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Trabalho Aspectos Feijoada - Versão Final

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FACULDADE DE AMERICANA 
CURSO DE NUTRIÇÃO 
DISCIPLINA DE ASPECTOS ANTROPOLÓGICOS DA NUTRIÇÃO 
 
 
 
CAMILLY ROSA ALVES 
CARLOS HENRIQUE DOS SANTOS GOMES 
CAROLINE DE OLIVEIRA ALOISI 
DAYANE DE OLIVEIRA SILVA 
JAQUELINE ALVES SILVA 
 
 
 
 
 
Diversidade da Cultura Alimentar Brasileira: 
A Feijoada Prato Típico Nacional 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AMERICANA 
2021 
CAMILLY ROSA ALVES 
CARLOS HENRIQUE DOS SANTOS GOMES 
CAROLINE DE OLIVEIRA ALOISI 
DAYANE DE OLIVEIRA SILVA 
JAQUELINE ALVES SILVA 
 
 
 
 
 
 
Diversidade da Cultura Alimentar Brasileira: 
A Feijoada Prato Típico Nacional 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AMERICANA 
2021 
 
Trabalho apresentado a Faculdade de 
Americana na disciplina de Aspectos 
Antropológicos da Nutrição, para 
aprovação na disciplina sob orientação 
da Prof.ª Esp. Danieli C. A. Voltani. 
Sumário 
1. Introdução 4 
2. Objetivo 4 
3. Desenvolvimento 4 
3.1. Cultura Alimentar da Região 4 
3.2. Simbolismo 6 
3.3. A Origem da Feijoada 6 
3.4. O Feijão Preto 9 
3.5. Composição Nutricional 10 
3.6. Receita da Feijoada 11 
3.7. Fotos Ilustrativas 12 
4. Conclusão 13 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. Introdução 
 Vivemos num país miscigenado, resultado de culturas das mais diversas 
origens. Somando-se a isso temos ainda tantas variedades climáticas, ingredientes 
de diversidade invejável, história e criatividade, fazendo então nascer a culinária 
brasileira, com pratos bastante típicos ou reelaborados, que conferem uma marca 
própria à nossa cozinha. 
 A Cultura Alimentar expressa a identidade de povos e grupos sociais ao longo 
do tempo, envolve conceitos como hábitos, valores, crenças e história, que definem 
a alimentação de uma comunidade e os conhecimentos referentes a ela, 
considerando que não há alimentação sem o contexto sociocultural. 
 No Brasil matizado pela colonização, a alimentação tem uma raiz matriz 
portuguesa, em associação com uma mistura de ingredientes europeus, indígenas e 
africanos. 
 Partindo desse incentivo, este trabalho tem como foco principal demonstrar um 
prato representativo da cozinha brasileira: a feijoada. Trata-se de um dos pratos mais 
conhecidos e apreciados da culinária brasileira, com um sabor característico e 
marcante, pelas misturas de carnes e feijão preto, e outros acompanhamentos, 
sendo, inclusive, reconhecido como patrimônio cultural imaterial no estado do Rio de 
Janeiro. 
2. Objetivo 
 Este estudo tem como objetivo compreender a feijoada - comida típica da 
cultura alimentar brasileira (em especial, da região sudeste) - de forma a organizar e 
esclarecer informações sobre sua origem, relatar sua história e simbolismo, expor os 
ingredientes que a compõem e sua respectiva composição nutricional, apresentar 
ainda receita do prato e fotos ilustrativas. 
3. Desenvolvimento 
3.1. Cultura Alimentar da Região 
 A alimentação brasileira tem predomínio português, em conjunto com as 
culinárias indígena e africana, numa variedade à qual se incorporam os ingredientes 
da terra. Em contrapartida, não foram só estes povos que influenciaram em nossa 
cultura alimentar, as imigrações que aconteceram a partir do fim do séc. XIX – como 
a japonesa, italiana, alemã, árabe e muitas outras – tendem também a influenciar o 
cardápio brasileiro com suas novas culturas, mas, entretanto, também tiveram de se 
adaptar aos ingredientes disponíveis no solo brasileiro (Bonamigo, 2018). 
 As comidas regionais do Brasil possuem certa diversificação devido ao tipo de 
colonização, a mistura de povos que o habitaram, e também aos fatores ambientais, 
como, o solo, a fauna, o clima, e a região geográfica, por isso existe a presença dos 
