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Módulo 1 • Conferência 03 • Dra. Mariana Silvestre Natália Alves P7 Miopatias inflamatórias INTRODUÇÃO Grupo heterogêneo. Fraqueza muscular proximal e simétrica. Elevação de enzimas musculares, como CPK, aldolase, AST, ALT e DHL. ENMG, RNM e histologia muscular mostram características inflamatórias. CLASSIFICAÇÃO CLÍNICA Dermatomiosite (DM); Polimiosite (PM); Miopatias relacionada a neoplasia; Miopatias relacionada a doença autoimune; Miopatias por corpúsculo de inclusão; Outros subtipos: miosite eosinofílica, miosite granulomatosa, miosite não específica. CRITÉRIOS DE CLASSIFICAÇÃO Evolução dos critérios de classificação da miopatia inflamatória idiopática: • Critérios de Bohan e Peter (1975): Exame clínico; Enzimas musculares; Biópsia muscular evidência. • Critérios EULAR-ACR (2017): Padrão de fraqueza muscular; Anticorpos anti-Jo1; Histopatologia detalhada. • Critérios imparciais para o futuro construído usando máquina: Novo específico para miosite autoanticorpos; Transcriptômica; Proteômica; Genômica. • Evoluíram ao longo do tempo para incluir a maioria de biomarcadores nos diagnósticos clínicos atualizados para melhor classificar os pacientes. Os critérios futuros podem incorporar uma variedade de abordagens para continuar a melhorar a capacidade de classificar os pacientes e dividir o espectro da doença em subgrupos homogêneos (ACR - American College of Rheumatology). DERMATOMIOSITE Patogenia (ainda pouco conhecida): • A produção de um IFN tipo 1 por fibroblastos, miócitos e queratinócitos, leva ao acúmulo sustentado de transcritos e proteínas intracelulares (dentro de miofibras e queratinócitos) induzíveis por IFN tipo 1. • Estas proteínas lesam miofibras e queratinócitos por mecanismos desconhecidos. • Causando lesão capilar, miofibra e queratinócito. POLIMIOSITE Patogenia (opiniões divergentes): • Alguns investigadores preferem o termo miosite não específica ou miosite não classificada em vez de PM por sua natureza heterogênea contínua. • Doença na qual os linfócitos, particularmente as células T citotóxicas CD8 +, invadem as miofibras, com mecanismos imunológicos semelhantes ou idênticos aos observados na IBM. MANIFETAÇÕES CLÍNICAS Fraqueza muscular. Doença extra muscular. Constitucionais: fadiga, febre, perda ponderal. Fraqueza muscular: insidioso, predomínio proximal, bilateral, disfagia, paresia facial e ocular (menos frequente, pensar em outro diagnóstico). Cardíacas: arritmias, ICC, maioria assintomática. TGI: disfagia de transferência, DRGE. Módulo 1 • Conferência 03 • Dra. Mariana Silvestre Natália Alves P7 Pele e fâneros: rash, heliótropo, pápulas de Gottron, fotossensibilidade, fenômeno de Raynaud, mãos de mecânico, calcinose, eritema periungueal. Módulo 1 • Conferência 03 • Dra. Mariana Silvestre Natália Alves P7 Articulações: dor articular, artrite, geralmente pequenas articulações. Pulmões: dispneia, hipertensão pulmonar secundária, pneumopatia restritiva. ALTERAÇÕES LABORATORIAIS Enzimas musculares: creatina quinase, lactato desidrogenase (LDH), aldolase, AST e ALT. Anticorpos anti-Ro/SSA, anti-La/SSB, anti-Sm ou antiribonucleoproteína (RNP), anti-PM-Scl e anti-Ku (ES). Outros: anemia de doença crônica, VHS, PCR. Autoanticorpos para miosite e associações clínicas: Módulo 1 • Conferência 03 • Dra. Mariana Silvestre Natália Alves P7 IBM: miosite de corpos de inclusão; CTD: doença do tecido conjuntivo; SRP: partícula de reconhecimento de sinal; HMGCR: 3-hidroxi-3-metilglutaril-coenzima A redutase; TIF1: fator intermediário de transcrição 1; NXP2: proteína 2 da matriz nuclear; MDA5: gene 5 associado à diferenciação de melanoma; SAE: pequena enzima de ativação modificadora semelhante à ubiquitina; 5NT1A: 5'nucleotidase 1A citosólica; Mi-2: complexo de desacetilase de remodelação de nucleossomo; Jo-1: histidil tRNA sintetase; PL7, treonil tRNA sintetase; PL12: alanil tRNA sintetase; OJ: isoleucil