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Anatomia Sistêmica 2009 Atualizada, revista e ampliada Professor Dr. Nader Wafae Titular de Anatomia Descritiva e Topográfica por Concurso Público Especialista pela Escola Paulista de Medicina Doutor pela Escola Paulista de Medicina Livre Docente Pela Universidade Federal de São Paulo Observação: Os direitos autorais desta apostila pertencem exclusivamente ao Professor Dr. Nader Wafae. É terminantemente proibida a reprodução e utilização desta apostila em seu todo ou em partes sem a autorização expressa (por escrito) do autor. � Índice Orientações sobre o Curso de Anatomia. Bibliografia. Normas. 3 Introdução ao Estudo da Anatomia Descritiva: conceito, divisão, métodos 5 de estudo, posição anatômica, terminologia anatômica, planos e eixos. Tipos Constitucionais. Normal e Variação. Fatores Gerais de Variações 9 Princípios Gerais de Construção do Corpo Humano 10 História da Anatomia 11 Aparelho Locomotor: Sistema ósseo 15 Aparelho Locomotor: Sistema Articular 38 Aparelho Locomotor: Sistema Muscular 45 Sistema Circulatório: Funções. Composição. Circulações 74 Sistema Circulatório: Coração 75 Sistema Circulatório: Artérias 83 Sistema Circulatório: Veias 95 Sistema Circulatório: Linfáticos 106 Sistema Circulatório: Vascularização do Coração 110 Sistema Circulatório: Complexo Estimulante 112 Sistema Circulatório: Fatores Biodinâmicos das Circulações Venosa e Linfática 115 Sistema Respiratório 125 Sistema Respiratório: Mecânica Respiratória 134 Sistema Digestório 138 Sistema Digestório: Glândulas anexas 145 Peritônio 148 Sistema Urinário 156 Sistema Genital Feminino 161 Glândula mamária 166 Sistema Genital Masculino 167 Bulbo do olho 174 Orelhas 177 Tegumento Comum 181 Sistema Endócrino 186 Soalho da pelve 194 ORIENTAÇÕES GERAIS PARA A DISCIPLINA DE ANATOMIA Normas Avental Nas aulas práticas de laboratório é obrigatório o uso de avental, branco, longo, manga comprida. Esta exigência longe de ser autoritária é uma providência primordial de higiene, limpeza, prevenção e de proteção a saúde do aluno e de seus familiares. A sua utilidade é tão grande que caracteriza a figura do médico. Respeito para com as peças de estudo Nossas peças de laboratório, em sua grande maioria, são de seres humanos que em vida, muitas vezes, apresentaram incertezas, indefinições, infortúnios e até mesmo se tornaram um ônus para a sociedade, mas ao morrerem e seus corpos serem utilizados para estudo se redimiram totalmente da indigência oferecendo-se para a nobre missão de salvar outras vidas através do ensino e da pesquisa, são dignos, portanto, de todo o nosso respeito e nossa gratidão. Segundo o professor Renato Locchi, “A anatomia é uma disciplina informativa na medida que fornece novos conhecimentos que serão de essencial aplicação na atividade profissional. É normativa na medida que impõe a disciplina de estudo e a metodologia e precisão de linguagem. É principalmente estético-moral, pela natureza do material de estudo, o cadáver. Essencialmente, porém, lição de ética e de humildade.” Inicia, assim, desde o primeiro ano o respeito pelo ser humano que deverá caracterizar as atitudes do médico. Desta forma, não será admitido qualquer tipo de atitude de desrespeito com material humano de estudo. Luva cirúrgica Embora nosso material não ofereça risco evidente de contaminação é importante que o aluno manuseie as peças com luvas cirúrgicas principalmente para proteger suas mãos da ação de substâncias químicas. Atualmente, estão disponíveis no mercado as luvas descartáveis para procedimentos acondicionadas em caixas. Manuseio das peças Preserve as peças anatômicas com muito cuidado, já que, por serem humanas são difíceis de obter e renovar. A qualidade do nosso ensino depende do cuidado que você tiver ao estudar nessas peças. Não arranque, não puxe, não fure. Preserve-as. Gerais Por determinação da justiça não é permitido levar material cadavérico (ossos, órgãos, etc.) para estudo fora do laboratório da Faculdade (residência, biblioteca, etc.) os infratores estão sujeitos às penas da lei. Da mesma forma não é permitido fotografar ou filmar as peças a não ser para trabalhos científicos ou preparação de aulas. Telefones celulares durante as aulas Durante as aulas teóricas, (e aulas teórico-práticas se o professor estiver expondo matéria) e nas provas os proprietários de telefones celulares são obrigados a desligar seus aparelhos para não perturbar a aula, e em respeito ao professor. A presença do aluno às aulas práticas é registrada em todos os dias do curso, esteja absolutamente convicto de ter respondido a chamada ou assinado a lista de presença no mesmo período em que é feita ou passada. Não serão possíveis correções posteriores. Bibliografia Atlas 1- Rohen, J. W; Yokochi, C; Lütjen-Drecoll, E. - Anatomia Humana. Atlas Fotográfico de Anatomia Sistêmica e Regional. Editora Manole. 6ª ed. 2- Tillmann B. N. Atlas de anatomia humana. Editora manole 1ª Ed. 2006. 3- Netter, F. H. Atlas de Anatomia Humana. Editora Artes Médicas 4- Drake RL, Vogl AW e outros. Gray’s Atlas de Anatomia – Elsevier. 5- Putz R., Pabst R. Sobotta Atlas de Aanatomia Humana – 22ª ed. Guanabara Koogan. 2006. Livro texto 1- Van de Graaff, K.M. Anatomia Humana. Editora Manole, 6ª ed. 2003. 2- Moore, K. L & Dalley, A.D. - Anatomia Orientada para a Clínica - 4ª ed. Guanabara Koogan Neuroanatomia 1- Machado, A. Neuroanatomia funcional - 2ª ed. - Atheneu 2- Martin J. H. Neuroanatomy – 3ª ed - Mc Graw Hill. Anatomia da imagem 1- Fleckenstein P., Tranum- Jensen J. Anatomia em Diagnóstico por imagem. 2ª ed. Ed Manole. Observação: Os direitos autorais desta apostila pertencem exclusivamente ao Professor Dr. Nader Wafae. É terminantemente proibida a reprodução e utilização desta apostila em seu todo ou em partes sem a autorização expressa (por escrito) do autor. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DA ANATOMIA DESCRITIVA Professor Dr. Nader Wafae Anatomia Conceito É a ciência que estuda a constituição, a conformação, o desenvolvimento e vários aspectos funcionais do ser organizado. Etimologia A palavra Anatomia é de origem grega, ana - significa em partes e tome quer dizer - cortar, o correspondente em latim é dissecar na qual dis - em partes e secare - cortar. Em tempos passados anatomizar e dissecar eram sinônimos, atualmente anatomia é o nome da ciência e dissecar o seu principal método de estudo. Divisão O ser organizado pode ser estudado de várias maneiras, sob vários enfoques e com a utilização de vários métodos de estudo. Assim sendo, originaram-se as várias divisões da anatomia. Sistêmica ou descritiva - estuda as estruturas que contribuem para uma função comum e que são reunidas em sistemas ex. sistema circulatório (coração, artérias, veias e linfáticos). Topográfica ou regional - estuda as estruturas próximas situadas numa determinada região do corpo, mesmo que pertencentes a sistemas diferentes. ex. pescoço. É importante no exame físico do paciente e na cirurgia. Imagem - estuda as estruturas através de suas imagens projetadas por meiosfísicos. ex. radiografia, ultra-sonografia. É importante no diagnostico de enfermidades. Comparada - estuda uma mesma estrutura em diferentes espécies animais. ex. comparar o coração de peixe, batráquio, mamífero etc. Importante para a genética e embriologia. Pediátrica - estuda as particularidades das estruturas no corpo de crianças. Importante em pediatria e cirurgia pediátrica. De superfície - procura identificar as estruturas anatômicas através da pele. É importante no exame físico do paciente, aplicação de injeções, tomada de pressão arterial e pulsação, enfim tem enorme aplicação para todos os profissionais que trabalham em saúde. Mais recentemente estão se desenvolvendo a anatomia em cortes subsídio para tomografias e para ressonância magnética e anatomia geriátrica Métodos de estudo Cada uma dessas divisões utiliza, comumente, métodos de estudo próprios orientados para a sua especialidade, assim temos a dissecação para a anatomia topográfica; a inspeção, palpação e ausculta para a anatomia de superfície, filmes radiográficos, tomográficos e de ressonância magnética na anatomia da imagem, e peças isoladas de diferentes espécies animais na anatomia comparada. Para conservar e evitar a decomposição, as peças anatômicas são fixadas em formol e conservadas em formol e fenol ou em glicerina e para facilitar o estudo podemos injetar as estruturas tubulares como artérias e veias com substâncias plásticas coloridas. Nas radiografias podemos utilizar meios de contraste para expor órgãos com densidades semelhantes. Nas peças de sistema nervoso, em cortes, usamos métodos de coloração que mostram as diferenças entre substância branca e substância cinzenta. Mas o principal método de estudo em anatomia é sem dúvida, a dissecação. Normas de padronização para estudo e descrições do corpo humano. Como já foi exposto, a anatomia é uma ciência normativa isto é, determina normas que devem ser seguidas pelos profissionais da área da saúde para que haja uma padronização universal de comunicação e de descrições. Assim sendo, temos: a posição anatômica; a terminologia anatômica; e os planos e eixos do corpo humano. Posição anatômica Por convenção é a posição em que se coloca o corpo humano com a finalidade de padronizar as descrições a terminologia e as relações de suas estruturas. Indivíduo ereto, cabeça voltada para frente, olhar no horizonte, membros superiores pendentes lateralmente ao corpo, palmas das mãos voltadas para frente, membros inferiores justapostos com os calcanhares ligeiramente afastados e os dedos dos pés para frente. Terminologia anatômica É uma tendência natural do ser humano dar