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Redação UERJ: A cultura do cancelamento é uma ferramenta de justiça social?

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Redação Modelo uerj 
Olá! 
Meu nome é Pedro Moura (@pedroh.sa) e tirei 
960 no ENEM 2020 e 9 na UERJ 2021 
Estou disponibilizando minha redação. 
Tenho outras redações disponíveis no meu 
perfil do “Passei Direto”, dá uma olhada! 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A cultura do cancelamento é uma ferramenta de justiça 
social? 
 
 
Tema: A cultura do cancelamento é uma ferramenta de justiça social? 
Censura do pensamento 
No livro “1984”, obra distópica de George Orwell, o Estado totalitário vaporizava aqueles que desrespeitavam as 
medidas do governo, promovendo um terror e uma sociedade com o pensamento unilateral. Fora da ficção, é possível 
observar que, assim como em tal obra, a cultura do cancelamento tornou-se uma medida para punir os indivíduos com 
pensamentos que divergem do senso comum, gerando problemáticas no que diz respeito à democracia, bem como na 
limitação de opiniões. Quando a população é privada da discussão, a liberdade de todos é afetada. 
Primeiramente, é necessário destacar que embora a cultura do cancelamento tenha a proposta de diminuir o 
destaque dado para celebridades que rompa com a ética, ela não cumpre a função de justiça social, pois impõem 
limites ao pensamento alheio. Acerca disso, verifica-se que essas medidas vão de encontro aos princípios da 
Constituição de 1988, que assegura a liberdade de expressão. Com isso, tal cultura pode servir como ferramenta 
antidemocrática, uma vez que condena as diferentes possibilidades de ideias que não fazem parte da ideologia 
hegemônica. Essa mesma atitude já foi criticada pelo filósofo Voltaire, que lutava pela liberdade de todos os 
pensamentos, mesmo quando não concordava com ele. Logo, fica claro que interromper a liberdade de expressão é 
discordar com os princípios desse pensador e desrespeitar, até mesmo, a lei. 
Ademais, outro impasse gerado pela cultura do cancelamento é a restrição do acesso aos debates. Nesse sentido, 
analisa-se que com a imposição de somente um olhar certo, a diversidade de opiniões é cerceada. Para o filósofo 
Aristóteles, todo homem é um ser político e por isso deve sempre buscar os debates para ampliar a racionalidade. 
Entretanto, com a estratégia do cancelamento essa busca é interrompida, já que um dos lados do debate não tem 
espaço de fala, sendo, em parte, uma censura de pensamento. Assim, barreiras são criadas impossibilitando a 
pluralidade de ideias, o que é essencial no regime democrático. 
Em face do exposto, podemos analisar que a cultura do cancelamento não se mostra uma ferramenta de justiça social. 
No que tange a esse assunto, vê-se que ela corrobora com o apagamento da liberdade de expressão, que é uma 
fundamentado desde os princípios de Voltaire até a Constituição brasileira. Além disso, essa medida facilita no 
processo de marginalização de certos grupos, afastando o debate democrático. Portanto, penso que a liberdade para 
pensar é necessária e não deve ser combatida, pois quando isso acontece as distopias, como a de Orwell, podem se 
tornar realidade.

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