mais diversos tipos de pratos, com sabores e cores diferentes que integram a cultura 
brasileira como um todo (M.S., 2004). 
 Cada uma das regiões do Brasil possui suas características e diversidades, e 
cada uma delas desenvolveu sua cultura alimentar e seus costumes e hábitos. 
Referente à região sudeste, abordada neste trabalho, sabemos que: 
 A região Sudeste pode ser considerada uma das que mais recebeu influência 
de outros povos, sendo ela formada por quatro estados (Espírito Santo, Minas Gerais, 
São Paulo e Rio de Janeiro). 
 No Espírito Santo temos uma grande influência da cultura indígena, que era 
fortemente baseada no consumo de frutas, legumes e peixes, como exemplo dessa 
influência temos hoje, a moqueca de peixe cozida em panela de barro à base de 
coentro e urucum. Tem-se ainda o quibebe, torta capixaba (feita de bacalhau), peixes 
e frutos do mar. Marcado pela forte influência dos bandeirantes (exploradores 
pioneiros) e do povo indígena, o estado de Minas Gerais tem a comida mineira que é 
fiel até hoje à tradição do milho, feijão e porco. Como pratos típicos, podemos citar: 
feijão tropeiro, o torresmo, angu com quiabo, o tutu de feijão, couve à mineira, 
canjiquinha com carne, curau, pamonha, broa, entre outros. 
 São Paulo e Rio de Janeiro são estados que se destacam pela abrangência 
culinária de suas cozinhas, devido ao cosmopolitismo. Isso acontece não só pela forte 
influência da colonização, mas também pelo número de pessoas que recebem de 
todas as regiões do país e de fora dele. Em São Paulo, o domínio mais marcante é o 
italiano com as famosas massas, que nos proporcionaram a pizza, o macarrão, a 
lasanha, nhoque, canelone e os pães. E no Rio de Janeiro o predomínio foi da forte 
influência portuguesa, por causa da instalação da corte de Portugal. Árabes, 
espanhóis e japoneses também deixaram suas marcas com a paelha, quibes, esfihas, 
grão de bico, gergelim, sushi e sashimi. Essa miscigenação de vários povos presentes 
na formação do país, que nos permitiu também a tão famosa feijoada. 
3.2. Simbolismo 
 A feijoada é um prato extremamente simbólico dentro da gastronomia brasileira 
de forma geral. Hoje, existem várias formas diferentes da montagem da feijoada, 
entretanto sua versão carioca é uma das mais conhecidas, apreciadas e simbólicas, 
sendo vista como uma referência cultural local. O prato típico da feijoada é composto 
por feijão, geralmente preto, e algumas partes da carne de porco e de boi, sendo 
normalmente acompanhadas de arroz, farofa, couve refogada, e laranja (Ferreira, 
2017). 
 Assim, é perceptível que a feijoada costuma ser um prato para ser desfrutado 
de forma coletiva, possibilitando encontros e sugerindo uma interação social 
profunda. Dessa maneira, a feijoada se consolida e se associa para nós, como uma 
imagem simpática, e divertida, que o carioca gosta de fazer, remetendo a 
afetuosidade e lembrando muito do contato familiar, da presença da família e amigos. 
Para demonstrar seu real valor simbólico na cultura do povo carioca, no ano de 2013 
a feijoada foi oficializada pela Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro 
(ALERJ) como Patrimônio Cultural Imaterial do Estado do Rio de Janeiro. Hoje, 
sabemos que a feijoada é muito significativa e que se expandiu por todo o país, sendo 
um dos pratos típicos mais conhecidos (Ferreira,2017). 
 Leme (2013, p. 11) realça a importância desse prato ao dizer “a feijoada é a 
expressão mais clara deste processo. [...] ele pode ser visto também na indústria do 
turismo e nos retratos da mesa verde e amarela junto com futebol, samba e Carnaval, 
como expressão fiel de brasilidade”. 
 Além disso, a feijoada, devido ao seu simbolismo, ao ser consumida, não 
servirá apenas como algo para saciar a fome ou nutrir o indivíduo, mas também 
passará a remeter ou relembrar momentos, trazendo sentimentos, e gostos, que vão 
desde o preparo do alimento até a degustação. 
 