nomes as coisas para facilitar a comunicação entre as pessoas. Como em determinado momento histórico a anatomia se desenvolveu em centros universitários situados em cidades isoladas umas das outras, as comunicações entre os pesquisadores eram difíceis, pelas distâncias que os separavam, pela lentidão dos meios de transporte e pelas diferenças de idiomas. Desta forma, determinadas estruturas recebiam nomes e descrições diferentes nas diferentes escolas anatômicas da época. As vezes, a escola anatômica de uma localidade homenageava um eminente anatomista dando seu nome a uma estrutura julgando que ele tinha sido o primeiro a descrevê-la e no entanto, o mesmo ocorria em outra cidade a respeito da mesma estrutura. A medida que as dificuldades de comunicações representadas pelas distâncias, pelos meios de transporte, pela diversidade de línguas iam sendo superados através do progresso tecnológico, das publicações científicas, dos Congressos, e dos intercâmbios entre as Escolas Anatômicas, constatou-se, no final do século XIX, que existiam 50.000 nomes para designar apenas as 5.000 estruturas do corpo humano (cada estrutura tinha em média 10 nomes). A primeira tentativa concreta de simplificação da nomenclatura ocorreu em 1895, durante o encontro de anatomistas de vários países europeus na cidade da Basiléia - Suíça. A relação que resultou dessa reunião chamou-se - Basle Nomina Anatomica mais conhecida por BNA. Lançada pelos alemães esse esforço de unificação se foi bem sucedido em países de influência científica alemã, não conseguiu unanimidade entre franceses e ingleses. Estes últimos, em 1933, lançariam uma revisão denominada Birmingham Revision (BR). Nova tentativa de unificação e simplificação dos termos verificou-se por iniciativa dos alemães na cidade de Yena, Alemanha em 1935 com a Nomenclatura Anatômica de Yena (YNA), mas ainda desta vez não se conseguiu a pretendida globalização. Em 1939 com a deflagração da segunda guerra mundial o assunto foi relegado. Finalmente a reunião decisiva e concreta realizou-se durante o VI Congresso de Anatomia na cidade de Paris em 1955 ocasião em que foi aprovada a PNA, Nomenclatura Anatômica de Paris que apesar de algumas modificações introduzidas nos Congressos de Anatomia subseqüentes é a nomenclatura atualmente adotada universalmente. Ela foi ratificada na cidade de São Paulo em 1997 pela Comissão Federativa da Terminologia Anatômica. Sendo editada em língua portuguesa em 2001 e será a que adotaremos em nosso curso.. Critérios históricos: a grande maioria dos termos anatômicos são de origem grega e latina, sendo que os critérios mais usados para dar nomes às estruturas foram: pela forma (deltóide, estribo), pela função (supinador, flexor dos dedos), pelo número de partes (bíceps braquial), pela posição (subclávio), pelos locais de fixação (coracobraquial), junção de critérios - mistos (função e forma - pronador redondo). Princípios normativos: que devem orientar a nomenclatura de cada estrutura: ter um só nome - a língua oficial é o latim (a tradução é permitida) - deve ser curto, simples e fácil de memorizar - não usar epônimos (nomes de pessoas) - adotar nomes semelhantes para estruturas vizinhas. Planos e eixos do corpo humano A fim de padronizar a comunicação, o entendimento e o aprendizado nas descrições dos órgãos e dos sistemas, além da posição anatômica e da terminologia anatômica foram traçados planos e eixos convencionais ao longo do corpo humano que permitiram essa importante uniformidade descritiva. Com o corpo humano em posição anatômica, tracemos planos rentes às suas superfícies em todos os seus lados. Assim fazendo, podemos imaginar o corpo humano contido no interior de um paralelepípedo ou de retângulo, onde tornam-se evidentes os 6 planos de referências: 1) Plano anterior: é vertical passando pela frente do corpo, também chamado ventral ou frontal anterior, ou coronal anterior. 2) Plano posterior: é vertical passando pelas costas do corpo, também chamado dorsal ou frontal posterior, ou coronal posterior. Todos os planos paralelos e contidos entre esses dois planos são chamados planos frontais ou coronais. 3) Plano superior: é horizontal passando rente ao couro cabeludo, também chamado cranial. 4) Plano inferior: é horizontal passando pela planta do pé, também chamado podálico. Todos os planos paralelos e contidos entre esses dois planos são chamados transversais. 5) Plano lateral direito: é vertical tangencial ao lado direito do corpo. 6 Plano lateral esquerdo: é vertical tangencial ao lado esquerdo do corpo. Todos os planos paralelos e contidos entre esses dois planos são chamados planos sagitais. O plano sagital que passa exatamente pelo meio do corpo dividindo-o em duas metades direita e esquerda chama-se plano sagital mediano. Unindo-se os dois pontos que ocupam os centros de planos paralelos obtemos 3 eixos. 1) Eixo sagital: é o eixo que une o centro do plano frontal anterior ao centro do plano frontal posterior. Todos os eixos paralelos a ele são ditos sagitais em qualquer parte, órgão ou articulação do corpo. É heteropolar pois em suas extremidades temos porções diferentes do corpo. 2) Eixo longitudinal: é o eixo que une o centro do plano transversal superior ao centro do plano transversal inferior. Todos os eixos paralelos a ele são ditos longitudinais em qualquer parte,órgão ou articulação do corpo . É heteropolar pois em suas extremidades temos porções diferentes do corpo. 3) Eixo transversal: é o eixo que une o centro do plano lateral direito ao centro do plano lateral esquerdo. Todos os eixos paralelos a ele são ditos transversais em qualquer parte, órgão ou articulação do corpo. É homopolar pois em suas extremidades temos porções semelhantes do corpo. Esses eixos podem ser transferidos para qualquer parte do corpo desde que sua orientação seja mantida. Termos de posição Amparados por normas anatômicas padronizadas: de posição, de terminologia e dos planos e eixos podemos entender os termos de posição mais usados em anatomia: Medial = mais próximo do plano sagital mediano Lateral = mais afastado do plano sagital mediano Mediano = situado ao longo do plano sagital mediano Intermédio = entre uma estrutura lateral e uma estrutura medial Superior = mais próximo do plano transversal superior Inferior = mais próximo do plano transversal inferior Anterior = mais próximo do plano frontal anterior Posterior = mais próximo do plano frontal posterior Interno = no interior de uma cavidade Externo = no exterior de uma cavidade Proximal = mais próximo da raiz (origem) do membro Distal = mais afastado da raiz (origem) do membro Médio = entre proximal e distal, ou entre superior e inferior Cranial ou cefálico = mais próximo do plano transversal superior Podálico ou caudal = mais próximo do plano transversal inferior Superficial = externamente à fáscia muscular (tecido conjuntivo que envolve os músculos) ou mais próximo da superfície do corpo Profundo = internamente à fáscia muscular ou mais afastado da superfície do corpo. Tipos constitucionais Os indivíduos humanos apresentam, durante o desenvolvimento, diferenças físicas em sua conformação, geralmente, de causas hereditárias, endócrinas e ambientais conciliando genótipos e fenótipos, resultando naquilo que denominamos de tipos constitucionais ou biótipos, e que são 3: longilíneo, brevilíneo e mediolíneo. Principais características : Longilíneo: apresenta pescoço longo, tórax achatado ântero-posteriormente, existe predominância do tórax sobre o abdome, o tamanho dos membros predomina em relação ao tronco. Em geral, mas não necessariamente, são altos e magros. Brevilíneo: apresenta pescoço curto, tórax cilíndrico, existe predominância do abdome sobre o tórax, o tamanho do tronco predomina em relação aos membros. Em geral, mas não necessariamente, são baixos e obesos. Mediolíneo: características intermediárias entre os dois tipos anteriores. Conceitos de normal, variação e anomalia em anatomia Conceito de normal: é um conceito estatístico e funcional. Uma estrutura é normal em anatomia quando sua apresentação é a mais freqüente e está apta para a função. Conceito de variação: uma estrutura é considerada variação quando sua apresentação não é a mais freqüente na população mas está apta para a função. (ex. feixes musculares supranumerários). Conceito de anomalia: é a estrutura pouco freqüente e não está apta para a função (ex. dedos e costelas supranumerários). Conceito de monstruosidade: é a estrutura que apresenta, várias e graves anomalias que, em geral, no conjunto tornam a vida impossível (ex. anencefalia). Pertence a outro campo de estudo chamado Teratologia. Fatores Gerais de Variação O aparecimento de variações (estruturas pouco freqüentes, mas aptas para a função) no ser humano é de grande aplicação na atuação profissional principalmente no exame físico dos pacientes, cirurgias, processos invasivos de diagnóstico e de tratamento. As variações podem ser individuais e condicionadas. Individuais são aquelas que aparecem em determinadas pessoas não estando relacionadas com os fatores gerais que predispõem o aparecimento de variações. Condicionadas são aquelas que aparecem influenciadas pelos fatores gerais de variação, que passaremos a expor. Idade: modificações anatômicas influenciadas pela idade, ex. a presença do timo em crianças e a sua regressão nos adultos condicionam um rearranjo das estruturas (vasos, nervos) entre o pescoço e o tórax; modificações ósseas no idoso podem contribuir para o aparecimento de variações. Sexo: Não são consideradas as diferenças oriundas do evidente dimorfismo sexual (caracteres sexuais primários e secundários). Mas a diferente disposição da tela subcutânea, a presença de genitais