticóides administrados por via oral ou parenteral têm uma variedade de efeitos adversos potencialmente graves ➔ Os CSIs, particularmente se forem usados com o espaçador, apresentam poucos efeitos sistêmicos ➔ Candidíase orofaríngea (devido à imunossupressão local) e rouquidão **Os pacientes devem ser aconselhados a lavar a boca com água fazendo gargarejo para diminuir esse efeitos adversos Modificadores leucotrienos (fármaco alternativo no tratamento da asma) Zileutona (VO), zafirlucaste (VO) e montelucaste (VO) ➔ São produtos do metabolismo do ácido araquidônico pela via da 5-lipoxigenase e parte da cascata inflamatória ➔ Devem ser usados junto com os CSIs, e não como medicação única ➔ Alimentos impedem a absorção do zafirlucaste ➔ Os fármacos são extensamente biotransformados no fígado FARMACOLOGIA P5 | Isador� Silvestr� ➔ Zileutona e seus metabólitos são excretados na urina, e zafirlucaste, montelucaste e seus metabólitos sofrem excreção biliar Efeitos Adversos: ➔ Ocorre elevação das enzimas hepáticas no soro com os três fármacos, exigindo monitoração periódica e interrupção do tratamento quando as enzimas excedem em 3 a 5 vezes o limite ➔ Cefaleia e dispepsia ➔ Zafirlucaste inibe as isoenzimas 2C8, 2C9 e 3A4 do CYP450, e zileutona inibe CYP1A Cromolina (fármaco alternativo no tratamento da asma) Cromolina é um anti-inflamatório profilático que inibe a desgranulação e a liberação de histamina dos mastócitos ➔ Está disponível como solução para nebulização para uso na asma ➔ Curta duração de ação, este fármaco exige três ou quatro dosificações por dia ➔ Tem vantagem quando é usado com um BACA para o tratamento de crises agudas de asma em pronto-socorros Não é útil no manejo dos ataques agudos de asma, pois não é um broncodilatador Efeitos Adversos: Tosse, irritação e gosto desagradável Antagonistas colinérgicos Os anticolinérgicos bloqueiam a contração dos músculos lisos das vias aéreas e a secreção de muco mediadas pelo vago Não é recomendado para o tratamento de rotina do broncoespasmo agudo na asma, pois tem início de ação muito mais lento do que os BACAs. Contudo, pode ser útil em pacientes incapazes de tolerar BACAs ou pacientes com DPOC concomitante Efeitos Adversos: Xerostomia e gosto amargo, são relacionados com os efeitos anticolinérgicos locais Teofilina É um broncodilatador que promove alívio na obstrução das vias aéreas na asma crônica e diminui seus sintomas. Ela também possui atividade anti-inflamatória ➔ Tem numerosas interações medicamentosas ➔ Deve ser feita monitoração da concentração sérica quando a teofilina é usada cronicamente Dosagens excessivas podem causar convulsões ou arritmias potencialmente fatais. A teofilina é biotransformada Omalizumabe Indicado no tratamento da asma persistente moderada ou grave em pacientes que são mal controlados com o tratamento convencional ➔ Seu uso é limitado devido ao elevado custo, à via subcutânea (SC) de administração e ao perfil de efeitos adversos Efeitos Adversos: Reação anafilática grave (rara), artralgias e urticária FARMACOLOGIA P5 | Isador� Silvestr� DPOC _______________________ Broncodilatadores Os fármacos de longa ação, BALAs e tiotrópio, são o tratamento de primeira escolha para todos os pacientes, exceto aqueles que estão sob risco baixo com menos sintomas ➔ A associação de um anticolinérgico + β2-agonista pode ser útil em pacientes com respostas inadequadas a um broncodilatador simples inalado Corticoesteróides CSI + broncodilatador de longa duração = melhora os sintomas, a função pulmonar e a qualidade de vida em pacientes de DPOC com VEF1 de menos de 60% do predito O uso de um CSI está associado com aumento do risco de pneumonia e, por isso, deve ser limitado a esses pacientes Os corticosteróides orais não são recomendados para o tratamento de longa duração RINITE ALÉRGICA _______________________ Anti-histamínicos (bloqueadores do receptor H1) ● Fenidramina e Clorfeniramina ➔ Não são preferidos por causa dos efeitos adversos, como sedação, limitações na performance e outros efeitos anticolinérgicos FARMACOLOGIA P5 | Isador� Silvestr� ● Fexofenadina, Loratadina, Desloratadina, Cetirizina e Azelastina intranasal ➔ São bem mais tolerados **A combinação de anti-histamínicos com descongestionantes é eficaz quando a congestão é uma característica da rinite Corticoesteróides Corticosteroides intranasais, como beclometasona, budesonida, fluticasona, ciclesonida, mometasona e triancinolona, são as medicações mais eficazes para tratamento da rinite alérgica → eles melhoram espirros, prurido, rinorreia e congestão nasal ➔ A absorção sistêmica é mínimaEfeitos Adversos: Irritação e sangramento nasal, dor de garganta e raramente candidíase **Para evitar a absorção sistêmica, os pacientes devem ser instruídos a não inalar profundamente quando administrarem esses fármacos, porque o tecido-alvo está no nariz e não nos pulmões ou na garganta **Para pacientes com rinite crônica, a melhora pode não ser percebida antes de 1 a 2 semanas após iniciar o tratamento Agonistas α-adrenérgicos ● Fenilefrina ➔ Agonista de curta duração → contraem as arteríolas dilatadas na mucosa nasal e reduzem a resistência das vias aéreas ● Oximetazolina ➔ Ação mais longa Quando administrados como aerossol → início de ação rápido e poucos efeitos sistêmicos As formulações intranasais de agonistas α-adrenérgicos não devem ser usadas por mais de 3 dias, pelo risco de congestão nasal de rebote (rinite medicamentosa). Por essa razão, os α-adrenérgicos não têm lugar no tratamento da rinite alérgica de longa duração A administração por via oral → duração de ação mais longa, mas também aumenta os efeitos sistêmicos O uso regular de agonistas α-adrenérgicos (fenilefrina e pseudoefedrina) isolado ou em combinação com anti-histamínicos não é recomendado TOSSE ________________ Opioide ● Codeína FARMACOLOGIA P5 | Isador� Silvestr� ➔ Diminui a sensibilidade do centro da tosse no sistema nervoso central (SNC) aos estímulos periféricos e diminui a secreção da mucosa ➔ Esse efeito terapêutico ocorre com dosagens menores do que as necessárias para analgesia ➔ Efeitos Adversos: Constipação, disforia e fadiga A codeína tem potencial de viciar ● Dextrometorfano ➔ É um derivado sintético da morfina que não tem efeito analgésico em dosagens antitussivas ➔ Efeitos Adversos: Mais seguros que o da codeína ➔ Eficácia similaridade na supressão da tosse Em dosagens baixas, tem baixo potencial viciante ➔ Contudo, tem potencial de abuso, apesar de causar disforia em doses elevadas ● Guaifenesina ➔ Expectorante Benzonatato ➔ Suprime o reflexo da tosse por ação periférica ➔ Anestesia os receptores de estiramento localizados nas passagens respiratórias, nos pulmões e na pleura Efeitos Adversos: Tontura e dormência na língua, na boca e na garganta **Esses efeitos adversos localizados podem ser particularmente problemáticos se as cápsulas são rompidas ou mascadas e o fármaco entra em contato direto com a mucosa oral
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