3.3. A Origem da Feijoada 
 Conhecida como um dos pratos mais típicos e populares da culinária brasileira, 
a feijoada é constantemente citada como uma criação culinária dos escravos que 
foram trazidos para o Brasil no fim do século XVI. 
 Segundo relatos populares,os escravos cozinhavam o feijão preto e recolhiam 
restos de carnes que os senhores de engenhos e fazendeiros desprezavam, como 
orelhas, pés, toucinho e outros indesejáveis. Por outro lado, historiadores e 
pesquisadores, começam a provar que essa história pode não ser verídica, trazendo 
dúvidas sobre sua real origem. Com afirmações do tipo: nem índios nem negros 
tinham o costume de misturar feijão com carnes. 
 Sobretudo, encontra-se relatos como por exemplo do etnógrafo suíço Johann 
Jakob von Tschudi que esteve algumas vezes na América do Sul a analisar alguns 
países, dentre eles o Brasil, na qual esteve pela primeira vez entre 1857 a 1859 , e 
descreveu alguns costumes observados nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro, 
sendo que dessa última viagem deixou a seguinte observação: “O alimento dos 
escravos compõe-se principalmente de angu, feito com farinha de milho e água, feijão 
preto e carne seca” e acrescenta que “A quantidade distribuída entre os escravos 
varia em cada fazenda, numas a distribuição é farta, mas noutras quase não dá para 
matar a fome dos pobres desgraçados” (TSCHUDI, 1953). 
 Já para Cascudo (2007), a feijoada brasileira, da qual se presume o feijão com 
a adição das carnes, só ocorreu no século XIX e bem distante das senzalas, lugar 
onde o alimento básico era uma mistura de feijão com farinha, costume alimentar de 
herança indígena. Com os colonos portugueses, essa mistura recebeu o acréscimo 
da carne guisada, refogada, cozida juntamente, como descreve Luís da Câmara 
Cascudo em sua antologia História da Alimentação no Brasil, publicada em 1967.” (p. 
38)”. 
 Alegação forte deste pensamento é que, conforme aponta o Prof. Rodrigo Elias 
(mestre em História Moderna e Contemporânea) no artigo Feijoada: breve história de 
uma instituição comestível, "As partes salgadas do porco, como orelha, pés, e rabo, 
nunca foram restos. Eram apreciados na Europa”. Para evidenciar isso, o autor traz 
em um trecho de seu trabalho uma lista de compras feita pela família Imperial no 
século XIX onde integram esses alimentos considerados “menos nobres”, e que 
segundo para ele não seriam “restos”, como costuma ser apontado, mas sim parte da 
dieta dos senhores colonizadores. Diz ele na obra: 
A Casa Imperial – e não escravos ou homens pobres – comprou em um 
açougue de Petrópolis, no dia 30 de abril de 1889, carne verde (fresca), carne 
de porco, linguiça, linguiça de sangue, rins, língua, coração, pulmões, tripas, 
entre outras carnes. D. Pedro II talvez não comesse algumas dessas carnes 
– sabe-se de sua preferência por uma boa canja de galinha –, mas é possível 
que outros membros de sua família, sim. O livro O cozinheiro imperial, de 
1840, assinado por R. C. M., traz receitas para cabeça e pé de porco, além de 
outras carnes – com a indicação de que sejam servidas a “altas 
personalidades”. (p. 39). 
 Nessa toada, vale considerar que o acesso à carne não era algo simples em 
tempos coloniais. O consumo de carne fresca era restrito às famílias que tinham 
condições de criar ou adquirir animais próprios para consumo. Ademais, os séculos 
XVI e XVIII foram marcados pela escassez de alimentos; sendo assim não podia 
haver desperdício. 
 Além disso, os portugueses apreciavam muito a comida temperada, e 
utilizavam itens como azeite, manteiga, gordura de porco, toucinho e elementos de 
horta. Também utilizavam bastante o sal e o açúcar, dois insumos até então 
desconhecidos tanto por indígenas quanto por africanos, mas que acabaram se 
tornando parte da alimentação por influência dos mesmos. 
 Com isso, torna-se interessante acrescentar que “a insistência desse uso de 
tempero permanece na cozinha brasileira, onde é irrecusável a comida nua (...)” 
(CASCUDO, 1983, p. 273), detalhe que pode ser observado até os dias de hoje. A 
comida brasileira, independente da região, é sempre bem temperada. 
 Portanto, atualmente, considera-se a mais provável origem da feijoada como 
sendo uma adaptação de alguns cozidos europeus, como por exemplo: o cassoulet 
francês. Trata-se de um ensopado de feijão branco com linguiça de porco e carne de 
pato. Em diversos países, encontram-se variações da receita em que vários 
ingredientes são cozidos na mesma panela. Dessa forma os portugueses teriam 
modificado o prato francês aqui nas colônias usando o feijão preto, que era uma base 
importante da alimentação no Brasil da época. Criando a feijoada. 
 A escassez de recursos financeiros e a impossibilidade de adquirir produtos de 
diversas origens forçaram os portugueses e outros imigrantes a consumir produtos 
locais em substituição aos que estavam acostumados e apresentou ao povo brasileiro 
a introdução de alguns novos elementos que conseguiram ser trazidos, além de 
diferentes hábitos de consumo. 
 Nesta toada, ao longo do tempo tem-se vários relatos, como por exemplo, um 
anúncio de 7 de agosto de 1833 no Diário de Pernambuco, em que o recém-
inaugurado Hotel Théâtre, de Recife, informa que às quintas-feiras seriam servidas 
feijoada à brasileira. Outro relato que também retrata e aponta a verdadeira origem 
da feijoada foi o anúncio no o Jornal do Commercio, do Rio de Janeiro, publica em 5 
de janeiro de 1849 um anúncio em que o botequim da Fama do Café com Leite chama 
os fregueses para uma bela feijoada à brasileira. 
 Ou seja, observando as referências mais antigas à feijoada, nota-se que não 
há relação com escravos ou senzalas, mas com restaurantes frequentados pela elite 
escravocrata urbana. 
 O prato completo é servido com ao menos três elementos fundamentais: o 
feijão preto cozido com as carnes, servido com arroz branco e farinha de mandioca 
(MACIEL; MENASCHE, 2003). No entanto, desde a sua origem até aos dias de hoje, 
alguns ingredientes foram substituídos e outros acompanhamentos foram 
acrescentados, isto é, sua composição e forma de preparo passaram pelos tempos e 
regionalismos que se relacionam com a diversidade cultural alimentar do Brasil. 
 Cascudo (2004) defende a feijoada completa como o primeiro prato brasileiro, 
mas registrado somente no século XX. O cozimento em água com temperos é uma 
ferramenta portuguesa que se mistura, a partir do hábito indígena, à farinha de 
mandioca, por isso, o que chamamos feijoada é o resultado do uso da técnica 
europeia com o material brasileiro. 
 A feijoada espalhou-se por todo brasil, sendo que os dias da semana em que 
são apreciados pela população também variam de região para região, como por 
exemplo, no Rio Grande do Sul, ela é servida como prato de inverno, a feijoada 
carioca é servida às sextas-feiras, e vai a mesa de verão a verão, a feijoada paulista 
é servida às quartas-feiras e sábados etc. 
 