tRNA sintetases; EJ: glicil tRNA sintetase; KS: asparaginil ARNt sintetase; Zo: fenilalanil tRNA sintetase, Ha: tirosil tRNA sintetase; snRNP: proteína ribonucleica nuclear pequena. EXAMES COMPLEMENTARES Eletromiografia: alterações miopáticas (↓ da amplitude e da duração dos potenciais devido à perda de fibras musculares funcionantes). RM de músculos esqueléticos: áreas de inflamação muscular, edema com miosite ativa, fibrose e calcificação. Após indefinição por achados clínicos e laboratoriais. DM: variação de diâmetro das fibras, com tendência às fibras atróficas se localizarem mais na periferia dos fascículos (atrofia perifascicular). PM: infiltrado celular é predominantemente dentro do fascículo, com células inflamatórias invadindo fibras musculares individuais. Lesão direta das fibras musculares por linfócitos citotóxicos CD8+. Módulo 1 • Conferência 03 • Dra. Mariana Silvestre Natália Alves P7 A biópsia de pele na DM semelhante a algumas afecções inflamatórias auto-imunes: Infiltrado linfocitário perivascular e intersticial na derme superficial e média, predominantemente. Detalhe evidencia focos da membrana basal espessada e irregular. Coloração ácido periódico de Schiff (PAS). DIAGNÓSTICO Miopatias infecciosas e induzidas por drogas, miopatia amilóide, miopatia hipotireoidiana, distrofia muscular, miopatias metabólicas hereditárias, doença do neurônio motor, miastenia gravis e miosite causada por doença do enxerto contra o hospedeiro. Módulo 1 • Conferência 03 • Dra. Mariana Silvestre Natália Alves P7 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Polimialgia reumática e Fibromialgia: dor muscular é o sintoma predominante. Os achados cutâneos na dermatomiosite (DM) podem ser difíceis de distinguir de várias outras erupções cutâneas, incluindo LES, psoríase, dermatite atópica e dermatite seborreica, entre outras. PROGNÓSTICO Fatores de mal prognóstico: • > 60 anos; • Intervalo de início dos sintomas e início do tratamento > 8meses; • Queixa pulmonar; • Disfagia grave; • História pessoal ou familiar de neoplasia; • Paciente de cadeira de rodas ou acamado; • Fraqueza proximal e distal. TRATAMENTO Objetivo: • Eliminar inflamação e restaurar o desempenho muscular; • Prevenir sequelas musculares e envolvimento sistêmico; • Melhora da qualidade de vida do paciente. Corticoterapia: • Prednisona 1mg/kg/dia por 6-8 semanas, se normalização de CK reduzir 10mg/mês até a dose de 20mg/dia. Posteriormente reduzir 2,5mg/mês. • Pulsoterapia com Metilprednisolona 1g/dia, por 3-5 dias. • Imunoglobulina endovenosa 1g/kg/dia por 3 dias (se infecção secundária) Imunossupressor: • Metotrexate: 10mg/semana, até dose de 50mg/semana. Associar ácido fólico e acompanhar enzimas hepáticas e hemograma (PM e anti-Jo1). • Azatioprina: 3mg/kg. Acompanhar enzimas hepáticas e hemograma (DM). • Ciclosporina: caso de resistência aos anteriores, dose máxima de 2,5mg/kg/dia. • Ciclofosfamida: quando fibrose pulmonar grave, sem resposta ao metotrexate. * Micofenolato e Rituximabe Módulo 1 • Conferência 03 • Dra. Mariana Silvestre Natália Alves P7 REFERÊNCIAS Milone M. Diagnosis and Management of Immune-Mediated Myopathies. Mayo Clin Proc 2017; 92:826. Greenberg SA. Cytoplasmic 5'-nucleotidase autoantibodies in inclusion body myositis: Isotypes and diagnostic utility. Muscle Nerve 2014; 50:488. Larman HB, Salajegheh M, Nazareno R, et al. Cytosolic 5'-nucleotidase 1A autoimmunity in sporadic inclusion body myositis. Ann Neurol 2013; 73:408. Amato AA, Gronseth GS, Jackson CE, et al. Inclusion body myositis: clinical and pathological boundaries. Ann Neurol 1996; 40:581. Chahin N, Engel AG. Correlation of muscle biopsy, clinical course, and outcome in PM and sporadic IBM. Neurology 2008; 70:418. Liozon E, VidalE, Sparsa A. Aldolase levels in dermatomyositis and polymyositis with normal creatine kinase levels. J Rheumatol 2003; 30:2077.
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