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PlanoDeAula_53426 03 SEMANA

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Título 
Introdução ao Estudo do Direito 
Número de Aulas por Semana 
 
Número de Semana de Aula 
3 
Tema 
Conceitos Jurídicos Fundamentais 
Objetivos 
·   Identificar as distinções entre direito natural e direito positivo; 
·   Compreender os conceitos de direito objetivo e direito subjetivo; 
·   Reconhecer e distinguir as diversas teorias relativas à natureza do direito subjetivo; 
·   Reconhecer e distinguir o direito público e o direito privado, situando o processo de transformação que leva à superação desta dicotomia conceitual; 
·   Introduzir o conceito de segurança jurídica. 
Estrutura do Conteúdo 
1. Divisões do Direito 
1.1. Direito Natural e Direito Positivo; 
1.2. Direito Objetivo e Direito subjetivo; 
1.3. Direito Público e Direito Privado; 
1.3.1. A superação da dicotomia entre público e privado. 
  
1.4. Diferenças entre o Direito Público Interno e Externo e o Direito Privado Interno e Externo. 
  
2. Segurança Jurídica 
Referências bibliográficas: 
Terceira Unidade 
NADER, Paulo. Introdução ao estudo do direito .30. ed. rev. e ampl. Rio de Janeiro:Forense,2008. ISBN 9788530926373 
Nome do capítulo: Capítulo X – A divisão do direito positivo 
N. de páginas do capítulo: 8   
Nome do capítulo: Capítulo XII –  Segurança jurídica 
N. de páginas do capítulo: 10 
Este conteúdo deverá ser trabalhado ao longo das duas aulas da semana, cabendo ao professor a dosagem do conteúdo, de acordo com as condições objetivas e subjetivas 
de cada turma. 
  
Nesta aula, o docente trabalhará com a concepção de que o Direito possui várias divisões e subdivisões. A primeira grande divisão que pode ser apresentada para o Direito é 
a que o classifica em Direito Natural e Direito Positivo. Não se deve confundir Direito Positivo com Direito Objetivo. O primeiro é composto do direito objetivo de um lado e do 
direito subjetivo de outro lado. 
Diferenças entre Direito Natural e Direito Positivo 
  
Diferença de Direito Positivo X Direito Objetivo 
  
Direito Objetivo é gênero do qual o direito positivo, vale dizer, as normas jurídicas emanadas do Estado, é espécie. São normas de direito objetivo: a Constituição, a lei, o 
decreto, a circular, a portaria e outros tantos atos administrativos; entretanto, as cláusulas de um contrato de locação, por exemplo, embora jurídicas, não são normas de 
direito positivo, pois não emanam, imediatamente, do Estado, mas sim da vontade dos particulares contratantes. O direito positivo, assim denominado porque é o que 
provém diretamente do Estado (do lat., jus positum: imposto, que se impõe), vem a ser também, como oportunamente acentua Goffredo Telles Jr., "a base da unidade do 
sistema jurídico nacional". Enfim, todo direito positivo é direito objetivo, mas nem todo direito objetivo é direito positivo.( TELLES Jr., Goffredo,  O Direito Quântico , 6. ed. 
São Paulo: Max Limonad Ltda., 1980, p. 385) 
  
O Direito Público e o Direito Privado. 
A ordem jurídica é unitária, mas, para estudá-la, foram demarcados ramos. 
O estudo do Direito está dividido em duas grandes dicotomias: 
Direito Natural X Direito Positivo 
Direito Público X Direito Privado 
A dicotomia entre o Direito Público e o Privado é histórica, servindo a propósitos ideológicos, interessando ao pensamento liberal burguês alargar o campo de atuação do 
Direito Privado, para que o Estado não interfira nas relações, principalmente aquelas referentes ao contrato de trabalho. 
O Direito liberal burguês defendia a igualdade entre as partes contratantes. Esta igualdade esconde uma realidade fática: brutal desigualdade econômica, sendo, pois, uma 
ficção jurídica. 
A divisão do Direito em Público e Privado é invenção romana, sendo desconhecida na Idade Média, e recuperada pelo Direito liberal burguês. Vale lembrar que esta divisão 
variava de intensidade conforme o país e o regime; no Direito Socialista, por exemplo, houve a hipertrofia do Direito Público. 
Os romanos utilizaram o critério da utilidade. Quando o objeto do Direito era voltado para o interesse da coletividade, esse era tido como Público, se o interesse era do 
particular, esse seria Privado. 
REPÚBLICA = COISA PÚBLICA 
Tal divisão sofreu crítica no início do século XX, devido à publicização do Direito, quando o Estado interveio para defender os mais fracos, ocorrendo a ingerência das normas 
de ordem pública. 
Dois critérios são utilizados, atualmente, para a divisão destes dois ramos: 
1º . Critério do conteúdo ou objeto da relação jurídica (também chamado de Teoria dos Interesses em jogo): Quando prevalece o interesse geral, o direito é público, quando 
prevalece o particular, o direito é privado. A única diferença desse critério para o dos romanos é que estes não mencionam a expressão interesse prevalecente. 
2º . Critério relativo à forma da relação jurídica(ou Teoria da natureza da relação jurídica): Se a relação é de coordenação (partes envolvidas no mesmo patamar), trata -se, 
em regra, de Direito Privado, se a relação é de subordinação, trata -se, em regra, de Direito Público. 
Estado é o Subordinante (em regra). 
Outra parte é o Subordinado. 
Enquanto o direito privado é informado, entre outros, pelos princípios da autonomia da vontade e da licitude ampla (o que não é vedado é permitido, salvo se afrontar os 
bons costumes e preceitos de ordem pública), o direito público é regido pelos princípios da supremacia do interesse público e da estrita legalidade (o agente público só pode 
agir se, quando e como a lei prescrever). 
As cláusulas de um contrato são normas de Direito Privado, sendo normas individuais, pois não derivam diretamente do Estado, mas sim da vontade dos particulares. 
- Ramos do Direito Público (por estes critérios): Direitos Constitucional, Financeiro, Tributário, Internacional Privado, Administrativo, Processual, Ambiental, Penal... 
- Ramos do Direito Privado: Direitos Civil, Comercial, Consumidor, Trabalho... 
  
Direito Público e Direito Privado e suas Teorias. 
  
Teorias Monistas (a existência de somente um  direito) 
  
Existência exclusiva do Direito Público (Hans Kelsen) – Todo Direito é público porque todas as relações jurídicas se apoiam na vontade do estado, já que este é o responsável 
direto e imediato pela segurança e harmonia social. 
Existência exclusiva do Direito Privado (Rosmini e Ravà) - Pois sempre foi o único durante séculos e seu nível de aperfeiçoamento não foi atingido ainda pelo Direito Público. 
Teorias Dualistas (a existência de dois) 
Teoria do Interesse em Jogo (ou teoria Clássica ou teoria Romana)- o direito será público ou privado de acordo com a predominância dos interesses. 
Teoria do Fim – Quando a finalidade do direito for o estado, teremos o Direito Público, quando for o indivíduo, teremos o Direito Privado. 
Teoria do Titular da ação - Quando a iniciativa da ação for o estado, teremos o Direito Público, quando for o particular, teremos o Privado. 
Teoria da Natureza da Relação Jurídica - Quando o Poder Público participa da relação jurídica, investido de seu “imperium”, impondo sua vontade, em uma relação de 
subordinação, teremos o Direito Público. Quando for a relação entre particulares, em um mesmo plano de igualdade, teremos o Direito Privado. 
Teorias Trialistas 
Além do Direito Público e Privado, admitem alguns estudiosos um terceiro gênero, chamado por alguns de Direito Misto e por outros de Direito Social Misto. 
A grande crítica que se faz à Teoria trialista é a de que o problema ideológico continua, pois os liberais continuarão dizendo, por exemplo, que o Direito do Trabalho é 
privado, outros, porém, dizendo público, e por aí vai...O problema da flexibilização da legislação trabalhista, que apregoa livre negociação, não é resolvido dizendo-se que o 
Direito do Trabalho é Direito Misto. 
Subdivisões (Ramos) do Direito Público e do Direito Privado. 
A Unificação do Direito Privado. 
  
