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TEORIA DA DECISÃO JURISDICIONAL E RECURSOS NO PROCESSO CIVIL – ARA 1224 AULAS 3 A 6 – CRÉDITO DIGITAL 1. SENTENÇA A sentença é o ato decisório do juiz que extingue o processo, com ou sem julgamento do mérito da causa; dando fim a fase cognitiva do processo ou à fase de execução. É um dos atos mais importantes do processo, que tem como objetivo inicial a resolução do mérito da causa, visando por um fim à contestabilidade de um bem da vida mediante a atuação da lei no caso concreto. A sentença pode ter conteúdos constitutivo, condenatório ou meramente declaratório. Isso é definido conforme ela consista em simples declaração de existência ou inexistência de determinada relação jurídica ou de falsidade de documento, em uma constituição ou desconstituição de relação ou situação jurídica ou a condenação em obrigações de fazer, não fazer, entregar coisa certa ou pagar quantia. A sentença sem resolução do mérito extingue o processo, mas não obsta que a parte proponha a mesma ação novamente em momento posterior. Todavia, na forma do artigo 486, NCPC, no caso de extinção em razão de litispendência e nos casos dos incisos I, IV, VI e VII do artigo 485, a propositura da nova ação depende da correção do vicio que levou à extinção do processo sem resolução de mérito. A sentença possui elementos essenciais, quais sejam, o relatório, os fundamentos e o dispositivo, na forma do art. 489, NCPC. RELATÓRIO: deve conter os nomes das partes, a suma do pedido e da contestação e o registro de eventuais ocorrências relevantes no decorrer do processo. é a parte inicial da sentença, ou seja, não envolve ainda análise do juiz sobre as razoes do pedido ou o mérito em si. FUNDAMENTO: envolvem a análise do juiz quanto a questões de fato e de direito. Nessa segunda parte, o juiz examina e reconhece a pretensão dos litigantes, resolve as questões de fato e de direito e expõe as razoes que lhe formaram o convencimento e que o levaram ao acolhimento da tese apresentada por uma parte e a rejeição da tesa da parte contrária. Ainda na sentença, o juiz deverá apreciar de forma justificada as provas produzidas e a sua relevância para o seu convencimento. DISPOSITIVO: indica a solução jurídica imposta pelo magistrado para a resolução das questões que lhe foram postas para julgamento. Diferentemente dos fundamentos, o dispositivo refere-se apenas à questão principal submetida à apreciação do Judiciário. É o julgamento de procedência ou improcedência, em termos básicos, ou de extinção do processo sem exame de mérito, nas sentenças terminativas. O dispositivo contém, ainda, a condenação da parte vencida a pagar os honorários e as despesas que a parte vencedora antecipou, que compreendem custas processuais (no caso do autor), gastos com testemunhas, honorários de perito e honorários advocatícios. Ao juiz é vedado proferir sentença, ainda que o pedido seja genérico na forma do artigo 491, ressalvadas as hipóteses em que não for possível determinar de modo definitivo o montante devido; ou em que a apuração do valor devido depender da produção de prova de realização demorada ou excessivamente dispendiosa, assim reconhecida na sentença. De acordo com o artigo 492, é vedado ao juiz proferir decisão de natureza diversa da pedida, bem como a parte em quantidade superior ou objeto diverso do que foi demandado. Trata-se da vinculação do juiz ao pedido. Caso o juiz extrapole esses limites, estará proferindo sentença ultra, infra ou extra petita, todas elas passíveis de anulação pelo órgão superior. Existe a possibilidade do juiz levar em consideração fatos constitutivos, modificativos ou extintivos do direito, ocorridos depois da propositura da ação ou do oferecimento de contestação e que sejam capazes de influir no julgamento da lide, o que poderá ocorrer de oficio ou a requerimento da parte. Uma vez publicada a sentença, de acordo com os incisos do art. 494, o juiz poderá alterá-la apenas para, de oficio ou a requerimento das partes, corrigir inexatidões materiais ou erros de calculo ou por meio de embargos de declaração. A sentença pode ser publicada na audiência de instrução e julgamento ou em momento posterior. 2. EFEITOS DA SENTENÇA São aqueles que decorrem diretamente da decisão e se referem à situação jurídica controvertida, possibilitando assim que a parte vitoriosa tome as providencias executivas cabíveis, dependendo da espécie de decisão judicial (constitutiva, condenatória, declaratória). Em regra, a sentença somente produzirá efeitos sobre a esfera jurídica de quem foi parte no processo. Não obstante, é possível que efeitos reflexos atinjam terceiros que possuam relações jurídicas juridicamente conexas com aquilo que foi decidido. Ex.: extinção da relação existente entre o sublocador e o sublocatário, na hipótese de despejo daquele. A sentença poderá produzir, ainda, efeitos anexos, como é o caso da hipoteca judiciária, prevista nos §§1° a 5° do artigo 495 do NCPC. Há ainda a chamada eficácia probatória da sentença, a qual, como documento publico que é, serve como meio de prova da própria existência, bem como dos fatos nela contidos.
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