diferentes podem, em alguns indivíduos, favorecer o aparecimento de variações em estruturas que habitualmente são semelhantes de ambos os sexos, exemplo: a proeminência laríngea, mais saliente nos homens, as evidentes diferenças anatômicas entre as pelves dos dois sexos podem condicionar diferenças de trajeto de nervos e de vasos. Grupo étnico: brancos, negros e amarelos podem apresentar variações relacionadas ao seu grupo étnico, exemplo: músculo piramidal na parede abdominal é mais freqüente em brancos. Biótipo: a forma de determinados órgãos pode estar relacionada ao biótipo ex. estômago em J dos longilíneos, o pescoço curto dos brevilíneos pode condicionar diferenças de situação e trajeto em estrutura anatômicas.. Lado: podem aparecer diferenças de trajeto de algumas estruturas em função do lado ex. o nervo laríngeo recorrente no pescoço apresenta diferenças de trajeto nos dois lados, o que pode condicionar diferenças em outras estruturas próximas. Evolução: diante de sucessivas mudanças na civilização, podem surgir novas adaptações anatomofuncionais, ex. a margem supra-orbital apresentou muitas diferenças, a mandíbula, pode sofrer modificações pela mudança dos hábitos alimentares. Meio ambiente: clima, alimentação, altitude, latitude etc. podem também ser condicionantes de variações. São freqüentes as publicações científicas comparando povos que vivem em regiões diferentes, exemplos: índios, esquimós, caucasianos. Princípios gerais de construção do corpo humano Célula é a unidade anatomofuncional do ser vivo, uma reunião de células semelhantes constitui um tecido, a reunião de tecidos diferentes forma um órgão, o conjunto de órgãos afins chama-se sistema e a reunião de sistemas afins forma um aparelho, exemplos osteócito (célula), tecido ósseo (tecido), osso (órgão), o conjunto dos ossos (sistema), ossos, articulações e músculos esqueléticos (aparelho) O corpo humano apresenta alguns princípios de construção que constituem verdadeiras normas gerais observadas na formação de seus diversos componentes. Antimeria: é o princípio pelo qual o corpo humano é constituído por duas metades chamadas antímeros, aparentemente simétricas externamente mas de evidente assimetria interna. A aparente simetria externa pode ser avaliada observando separadamente as duas metades de uma fotografia da face. A evidente assimetria interna é comprovada pela situação do coração, fígado, pulmões, colo sigmóide etc. Metameria: é o princípio de construção pelo qual o tronco é constituído pela superposição de segmentos transversais semelhantes chamados metâmeros, pe. vértebras, costelas. Paquimeria: é o princípio de construção pelo qual o tronco é constituído ântero-posteriormente por dois tubos contíguos chamados paquímeros, o tubo anterior é maior contém as vísceras daí o nome paquímero ventral ou visceral, o tubo posterior é menor contem o sistema nervoso central daí o nome paquímero dorsal ou neural. Estratificação: é o princípio de construção pelo qual o corpo humano (e seus órgãos) é constituído pela superposição de camadas de tecidos. Segmentação: é o princípio observado em muitos órgãos do corpo humano pelo qual um órgão é subdivido em partes chamados segmentos dotadas de certa autonomia anatômica e funcional. História da Anatomia Prof. Dr. Nader Wafae Preliminarmente, devemos dividir a História da Anatomia em duas fases: 1ª fase: Pré-história, ou pré-científica ou da anatomia fortuita Nesta fase, as relações ou identificaçõesde estruturas anatômicas não visavam o conhecimento já que tinham três objetivos básicos: 1- a sobrevivência através do consumo de carne animal, para a qual o conhecimento da constituição do corpo do animal era importante para a caça bem sucedida. 2 - a proteção do seu próprio corpo, para se defender dos ataques inimigos; 3- religiosos, na preparação do corpo para a vida futura em que acreditavam. Para sobreviver, para se defender ou atacar e para preservar o corpo após a morte utilizava-se a anatomia, mas nessa fase, esse processo de identificação de órgãos vitais não tinha o interesse em adquirir, desenvolver, esclarecer ou melhorar conhecimentos. Estes objetivos foram comprovados por: Desenhos rupestres encontrados em cavernas (Pindal -Espanha) representando o animal que deverá ser abatido para servir de alimento com flecha ou lança apontando o lugar ideal para sacrificar o animal com maior sucesso. Utilização de armaduras e escudos para proteger determinados locais do corpo considerados vitais. Preparação de múmias na qual se indicava a retirada das vísceras para se evitar a decomposição. 2ª fase: História ou científica Cuja característica essencial consistia na identificação dos órgãos, inicialmente, para relacioná-los com doenças visando o tratamento e mais tarde também para o aprimoramento do conhecimento científico. Período Grego A história da anatomia ou fase científica se inicia na Grécia com o trabalho de atendimento aos doentes desenvolvido por Asclepio no século XIV AC. Este médico reconhecia que para atender melhor os doentes necessitava conhecer a constituição do corpo humano. Iniciava-se assim o primeiro período da fase científica – o período grego - que se estenderia até a morte do imperador Alexandre Magno (323 AC). As dúvidas sobre a existência de Asclépio enquanto ser humano fez com que alguns autores marcassem o início desse período pelas descrições anatômicas contidas na Ilíada de Homero (século VIII a.C). Nesse período destacaram-se: Alcmeon (500 AC) – escreve a primeira obra anatômica conhecida, era uma relação de nomes de estruturas anatômicas, principalmente nomes dos ossos. Empedocles (500-430 AC) relaciona os princípios da natureza: ar, terra, água e fogo com os humores do corpo (bile (baço), sangue (fígado), fleuma (pulmões) etc.) e com doenças lançando a teoria dos humores. Hipocrates (460-377 AC) é o pai da medicina. Suas obras: Corpus hipocraticus e Da natureza do homem, oferecem boa descrição dos ossos, mas ele não distinguia bem os músculos e confundia ligamentos com tendões. Descreve as cavidades cardíacas, partes do sistema digestório e do respiratório (traquéia e brônquios), já conhecia algumas glândulas e estruturas do sistema nervoso. Destaca-se mais como médico do que como anatomista. Aristoteles (384-322 AC) criador da biologia, zoologia e da anatomia comparada, estuda o coração e os grandes vasos, dando os nomes: aorta e carótida, porém, como os demais cientistas da época acreditava que nas artérias circulava o ar que respiramos. Distingue os nervos dos tendões e dos ligamentos . Período Alexandrino Com a morte de Alexandre Magno, incentivador das ciências, o período grego entra em declínio. O império é dividido entre seus generais que não tinham o mesmo interesse científico do imperador, a não ser um deles, o general Ptolomeu. Este general, a quem coube o Egito no norte da África, demonstrou grande interesse em desenvolver a ciência e deu início ao segundo período da era científica – o período alexandrino que vai de 300 AC a 100 DC. Nesse período destacaram-se: Herofilo (330 – 270 AC) a quem é permitido realizar a primeira dissecação em cadáver humano. Descreve grande parte do sistema nervoso central, muitos aspectos do sistema vascular, já conhecia os linfáticos e dos órgãos dos sentidos, amplia o conhecimento das vísceras em geral e dá o nome de duodeno à primeira porção do intestino, é o fundador da escola alexandrina. Erasistrato (310-250) dedica-se mais a fisiologia da qual é fundador. Especializa-se na pesquisa do sistema circulatório estudando as valvas do coração, é quem denomina as valvas tricúspide e as sigmóideas, veias pulmonares, sabe diferenciar artérias das veias, e já demonstra um esboço da pequena circulação. A única nódoa e crítica que se faz a este período é a prática da vivisecção (dissecação em organismos vivos) em condenados com a justificativa de ver os órgãos em funcionamento Marino é o último nome importante deste período, reformula a escola e é chamado de restaurador da anatomia. A conquista do Egito pelos romanos, a censura imposta, o incêndio parcial da Biblioteca de Alexandria com 400.000 volumes e provavelmente o desinteresse dos imperadores com a ciência fazem a Escola Anatômica de Alexandria entrar em decadência. Período Romano Um dos períodos mais longos e mais pobres para a anatomia. De fato, os imperadores romanos tendo mais interesse em conquistas, guerras e cobranças de impostos não impulsionaram a ciência. De 100 DC até o declínio do império romano no século V, apenas um grande nome despontou nesse período. Muito mais por sua genialidade e interesse pessoal do que pelo apoio Institucional - Claudio Galeno. Surpreendentemente, apesar das dificuldades enfrentadas, esse homem torna-se um dos maiores anatomistas de todos os tempos, cujos ensinamentos prevaleceram por mais de 1000 anos. Nascido na Ásia menor (129-201 DC) demonstrou interesse pessoal pela anatomia e pela medicina, foi para a Alexandria para estagiar com os anatomistas da época, e na volta à Roma, escreve: Da utilidade das partes do corpo e Manipulações anatômicas. Este anatomista reunia 3 características importantes: habilidade manual para dissecar (animais), interesse pela pesquisa anatômica e reconhecimento da importância do conhecimento científico. Diferencia nervos, tendões e ligamentos, dedica-se bastante ao estudo do sistema nervoso, a maior parte dos nervos periféricos já eram de seu conhecimento, descreve muitas veias principalmente do encéfalo, os ossos do crânio, o globo ocular etc. Apresenta um esboço para a pequena circulação, cujo único erro consistia na passagem do sangue do ventrículo direito para o esquerdo. Com a divisão do império romano em oriental e