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TEORIA DA DECISÃO JURISDICIONAL E RECURSOS NO PROCESSO CIVIL – ARA 1224 1. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO (artigos 1022 a 1026, NCPC) Conceito: é o instrumento por meio do qual uma das partes pode pedir esclarecimentos sobre a decisão proferida. Cabimento: por meio dele é possível sanar dúvidas causadas por contradições ou obscuridades, pode-se suprir omissões ou apontar erros materiais (artigo 1022, NCPC). Portanto, os embargos de declaração garantem às partes meios de pleitear que o princípio da devida fundamentação das decisões seja seguido, requerendo: esclarecimentos de obscuridade; eliminação de contradição; preenchimento de omissão; correção de erro material. Obscuridade: uma decisão obscura é uma decisão sem clareza, ininteligível. Contradição: toda decisão deve ser coerente (bem fundamentada), os argumentos do juízo não podem ser incongruentes. Limite da contradição: o artigo 1022, NCPC, dispõe hipóteses de embargos de declaração para eliminar contradição interna (entre elementos da mesma decisão). Não se considera as contradições externas (existentes entre a decisão e outros documentos ou peças dos autos). Omissão: de acordo com o 1022, § único, NCPC, incorre omissão a decisão que: a) Não se manifeste sobre o entendimento firmado em julgamento de casos repetitivos ou em incidente de assunção de competência aplicável ao caso (necessidade de uniformização da jurisprudência prevista no artigo 926, NCPC). b) Ou se trate de uma das condutas do artigo 489, §1°, NCPC. Erro material: erros causados por equívoco ou inexatidão, referentes a aspectos objetivos, como material ou cálculo. Não envolvem, portanto, defeitos de juízo. “A alteração da decisão para corrigir erros de cálculo ou inexatidões materiais não implica a possibilidade de o juiz proferir nova decisão ou proceder a um rejulgamento da causa. O que se permite é que o juiz possa corrigir evidentes e inequívocos enganos involuntários ou inconscientes, retratados em discrepâncias entre o que se quis afirmar e o que restou consignado no texto da decisão.” (Fredie Didier – Curso de Direito Processual Civil, 2016, página 249) Os embargos de declaração são uma das hipóteses em que o magistrado pode alterar a sentença após a sua publicação (art. 494, II, NCPC). Prazo: 5 dias (artigo 1023, NCPC). Efeito: o artigo 1026 dispõe que os embargos de declaração não possuem efeitos suspensivo, porem o §1° do mesmo artigo assevera que o efeito suspensivo pode ser concedido pelo juiz ou relator, desde que preenchidos os requisitos de existência de dano grave ou de difícil reparação. Os §§2° e 4° do mesmo artigo preveem também punição àqueles que apresentaram embargos apenas para fim de protelação. Efeitos infringentes: referem-se à capacidade modificativa do resultado (dos efeitos da sentença). De maneira geral os embargos de declaração não visam modificar os efeitos da decisão, mas sanar alguns de seus vícios. Porém, há casos em que a alteração de algum vício da decisão acarreta modificações de suas conclusões (artigo 1024, §4°, NCPC).
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