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Giovanna Paola de Rezende Pivoto– 4º Período FMIT – Faculdade de Medicina de Itajubá Sistemas Orgânicos Integrados IV – SOI IV, N1. Complicações Crônicas da DM Definição • As complicac ̧ões crônicas do diabetes incluem distúrbios da microcirculac ̧ão (neuropatias, nefropatia e retinopatia), transtornos da motilidade gastrintestinal, complicações macrovasculares (doenc ̧as vasculares coronariana, cerebral e periférica) e u ́lceras dos pés. • O nível da hiperglicemia crônica é o fator mais bem estabelecido associado às complicac ̧ões do diabetes. Complicações Macrovasculares As complicações microvasculares estão relacionadas a síntese dos produtos finais da glicosilação avançada e essa induz a lesão vascular e a diminuição dos fatores de relaxamento muscular, devido a estimulação do aumento na produção de espécies reativas de oxigênio. Complicações microvasculares Já as macrovasculares são causadas pela hiperglicemia com a síndrome metabólica (aumento da PA), faz com que essas pessoas que tenham diabetes tenham mais chances de ter a lesão macro. Neuropatias • O risco de desenvolver neuropatias aumenta nos pacientes com hiperglicemia persistente. • Em geral, os sintomas comec ̧am na segunda década depois do início da doenc ̧a. Como o início do diabetes tipo 2 geralmente passa despercebido, podem existir complicac ̧ões crônicas por ocasião do diagnóstico. • Dois tipos de alterac ̧ões patológicas têm sido observados nos pacientes com neuropatias diabéticas: ➢ A primeira é um espessamento das paredes dos vasos nutrientes que irrigam o nervo e isto explica a hipótese de que a isquemia vascular desempenhe um papel significativo na patogênese dessas anormalidades neurais. ➢ A segunda é um processo de desmielinizac ̧ão segmentar que afeta as células de Schwann. Esse processo de desmielinizac ̧ão está associado à reduc ̧ão da velocidade de condução neural. • Então ela é dívida em neuropatias somáticas e autônomas, sendo: ➢ Neuropatia Somática: ✓ O tipo mais comum de neuropatia periférica é uma polineuropatia simétrica distal, na qual o déficit funcional ocorre com um padrão de meialuva. ✓ A neuropatia diabética dolorosa acomete os neurônios somatossensoriais que transmitem estímulos de dor. ✓ Em geral, o déficit sensorial somático ocorre primeiro, geralmente é bilateral e simétrico e está associado à reduc ̧ão das modalidades sensoriais à vibrac ̧ão, à dor e à temperatura, principalmente nos membros inferiores. ✓ Além dos desconfortos associados ao déficit sensorial ou motor, as lesões do sistema nervoso periférico predispõem o paciente diabético às outras complicações. — > Em geral, a neuropatia periférica está associada à insensibilidade dos pés. As perdas de sensibilidade ao toque, à vibração e à posic ̧ão aumentam os riscos de quedas, queimaduras graves e lesões traumáticas dos pés. ✓ A neuropatia dos membros inferiores está associada a um índice de amputações do membro inferior de 61%, e a taxa de mortalidade nos primeiros 5 anos depois destas amputações varia de 39 a 80%. ➢ Neuropatia autônoma: ✓ Caracteriza-se por distúrbios que afetam as funções do sistema nervoso autônomo simpático e parassimpático. ✓ Esses distúrbios podem afetar a função vasomotora, reduzir as reac ̧ões cardíacas, causar incapacidade de esvaziar e bexiga e acarretar disfunção sexual. ✓ As anormalidades dos reflexos vasomotores podem causar tontura e síncope quando o paciente sai da posic ̧ão supina para a posição ortostática. ✓ Nos homens, os distúrbios das funções sensoriais e do sistema nervoso autônomo podem causar disfunção sexual. Diabetes é a principal causa fisiopatológica de disfunção erétil (DE), que ocorre nos pacientes com diabetes tipos 1 e 2. Distúrbios Gastrointestinais Os distúrbios gastrointestinais, tem sintomas de gravidade variável, e incluem constipação intestinal, diarreia e incontinência fecal, náuseas e vômitos e desconforto abdominal (dispepsia), a gastroparesia é muito comum nos pacientes com diabetes. Nefropatias A nefropatia é a combinação de lesões que afetam comumente e simultaneamente os rins do paciente, as lesões renais mais comuns afetam os glomérulos, sendo a esclerose glomerular difusa e a glomeruloesclerose nodular (espessamento da membrana basal capilar), que resultam na redução do fluxo sanguíneo, perda progressiva da função renal e insuficiência renal. Retinopatia A retinopatia diabética caracteriza-se pela permeabilidade anormal dos vasos retinianos, formação de micro aneurismas, neovascularização e hemorragias, retrações fibróticas e descolamento de retina associados. Quase todos os pacientes diabéticos têm retinopatia, embora com grandes variáveis e a gestação, puberdade e cirurgia de catarata podem acelerar essas alterações. Infecções As infecções são causadas pelas complicações vasculares crônicas em conjunto com hiperglicemia e altos níveis de neutrófilos. Pé Diabético As úlceras do pé diabético, são reflexos da neuropatia e insuficiência vascular, pois a falta de sensibilidade a dor faz com que lesões não sejam percebidas, resultando em deformidades que podem evoluir para úlceras, infecções e até mesmo amputação. Cuidados com o Pé Diabético • Em vista do risco constante de problemas nos pés, a prevenc ̧ão de lesão ou a detecção imediata é essencial. • É importante que os pacientes com diabetes usem calçados bem adaptados e que examinem diariamente seus pés, a fim de detectar bolhas, feridas abertas e infecção fúngica (p. ex., pé de atleta) entre os dedos dos pés. • Se os pacientes também tiverem déficit visual, um membro da família deve fazer isso por eles. • Instruções que reforcem a busca imediata de cuidados médicos quando houver lesões da pele são necessárias para evitar complicac ̧ões graves. • O tabagismo deve ser evitado porque causa vasoconstrição e contribui para a doenc ̧a vascular. • Como o frio provoca vasoconstric ̧ão, coberturas apropriadas aos pés devem ser usadas para mantêlos secos e aquecidos. • As unhas dos dedos dos pés devem ser cortadas bem curtas para evitar que as unhas cresçam para dentro. Em geral, as unhas dos pés são mais grossas e deformadas e os servic ̧os de um podólogo são necessários. • Também é importante desestimular enfaticamente que os próprios pacientes com diabetes tratem seus problemas, inclusive unhas duras, calos e outros problemas. Referências: 1. Silverthorn DU. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 7a ed. Porto Alegre: Artmed, 2017. 2. Porth CM, Matfin G. Fisiopatologia. 9ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan, 2015. 3. Goldman ADC. Goldman Cecil: Medicina. 24 ª ed. Rio de Janeiro: Saunders Elsevier, 2014.
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