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Exercícios OBRIGAÇÕES

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CASO CONCRETO 1 “- Saiba o senhor que o ordenamento civil obrigacional brasileiro não dispõe de norma específica reguladora do denominado adimplemento ruim.
 O art. 422 de nosso Código Civil, porém, ao estabelecer as normas gerais sobre contratos dispõe: “Os contrantes são obrigados a guardar, assim na conclusão do contrato, como em sua execução, os princípios de probidade e boa-fé”, estando ambos ligados à concepção da relação obrigacional como processo. - Assim sendo, Seu Raimundo, caso o senhor não cumpra com sua obrigação, ou seja, pague o aluguel em atraso, vou usar meu direito potestativo e colocá-lo em sujeição! Estas foram as palavras de Maria Clarisse para Raimundo Nonato, locatário de um imóvel de sua propriedade, ao saber que ele havia dado uma grande festa para comemorar o aniversário da esposa, mas estava com o aluguel atrasado há quase dois meses e alegava dificuldades financeiras insuperáveis para justificar o atraso. Sem entender muito bem o significado das palavras de sua senhoria, Raimundo procura você, seu advogado, e faz as seguintes perguntas: 
a) A que se pode associar a concepção da relação obrigacional como um processo? 
Ao contrato social, aos comportamentos sociais típicos, à visão organica total da obrigação e à existência de deveres de conduta durante e mesmo depois de cumprido o dever principal, resultantes do princípio da boa-fé objetiva. 
b) Que significa esse tal direito potestativo da Dona Maria Clarisse? 
Prerrogativa jurídica de impor a outrem, unilateralmente, a sujeição ao seu exercício. O Direito Potestativo atua na esfera jurídica de outrem, sem que este tenha algum dever a cumprir. 
c) Por que a obrigação não se confunde com sujeição ? 
A obrigação não se confunde com sujeição. A sujeição tem o significado de obediência. Ex. um direito potestativo (que significa a impossibilidade de uma pessoa em não cumprir um determinado comando): a existência de um prédio encravado e o direito de o proprietário desse bem obter uma passagem forçada (art. 1.285 CCv), o direito de o locador despejar o locatário (arts. 59 e 60 da Lei 8.245/91). Portanto, nos exemplos dados (direitos potestativos), há a sujeição e não a obrigação daquele que se encontra na situação passiva. Aí vem a diferenciação da obrigação, pois ela caracteriza-se e diferencia-se diante do fato de uma determinada pessoa se encontrar obrigada a realizar uma certa conduta no interesse de outra, denominada prestação (determinada no negócio jurídico). A obrigação é um efeito jurídico e como tal sempre possui um fato que lhe dá origem. Dos fatos jurídicos nascem as obrigações. Daí, do fato, a fonte da obrigação. 
QUESTÃO OBJETIVA Relacionado ao conceito de obrigação formulado pelos autores, é CORRETO dizer: 
(A) é um direito subjetivo absoluto porque permite a uma pessoa exigir de outra certo comportamento; 
(B) é um direito subjetivo relativo porque permite a uma pessoa exigir a prática de certa conduta de toda a comunidade (erga omnes); 
(C) é um direito subjetivo absoluto porque trata das relações que se estabelecem entre as pessoas sobre uma coisa (ius in re), e todas as demais pessoas ficam sujeitas a respeitá-lo; 
(D) é um direito subjetivo relativo porque é o poder de uma pessoa de exigir de outra a prática de certo comportamento em decorrência de um fato específico; 
(E) é um direito subjetivo absoluto de uma pessoa impor à coletividade que respeite o seu nome, a honra e a dignidade. 
 