3.4. O Feijão Preto 
 Segundo o prof. Rodrigo Elias o feijão preto é de origem sul-americana, e os 
historiadores dos primeiros anos da colonização já mencionavam a iguaria na 
alimentação indígena, chamado por grupos guaranis de comanda, comaná, e 
cumaná, sendo assim já diferenciando algumas variações e subespécies. 
 Elias também ensina que o nome pelo qual o chamamos, porém, é português. 
Na época da chegada dos europeus à América, no início da Idade Moderna, outras 
variedades deste vegetal já eram amplamente conhecidas no Velho Mundo. Sendo 
assim a palavra “feijão” apareceu escrita pela primeira vez, em Portugal, no século 
XIII, ou seja, cerca de trezentos anos antes do Descobrimento do Brasil. 
 E completa: 
Apenas a partir de meados do século XVI, começou-se a introduzir outras 
variedades de feijão na colônia, algumas africanas, mas também o feijão 
consumido em Portugal, conhecido como feijão-fradinho (de cor creme, ainda 
hoje muito popular no Brasil, utilizado em saladas e como massa para outros 
pratos, a exemplo do também famoso acarajé. 
 As populações indígenas certamente o apreciavam, mas tinham preferência 
por outro vegetal, a mandioca, raiz que comiam de várias formas. Justamente por suadisponibilidade no Brasil colônia, foi ele o alimento escolhido para servir de base à 
feijoada que hoje conhecemos muito bem. 
 