A unificação do Direito Civil no Brasil partiu da ideia de Teixeira de Freitas, que à época do Império recebeu a incumbência deelaborar um Código Civil. Concluindo seu 
trabalho em 4.098 artigos, no monumental esboço de Código Civil, declarou haver chegado à conclusão de que as obrigações civis e mercantis deviam ser disciplinadas num 
só Código. 
  
A Questão da Superação da Dicotomia do Direito Público e do Direito Privado. 
  
A clássica bipartição romana do direito em público e privado não corresponde mais à realidade jurídica e não atende mais à complexidade das relações da sociedade 
moderna. Essa clássica distinção, na vida prática, não tem a importância que alguns juristas pretendem dar, pois o Direito deve ser entendido como um todo. É nítida, pois, a 
superação da dicotomia direito público e privado, vislumbrando-se em alguns ramos da ciência jurídica, pontos comuns de contato com um e outro ramo. 
No mundo atual, entre esses dois ramos grandes e tradicionais, encontra-se o Direito misto, por tutelar tanto o Direito Público quanto o Privado e possuir normas de ambos. 
A superação dessa dicotomia se dá pela tendência hoje de alguns ramos do Direito que têm pontos de Direito Público e do Privado, resultando no avanço da sociedade, com 
relações cada vez mais complexas. 
As entidades de Direito Público podem atuar como particulares e como tal devem ser tratadas, ficando sujeitas às leis de direito privado. Isso também ocorre no direito 
privado, segundo o qual o Estado pode impor sua vontade, reduzindo a autonomia do particular, formando os preceitos de ordem pública, com força obrigatória inderrogável 
pela vontade das partes, apesar de tratar-se de relações privadas. 
A publicização deve ser entendida como um processo de intervenção legislativa infraconstitucional, diferente de outro fenômeno conhecido como constitucionalização, que 
tem por fito submeter o direito positivo aos fundamentos de validade constitucionais. 
Nota-se uma maior publicização do Direito Privado e, cada vez mais, o Estado intervém numa área que antes interessava apenas ao âmbito privado do indivíduo. Com efeito, 
a tendência agora é o Estado direcionar as condutas dos indivíduos e, assim, a liberdade individual está cada vez menor e até mesmo princípios típicos do Direito Privado, 
como a autonomia da vontade nos contratos, têm sido enfraquecidos. 
Como decorrência, tem-se como exemplo o Direito Civil que engloba tanto princípios de direito privado como de direito público. Em que pesem encontrarem-se no direito 
civil aquelas normas cogentes, de ordem pública, é nesse ramo do direito que as partes encontram extenso campo para expandir sua vontade; são as normas dispositivas, 
às quais as partes se prendem se não desejarem dispor diferentemente. 
  
Segurança Jurídica 
Aspectos Fundamentais do Princípio da Segurança Jurídica 
Inicialmente, se faz necessário uma abordagem sobre qual é o entendimento, segundo a doutrina, do Princípio da Segurança Jurídica, para, dessa forma, adentrarmos nos 
institutos que lhe comportam e dão efetividade. 
A segurança jurídica existe para que a justiça, finalidade maior do Direito, se concretize. 
Vale dizer que a segurança jurídica concede aos indivíduos a garantia necessária para o desenvolvimento de suas relações sociais, tendo, no Direito, a certeza das 
consequências dos atos praticados. 
Mas a segurança jurídica não poderá se resumir na simples ideia de certeza pela existência de um conjunto de leis que dispõem sobre o que é permitido ou proibido.  
O indivíduo deverá se sentir seguro, também, por verificar no corpo dos textos jurídicos, a inclusão de princípios fundamentais, fruto das conquistas sociais dos homens. 
A segurança jurídica depende da aplicação, ou melhor, da obrigatoriedade do Direito. Miguel Reale, discorrendo acerca da obrigatoriedade ou a vigência do Direito, afirma 
que a ideia de justiça liga-se intimamente à ideia de ordem. No próprio conceito de justiça, é inerente uma ordem, que não pode deixar de ser reconhecida como valor mais 
urgente, o que está na raiz da escala axiológica, mas é degrau indispensável a qualquer aperfeiçoamento ético. Com efeito, vislumbramos que a obrigatoriedade do direito 
compõe a segurança jurídica, estando a mesma vinculada ao valor de justiça de cada sociedade. 
Como sabido, todo poder emana do povo, que age através de seus representantes eleitos para atingir o fim maior do Estado Democrático de Direito, qual seja, o bem 
comum. 
Além disso, é certo que a atividade legiferante cabe somente àqueles que estão investidos legitimamente em cargos eletivos, possuindo, portanto, o múnus legislativo, como 
bem observa Maria Helena Diniz quando afirma que é certo que, tanto na França como no Brasil, o juiz não tem o poder de legislar, ora, o costume é oriundo do povo, e 
este, salvo exceção, como nos casos de plebiscito, não possui também o múnus legislativo. 
Tal afirmativa comprova que o legislador deverá procurar atender aos anseios sociais no momento da elaboração das leis, pois estas, entendidas aqui como conjunto de 
normas, englobam o princípio da segurança jurídica tendo em vista que elas compõem e guiam o ordenamento jurídico. 
Porém, como bem observado por Paulo Bonavides, destacamos e concordamos com o entendimento de que a democracia moderna oferece problemas capitais, ligados às 
contradições internas do elemento político sobre que se apoia (as massas) e à hipótese de um desvirtuamento do poder, por parte dos governantes, pelo fato de possuírem 
estes o controle da função social e ficarem sujeitos à tentação, daí decorrente, de o utilizarem em favor próprio (caminho da corrupção e da plutocracia) ou no interesse do 
avassalamento do indivíduo (estrada do totalitarismo). 
Com esse entendimento, o ilustre doutrinador Carlos Aurélio de Souza afirma que o legislador, quando legisla, está mais vinculado ao Estado, em cuja direção costuma se 
orientar através de vínculos partidários e de poder. De fato, nas democracias contemporâneas, o Legislativo está fortemente ligado (senão subordinado) ao Executivo. 
Dessa forma é que a lei deverá representar a vontade da sociedade, devendo seu aplicador, através do processo hermenêutico, tentar melhor subsumir a norma ao fato 
concreto na busca da justiça social. Assim nos ensina Lenio Luiz Streck ao afirmar que a nova maneira de compreender o Direito corresponde a uma ferramenta metateórica 
e transmetodológica a ser aplicada no processo de desconstrução do universo conceitual e procedimental do edifício jurídico, nascido no paradigma metafísico, que o impediu 
de submetê-lo às mudanças que há muito tempo novas posições teóricas – não mais metafísicas – nos põem à disposição. 
Aplicação Prática Teórica 
Divisões do Direito: Direito Natural e Direito Positivo Prof.ª Edna Raquel Hogemann  O doutrinador inglês John Locke entende que propriedade não é apenas o direito de um indivíduo 
sobre seus bens ou suas posses, mas ainda sobre suas ações, sobre sua liberdade, sobre sua vida, sobre seu corpo etc, em uma palavra, todo tipo de direito. Foi esta a justificativa 
apresentada por Adamastor Trindade para tentar colocar no Jornal de Santa Catarina um anúncio em que põe à venda seu rim esquerdo e seu pulmão direito. Isto porque Carlito 
Pachoal, funcionário do Jornal, recusou-se a receber o pedido de veiculação do anúncio, alegando que feria o dispositivo existente na Lei  9.434/97 que proíbe a comercialização de 
órgãos pelos doadores. 1. No caso acima apresentado, os personagens Adamastor e Carlito utilizam-se de concepções distintas do direito para defender suas posições sobre a 
venda de órgãos. São elas fundadas no Direito Natural e no Direito Positivo. Identifique-as no texto, conceituando-as. 2. Por que é possível afirmar que, cada vez mais, caminhamos 
para conciliar o direito natural com o direito positivo, que no passado se opuseram frontalmente? 3. O direito natural possui tendência a converter-se em direito positivo, ou a 
modificar o direito preexistente? Caso Concreto 2  Divisões do Direito: Direito Privado e Direito Público Os candidatos aprovados em concurso público de provas ou deprovas e títulos 
e classificados dentro do limite de vagas oferecidas no edital possuem direito subjetivo a nomeação dentro do prazo de validade do concurso.  Caso não venham a ser convocados 
podem  fazer valer seus direitos junto à Justiça através de procedimento processual próprio. Pergunta-se: 1) As regras dos concursos públicos são regidas por qual subdivisão e por 
qual ramo do direito? 2) O procedimento junto à Justiça a que se refere o texto está previsto em qual subdivisão e que ramo do direito? 3) Defina direito subjetivo: 
Plano de Aula: Introdução ao Estudo do Direito 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
Direito Positivo Direito Natural 
Temporal   
Existe em determinada época Atemporal 
Vigência   
Observância pela sociedade e aplicação 
pelo Estado 
Independe de vigência 
Formal Informal 
Depende de formalidades para sua 
existência 
  