QUESTÃO OBJETIVA O direito das obrigações emprega o vocábulo obrigação no sentido técnico-jurídico de: 
(A) qualquer espécie de vínculo ou de sujeição da pessoa; 
(B) submissão a uma regra de conduta, cuja autoridade é reconhecida ou forçosamente se impõe; 
(C) vínculo jurídico de conteúdo patrimonial, que se estabelece de pessoa a pessoa, colocando-as, uma em face da outra, como credora e devedora; 
(D) qualquer dever jurídico preexistente; 
( E) dever jurídico sucessivo, decorrente da violação de um dever jurídico originário. 
AULA 2
A 13ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça de Minas Gerais condenou uma empresa de comércio eletrônico a indenizar, por danos materiais, em R$ 299,00, corrigidos desde a citação, um supervisor de mergulho, da cidade de Juiz de Fora, que adquiriu um aparelho de som com defeito, pela internet. O supervisor adquiriu, através do site da empresa, um aparelho de rádio-gravador com CD, no valor de R$ 299,00, com pagamento feito pelo cartão de crédito, parcelado em nove vezes, em janeiro de 2005. Dois dias depois, recebeu o aparelho em casa e logo apareceu o problema: o mostrador digital não mais funcionava e o volume abaixava e aumentava independentemente do comando. O consumidor entrou em contato com a assistência técnica autorizada e foi atestado, pelos técnicos, defeito de montagem de fabricação. O consumidor procurou resolver a situação com a empresa, que transferiu a responsabilidade para o fabricante do produto. O supervisor de mergulho procurou a Justiça. Entrou com uma ação, em setembro de 2005, na 1ª Vara Cível de Juiz de Fora, que foi julgada favorável ao consumidor. No Tribunal de Justiça, os desembargadores confirmaram a sentença ao reconhecer a responsabilidade da empresa de comércio eletrônico em indenizar o consumidor, com base no Código do Consumidor. O relator salientou que o código é claro ao estabelecer que o comerciante fornecedor responde solidariamente pelo defeito de qualidade do produto, e essa obrigatoriedade fica ainda mais patente em razão do aparelho adquirido estar dentro do período de garantia quando detectado o defeito. (Fonte: Site do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais) 
Analise o caso e responda justificadamente as indagações: a) No caso em análise, qual o objeto da relação jurídica obrigacional e classifique a obrigação quanto a este? 
 
Sugestão de gabarito: 
a) O objeto da relação obrigacional é o aparelho de som e se trata de uma obrigação de dar. 
b) Quanto à entrega do bem: credor – supervisor e devedor – empresa. Quanto ao pagamento a situação se inverte. 
c) No direito moderno destacam-se dois elementos: a dívida e a responsabilidade. O elemento dívida (DEBITUR) consiste no dever que incumbe ao sujeito passivo de presta aquilo que se compromete. O elemento responsabilidade (OBRIGACIO) é representado pela prerrogativa conferida ao credor ocorrendo inadimplência, de proceder à execução do patrimônio do devedor, para obter a satisfação de seu crédito. Da maneira que o devedor se obriga, seu patrimônio responde. Processualistas como Alfredo Buzaid fundados nesta diferença, sustentam que o elemento dívida (DEBITUR) é de direito privado e o elemento responsabilidade (OBRIGACIO) é instituto do direito processual. 
d) A obrigação corresponde a uma relação pessoal que induz a responsabilidade patrimonial. Gaudemet e Polacco concebem na obrigação um vínculo entre dois patrimônios sob uma ótica despersonalizada do vínculo. A patrimonialidade constitui assim o caráter específico da obrigação. Quanto ao objeto da prestação, pode ele ser positivo ou negativo que constitui a coisa ou o fato devido pelo obrigado ao credor. 
 
QUESTÃO OBJETIVA 1 
Examine as afirmativas abaixo: 
a) obrigação é o vínculo jurídico em virtude do qual uma pessoa pode exigir de outra prestação economicamente apreciável; 
b) os sujeitos da relação jurídica obrigacional serão sempre pessoas físicas ou jurídicas; 
c) nas relações obrigacionais os sujeitos, em função da situação que ocupam, têm nomes específicos – credor e devedor; 
d) as obrigações que apenas podem ser realizadas por certa pessoa são chamadas personalíssimas; 
e) a obrigação que somente uma determinada pessoa pode cumpri-la é chamada de intuito personae. 
 
Assinale a resposta correta: 
(A) todas as afirmações estão erradas; 
(B) as afirmações a, b, c estão corretas; 
(C) apenas as afirmações d e e estão corretas; 
(D) todas as afirmações estão corretas;
E) somente a afirmação e está errada. 
AULA 3
José Roberto firmou comPaulo Antonio, seu amigo de infância e parceiro nas baladas da noite de Fortaleza, cidade onde nasceram e sempre residiram, dois negócios distintos, em razão dos quais se obrigou a pagar a este as quantias de R$ 1.000,00 e de R$ 500,00, sendo a primeira dívida onerada pela fixação de juros moratórios, e a segunda, apenas pelo estabelecimento de multa. Vencidas as dívidas, José, que só dispunha de R$ 600,00, razão pela qual propôs pagar parte do capital da primeira dívida, já que esta era a mais onerosa. Encontrou, no entanto, resistência de Paulo. José Roberto apelou para a amizade entre os dois, mas não logrou êxito, pois o amigo escudou-se no Código Civil. Diante do caso acima descrito, responda: 
a) Quais os argumentos utilizados por Paulo Antonio em sua recusa? 
Por dispor de quantia insuficiente ao pagamento integral da primeira obrigação, José não podia servir-se da imputação em pagamento para determinar qual das duas obrigações seria saldada. 
b) Por que não cabe pagamento em consignação? 
Porque o credor não é obrigado a receber a prestação divisível por partes (art. 314). Por que não é caso de imputação do pagamento? Lembrar dos requisitos: débitos da mesma natureza, o mesmo credor, débitos líquidos e vencidos, pagamento seja suficiente para quitar um dos débitos. Se forem preenchidos, cabe ao devedor imputar (escolher) qual a dívida a ser paga. Se não o fizer, cabe ao credor. 
 