ocidental, destaca-se em Constantinopla, Oribase, em torno de 325 a 403 DC, mas que se limita a retransmitir os ensinamentos de Galeno. Período Árabe A queda do império romano invadido pelos bárbaros durante o século V, a ascensão do cristianismo que condenava as pesquisas sobre o corpo humano e a dispersão bárbara sem nenhum interesse científico, paralisam o desenvolvimento do conhecimento anatômico - é a idade das trevas. Este teve, então, dois destinos: ou refugiar-se nos mosteiros com a simples repetição das descrições de Galeno pelos monges ou prosperar em outro continente, e foram exatamente as duas realidades que ocorreram. Na Europa, as descrições de Galeno prevaleceram por cerca de 1000 anos guardados e traduzidos nos mosteiros. No norte da África e na Ásia a ciência se desenvolveu com os árabes a partir do século VII, embora o Corão também proibisse dissecação em cadáveres. Destacaram-se nesse período: Rhaze em Bagdá (840-920) que escrevei a primeira obra de anatomia em árabe. Hali Abbas, cujo tratado com descrições anatômicas importantes foi traduzido para o latim. Avicenas (980-1037) é o grande nome desse período, o príncipe da medicina escreve Canon medicinae e acrescenta contribuições pessoais aos escritos de Galeno, nomes como veia safena, basílica, cefálica, nuca são desse período e muitos outros que foram substituídos quando a Europa retomou o domínio do conhecimento científico. Várias obras árabes foram traduzidas para o latim. Período das Escolas Européias A partir do século XII a Europa começa a readquirir o domínio científico da anatomia com o aparecimento das escolas européias isoladas, nas quais a associação de pesquisadores interessados e o apoio de senhores feudaisda localidade possibilitavam o avanço da anatomia como, por exemplo, em Salermo onde Frederico II (1240) decretou que só poderiam exercer a cirurgia quem tivesse estudado anatomia, em Montpellier aonde é permitido dissecar o cadáver de um condenado, anualmente, ou em cidades como Bolonha e Pádua onde o papa Sisto IV permitia dissecações desde que tivessem autorização para tanto, ou Clemente VII permitia a dissecação para fins de ensino da medicina. Sylvius em Paris apesar de alquimista estimula o estudo da anatomia em cadáveres. A descoberta da imprensa por Gutemberg também viria dar grande impulso à anatomia pela facilidade de comunicação e transmissão escrita dos conhecimentos. Mas em outras cidades em que a dissecação humana era condenada, as dificuldades enfrentadas por anatomistas eram enormes e muitos anatomistas foram condenados a morte pela Inquisição. Apesar disso, nessas Escolas isoladas foram surgindo bons anatomistas como Leonardo da Vinci (1452-1519) em Florença cujos desenhos se aproximavam muito da realidade, várias estruturas foram desenhadas e descritas por ele ao desejar atingir a perfeição em suas obras de arte. No entanto havia um problema ainda a ser resolvido era a influência e a servidão que os anatomistas da época ainda demonstravam ao seguirem cegamente os ensinamentos de Galeno. Este pesquisador fora muito competente, mas havia trabalhado com a anatomia de animais e sua época já estava defasada de um milênio em termos de conhecimento científico. É neste ambiente que aparece Andre Vesalius (1514-1564) anatomista nascido em Bruxelas, mas Professor em Pádua, que iria confrontar-se com os adeptos de Galeno, reformar a anatomia e tornar-se o pai da anatomia moderna através de sua coragem se inicia o período moderno da anatomia. Período da Anatomia Moderna Em 1543, Andre Vesalius publica sua obra “De Humanis Corporis Fabrica” que se transforma em importante marco de transição porque: liberta-se dos dogmas de Galeno, sua descrição é de cadáveres humanos, dá novo impulso às investigações anatômicas, introduz novas técnicas de preparação de peças e de dissecação. Todos os sistemas são objetos de reformulação, ratificando alguns aspectos e retificando outros, acima de tudo dando credibilidade à anatomia. Caluniosamente acusado por seus inimigos de vivissecção, Vesalius é condenado pela inquisição a fazer uma peregrinação ao santo sepulcro em Jerusalém, no retorno o navio em que se encontrava afunda no Mediterrâneo e Vesalius morre. Libertados da obediência aos cânones de Galeno, outros anatomistas do mesmo período de Vesalius se aliam a este no processo de modernização é o que ocorre com Gabriel Falópio (1523-1562) em Pisa, escrevendo “Observações Anatômicas” focalizando principalmente os genitais, e com Bartolomeu Eustáquio (1520-1574) em “Opuscula Anatomica”. Juntos formam o triunvirato reformador da Anatomia. Ainda neste século XVI aparecem outros anatomistas: Colombo, Botal, Aquapende, Paré, Servet, Bahuin, Varoli, Spiegel Arancio e outros. No século XVII a grande contribuição é dada por Willian Harvey (1578-1657) ao descrever a circulação sangüínea em sua obra de 1628: “Exercitatio Anatomica De Motu Cordis Et sanguinis in Animalibus” embora sem conhecer os capilares sangüíneos sua descrição é correta. Neste século grandes avanços são feitos no estudo dos linfáticos com Pecquet, Aselli, Bartholinus e mesmo com Tulp (professor flamengo imortalizado na tela de Rembrant "aula de anatomia do professor Tulp"). Ainda neste século começa a se desenvolver a anatomia microscópica com o aperfeiçoamento técnico do microscópio, Malpighi em 1666 descobre os capilares sangüíneos. No século XVIII, além da consolidação da histologia, assistimos avanços na anatomia patológica com Morgagni, na fisiologia e o início da embriologia. Na anatomia predominam os autores alemães: Meckel, Henle, Luscka, e os neuroanatomistas Wrisberg e Reil. No século XIX, assistimos ao desenvolvimento da anatomia cirúrgica ou topográfica com Palfin, Hesselbach, Scarpa entre outros. Na Histologia temos Schwam (pai da histologia), Purkinge, Bichat e outros. No século XX aparecem as extensas obras anatômicas escritas e os grandes estudos em neuroanatomia onde se destaca o espanhol Ramon Y Cajal que além de sua contribuição anatômica consolida as normas para a realização de pesquisas científicas na área biológica. Aparelho Locomotor O aparelho locomotor é constituído por três sistemas: ósseo, articular e muscular. Primordialmente tem por função dar conformação e sustentação ao corpo e tornar possível a locomoção, mas como cada um dos seus sistemas apresenta atribuições específicas, elas serão abordadas nos respectivos capítulos. INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO SISTEMA ÓSSEO Prof. Dr. Nader Wafae Esqueleto Conceito: É o conjunto de estruturas rígidas e resistentes chamadas ossos e de estruturas menos rígidas chamadas cartilagens que se articulam para dar conformação e sustentação ao corpo humano. Funções do esqueleto: proteção de órgãos (caixa craniana); produção de células sangüíneas (medula óssea vermelha); depósito de ions Ca e P; sustentação e conformação do corpo; conjunto de alavancas que sob a ação dos músculos torna possível o movimento. Divisão do esqueleto: divide-se em axial (cabeça, pescoço e tronco) e apendicular (membros superiores e inferiores). OSSOS Número de ossos: 206 a 208 Tipos de ossos Longos: em que o comprimento predomina sobre a largura e a espessura. ex. fêmur, úmero, metacarpais. Possuem duas extremidades chamadas epífises e uma parte média, corpo ou diáfise onde se encontra a cavidade medular. No período de crescimento do osso distinguem-se entre as epífises e a diáfise, a lâmina epifisial contendo a cartilagem de crescimento. Planos: em que o comprimento e a largura predominam sobre a espessura. ex. ossos da calvária no crânio, escápula. Curtos: em que não há predomínio de uma das dimensões sobre as outras. ex. ossos do carpo e do tarso. Pneumáticos: são ossos que contêm cavidades em seu interior cheias de ar. ex. maxila, esfenóide, frontal. Alongados: em que o conceito de osso longo não se aplica perfeitamente porque faltam as extremidades alargadas é o caso das costelas. Irregulares: em que os conceitos anteriores não se aplicam. ex. vértebras, ossos da base do crânio. Sesamóides: ossos curtos porém incluídos em tendões ou cápsulas de certas articulações. Supranumerários: não presentes habitualmente. ex. ossos suturais, entre os ossos occipital e parietais. Osso heterotópico é aquele que se forma em lugar onde não existe normalmente. Descrição dos ossos Na descrição da maioria dos ossos podemos distinguir: faces, margens e extremidades Faces: são partes da superfície do osso perfeitamente delimitadas principalmente no corpo. Margens: são linhas agudas que delimitam as faces. Extremidades: são os locais dos ossos onde se encontra a maior parte dos seus pontos de reparos consistindo de saliências e depressões. Saliências: são os relevos que se sobressaem na superfície do osso podem ser articulares e não articulares e que de acordo com sua forma e tamanho podem ser: cabeça – extremidade articular semelhante a uma esfera (cabeça do fêmur). capítulo – uma cabeça pequena (capítulo do úmero). côndilo – extremidade articular arredondada com forma ovóide ou em espira. (côndilos do fêmur). epicôndilo – saliência não articular situada acima do côndilo (epicôndilo lateral do fêmur). tubérculo - saliência não articular de pequeno tamanho e superfície menos rugosa ( tubérculo maior do úmero). tuberosidade – saliência não articular de tamanho médio e superfície rugosa (tuberosidade para o músculo deltóide). túber – saliência não articular de maior tamanho e superfície rugosa (túber isquiático). trocanter - saliência não articular de maior tamanho e superfície menos rugosa (trocanter maior no fêmur) . processo – saliência que se destaca acentuadamente na superfície do osso,vem do latim avançar (processo mastóide do