Hierárquico Não hierárquico 
Ordem de importância estabelecida entre 
as regras 
  
Dimensão espacial Independe de local 
Vigência em local definido   
Criado pelo homem Emerge espontaneamente da sociedade 
Fruto da vontade do homem   
Escrito Não escrito 
Códigos, leis, jurisprudência   
Mutável  mediante a vontade humana   
Direito Constitucional 
- 
Regula  a  estrutura fundamental do estado e determina as funções dos
respectivos  órgãos. As suas normas referem-se à organização 
fundamental do estado e regem a estruturação e o funcionamento dos 
seus órgãos, além das relações mantidas com os cidadãos. 
Direito Administrativo Regula não só a organização como também o funcionamento da 
administração pública. As suas normas referem-se às relações dos 
órgãos  do estado entre si ou com  os particulares. Esse direito 
estabelece as bases para a realização do serviço público, isto é, da 
atividade estatal dirigida à satisfação das necessidades coletivas 
consideradas de fundamental importância. 
Direito Penal Tipifica, define e comina sanções aos atos considerados ilícitos penais. 
As suas normas regulam a atuação do estado no combate ao crime, 
sob as formas de prevenção e repressão. 
Direito Processual 
(Direito Judiciário) 
Regula o exercício do direito de ação, assim como a organização e 
funcionamento dos órgãos judiciais. As suas normas disciplinam todos 
os atos judiciais, tendo em vista a aplicação do Direito ao caso 
concreto. É o ramo que se dedica à organização e que regula a 
atividade jurisdicional do Estado para a aplicação das leis a cada caso. 
Direito Financeiro O direito financeiro é uma disciplina que tem por objeto toda a 
atividade financeira do Estado concernente à realização da receita e 
despesa necessárias à execução do interesse da coletividade. 
Direito Tributário 
  
O direito tributário disciplina as relações entre o Fisco e os 
contribuintes, tendo como objeto primordial o campo das receitas de 
caráter compulsório, isto é, as relativas à imposição, fiscalização e 
arrecadação de impostos, taxas e contribuições, determinando-se, de 
maneira complementar, os poderes do Estado e a situação subjetiva 
dos contribuintes, como complexo de direitos e deveres. 
Direito Canônico O que regula as relações da Igreja. Consiste em um conjunto de 
normas disciplinares que regulam a vida de uma comunidade religiosa 
ou as decisões dos seus concílios. 
Direito Internacional 
Público 
Regula as relações dos Estados soberanos entre si. As normas tutelam 
as relações dos titulares de direitos subjetivos no plano Internacional e 
estabelecem o regime jurídico da convivência dos Estados soberanos, 
regulando as relações dos países considerados como sujeitos de direito
e de deveres, estabelecidos por acordo, ou por costume. 
Direito do Menor Regula todos os aspectos e medidas destinadas à assistência, proteção 
e vigilância a menores de dezoito anos  que se encontrem em situação 
irregular, segundo a definição legal, e a menores de dezoito a vinte e 
um anos de idade nos casos expressos em lei. 
Direito de Minas Regula as questões concernentes aos recursos minerais, sua 
industrialização e produção, assim como a distribuição, o comércio e o 
consumo de produtos minerais. 
Direito Eleitoral Regula todos os aspectos pertinentes ao sufrágio. As suas normas 
destinam-se a assegurar a organização e o exercício do direito de 
votar a ser votado. 
Direito Político Regula os direitos e os deveres do estado no âmbito interno, 
abrangendo a denominada Teoria Geral do Estado e a História das 
Ideias Políticas. 
Direito Civil Regula os interesses fundamentais do homem no que concerne às 
relações dos indivíduos com as próprias pessoas, com os seus bens, 
com suas obrigações e ainda no que diz respeito às sucessões. 
 
  
  
Direito Empresarial Regula as relações jurídicas inerentes ao comércio e às atividades 
empresariais. Normas que disciplinam sob os mais variados aspectos 
a atividade mercantil. 
 
  
  
Direito Industrial Regula a propriedade industrial, envolvendo principalmente os 
aspectos relacionados à concessão de privilégios e de registro, assim 
como os concernentes à repressão a falsas indicações de 
procedência e a concorrência desleal. 
 
  
  
Direito Internacional 
Privado 
Dedica-se à solução dos conflitos de leis no espaço.       
DIREITO SOCIAL       
Direito do Trabalho Regula as relações trabalhistas. Suas normas referem-se à 
organização do trabalho, privado e subordinado, sob os mais 
variados aspectos, inclusive acerca dos direitos e interesses legítimos 
dos trabalhadores. 
 
  
  
Direito da Previdência
e Assistência Social 
Disciplina precipuamente a garantia dos meios indispensáveis à 
manutenção, por idade avançada, incapacidade, tempo de serviço, 
encargos familiares, prisão ou morte, dos trabalhadores, à 
manutenção dos seus beneficiários, assim como a organização dos 
serviços destinados à proteção da saúde e bem-estar deles. 
 
  
  
             
Estácio de Sá Página 1 / 3
Título 
Introdução ao Estudo do Direito 
Número de Aulas por Semana 
 
Número de Semana de Aula 
3 
Tema 
Conceitos Jurídicos Fundamentais 
Objetivos 
·   Identificar as distinções entre direito natural e direito positivo; 
·   Compreender os conceitos de direito objetivo e direito subjetivo; 
·   Reconhecer e distinguir as diversas teorias relativas à natureza do direito subjetivo; 
·   Reconhecer e distinguir o direito público e o direito privado, situando o processo de transformação que leva à superação desta dicotomia conceitual; 
·   Introduzir o conceito de segurança jurídica. 
Estrutura do Conteúdo 
1. Divisões do Direito 
1.1. Direito Natural e Direito Positivo; 
1.2. Direito Objetivo e Direito subjetivo; 
1.3. Direito Público e Direito Privado; 
1.3.1. A superação da dicotomia entre público e privado. 
  
1.4. Diferenças entre o Direito Público Interno e Externo e o Direito Privado Interno e Externo. 
  
2. Segurança Jurídica 
Referências bibliográficas: 
Terceira Unidade 
NADER, Paulo. Introdução ao estudo do direito .30. ed. rev. e ampl. Rio de Janeiro:Forense,2008. ISBN 9788530926373 
Nome do capítulo: Capítulo X – A divisão do direito positivo 
N. de páginas do capítulo: 8   
Nome do capítulo: Capítulo XII –  Segurança jurídica 
N. de páginas do capítulo: 10 
Este conteúdo deverá ser trabalhado ao longo das duas aulas da semana, cabendo ao professor a dosagem do conteúdo, de acordo com as condições objetivas e subjetivas 
de cada turma. 
  