3.5. Composição Nutricional 
 A escolha dos ingredientes da feijoada varia muito dependendo do país, mas 
a feijoada tradicional é um guisado de feijão preto, com carnes suínas e bovinas, 
acompanhado de arroz, couve refogada, laranja e farinha de mandioca. Por causa 
desses ingredientes que ela possui, ela pode ser considerada uma refeição muito 
calórica com bastante proteínas, gorduras e sódio. Uma porção individual de feijoada 
com acompanhamentos pode ter mais de 750 kcal. Em 100 g há 117 kcal, 11,6 g de 
proteína, 32 mg de cálcio, 105 de fósforo, 278 mg de sódio. 
 "A feijoada é considerada uma troca de sabores entre carnes. É um prato 
festivo com diversos itens que foram incorporados com o tempo e de acordo com a 
região no Brasil que é preparado. Ela pode ser bastante nutritiva", afirma Jorge da 
Hora, professor do curso de Gastronomia do Centro Universitário Senac - Santo 
Amaro. 
 "Apesar de calórica, não há razões para deixar de consumir a feijoada. O 
importante é não exagerar na frequência, quantidade e, se desejar, realizar algumas 
adequações ao prato. É importante um equilíbrio entre a quantidade de arroz, feijão 
preto, pertences do porco, couve, farofa e laranja", afirma Andrea Guerra, professora 
de nutrição da Universidade Presbiteriana Mackenzie. 
 A feijoada mesmo sendo um prato típico tradicional, com o passar do tempo foi 
surgindo várias modificações e “modernizações” em sua receita. 
 As carnes que compõem a feijoada são mais pesadas, pois elas têm um teor 
maior de gordura e garantem o sabor peculiar do prato. Para deixar o prato mais 
saudável e mais leve, uma opção é retirar ou substituir algumas dessas carnes. 
 Os embutidos são considerados alimentos extremamente carcinogênicos, 
aumentando o risco de desenvolver câncer. "Os embutidos como linguiças devem ser 
evitados, pois possuem excesso de gordura, sódio e outros aditivos prejudiciais à 
saúde", afirma Edeli Simioni de Abreu, professora de Gastronomia e de Nutrição do 
Centro Universitário FMU (Faculdade Metropolitanas Unidas). 
 As carnes devem ser muito bem dessalgadas, sendo muito importante 
aproveitar o sal que já existe nos outros ingredientes defumados para ajustar o 
equilíbrio do tempero no prato. No preparo da feijoada é interessante evitar os 
temperos prontos e usar temperos naturais como alho, cebola, louro, orégano e 
cominho. 
 “Outra alternativa é a substituição da farofa comprada pronta, optando sempre 
pelas caseiras e adicionando cenoura ou abobrinha raladas, milho, salsinha e 
cebolinha. E para deixar ainda leve, o ideal é utilizar uma farinha como a de mandioca 
ou milho e adicionar temperos naturais” indica Lais Hess, nutricionista. 
 A combinação da fruta cítrica com a feijoada também é muito utilizada, a 
laranja é um alimento que auxilia na digestão das gorduras ingeridas, ela possui 
fibras, vitaminas e minerais que aumentam muito a qualidade nutricional da refeição. 
 A couve refogada é um acompanhamento bastante frequente nas feijoadas. 
Portanto devemos ter uma certa atenção para não exagerar na quantidade de óleo 
ou azeite utilizado para revogá-la. Para uma opção mais saudável procure optar pela 
couve cozida ao vapor, preservando ainda mais os seus nutrientes. 
 
3.6. Receita da Feijoada 
Ingredientes 
- 1 Kg de feijão preto 
- 100 g de carne seca 
- 70 g de orelha de porco 
- 70 g de rabo de porco 
- 70 g de pé de porco 
- 100 g de costelinha de porco 
- 50 g de lombo de porco 
- 100 g de paio 
- 150 g de linguiça portuguesa 
Tempero 
- 2 cebolas grandes picadinhas 
- 1 maço de cebolinha verde picadinha 
- 3 folhas de louro 
- 6 dentes de alho 
- Pimenta do reino a gosto 
- 1 ou 2 laranjas 
- 40 ml de pinga 
- Sal se precisar 
 
Modo de Preparo 
Coloque as carnes de molho por 36 horas ou mais, vá trocando a água várias vezes, 
se for ambiente quente ou verão, coloque gelo por cima ou em camadas frias. 
Coloque para cozinhar passo a passo: as carnes duras, em seguida as carnes moles. 
Quando estiver mole coloque o feijão, e retire as carnes. 
Finalmente tempere o feijão. 
 
Acompanhamentos 
Couve, arroz branco, laranja, bistecas, farofa, quibebe de abóbora, baião de dois, 
bacon, torresmo. 
 
3.7. Fotos Ilustrativas 
 
 
 
 
4. Conclusão 
 Desse modo, concluímos que compreender a diversidade da cultura alimentar 
brasileira, nos ajuda a entender as práticas e hábitos alimentares passados de 
geração em geração e seus significados, assim como respeitar a regionalidade 
alimentar e as individualidades de cada indivíduo. A feijoada representa muito mais 
do que um prato típico, carregando em si uma história, e um simbolismo em cada 
ingrediente que a compõe. Sendo assim, o profissional nutricionista tem o papel de 
compreender o alimento como parte importante da nossa história, sendo importante 
na construção do indivíduo e do modo e com o que se alimenta. 
 
5. Referências Bibliográficas 
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considerações acerca de um patrimônio cultural imaterial. Disponível em: 
<http://www3.sp.senac.br/hotsites/blogs/revistacontextos/wp-
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