temporal). protuberância – espinha – saliência fina e aguçada (espinha isquiática) crista – saliência estreita, geralmente linear e de extremidade livre (crista etmoidal) linha – saliência linear (linha áspera do fêmur). eminência – saliência cônica ou arredondada que se destaca na superfície do osso semelhante ao proceeso ((eminência intercondilar na tíbia). tróclea – saliência em forma de carretel (tróclea do úmero). Depressões: são escavações na superfície do osso articulares e não articulares e que de acordo com sua forma e tamanho podem ser: cavidade - escavação articular arredondada e menos profunda (cavidade glenoidal na escápula). fossa - escavação de profundidade intermediária (fossa mandibular no osso temporal). fóvea - escavação rasa pouco profunda fóvea da cabeça do fêmur). acetábulo – escavação mais profunda – (acetábulo do osso do quadril). colo: escavação circular situada abaixo da cabeça. incisura: depressão em forma de arco na superfície do osso entre projeções ósseas. (incisura isquiática maior). sulco: depressão linear ou curva pouco profunda (sulco do nervo radial). canal: depressão linear ou curva formando um túnel (canal carótico) Aberturas: são buracos delimitados adaptados para a passagem de estruturas. forame: orifício circular que dá passagem, em geral para, vasos e nervos meato: ducto com abertura nas extremidades (meato acústico externo) poro: as aberturas que delimitam o meato (poro acústico externo) Estrutura do osso Quanto à estrutura os ossos podem ser de dois tipos: compactos e esponjosos. Substância compacta: as células ósseas (osteócitos) se dispõem em camadas chamadas lamelas concêntricas em torno de um canal central, formando cilindros aderidos entre si e dispostos de acordo com o maior eixo do osso. É resistente e densa sendo encontrada na diáfise dos ossos longos em torno da cavidade medular e envolvendo o osso esponjoso das epífises, dos ossos curtos e planos. Substância esponjosa: as células ósseas se dispõem em pequenas trabéculas que se entrecruzam formando uma rede, é encontrada nas epífises dos ossos longos e nos ossos curtos. Confere força ao osso. O osso é um tecido, assim além das células ósseas possui sais inorgânicos (fosfato e cálcio) que lhe dão dureza e parte orgânica (fibras colágenas) que lhe confere flexibilidade. Um osso submetido ao ácido acético perde a dureza pela falta dos sais inorgânicos, mas mantém a flexibilidade, quando exposto ao fogo perde a matéria orgânica e se esfacela. A disposição das trabéculas dos ossos esponjosos resulta da interação entre as linhas de maior tensão para resistir às tensões e as de compressão (peso do corpo) visando à manutenção da posição ereta (teoria trajetorial). Os ossos longos são mais adaptáveis para possibilitar movimentos pela ação dos músculos. Além das forças a que são submetidos e da função a que se destinam a forma dos ossos depende também da hereditariedade, nutrição, hormônios e substâncias bioquímicas. Medula óssea É a parte do esqueleto que elabora células sanguíneas. Encontra-se na cavidade medular do osso compacto e nos espaços entre as trabéculas do osso esponjoso. Pode ser vermelha quando está ativa na produção células sanguíneas e amarela quando não produz células sanguíneas substituída por células gordurosas. No recém nascido a medula óssea é do tipo vermelho, mas no adulto encontra-se apenas no esterno, vértebras, costelas. As medulas das epífises do fêmur e do úmero são as últimas a se tornarem amarelas. Partes de um osso longo O osso longo apresenta duas extremidades chamadas epífises e um corpo entre as epífises chamado diáfise. No osso em crescimento, entre a epífise e a diáfise há um espaço preenchido por cartilagem hialina chamado lâmina epifisial, através da qual o osso cresce em comprimento. O local onde as células cartilagíneas da lâmina epifisial são substituídas por células ósseas chama-se metáfise, é a parte da lâmina mais próxima da diáfise. Ossificação Dois tipos: a partir da transformação de cartilagens hialinas (a grande maioria): ossificação endocondral. Inicialmente a cartilagem hialina se modifica, os condrócitos se hipertrofiam, morrem e são substituídos por osteoblastos e a matriz cartilagínea é substituída por minerais (cálcio). a partir de tecido conjuntivo fibroso (ossos da calvária, clavícula): ossificação intramembranácea, pela transformação de células mesenquimatosas do tecido conjuntivo em osteoblastos (centro de ossificação). mista em que ocorrem os dois tipos de ossificação. (esfenóide) Periósteo É a camada de tecido conjuntivo que envolve o osso, a parte superficial é fibrosa com fibras colágenas e fibroblastos, a parte profunda é osteogênica. O periósteo é contínuo com a cápsula articular e não reveste as superfícies articulares onde é substituído por cartilagem. Funções: crescimento do osso em espessura, nutrição, inervação (sensibilidade), proteção do osso e auxiliar nas fixações de músculos e tendões. Endósteo É uma fina camada de tecido conjuntivo que reveste o osso internamente: as trabéculas, a cavidade medular, o canal central. Vascularização Os ossos são irrigados pela artéria nutrícia que perfura o osso compacto pelo forame nutrício, por ramos das artérias do periósteo e por vasos das articulações. Roteiro prático de Anatomia radiológica – introdução ao estudo do sistema ósseo : 1- Epífise 2- Diáfise 3- Lâmina epifisial 4- Linha epifisial (de conjugação ou de condensação) 5- Cartilagem epifisial 6- Cavidade medular 7- Substância esponjosa 8- Substância compacta 9- Espaço articular radiológico 10- Sesamóide 11- Osso pneumático OSSOS DO ESQUELETO APENDICULAR O esqueleto apendicular é constituído pelos ossos dos membros superior e inferior incluindo os cíngulos dos membros superior e inferior. O cíngulo do membro superior é formado pelos ossos clavícula e escápula. O cíngulo do membro inferior é formado pelos dois ossos do quadril. Inicialmente devemos identificar os ossos do esqueleto apendicular pelos seus nomes: Membro superior: clavícula, escápula, úmero, ulna, rádio, pisiforme, piramidal, semilunar, escafóide, trapézio, trapezóide, hamato, capitato, metacarpais (I a V contados a partir do polegar ) , falanges ( proximal, média e distal, o polegar tem apenas proximal e distal) Membro inferior: osso do quadril (com três partes: ílio, ísquio e púbis), fêmur, patela, tíbia, fíbula, tálus, calcâneo, navicular, cubóide, cuneiformes (medial, intermédio e lateral), metatarsais (I a V contados a partir do hálux), falanges (proximal, média e distal, o hálux tem apenas proximal e distal). Em seguida devemos saber identificar a que lado pertencem esses ossos (se direito ou esquerdo). Para tanto escolha um ou dois acidentes do osso e oriente-os nos 3 planos do espaço (superior ou inferior, lateral ou medial e anterior ou posterior) por exemplo, no caso da escápula observe que a espinha da escápula é posterior e superior e sua extremidade, o acrômio, é lateral. Assim agindo procure identificar o lado dos ossos: escápula, clavícula, úmero, ulna, rádio, osso do quadril, fêmur, tíbia e fíbula. Finalmente procure identificar os acidentes (saliências e depressões) dos ossos grifados no texto e listados no final: A identificação desses acidentes é importante para conhecer inserções musculares, diagnósticos de fraturas, reparo de fraturas e no diagnóstico de várias doenças ósseas. Membro Superior Escápula: A escápula é um dos dois ossos do cíngulo do membro superior, é plano, com duas faces: costal e posterior, três margens: medial, lateral e superior e três ângulos: inferior, superior e lateral. A face posterior está dividida pela espinha da escápula, saliência plana, perpendicular à face e de direção oblíqua, em duas fossas a superior, menor é a fossa supra-espinal e a inferior, maior é a fossa infra-espinal. A extremidade lateralda espinha da escápula é achatada e constitui o acrômio. A face costal em contato com as costelas é côncava com saliências lineares oblíquas, e forma a fossa subescapular; em sua margem superior destaca-se uma saliência curva que lembraria o bico de corvo daí o seu nome processo coracóide. O ângulo lateral da escápula apresenta uma escavação rasa que se articula com o úmero é a cavidade glenoidal, superiormente a ela encontra-se uma pequena saliência puntiforme é o tubérculo supraglenoidal e inferiormente outra pequena saliência, o tubérculo infraglenoidal. A pequena depressão em curva na margem superior por onde passam nervo e vasos é a incisura da escápula. Clavícula: Clavícula cujo nome vem do latim - pequena chave - é o outro osso do cíngulo do membro superior, é osso alongado, com a convexidade maior voltada para frente e medialmente, apresenta: extremidade esternal, medial, mais abaulada e extremidade acromial mais achatada, na face inferior próximo a esta última extremidade encontra-se o tubérculo conóide. ÚMERO: O úmero (do latim: ombro) é o osso longo do braço, apresenta três faces: ântero-medial, ântero-lateral e posterior e três margens: anterior, medial, lateral. Na extremidade superior destacamos: medialmente, a cabeça do úmero que se assemelha a uma esfera, o colo anatômico, ligeira depressão que contorna a cabeça; anteriormente duas saliências, a maior lateral é o tubérculo maior e a outra é o tubérculo menor separados pelo sulco intertubercular. Na transição entre a epífise e a diáfise encontra-se o colo cirúrgico. No corpo do úmero, a saliência da margem lateral é a tuberosidade para o músculo deltóide, e a depressão em espiral da face posterior é o sulco do nervo radial. Na extremidade inferior, o côndilo do úmero se desdobra em: pequena saliência redonda, o capítulo do úmero e uma depressão em forma de carretel, a tróclea do úmero. Superiormente