Nesta aula, o docente trabalhará com a concepção de que o Direito possui várias divisões e subdivisões. A primeira grande divisão que pode ser apresentada para o Direito é 
a que o classifica em Direito Natural e Direito Positivo. Não se deve confundir Direito Positivo com Direito Objetivo. O primeiro é composto do direito objetivo de um lado e do 
direito subjetivo de outro lado. 
Diferenças entre Direito Natural e Direito Positivo 
  
Diferença de Direito Positivo X Direito Objetivo 
  
Direito Objetivo é gênero do qual o direito positivo, vale dizer, as normasjurídicas emanadas do Estado, é espécie. São normas de direito objetivo: a Constituição, a lei, o 
decreto, a circular, a portaria e outros tantos atos administrativos; entretanto, as cláusulas de um contrato de locação, por exemplo, embora jurídicas, não são normas de 
direito positivo, pois não emanam, imediatamente, do Estado, mas sim da vontade dos particulares contratantes. O direito positivo, assim denominado porque é o que 
provém diretamente do Estado (do lat., jus positum: imposto, que se impõe), vem a ser também, como oportunamente acentua Goffredo Telles Jr., "a base da unidade do 
sistema jurídico nacional". Enfim, todo direito positivo é direito objetivo, mas nem todo direito objetivo é direito positivo.( TELLES Jr., Goffredo,  O Direito Quântico , 6. ed. 
São Paulo: Max Limonad Ltda., 1980, p. 385) 
  
O Direito Público e o Direito Privado. 
A ordem jurídica é unitária, mas, para estudá-la, foram demarcados ramos. 
O estudo do Direito está dividido em duas grandes dicotomias: 
Direito Natural X Direito Positivo 
Direito Público X Direito Privado 
A dicotomia entre o Direito Público e o Privado é histórica, servindo a propósitos ideológicos, interessando ao pensamento liberal burguês alargar o campo de atuação do 
Direito Privado, para que o Estado não interfira nas relações, principalmente aquelas referentes ao contrato de trabalho. 
O Direito liberal burguês defendia a igualdade entre as partes contratantes. Esta igualdade esconde uma realidade fática: brutal desigualdade econômica, sendo, pois, uma 
ficção jurídica. 
A divisão do Direito em Público e Privado é invenção romana, sendo desconhecida na Idade Média, e recuperada pelo Direito liberal burguês. Vale lembrar que esta divisão 
variava de intensidade conforme o país e o regime; no Direito Socialista, por exemplo, houve a hipertrofia do Direito Público. 
Os romanos utilizaram o critério da utilidade. Quando o objeto do Direito era voltado para o interesse da coletividade, esse era tido como Público, se o interesse era do 
particular, esse seria Privado. 
REPÚBLICA = COISA PÚBLICA 
Tal divisão sofreu crítica no início do século XX, devido à publicização do Direito, quando o Estado interveio para defender os mais fracos, ocorrendo a ingerência das normas 
de ordem pública. 
Dois critérios são utilizados, atualmente, para a divisão destes dois ramos: 
1º . Critério do conteúdo ou objeto da relação jurídica (também chamado de Teoria dos Interesses em jogo): Quando prevalece o interesse geral, o direito é público, quando 
prevalece o particular, o direito é privado. A única diferença desse critério para o dos romanos é que estes não mencionam a expressão interesse prevalecente. 
2º . Critério relativo à forma da relação jurídica(ou Teoria da natureza da relação jurídica): Se a relação é de coordenação (partes envolvidas no mesmo patamar), trata -se, 
em regra, de Direito Privado, se a relação é de subordinação, trata -se, em regra, de Direito Público. 
Estado é o Subordinante (em regra). 
Outra parte é o Subordinado. 
Enquanto o direito privado é informado, entre outros, pelos princípios da autonomia da vontade e da licitude ampla (o que não é vedado é permitido, salvo se afrontar os 
bons costumes e preceitos de ordem pública), o direito público é regido pelos princípios da supremacia do interesse público e da estrita legalidade (o agente público só pode 
agir se, quando e como a lei prescrever). 
As cláusulas de um contrato são normas de Direito Privado, sendo normas individuais, pois não derivam diretamente do Estado, mas sim da vontade dos particulares. 
- Ramos do Direito Público (por estes critérios): Direitos Constitucional, Financeiro, Tributário, Internacional Privado, Administrativo, Processual, Ambiental, Penal... 
- Ramos do Direito Privado: Direitos Civil, Comercial, Consumidor, Trabalho... 
  
Direito Público e Direito Privado e suas Teorias. 
  
Teorias Monistas (a existência de somente um  direito) 
  
Existência exclusiva do Direito Público (Hans Kelsen) – Todo Direito é público porque todas as relações jurídicas se apoiam na vontade do estado, já que este é o responsável 
direto e imediato pela segurança e harmonia social. 
Existência exclusiva do Direito Privado (Rosmini e Ravà) - Pois sempre foi o único durante séculos e seu nível de aperfeiçoamento não foi atingido ainda pelo Direito Público. 
Teorias Dualistas (a existência de dois) 
Teoria do Interesse em Jogo (ou teoria Clássica ou teoria Romana)- o direito será público ou privado de acordo com a predominância dos interesses. 
Teoria do Fim – Quando a finalidade do direito for o estado, teremos o Direito Público, quando for o indivíduo, teremos o Direito Privado. 
Teoria do Titular da ação - Quando a iniciativa da ação for o estado, teremos o Direito Público, quando for o particular, teremos o Privado. 
Teoria da Natureza da Relação Jurídica - Quando o Poder Público participa da relação jurídica, investido de seu “imperium”, impondo sua vontade, em uma relação de 
subordinação, teremos o Direito Público. Quando for a relação entre particulares, em um mesmo plano de igualdade, teremos o Direito Privado. 
Teorias Trialistas 
Além do Direito Público e Privado, admitem alguns estudiosos um terceiro gênero, chamado por alguns de Direito Misto e por outros de Direito Social Misto. 
A grande crítica que se faz à Teoria trialista é a de que o problema ideológico continua, pois os liberais continuarão dizendo, por exemplo, que o Direito do Trabalho é 
privado, outros, porém, dizendo público, e por aí vai...O problema da flexibilização da legislação trabalhista, que apregoa livre negociação, não é resolvido dizendo-se que o 
Direito do Trabalho é Direito Misto. 
Subdivisões (Ramos) do Direito Público e do Direito Privado. 
A Unificação do Direito Privado. 
  
A unificação do Direito Civil no Brasil partiu da ideia de Teixeira de Freitas, que à época do Império recebeu a incumbência de elaborar um Código Civil. Concluindo seu 
trabalho em 4.098 artigos, no monumental esboço de Código Civil, declarou haver chegado à conclusão de que as obrigações civis e mercantis deviam ser disciplinadas num 
só Código. 
  
A Questão da Superação da Dicotomia do Direito Público e do Direito Privado. 
  
A clássica bipartição romana do direito em público e privado não corresponde mais à realidade jurídica e não atende mais à complexidade das relações da sociedade 
moderna. Essa clássica distinção, na vida prática, não tem a importância que alguns juristas pretendem dar, pois o Direito deve ser entendido como um todo. É nítida, pois, a 
superação da dicotomia direito público e privado, vislumbrando-se em alguns ramos da ciência jurídica, pontos comuns de contato com um e outro ramo. 
No mundo atual, entre esses dois ramos grandes e tradicionais, encontra-se o Direito misto, por tutelar tanto o Direito Público quanto o Privado e possuir normas de ambos. 
A superação dessa dicotomia se dá pela tendência hoje de alguns ramos do Direito que têm pontos de Direito Público e do Privado, resultando no avanço da sociedade, com 
relações cada vez mais complexas. 
As entidades de Direito Público podem atuar como particulares e como tal devem ser tratadas, ficando sujeitas às leis de direito privado. Isso também ocorre no direito 
privado, segundo o qual o Estado pode impor sua vontade, reduzindo a autonomia do particular, formando os preceitos de ordem pública, com força obrigatória inderrogável 
pela vontade das partes, apesar de tratar-se de relações privadas. 
A publicização deve ser entendida como um processo de intervenção legislativa infraconstitucional, diferente de outro fenômeno conhecido como constitucionalização, que 
tem por fito submeter o direito positivo aos fundamentos de validade constitucionais. 
Nota-se uma maior publicização do Direito Privado e, cada vez mais, o Estado intervém numa área que antes interessava apenas ao âmbito privado do indivíduo. Com efeito, 
a tendência agora é o Estado direcionar as condutas dos indivíduos e, assim, aliberdade individual está cada vez menor e até mesmo princípios típicos do Direito Privado, 
como a autonomia da vontade nos contratos, têm sido enfraquecidos. 
Como decorrência, tem-se como exemplo o Direito Civil que engloba tanto princípios de direito privado como de direito público. Em que pesem encontrarem-se no direito 
civil aquelas normas cogentes, de ordem pública, é nesse ramo do direito que as partes encontram extenso campo para expandir sua vontade; são as normas dispositivas, 
às quais as partes se prendem se não desejarem dispor diferentemente. 
  
Segurança Jurídica 
Aspectos Fundamentais do Princípio da Segurança Jurídica 
Inicialmente, se faz necessário uma abordagem sobre qual é o entendimento, segundo a doutrina, do Princípio da Segurança Jurídica, para, dessa forma, adentrarmos nos 
institutos que lhe comportam e dão efetividade. 
A segurança jurídica existe para que a justiça, finalidade maior do Direito, se concretize. 
Vale dizer que a segurança jurídica concede aos indivíduos a garantia necessária para o desenvolvimento de suas relações sociais, tendo, no Direito, a certeza das 
consequências dos atos praticados. 
Mas a segurança jurídica não poderá se resumir na simples ideia de certeza pela existência de um conjunto de leis que dispõem sobre o que é permitido ou proibido.  
O indivíduo deverá se sentir seguro, também, por verificar no corpo dos textos jurídicos, a inclusão de princípios fundamentais, fruto das conquistas sociais dos homens. 
A segurança jurídica depende da aplicação, ou melhor, da obrigatoriedade do Direito. Miguel Reale, discorrendo acerca da obrigatoriedade ou a vigência do Direito, afirma 
que a ideia de justiça liga-se intimamente à ideia de ordem. No próprio conceito de justiça, é inerente uma ordem, que não pode deixar de ser reconhecida como valor mais 
urgente, o que está na raiz da escala axiológica, mas é degrau indispensável a qualquer aperfeiçoamento ético. Com efeito, vislumbramos que a obrigatoriedade do direito 
compõe a segurança jurídica, estando a mesma vinculada ao valor de justiça de cada sociedade. 
Como sabido, todo poder emana do povo, que age através de seus representantes eleitos para atingir o fim maior do Estado Democrático de Direito, qual seja, o bem 
comum. 
Além disso, é certo que a atividade legiferante cabe somente àqueles que estão investidos legitimamente em cargos eletivos, possuindo, portanto, o múnus legislativo, como 
bem observa Maria Helena Diniz quando afirma que é certo que, tanto na França como no Brasil, o juiz não tem o poder de legislar, ora, o costume é oriundo do povo, e 
este, salvo exceção, como nos casos de plebiscito, não possui também o múnus legislativo. 
Tal afirmativa comprova que o legislador deverá procurar atender aos anseios sociais no momento da elaboração das leis, pois estas, entendidas aqui como conjunto de 
normas, englobam o princípio da segurança jurídica tendo em vista que elas compõem e guiam o ordenamento jurídico. 
Porém, como bem observado por Paulo Bonavides, destacamos e concordamos com o entendimento de que a democracia moderna oferece problemas capitais, ligados às 
contradições internas do elemento político sobre que se apoia (as massas) e à hipótese de um desvirtuamento do poder, por parte dos governantes, pelo fato de possuírem 
estes o controle da função social e ficarem sujeitos à tentação, daí decorrente, de o utilizarem em favor próprio (caminho da corrupção e da plutocracia) ou no interesse do 
avassalamento do indivíduo (estrada do totalitarismo). 
Com esse entendimento, o ilustre doutrinador Carlos Aurélio de Souza afirma que o legislador, quando legisla, está mais vinculado ao Estado, em cuja direção costuma se 
orientar através de vínculos partidários e de poder. De fato, nas democracias contemporâneas, o Legislativo está fortemente ligado (senão subordinado) ao Executivo. 
Dessa forma é que a lei deverá representar a vontade da sociedade, devendo seu aplicador, através do processo hermenêutico, tentar melhor subsumir a norma ao fato 
concreto na busca da justiça social. Assim nos ensina Lenio Luiz Streck ao afirmar que a nova maneira de compreender o Direito corresponde a uma ferramenta metateórica 
e transmetodológica a ser aplicada no processo de desconstrução do universo conceitual e procedimental do edifício jurídico, nascido no paradigma metafísico, que o impediu 
de submetê-lo às mudanças que há muito tempo novas posições teóricas – não mais metafísicas – nos põem à disposição. 
Aplicação Prática Teórica 
Divisões do Direito: Direito Natural e Direito Positivo Prof.ª Edna Raquel Hogemann  O doutrinador inglês John Locke entende que propriedade não é apenas o direito de um indivíduo 
sobre seus bens ou suas posses, mas ainda sobre suas ações, sobre sua liberdade, sobre sua vida, sobre seu corpo etc, em uma palavra, todo tipo de direito. Foi esta a justificativa 
apresentada por Adamastor Trindade para tentar colocar no Jornal de Santa Catarina um anúncio em que põe à venda seu rim esquerdo e seu pulmão direito. Isto porque Carlito 
Pachoal, funcionário do Jornal, recusou-se a receber o pedido de veiculação do anúncio, alegando que feria o dispositivo existente na Lei  9.434/97 que proíbe a comercialização de 
órgãos pelos doadores. 1. No caso acima apresentado, os personagens Adamastor e Carlito utilizam-se de concepções distintas do direito para defender suas posições sobre a 
venda de órgãos. São elas fundadas no Direito Natural e no Direito Positivo. Identifique-as no texto, conceituando-as. 2. Por que é possível afirmar que, cada vez mais, caminhamos 
para conciliar o direito natural com o direito positivo, que no passado se opuseram frontalmente? 3. O direito natural possui tendência a converter-se em direito positivo, ou a 
modificar o direito preexistente? Caso Concreto 2  Divisões do Direito: Direito Privado e Direito Público Os candidatos aprovados em concurso público de provas ou de provas e títulos 
e classificados dentro do limite de vagas oferecidas no edital possuem direito subjetivo a nomeação dentro do prazo de validade do concurso.  Caso não venham a ser convocados 
podem  fazer valer seus direitos junto à Justiça através de procedimento processual próprio. Pergunta-se: 1) As regras dos concursos públicos são regidas por qual subdivisão e por 
qual ramo do direito? 2) O procedimento junto à Justiça a que se refere o texto está previsto em qual subdivisão e que ramo do direito? 3) Defina direito subjetivo: 
Plano de Aula: Introdução ao Estudo do Direito 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
Direito Positivo Direito Natural 
Temporal   
Existe em determinada época Atemporal 
Vigência   
Observância pela sociedade e aplicação 
pelo Estado 
Independe de vigência 
Formal Informal 
Depende de formalidades para sua 
existência 
  
Hierárquico Não hierárquico 
Ordem de importância estabelecida entre 
as regras 
  
Dimensão espacial Independe de local 
Vigência em local definido   
Criado pelo homem Emerge espontaneamente da sociedade 
Fruto da vontade do homem   
Escrito Não escrito 
Códigos, leis, jurisprudência   
Mutável  mediante a vontade humana   
Direito Constitucional 
- 
Regula  a  estrutura fundamental do estado e determina as funções dos
respectivos  órgãos. As suas normas referem-se à organização 
fundamental do estado e regem a estruturação e o funcionamento dos 
seus órgãos, além das relações mantidas com os cidadãos. 
Direito Administrativo Regula não só a organização como também o funcionamento da 
administração pública. As suas normas referem-se às relações dos 
órgãos  do estado entre si ou com  os particulares. Esse direito 
estabelece as bases para a realização do serviço público, isto é, da 
atividade estatal dirigida à satisfação das necessidades coletivas 
consideradas de fundamental importância. 
Direito Penal Tipifica, define e comina sanções aos atos considerados ilícitos penais. 
As suas normas regulam a atuação do estado no combate ao crime, 
sob as formas de prevençãoe repressão. 
Direito Processual 
(Direito Judiciário) 
Regula o exercício do direito de ação, assim como a organização e 
funcionamento dos órgãos judiciais. As suas normas disciplinam todos 
os atos judiciais, tendo em vista a aplicação do Direito ao caso 
concreto. É o ramo que se dedica à organização e que regula a 
atividade jurisdicional do Estado para a aplicação das leis a cada caso. 
Direito Financeiro O direito financeiro é uma disciplina que tem por objeto toda a 
atividade financeira do Estado concernente à realização da receita e 
despesa necessárias à execução do interesse da coletividade. 
Direito Tributário 
  