ao côndilo, duas importantes saliências para inserções musculares: a medial e maior é o epicôndilo medial no qual passa o sulco do nervo ulnar e a lateral menor, é o epicôndilo lateral. Completando a extremidade inferior, duas escavações a anterior, menor é a fossa coronóidea e a posterior, maior é a fossa do olécrano. Rádio: O rádio é o osso longo lateral do antebraço, seu nome deriva do latim, raio de uma roda, apresenta três faces: anterior, posterior e lateral delimitadas por três margens: anterior, posterior e interóssea. Na extremidade superior destacamos: a cabeça do rádio com a circunferência articular e uma ligeira depressão, a fóvea articular, a área estreita abaixo da cabeça é o colo do rádio. A saliência medial na parte superior do corpo é a tuberosidade do rádio. Na extremidade inferior destacamos: a saliência pontiaguda lateral, processo estilóide do rádio, uma leve depressão medial em arco, a incisura ulnar e uma pequena proeminência na face posterior, o tubérculo dorsal. Ulna: A ulna (do latim: antebraço) é o outro osso longo do antebraço, o medial, três faces: anterior, posterior e medial e três margens: anterior, posterior e interóssea. Na extremidade superior destacamos: o olécrano, a proeminência posterior em forma de arco cuja face anterior é escavada, a incisura troclear cuja ponta anterior é o processo coronóide, lateralmente, a pequena depressão em arco que se articula com o rádio é a incisura radial. A extremidade distal constitui a cabeça da ulna, a circunferência articular e o processo estilóide. Mão: A mão é formada pela sucessão de três camadas de ossos: carpais, metacarpais e falanges: Os ossos carpais são ossos curtos, em número de oito dispostos em duas séries, a proximal, seguindo na direção medial para lateral estão; pisiforme, piramidal, semilunar e escafóide; a série distal indo na mesma direção estão: hamato com uma saliência chamada hâmulo, capitato, o maior, trapezóide e trapézio. Os ossos metacarpais são ossos longos e numerados de I a V a partir do polegar. As falanges também ossos longos são em número de três para os dedos II ao V, proximal perto dos metacarpais, média e distal e duas para o polegar, proximal e distal. A falange distal apresenta uma dilatação em sua extremidade é a tuberosidade da falange distal. Roteiro Prático de Esqueleto apendicular: membro superior Escápula: 1- espinha da escápula 2- acrômio 3- fossa supra-espinal 4- fossa infra-espinal 5- fossa subescapular 6- processo coracóide 7- cavidade glenoidal 8- tubérculo supraglenoidal 9- tubérculo infraglenoidal 10- incisura da escápula Clavícula: 11- extremidade esternal 12- extremidade acromial 13- tubérculo conóide ÚMERO: 14- cabeça do úmero 15- colo anatômico 16- tubérculo maior 17- tubérculo menor 18- sulco intertubercular 19- colo cirúrgico 20- tuberosidade para o músculo deltóide 21- sulco do nervo radial côndilo do úmero 22- capítulo do úmero 23- tróclea do úmero 24- epicôndilo medial 25- sulco do nervo ulnar 26- epicôndilo lateral 27- fossa coronóidea 28- fossa do olécrano Rádio: 29- cabeça do rádio 30- colo do rádio 31- tuberosidade do rádio 32- processo estilóide do rádio 33- incisura ulnar 34- tubérculo dorsal. Ulna: 35- olécrano 36- incisura troclear 37- processo coronóide 38- incisura radial 39- cabeça da ulna 40- processo estilóide. Mão: Ossos carpais 41- pisiforme 42- piramidal 43- semilunar 44- escafóide 45- hamato 46- capitato 47- trapezóide 48- trapézio. 49- ossos metacarpais numerados de I a V a partir do polegar. 50- falange proximal 51- falange média 52- falange distal. Osso do quadril: O osso do quadril com o seu homônimo do outro lado formam o cíngulo do membro inferior, classificado como irregular, originalmente é formado pela fusão de três ossos: o superior é o ílio, o anterior é o púbis e o posterior é o ísquio. Ílio: Forma a parte superior do osso do quadril. O corpo do ílio é plano ligeiramente côncavo em seu lado medial onde se encontra a asa do ílio ou fossa ilíaca. Seu contorno superior constitui a crista ilíaca que nas extremidades apresenta quatro proeminências, duas anteriores: espinha ilíaca ântero-superior e espinha ilíaca ântero-inferior e duas posteriores: espinha ilíaca póstero-superior e espinha ilíaca póstero-inferior. Por ser relativamente larga tem lábios interno e externo e uma linha intermédia no meio, a parte mais espessa do lábio externo chama-se tubérculo ilíaco. Abaixo da fossa ilíaca encontramos uma saliência em forma de arco que participa da delimitação da abertura superior da pelve é a linha arqueada, parte do arco total formado pela linha terminal. A parte rugosa posterior à fossa ilíaca é a face sacropélvica onde encontramos a face auricular para se articular com o sacro e atrás desta a tuberosidade ilíaca. A face convexa do ílio é a face glútea onde se observam as linhas glúteas: anterior, posterior e inferior. Ísquio: Forma a parte posterior do osso do quadril. É constituído pelo corpo (posterior) e pelo ramo (inferior). A parte posterior do ramo larga e volumosa denomina-se túber isquiático, continuando pela margem posterior encontramos uma saliência aguda é a espinha isquiática, importante ponto de referência em obstetrícia, e o pequeno arco entre a espinha isquiática e o túber isquiático é a incisura isquiática menor, e o arco maior da margem posterior do osso do quadril entre a espinha isquiática e espinha ilíaca póstero-inferior é a incisura isquiática maior. . Púbis Forma a parte anterior do osso do quadril. É constituído pelo corpo do púbis (anterior) e pelos ramos superior do púbis e inferior do púbis. A extremidade anterior do corpo articula-se com a do outro lado é a face sinfisial que apresenta em sua parte superior duas pequenas saliências, a lateral é o tubérculo púbico e a medial é a crista púbica. O ramo superior apresenta duas linhas bem evidentes: a medial é a linha pectínea do púbis e a lateral é a crista obturatória.A parte saliente limite entre o púbis e o ílio constitui a eminência iliopúbica. Acetábulo Escavação circular em forma de “xícara” ponto de encontro dos três ossos que formam o osso do quadril. É lateral e apresenta uma margem semicircular, o limbo do acetábulo, uma parte mais profunda, a fossa do acetábulo e uma descontinuidade da margem na parte inferior, a incisura do acetábulo, a parte lisa que contorna a fossa é a chamada face semilunar Forame obturado É o grande orifício situado abaixo do acetábulo. Na realidade é recoberto por músculos nos dois lados daí o seu nome. A cavidade pélvica formada pelos ossos do quadril, sacro e cóccix é dividida em pelve maior, mais larga e pelve menor, mais estreita. A separação entre as duas é feita pela abertura superior da pelve ou linha terminal (estreito superior) delimitada pela linha pectínea, linha arqueada e completada pelo seu prolongamento na asa do sacro. O limite inferior da cavidade pélvica constitui a abertura inferior da pelve que da margem inferior da sínfise púbica vai aos túberes isquiáticos e termina no cóccix. A identificação dos diâmetros da pelve é de importância para a obstetrícia. Diâmetro transverso: une a parte mais larga da abertura superior da pelve Diâmetro oblíquo: une a extremidade inferior da articulação sacroilíaca de um lado com o centro do forame obturado do outro lado. Diâmetro anatômico: une a margem superior da sínfise púbica com o ponto mediano do promontório. Diâmetro verdadeiro: une a parte mais saliente do dorso da sínfise púbica ao ponto mediano do promontório. Diâmetro diagonal: une a margem inferior da sínfise púbica ao ponto mediano do promontório. Fêmur: O fêmur é o osso longo da coxa, em sua extremidade superior apresenta: a cabeça do fêmur, estrutura semelhante a uma esfera voltada medialmente com uma pequena escavação, a fóvea da cabeça do fêmur, a grande área estreita abaixo da cabeça constitui o colo do fêmur e a rugosidade que o contorna embaixo e por diante é a linha intertrocantérica. Ainda na extremidade superior, porém posteriormente, observam-se duas proeminências: a maior e superior é o trocanter maior e a menor inferior é o trocanter menor, ambos estão ligados pela crista intertrocantérica. Na parte posterior do corpo do fêmur destaca-se uma rugosidade linear é a linha áspera que se continua superiormente com duas saliências também lineares: a linha pectínea, medialmente, e a tuberosidade glútea, lateralmente. A linha áspera também se divide inferiormente em duas, as linhas supracondilares lateral e medial que delimitam uma área triangular: a face poplítea. A extremidade distal do fêmur apresenta duas proeminências bem evidentes: côndilo lateral e côndilo medial, encimados respectivamente pelos epicôndilos lateral e medial. Pouco acima da parte posterior do côndilo medial vê-se uma ligeira proeminência é o tubérculo do adutor. O espaço profundo existente entre as partes posteriores dos côndilos constitui a fossa intercondilar cujo contorno superior é a linha intercondilar. Completando a extremidade inferior observa-se na frente e entre os côndilos uma superfície lisa, a face patelar. Denomina-se ângulo de inclinação do fêmur, o ângulo formado entre o eixo que passa pelo colo e o eixo do corpo do fêmur e mede em média 125°. O corpo do fêmur é encurvado e sua convexidade é anterior. Patela: É osso sesamóide, por estar incluído no tendão do músculo quadríceps femoral, significa pequeno prato, está situado na região anterior do joelho e articula-se com a face patelar do fêmur. Como é triangular, o seu ápice é inferior e a base superior, apresenta duas faces: articular e anterior. Tíbia: É o osso longo e medial da perna, a origem do nome é latina e significa flauta, apresenta três faces: medial, lateral e posterior e três