O direito tributário disciplina as relações entre o Fisco e os 
contribuintes, tendo como objeto primordial o campo das receitas de 
caráter compulsório, isto é, as relativas à imposição, fiscalização e 
arrecadação de impostos, taxas e contribuições, determinando-se, de 
maneira complementar, os poderes do Estado e a situação subjetiva 
dos contribuintes, como complexo de direitos e deveres. 
Direito Canônico O que regula as relações da Igreja. Consiste em um conjunto de 
normas disciplinares que regulam a vida de uma comunidade religiosa 
ou as decisões dos seus concílios. 
Direito Internacional 
Público 
Regula as relações dos Estados soberanos entre si. As normas tutelam 
as relações dos titulares de direitos subjetivos no plano Internacional e 
estabelecem o regime jurídico da convivência dos Estados soberanos, 
regulando as relações dos países considerados como sujeitos de direito
e de deveres, estabelecidos por acordo, ou por costume. 
Direito do Menor Regula todos os aspectos e medidas destinadas à assistência, proteção 
e vigilância a menores de dezoito anos  que se encontrem em situação 
irregular, segundo a definição legal, e a menores de dezoito a vinte e 
um anos de idade nos casos expressos em lei. 
Direito de Minas Regula as questões concernentes aos recursos minerais, sua 
industrialização e produção, assim como a distribuição, o comércio e o 
consumo de produtos minerais. 
Direito Eleitoral Regula todos os aspectos pertinentes ao sufrágio. As suas normas 
destinam-se a assegurar a organização e o exercício do direito de 
votar a ser votado. 
Direito Político Regula os direitos e os deveres do estado no âmbito interno, 
abrangendo a denominada Teoria Geral do Estado e a História das 
Ideias Políticas. 
Direito Civil Regula os interesses fundamentais do homem no que concerne às 
relações dos indivíduos com as próprias pessoas, com os seus bens, 
com suas obrigações e ainda no que diz respeito às sucessões. 
 
  
  
Direito Empresarial Regula as relações jurídicas inerentes ao comércio e às atividades 
empresariais. Normas que disciplinam sob os mais variados aspectos 
a atividade mercantil. 
 
  
  
Direito Industrial Regula a propriedade industrial, envolvendo principalmente os 
aspectos relacionados à concessão de privilégios e de registro, assim 
como os concernentes à repressão a falsas indicações de 
procedência e a concorrência desleal. 
 
  
  
Direito Internacional 
Privado 
Dedica-se à solução dos conflitos de leis no espaço.       
DIREITO SOCIAL       
Direito do Trabalho Regula as relações trabalhistas. Suas normas referem-se à 
organização do trabalho, privado e subordinado, sob os mais 
variados aspectos, inclusive acerca dos direitos e interesses legítimos 
dos trabalhadores. 
 
  
  
Direito da Previdência
e Assistência Social 
Disciplina precipuamente a garantia dos meios indispensáveis à 
manutenção, por idade avançada, incapacidade, tempo de serviço, 
encargos familiares, prisão ou morte, dos trabalhadores, à 
manutenção dos seus beneficiários, assim como a organização dos 
serviços destinados à proteção da saúde e bem-estar deles. 
 
  
  
             
Estácio de Sá Página 2 / 3
Título 
Introdução ao Estudo do Direito 
Número de Aulas por Semana 
 
Número de Semana de Aula 
3 
Tema 
Conceitos Jurídicos Fundamentais 
Objetivos 
·   Identificar as distinções entre direito natural e direito positivo; 
·   Compreender os conceitos de direito objetivo e direito subjetivo; 
·   Reconhecer e distinguir as diversas teorias relativas à natureza do direito subjetivo; 
·   Reconhecer e distinguir o direito público e o direito privado, situando o processo de transformação que leva à superação desta dicotomia conceitual; 
·   Introduzir o conceito de segurança jurídica. 
Estrutura do Conteúdo 
1. Divisões do Direito 
1.1. Direito Natural e Direito Positivo; 
1.2. Direito Objetivo e Direito subjetivo; 
1.3. Direito Público e Direito Privado; 
1.3.1. A superação da dicotomia entre público e privado. 
  
1.4. Diferenças entre o Direito Público Interno e Externo e o Direito Privado Interno e Externo. 
  
2. Segurança Jurídica 
Referências bibliográficas: 
Terceira Unidade 
NADER, Paulo. Introdução ao estudo do direito .30. ed. rev. e ampl. Rio de Janeiro:Forense,2008. ISBN 9788530926373 
Nome do capítulo: Capítulo X – A divisão do direito positivo 
N. de páginas do capítulo: 8   
Nome do capítulo: Capítulo XII –  Segurança jurídica 
N. de páginas do capítulo: 10 
Este conteúdo deverá ser trabalhado ao longo das duas aulas da semana, cabendo ao professor a dosagem do conteúdo, de acordo com as condições objetivas e subjetivas 
de cada turma. 
  
Nesta aula, o docente trabalhará com a concepção de que o Direito possui várias divisões e subdivisões. A primeira grande divisão que pode ser apresentada para o Direito é 
a que o classifica em Direito Natural e Direito Positivo. Não se deve confundir Direito Positivo com Direito Objetivo. O primeiro é composto do direito objetivo de um lado e do 
direito subjetivo de outro lado. 
Diferenças entre Direito Natural e Direito Positivo 
  
Diferença de Direito Positivo X Direito Objetivo 
  
Direito Objetivo é gênero do qual o direito positivo, vale dizer, as normas jurídicas emanadas do Estado, é espécie. São normas de direito objetivo: a Constituição, a lei, o 
decreto, a circular, a portaria e outros tantos atos administrativos; entretanto, as cláusulas de um contrato de locação, por exemplo, embora jurídicas, não são normas de 
direito positivo, pois não emanam, imediatamente, do Estado, mas sim da vontade dos particulares contratantes. O direito positivo, assim denominado porque é o que 
provém diretamente do Estado (do lat., jus positum: imposto, que se impõe), vem a ser também, como oportunamente acentua Goffredo Telles Jr., "a base da unidade do 
sistema jurídico nacional". Enfim, todo direito positivo é direito objetivo, mas nem todo direito objetivo é direito positivo.( TELLES Jr., Goffredo,  O Direito Quântico , 6. ed. 
São Paulo: Max Limonad Ltda., 1980, p. 385) 
  
O Direito Público e o Direito Privado. 
A ordem jurídica é unitária, mas, para estudá-la, foram demarcados ramos. 
O estudo do Direito está dividido em duas grandes dicotomias: 
Direito Natural X Direito Positivo 
Direito Público X Direito Privado 
A dicotomia entre o Direito Público e o Privado é histórica, servindo a propósitos ideológicos, interessando ao pensamento liberal burguês alargar o campo de atuação do 
Direito Privado, para que o Estado não interfira nas relações, principalmente aquelas referentes ao contrato de trabalho. 
O Direito liberal burguês defendia a igualdade entre as partes contratantes. Esta igualdade esconde uma realidade fática: brutal desigualdade econômica, sendo, pois, uma 
ficção jurídica. 
A divisão do Direito em Público e Privado é invenção romana, sendo desconhecida na Idade Média, e recuperada pelo Direito liberal burguês. Vale lembrar que esta divisão 
variava de intensidade conforme o país e o regime; no Direito Socialista, por exemplo, houve a hipertrofia do Direito Público. 
Os romanos utilizaram o critério da utilidade. Quando o objeto do Direito era voltado para o interesse da coletividade, esse era tido como Público, se o interesse era do 
particular, esse seria Privado. 
REPÚBLICA = COISAPÚBLICA 
Tal divisão sofreu crítica no início do século XX, devido à publicização do Direito, quando o Estado interveio para defender os mais fracos, ocorrendo a ingerência das normas 
de ordem pública. 
Dois critérios são utilizados, atualmente, para a divisão destes dois ramos: 
1º . Critério do conteúdo ou objeto da relação jurídica (também chamado de Teoria dos Interesses em jogo): Quando prevalece o interesse geral, o direito é público, quando 
prevalece o particular, o direito é privado. A única diferença desse critério para o dos romanos é que estes não mencionam a expressão interesse prevalecente. 
2º . Critério relativo à forma da relação jurídica(ou Teoria da natureza da relação jurídica): Se a relação é de coordenação (partes envolvidas no mesmo patamar), trata -se, 
em regra, de Direito Privado, se a relação é de subordinação, trata -se, em regra, de Direito Público. 
Estado é o Subordinante (em regra). 
Outra parte é o Subordinado. 
Enquanto o direito privado é informado, entre outros, pelos princípios da autonomia da vontade e da licitude ampla (o que não é vedado é permitido, salvo se afrontar os 
bons costumes e preceitos de ordem pública), o direito público é regido pelos princípios da supremacia do interesse público e da estrita legalidade (o agente público só pode 
agir se, quando e como a lei prescrever). 
As cláusulas de um contrato são normas de Direito Privado, sendo normas individuais, pois não derivam diretamente do Estado, mas sim da vontade dos particulares. 
- Ramos do Direito Público (por estes critérios): Direitos Constitucional, Financeiro, Tributário, Internacional Privado, Administrativo, Processual, Ambiental, Penal... 
- Ramos do Direito Privado: Direitos Civil, Comercial, Consumidor, Trabalho... 
  
Direito Público e Direito Privado e suas Teorias. 
  
Teorias Monistas (a existência de somente um  direito) 
  
Existência exclusiva do Direito Público (Hans Kelsen) – Todo Direito é público porque todas as relações jurídicas se apoiam na vontade do estado, já que este é o responsável 
direto e imediato pela segurança e harmonia social. 
Existência exclusiva do Direito Privado (Rosmini e Ravà) - Pois sempre foi o único durante séculos e seu nível de aperfeiçoamento não foi atingido ainda pelo Direito Público. 
Teorias Dualistas (a existência de dois) 
Teoria do Interesse em Jogo (ou teoria Clássica ou teoria Romana)- o direito será público ou privado de acordo com a predominância dos interesses. 
Teoria do Fim – Quando a finalidade do direito for o estado, teremos o Direito Público, quando for o indivíduo, teremos o Direito Privado. 
Teoria do Titular da ação - Quando a iniciativa da ação for o estado, teremos o Direito Público, quando for o particular, teremos o Privado. 
Teoria da Natureza da Relação Jurídica - Quando o Poder Público participa da relação jurídica, investido de seu “imperium”, impondo sua vontade, em uma relação de 
subordinação, teremos o Direito Público. Quando for a relação entre particulares, em um mesmo plano de igualdade, teremos o Direito Privado. 
Teorias Trialistas 
Além do Direito Público e Privado, admitem alguns estudiosos um terceiro gênero, chamado por alguns de Direito Misto e por outros de Direito Social Misto. 
A grande crítica que se faz à Teoria trialista é a de que o problema ideológico continua, pois os liberais continuarão dizendo, por exemplo, que o Direito do Trabalho é 
privado, outros, porém, dizendo público, e por aí vai...O problema da flexibilização da legislação trabalhista, que apregoa livre negociação, não é resolvido dizendo-se que o 
Direito do Trabalho é Direito Misto. 
Subdivisões (Ramos) do Direito Público e do Direito Privado. 
A Unificação do Direito Privado. 
  
A unificação do Direito Civil no Brasil partiu da ideia de Teixeira de Freitas, que à época do Império recebeu a incumbência de elaborar um Código Civil. Concluindo seu 
trabalho em 4.098 artigos, no monumental esboço de Código Civil, declarou haver chegado à conclusão de que as obrigações civis e mercantis deviam ser disciplinadas num 
só Código. 
  
A Questão da Superação da Dicotomia do Direito Público e do Direito Privado. 
  
A clássica bipartição romana do direito em público e privado não corresponde mais à realidade jurídica e não atende mais à complexidade das relações da sociedade 
moderna. Essa clássica distinção, na vida prática, não tem a importância que alguns juristas pretendem dar, pois o Direito deve ser entendido como um todo. É nítida, pois, a 
superação da dicotomia direito público e privado, vislumbrando-se em alguns ramos da ciência jurídica, pontos comuns de contato com um e outro ramo. 
No mundo atual, entre esses dois ramos grandes e tradicionais, encontra-se o Direito misto, por tutelar tanto o Direito Público quanto o Privado e possuir normas de ambos. 
A superação dessa dicotomia se dá pela tendência hoje de alguns ramos do Direito que têm pontos de Direito Público e do Privado, resultando no avanço da sociedade, com 
relações cada vez mais complexas. 
As entidades de Direito Público podem atuar como particulares e como tal devem ser tratadas, ficando sujeitas às leis de direito privado. Isso também ocorre no direito 
privado, segundo o qual o Estado pode impor sua vontade, reduzindo a autonomia do particular, formando os preceitos de ordem pública, com força obrigatória inderrogável 
pela vontade das partes, apesar de tratar-se de relações privadas. 
A publicização deve ser entendida como um processo de intervenção legislativa infraconstitucional, diferente de outro fenômeno conhecido como constitucionalização, que 
tem por fito submeter o direito positivo aos fundamentos de validade constitucionais. 
Nota-se uma maior publicização do Direito Privado e, cada vez mais, o Estado intervém numa área que antes interessava apenas ao âmbito privado do indivíduo. Com efeito, 
a tendência agora é o Estado direcionar as condutas dos indivíduos e, assim, a liberdade individual está cada vez menor e até mesmo princípios típicos do Direito Privado, 
como a autonomia da vontade nos contratos, têm sido enfraquecidos. 
Como decorrência, tem-se como exemplo o Direito Civil que engloba tanto princípios de direito privado como de direito público. Em que pesem encontrarem-se no direito 
civil aquelas normas cogentes, de ordem pública, é nesse ramo do direito que as partes encontram extenso campo para expandir sua vontade; são as normas dispositivas, 
às quais as partes se prendem se não desejarem dispor diferentemente. 
  