margens: anterior (canela), medial e interóssea. A extremidade superior larga é formada pelo côndilo lateral e pelo côndilo medial em cuja parte superior plana ou face articular superior apresenta no centro uma proeminência, a eminência intercondilar com os tubérculos intercondilar lateral e intercondilar medial. O côndilo lateral apresenta uma pequena área lisa é a face articular fibular A saliência rugosa na parte superior da margem anterior, próxima aos côndilos, é a tuberosidade da tíbia. A linha oblíqua situada na parte superior da face posterior é a linha para o músculo sóleo. Na extremidade inferior da tíbia destaca-se a proeminência, maléolo medial atrás do qual encontra-se o sulco maleolar. Fíbula É o osso longo lateral da perna deriva do latim, alfinete, apresenta três faces: lateral, medial, posterior e três margens: anterior, posterior e interóssea. Na extremidade superior encontramos a cabeça da fíbula cuja ponta é o ápice da cabeça da fíbula e a pequena face articular da cabeça da fíbula. A área estreita abaixo da cabeça é o colo da fíbula. A extremidade inferior apresenta uma expansão terminada em ponta, maléolo lateral, uma área lisa, face articular do maléolo lateral para a tíbia, atrás da qual a pequena depressão constitui a fossa do maléolo lateral. Complertando com o sulco póstero-lateral, o sulco maleolar. Pé O pé é formado pela sucessão de três camadas de ossos: tarsais, metatarsais e falanges: Os ossos tarsais são ossos curtos, em número de sete, de trás para diante estão: calcâneo, tálus e navicular e anteriormente: cubóide, cuneiforme medial, cuneiforme intermédio e cuneiforme lateral. Os ossos metatarsais são ossos longos e numerados de I a V a partir do hálux. As falanges também ossos longos são em número de três para os dedos II ao V, proximal perto dos metatarsais, média e distal e duas para o hálux, proximal e distal. A falange distal apresenta uma dilatação em sua extremidade é a tuberosidade da falange distal. A face plantar do pé apresenta dois arcos importantes para a marcha e para a sustentação da posição bípede e que são: longitudinal e transversal de acordo com o a direção que apresentam, longitudinal no eixo maior e transversal no eixo menor. Quando esses arcos encontram-se alterados temos os distúrbios conhecidos por pé chato (arco longitudinal diminuído) e pé cavo (arco longitudinal aumentado). Roteiro Prático de Esqueleto apendicular: membro inferior Osso do quadril Ílio 1- fossa ilíaca (asa do ílio) 2- linha arqueada 3- crista ilíaca 4- espinha ilíaca ântero-superior 5- espinha ilíaca ântero-inferior 6- espinha ilíaca póstero-superior 7- espinha ilíaca póstero-inferior 8- linhas glúteas 9- tuberosidade ilíaca 10- face auricular Ísquio 11- corpo 12- ramo 13- túber isquiático 14- espinha isquiática 15- incisura isquiática menor 16- incisura isquiática maior Púbis 17- face sinfisial 18- tubérculo púbico 19- linha pectínea do púbis 20- eminência iliopúbica Acetábulo 21- fossa do acetábulo 22- Incisura do acetábulo 23- face semilunar 24- Forame obturado Fêmur: 25- cabeça do fêmur 26- fóvea da cabeça do fêmur 27- colo do fêmur 28- trocanter maior 29- trocanter menor 30- crista intertrocantérica 31- linha intertrocantérica 32- linha áspera 33- linha pectínea 34- tuberosidade glútea 35- côndilo medial 36- tubérculo do adutor 37- epicôndilo medial 38- côndilo lateral 39- epicôndilo lateral 40- fossa intercondilar 41- face poplítea 42- face patelar Patela Tíbia: 43- côndilo lateral 44- côndilo medial 45- eminência intercondilar 46- tubérculo intercondilar medial 47- tubérculo intercondilar lateral 48-tuberosidade da tíbia 49- maléolo medial Fíbula 50- cabeça da fíbula 51- ápice da cabeça da fíbula 52- colo da fíbula 53- maléolo lateral Pé: Ossos tarsais 54- calcâneo 55- tálus 56- navicular 57- cubóide 58- cuneiforme medial 59- cuneiforme intermédio 60- cuneiforme lateral 61- ossos metatarsais numerados de I a V a partir do hálux. 62- falange proximal 63- falange média 64- falange distal. OSSOS DO ESQUELETO AXIALO esqueleto axial é constituído pelos ossos da cabeça, da coluna vertebral, do tórax e do pescoço. CABEÇA No desenvolvimento dos ossos da cabeça destacamos três características: 1- Neurocrânio, de origem membranácea consiste nos ossos que formam a calvária e parte da face. 2- Condrocrânio, de origem cartilagínea é constituído principalmente pelos ossos da base do crânio 3- Viscerocrânio, de onde derivam: mandíbula, ossículos da audição, maxila, zigomático, palatino, vômer. Crânio - oito ossos Vista anterior - osso frontal - ímpar - osso etmóide - ímpar Vista lateral - osso parietal - par - osso temporal - par Vista posterior- osso occipital - ímpar Vista inferior - osso esfenóide – ímpar O osso frontal (do latim frontalis = testa) constitui a parte anterior da calvária e a parte superior da face, sua convexidade denomina-se escama frontal e tem duas faces: externa e interna. Na face externa destacam-se as protuberâncias laterais, túberes frontais, o contorno superior da órbita com o arco superciliar e a margem supra-orbital. Na face interna temos uma lâmina sagital mediana, a crista frontal e as partes nasal e orbital. O osso etmóide (do grego ethmos = peneira), muito frágil, constitui, principalmente, o esqueleto da cavidade nasal, na parte superior está a lâmina cribriforme, nas partes laterais encontram-se os labirintos etmoidais formados pelas células etmoidais (cavidades cheias de ar), lâminas orbitais (paredes mediais das órbitas) e as conchas nasais superior e média (saliências para dentro da cavidade nasal), sagitalmente temos a lâmina perpendicular. Os ossos parietais (do latim parietalis = parede) constituem as partes laterais e superiores da calvária, convexos têm faces externa e internas. Na face externa distinguimos saliências lineares em arcos, as linhas temporais, a proeminência, túber parietal. A face interna apresenta sulcos nos quais se colocam vasos. Os ossos temporais (do latim temporalis = tempo) constituem a parte inferior e lateral da calvária mas são importantes participantes da base do crânio. Osso de conformação complexa apresenta três partes: petrosa, timpânica e escamosa. A parte petrosa é interna, afunilada, entra na constituição da base do crânio e é muito rígida e compacta, alberga importantes estruturas da audição e do equilíbrio. A parte timpânica, a menor das três é inferior e contorna o meato acústico externo. A parte escamosa é a que participa da calvária tem a forma de arco e de sua parte anterior projeta-se um prolongamento, o processo zigomático facilmente palpável. O osso occipital (do latim occipitum = parte póstero-inferior da cabeça) constitui a parte posterior da calvária e posterior da base do crânio. Tomando-se o forame magno como referência divide-se em três partes: parte basilar por diante, liga-se ao esfenóide e sua superfície interna é o clivo, parte lateral em cada lado onde se encontram os côndilos occipitais e escama occipital atrás. Às vezes pode estar subdivido pela presença do osso interparietal (Inca) na porção mais elevada da escama. O osso esfenóide (do grego sphen = cunha ou sphein = mariposa) é tipicamente irregular em sua forma, ocupa a maior parte da fossa média do crânio, sua parte central é o corpo e os prolongamentos laterais correspondem às asas maior e menor e o inferior ao processo pterigóide. Face - 14 ossos Vista anterior - lacrimal - par - osso nasal - par - maxila - par - zigomático - par Vista inferior - palatino - par - vômer - ímpar - concha nasal inferior - par - mandíbula – ímpar Orelha média Martelo Bigorna Estribo Lacrimal (do latim lacrima = lágrima), pequeno osso colocado na parte ântero-medial da órbita atrás do processo frontal da maxila. Osso nasal ( do latim nasal = nariz), pequeno osso situaado por diante do processo frontal da maxila correspondendo à parte significativa do dorso do nariz. maxila (do latim maxilla = queixada) é formado pelo corpo com as faces: orbital, anterior, infratemporal e nasal e pelos processos: frontal, zigomático, palatino e alveolar, este último contém o arco alveolar com os alvéolos dentais e as eminências alveolares. zigomático (do grego zygomatikos = ligado) é o osso que forma a conhecida “maçã do rosto” e portanto saliente apresenta faces: lateral, temporal e orbital e os processos temporal e frontal. palatino (do latim palatinum = palato) vômer (do latim vomer = lâmina do arado) osso ímpar que corresponde ao septo nasal ósseo que se completa pela lâmina perpendicular do etmóide. concha nasal inferior, encontra-se na parte ínfero-lateral da cavidade nasal. mandíbula ( do latim mandere = mastigar), é o único osso dotado de movimento da cabeça apresenta o corpo da mandíbula cuja parte inferior é a base e a parte superior corresponde à parte alveolar com o arco alveolar, alvéolos dentais e as eminências alveolares e os ramos da mandíbula, verticais, que do ângulo da mandíbula se prolonga até o processo condilar, a incisura da mandíbula e o processo coronóide Os ossos da orelha média serão estudados em orelhas. Suturas São as linhas de ligação entre ossos, que no caso do crânio recebem nomes especiais. Tendem a desaparecer com a idade. Sutura coronal entre os ossos frontal e parietais. Sutura sagital entre os ossos parietais. Sutura lambdóidea entre os ossos parietais e occipita.l Sutura metópica quando o osso frontal está dividido na linha mediana (ausente na maioria das vezes). Pontos craniométricos: gnátio: ponto mais saliente do mento. próstio: ponto ósseo situado entre os dois dentes incisivos. násio: o ponto de encontro da sutura frontonasal. glabela: o ponto mais saliente entre os arcos superciliares bregma: ponto de encontro das suturas coronal e sagital. lambda: ponto de encontro das suturas sagital e lambdóidea. vértice: o ponto mais elevado co crânio obélio: cruzamento da linha que une os forames parietais com a sutura sagital ínio: o ápice da protuberância occipital externa gônio: ângulo formado pela margem posterior do ramo e a base da mandíbula. ptério: ponto de encontro das suturas fronto-esfeno-temporal astério: ponto de encontro dos ossos, parietal, temporal e occipital. Fontículos Por ocasião do nascimento, os ossos da calvária não estão totalmente ossificados existem membranas de tecido fibroso interpostas entre ossos de origem membranácea e que se ossificam progressivamente até os dois anos de idade aproximadamente. Fontículo anterior: ímpar, o maior, entre frontal e os parietais, corresponde ao bregma, tem importância em obstetrícia para identificar a posição do feto. Fontículo posterior: ímpar, entre o occipital e os parietais corresponde ao lambda. Fontículos anterolaterais: par, entre o frontal, o temporal e o parietal (ptério). Fontículos posterolaterais: par, entre o occipital, o temporal e parietal (astério). Diferenças sexuais presentes no crânio Masculino: mais volumoso, linhas de inserções musculares mais evidentes, túberes frontais e parietais mais salientes, fronte oblíqua, mais alta e larga, arcos superciliares visíveis, glabela marcada, órbitas baixas e quadrangulares. Feminino: menos volumoso, linhas de inserções musculares pouco evidentes, túberes frontais e parietais menos salientes, fronte vertical, mais baixa e estreita, arcos superciliares imperceptíveis, glabela apagada, órbitas altas e arredondadas. Tipos de crânios Sem entrarmos em especificidades técnicas de mensuração podemos dizer que os crânios se classificam em dolicocéfalos quando alongados, braquicéfalos quando alargados e mesocéfalos os de equilíbrio entre largura e comprimento. Roteiro prático do Sistema ósseo - esqueleto axial Os pontos de referência e forames selecionados para identificação na cabeça são, efetivamente, locais por onde passam vasos e nervos importantes, dão inserçõespara músculos cujas ações são essenciais ou são locais aonde se posicionam estruturas de real aplicação prática. Identificar os seguintes acidentes dos ossos do crânio: Vista inferior Forame magno Forame e fossa jugular Canal carótico Processo mastóide Forame estilomastóideo Processo pterigóide (lâminas medial e lateral) Fossa pterigóidea Forame lacerado Forame incisivo Processo estilóide Forame palatino maior Espinha nasal posterior Canal do nervo hipoglosso Côndilo occipital Vista interna Fossa anterior do crânio Crista etmoidal (galli) Lâmina cribriforme com forames Seio frontal Fossa média do crânio Parte petrosa do temporal Poro acústico interno (saída do meato) Sela turca Fossa hipofisial Asa maior do esfenóide Asa menor do esfenóide Canal óptico Sulco carótico Forame oval Forame espinhoso Forame redondo Dorso da sela Tubérculo da sela Processo clinóide anterior Processo clinóide posterior Sulco da artéria meníngea média Fossa posterior do crânio Protuberância occipital interna Crista occipital interna Sulco do seio transverso Eminência cruciforme Vista anterior Órbita Lâmina perpendicular do etmóide Abertura piriforme Espinha nasal anterior Margens supra-orbital e infra-orbital Forame supra-orbital Forame infra-orbital Fissura orbital superior Forame mentual Protuberância mentual Forame da mandíbula (língula e canal) Vista lateral Arco zigomático Poro acústico externo (entrada do meato) Fossa mandibular Processo condilar (cabeça e colo da mandíbula) Ramo da mandíbula Processo coronóide Incisura da mandíbula Ângulo da mandíbula Vista posterior Protuberância occipital externa Crista occipital externa Linha nucal superior e inferior Escama occipital Vista superior Sutura coronal Sutura sagital Sutura lambdóidea Observação: Não podem ser vistos através dessas vistas porque se encontram no interior dos respectivos ossos, caso esses ossos estiverem abertos podemos distinguir: Seio frontal Seio esfenoidal Seio maxilar Células etmoidais anteriores e posteriores A fim de demonstrar a importância prática dos forames do crânio vamos citar alguns deles com as principais estruturas que constituem os seus conteúdos: Vista inferior e interna Forame magno: medula e bulbo, nervo acessório, artérias vertebrais Canal condilar: veia emissária Canal do nervo hipoglosso: nervo hipoglosso Forame jugular: veia jugular interna, nervos glossofaríngeo, vago e acessório Canal carótico: artéria carótida interna Forame espinhoso: vasos meníngeos médios Forame oval: nervo mandibular Forame redondo: nervo maxilar Forame lacerado: parte do trajeto da artéria carótida interna Forame estilomastóideo: nervo facial Lâmina cribriforme: nervo olfatório Canal óptico: nervo óptico, artéria oftálmica Meato acústico interno: nervos facial e vestibulococlear Forame mastóideo: veia emissária Fossa incisiva: nervo nasopalatino Forame palatino maior: nervos palatinos Forame da mandíbula nervos e vasos alveolares inferiores Vista anterior: Fissura orbital superior: nervos oculomotor, troclear, abducente e ramos do oftálmico Fissura orbital inferior: nervo maxilar Forame supra-orbital: nervos e vasos supra-orbitais Forame infra-orbital: nervos e vasos infra-orbitais Forame mentual: nervos e vasos mentuais COLUNA VERTEBRAL A coluna vertebral é uma estrutura axial metamérica constituída por 33 segmentos ósseos semelhantes e superpostos chamados vértebras e classificadas quanto à forma, pela maioria dos autores, como ossos irregulares. Pela semelhança que podem apresentar e pela região em que se encontram, as vértebras foram divididas em: 7 cervicais, 12 torácicas, 5 lombares, 5 sacrais e 4 coccígeas. Curvaturas: a coluna vertebral consiste em 4 curvaturas, melhor vistas na posição lateral: duas primárias por conservarem a posição fetal - torácica e sacral - de convexidade posterior, também chamadas cifoses e duas secundárias por se formarem após o nascimento - cervical e lombar - de convexidade anterior, também chamadas lordoses. A curvatura cervical forma-se quando a criança sustenta a cabeça ereta e a curvatura lombar, quando se mantém na posição bípede. Escolioses são os desvios laterais da coluna vertebral. É discutível se os termos cifose e lordose devam ser aplicados como sinônimos de curvaturas primária e secundária ou apenas quando essas curvaturas são acentuadas. Apesar de classificadas por suas características em tipos diferentes podemos distinguir elementos anatômicos que são comuns à maioria delas. Identificar as partes comuns de uma vértebra típica: Corpo vertebral - parte anterior, arredondada e volumosa. Arco vertebral - parte posterior confluente que delimita o forame vertebral. É formado pelos pedículos e pelas lâminas do arco vertebral Lâmina - partes do arco vertebral que confluem atrás para formar o processo espinhoso Pedículo - parte do arco vertebral que une o corpo vertebral à lâmina do corpo vertebral e aos processos transverso e articular. Os seus contornos superior e inferior formam as incisuras vertebrais superior e inferior. Processo espinhoso - extremidade formada pela união das lâminas, é um dos pontos de reparo para distinguir a parte da coluna a que a vértebra pertence. Processo transverso - expansões laterais da vértebra, e um dos pontos de reparo para distinguir a parte da coluna a que a vértebra pertence. Processo articular - lâminas planas que articulam e encaixam a vértebra superior à inferior tendem a ocupar as posições: transversal nas cervicais, frontal nas torácicas e sagital nas lombares Forame vertebral - central, formado pelos contornos posterior do corpo vertebral e mediais dos arcos vertebrais. O conjunto dos forames vertebrais forma o canal vertebral. Os forames intervertebrais formam-se entre as incisuras vertebrais superior e inferior de vértebras adjacentes. Características que identificam a região da coluna a qual a vértebra pertence: Cervical: processo espinhoso bífido, processo transverso com forame transversário, corpo com expansão lateral chamada unco do corpo, processo articular tendendo à posição transversal, forame vertebral tende para a forma triangular. Torácica: processo espinhoso em ponta, processo transverso com fóvea costal (articular com as costelas), corpo com fóveas costais superior e inferior (articular com as costelas), processo articular tendendo à posição frontal, forame vertebral tende para a forma circular. Lombar: processo espinhoso quadrado (em forma de machado), processo transverso em ponta chamado costiforme, corpo grande em forma de rim, processo articular tendendo à posição sagital, forame vertebral tende para a forma triangular. Os processos mamilares são saliências arredondadas e posteriores dos processos articulares superiores. Sacral: as vértebras sacrais estão fundidas formando um osso triangular. Os processos espinhosos formam a crista sacral mediana, os discos intervertebrais, as linhas transversas, os forames intervertebrais os forames sacrais anteriores e posteriores, os processos transversos as partes laterais (asa do sacro), a ligação das lâminas com os corpos, a crista sacral medial. A parte superior do sacro é a sua base e a extremidade inferior é o ápice do sacro, a margem saliente da extremidade superior da primeira vértebra sacral é o promontório. Hiato sacral é a abertura inferior em seqüência ao canal sacral circunscrito pelos cornos sacrais e a face articular para o osso do quadril denomina-se face auricular. Identifique no osso sacro: base, promontório, asa, cristas sacrais (mediana, medial e lateral), hiato, forames sacrais anteriores e posteriores, canal, ápice. Cóccix: Vestígio de uma cauda
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