Segurança Jurídica 
Aspectos Fundamentais do Princípio da Segurança Jurídica 
Inicialmente, se faz necessário uma abordagem sobre qual é o entendimento, segundo a doutrina, do Princípio da Segurança Jurídica, para, dessa forma, adentrarmos nos 
institutos que lhe comportam e dão efetividade. 
A segurança jurídica existe para que a justiça, finalidade maior do Direito, se concretize. 
Vale dizer que a segurança jurídica concede aos indivíduos a garantia necessária para o desenvolvimento de suas relações sociais, tendo, no Direito, a certeza das 
consequências dos atos praticados. 
Mas a segurança jurídica não poderá se resumir na simples ideia de certeza pela existência de um conjunto de leis que dispõem sobre o que é permitido ou proibido.  
O indivíduo deverá se sentir seguro, também, por verificar no corpo dos textos jurídicos, a inclusão de princípios fundamentais, fruto das conquistas sociais dos homens. 
A segurança jurídica depende da aplicação, ou melhor, da obrigatoriedade do Direito. Miguel Reale, discorrendo acerca da obrigatoriedade ou a vigência do Direito, afirma 
que a ideia de justiça liga-se intimamente à ideia de ordem. No próprio conceito de justiça, é inerente uma ordem, que não pode deixar de ser reconhecida como valor mais 
urgente, o que está na raiz da escala axiológica, mas é degrau indispensável a qualquer aperfeiçoamento ético. Com efeito, vislumbramos que a obrigatoriedade do direito 
compõe a segurança jurídica, estando a mesma vinculada ao valor de justiça decada sociedade. 
Como sabido, todo poder emana do povo, que age através de seus representantes eleitos para atingir o fim maior do Estado Democrático de Direito, qual seja, o bem 
comum. 
Além disso, é certo que a atividade legiferante cabe somente àqueles que estão investidos legitimamente em cargos eletivos, possuindo, portanto, o múnus legislativo, como 
bem observa Maria Helena Diniz quando afirma que é certo que, tanto na França como no Brasil, o juiz não tem o poder de legislar, ora, o costume é oriundo do povo, e 
este, salvo exceção, como nos casos de plebiscito, não possui também o múnus legislativo. 
Tal afirmativa comprova que o legislador deverá procurar atender aos anseios sociais no momento da elaboração das leis, pois estas, entendidas aqui como conjunto de 
normas, englobam o princípio da segurança jurídica tendo em vista que elas compõem e guiam o ordenamento jurídico. 
Porém, como bem observado por Paulo Bonavides, destacamos e concordamos com o entendimento de que a democracia moderna oferece problemas capitais, ligados às 
contradições internas do elemento político sobre que se apoia (as massas) e à hipótese de um desvirtuamento do poder, por parte dos governantes, pelo fato de possuírem 
estes o controle da função social e ficarem sujeitos à tentação, daí decorrente, de o utilizarem em favor próprio (caminho da corrupção e da plutocracia) ou no interesse do 
avassalamento do indivíduo (estrada do totalitarismo). 
Com esse entendimento, o ilustre doutrinador Carlos Aurélio de Souza afirma que o legislador, quando legisla, está mais vinculado ao Estado, em cuja direção costuma se 
orientar através de vínculos partidários e de poder. De fato, nas democracias contemporâneas, o Legislativo está fortemente ligado (senão subordinado) ao Executivo. 
Dessa forma é que a lei deverá representar a vontade da sociedade, devendo seu aplicador, através do processo hermenêutico, tentar melhor subsumir a norma ao fato 
concreto na busca da justiça social. Assim nos ensina Lenio Luiz Streck ao afirmar que a nova maneira de compreender o Direito corresponde a uma ferramenta metateórica 
e transmetodológica a ser aplicada no processo de desconstrução do universo conceitual e procedimental do edifício jurídico, nascido no paradigma metafísico, que o impediu 
de submetê-lo às mudanças que há muito tempo novas posições teóricas – não mais metafísicas – nos põem à disposição. 
Aplicação Prática Teórica 
Divisões do Direito: Direito Natural e Direito Positivo Prof.ª Edna Raquel Hogemann  O doutrinador inglês John Locke entende que propriedade não é apenas o direito de um indivíduo 
sobre seus bens ou suas posses, mas ainda sobre suas ações, sobre sua liberdade, sobre sua vida, sobre seu corpo etc, em uma palavra, todo tipo de direito. Foi esta a justificativa 
apresentada por Adamastor Trindade para tentar colocar no Jornal de Santa Catarina um anúncio em que põe à venda seu rim esquerdo e seu pulmão direito. Isto porque Carlito 
Pachoal, funcionário do Jornal, recusou-se a receber o pedido de veiculação do anúncio, alegando que feria o dispositivo existente na Lei  9.434/97 que proíbe a comercialização de 
órgãos pelos doadores. 1. No caso acima apresentado, os personagens Adamastor e Carlito utilizam-se de concepções distintas do direito para defender suas posições sobre a 
venda de órgãos. São elas fundadas no Direito Natural e no Direito Positivo. Identifique-as no texto, conceituando-as. 2. Por que é possível afirmar que, cada vez mais, caminhamos 
para conciliar o direito natural com o direito positivo, que no passado se opuseram frontalmente? 3. O direito natural possui tendência a converter-se em direito positivo, ou a 
modificar o direito preexistente? Caso Concreto 2  Divisões do Direito: Direito Privado e Direito Público Os candidatos aprovados em concurso público de provas ou de provas e títulos 
e classificados dentro do limite de vagas oferecidas no edital possuem direito subjetivo a nomeação dentro do prazo de validade do concurso.  Caso não venham a ser convocados 
podem  fazer valer seus direitos junto à Justiça através de procedimento processual próprio. Pergunta-se: 1) As regras dos concursos públicos são regidas por qual subdivisão e por 
qual ramo do direito? 2) O procedimento junto à Justiça a que se refere o texto está previsto em qual subdivisão e que ramo do direito? 3) Defina direito subjetivo: 
Plano de Aula: Introdução ao Estudo do Direito 
INTRODUÇÃO AO ESTUDO DO DIREITO
Direito Positivo Direito Natural 
Temporal   
Existe em determinada época Atemporal 
Vigência   
Observância pela sociedade e aplicação 
pelo Estado 
Independe de vigência 
Formal Informal 
Depende de formalidades para sua 
existência 
  
Hierárquico Não hierárquico 
Ordem de importância estabelecida entre 
as regras 
  
Dimensão espacial Independe de local 
Vigência em local definido   
Criado pelo homem Emerge espontaneamente da sociedade 
Fruto da vontade do homem   
Escrito Não escrito 
Códigos, leis, jurisprudência   
Mutável  mediante a vontade humana   
Direito Constitucional 
- 
Regula  a  estrutura fundamental do estado e determina as funções dos
respectivos  órgãos. As suas normas referem-se à organização 
fundamental do estado e regem a estruturação e o funcionamento dos 
seus órgãos, além das relações mantidas com os cidadãos. 
Direito Administrativo Regula não só a organização como também o funcionamento da 
administração pública. As suas normas referem-se às relações dos 
órgãos  do estado entre si ou com  os particulares. Esse direito 
estabelece as bases para a realização do serviço público, isto é, da 
atividade estatal dirigida à satisfação das necessidades coletivas 
consideradas de fundamental importância. 
Direito Penal Tipifica, define e comina sanções aos atos considerados ilícitos penais. 
As suas normas regulam a atuação do estado no combate ao crime, 
sob as formas de prevenção e repressão. 
Direito Processual 
(Direito Judiciário) 
Regula o exercício do direito de ação, assim como a organização e 
funcionamento dos órgãos judiciais. As suas normas disciplinam todos 
os atos judiciais, tendo em vista a aplicação do Direito ao caso 
concreto. É o ramo que se dedica à organização e que regula a 
atividade jurisdicional do Estado para a aplicação das leis a cada caso. 
Direito Financeiro O direito financeiro é uma disciplina que tem por objeto toda a 
atividade financeira do Estado concernente à realização da receita e 
despesa necessárias à execução do interesse da coletividade. 
Direito Tributário 
  
O direito tributário disciplina as relações entre o Fisco e os 
contribuintes, tendo como objeto primordial o campo das receitas de 
caráter compulsório, isto é, as relativas à imposição, fiscalização e 
arrecadação de impostos, taxas e contribuições, determinando-se, de 
maneira complementar, os poderes do Estado e a situação subjetiva 
dos contribuintes, como complexo de direitos e deveres. 
Direito Canônico O que regula as relações da Igreja. Consiste em um conjunto de 
normas disciplinares que regulam a vida de uma comunidade religiosa 
ou as decisões dos seus concílios. 
Direito Internacional 
Público 
Regula as relações dos Estados soberanos entre si. As normas tutelam 
as relações dos titulares de direitos subjetivos no plano Internacional e 
estabelecem o regime jurídico da convivência dos Estados soberanos, 
regulando as relações dos países considerados como sujeitos de direito
e de deveres, estabelecidos por acordo, ou por costume. 
Direito do Menor Regula todos os aspectos e medidas destinadas à assistência, proteção 
e vigilância a menores de dezoito anos  que se encontrem em situação 
irregular, segundo a definição legal, e a menores de dezoito a vinte e 
um anos de idade nos casos expressos em lei. 
Direito de Minas Regula as questões concernentes aos recursos minerais, sua 
industrialização e produção, assim como a distribuição, o comércio e o 
consumo de produtos minerais. 
Direito EleitoralRegula todos os aspectos pertinentes ao sufrágio. As suas normas 
destinam-se a assegurar a organização e o exercício do direito de 
votar a ser votado. 
Direito Político Regula os direitos e os deveres do estado no âmbito interno, 
abrangendo a denominada Teoria Geral do Estado e a História das 
Ideias Políticas. 
Direito Civil Regula os interesses fundamentais do homem no que concerne às 
relações dos indivíduos com as próprias pessoas, com os seus bens, 
com suas obrigações e ainda no que diz respeito às sucessões. 
 
  
  
Direito Empresarial Regula as relações jurídicas inerentes ao comércio e às atividades 
empresariais. Normas que disciplinam sob os mais variados aspectos 
a atividade mercantil. 
 
  
  
Direito Industrial Regula a propriedade industrial, envolvendo principalmente os 
aspectos relacionados à concessão de privilégios e de registro, assim 
como os concernentes à repressão a falsas indicações de 
procedência e a concorrência desleal. 
 
  
  
Direito Internacional 
Privado 
Dedica-se à solução dos conflitos de leis no espaço.       
DIREITO SOCIAL       
Direito do Trabalho Regula as relações trabalhistas. Suas normas referem-se à 
organização do trabalho, privado e subordinado, sob os mais 
variados aspectos, inclusive acerca dos direitos e interesses legítimos 
dos trabalhadores. 
 
  
  
Direito da Previdência
e Assistência Social 
Disciplina precipuamente a garantia dos meios indispensáveis à 
manutenção, por idade avançada, incapacidade, tempo de serviço, 
encargos familiares, prisão ou morte, dos trabalhadores, à 
manutenção dos seus beneficiários, assim como a organização dos 
serviços destinados à proteção da saúde e bem-estar deles. 
 
  
  
             
Estácio de Sá Página 3 / 3

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