CASO CONCRETO 2 
 
Preocupada com o desempenho de seus alunos, a professor de Direito Civil II resolveu lançar a seguinte questão em sala de aula: “(Cespe/DPE/ES/2006) 84 - Na obrigação de dar coisa incerta, se ocorrer a perda ou a deterioração da coisa, mesmo que antes da escolha, sem culpa do devedor, poderá o credor resolver a obrigação ou aceitar a coisa no estado em que ela se encontra, com abatimento proporcional do preço. Entretanto, ocorrerá a extinção da obrigação do devedor se a coisa se perder em razão de caso fortuito ou força maior.” Joãozinho, sempre ele, ponderou ser esta afirmativa verdadeira, mas não fundamentou sua resposta. Afinal, Joãozinho está certo ou errado? 
As obrigações de dar dividem-se em obrigação de dar coisa certa, de dar coisa incerta e de restituir. Na obrigação de dar coisa certa, o devedor deverá entregar uma coisa que tenha indicação precisa, individualizada. No segundo caso, exige-se apenas a indicação do gênero (leite em pó) e a quantidade (um, dois, três etc.) (at. 243, do CC), porque a coisa será individualizada através da escolha, quando a obrigação for solvida. 
A partir da escolha, a obrigação deixa de ser incerta, tornando-se certa (art. 245, do CC). Como bem asseverou Stormrider, o gênero nunca perece. Exemplificando-se: mesmo que suma do mercado o leite em pó da marca X, o devedor poderá cumprir a prestação através da entrega do leite em pó da marca Y, pois o gênero "leite em pó" não pereceu. É o que diz o brocardo "o gênero nunca perece" (genus nunquam perit), que se encontra materializado no artigo do 246, do CC: Art. 246. Antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da coisa, ainda que por força maior ou caso fortuito. Portanto, a assertiva está ERRADA. 
 
QUESTÃO OBJETIVA 1 Se "A" se comprometer perante "B", a demolir uma casa em ruínas ou a fazer melhoramentos nesse prédio, e não consegue licença da autoridade competente para a realização da reforma: 
a) o credor pode exigir ou a prestação subsistente ou o valor da outra, com perdas e danos. 
b) liberado está o devedor. 
c) o débito subsiste quanto à prestação remanescente. 
d) o credor pode reclamar o valor da que se impossibilitou por último mais perdas e danos. 
e) o credor pode exigir o valor de qualquer das duas, além das perdas e danos. 
Sugestão de gabarito: Alternativa B
 
QUESTÃO OBJETIVA 2 (TJ/SP/07) Nas obrigações de coisa certa, é INCORRETO afirmar que: 
(A) cuLpado o devedor, poderá o credor exigir o equivalente, ou aceitar a coisa no estado em que se encontra. 
(B) deteriorada a coisa, sendo culpado o devedor, poderá o credor resolver a obrigação, aceitando-a, mas em abatimento de seu preço, arcando com o valor que perdeu. 
(C) responsável o devedor pela danificação da coisa, mas sem destruição total, terá o credor o direito de reclamar indenização por perdas e danos. 
(D) tendo o devedor deteriorado a coisa, poderá o credor desistir do Negócio e receber a devolução do valor equivalente ao bem no estado em que recebeu. 
Sugestão de gabarito: Alternativa B
AULA 4
João, que era milionário, deixou em seu testamento para a prima Gertrudes "um apartamento no Guarujá". No entanto, apesar de ter muito dinheiro e muitas propriedades, não tinha nenhum apartamento no Guarujá na época do seu falecimento. Os dois filhos, adultos, de João, queriam fazer a partilha entre eles. No entanto, o Juiz determinou que fosse comprado um apartamento no Guarujá para a prima Gertrudes. Os filhos então, queriam comprar uma kitnet bem barata para a prima Gertrudes e ficar com o resto do dinheiro. No entanto, o Juiz escolheu um apartamento mediano para a prima Gertrudes. Insatisfeitos os filhos de João procuram um advogado que os esclarece que a decisão do juiz está correta. Concorde ou discorde justificando sua resposta doutrinária e juridicamente. 
 O Juiz julgou corretamente e aplicou o princípio do meio termo, escolhendo um apartamento mediano para a prima Gertrudes. Previsão legal: artigo 244, do Código Civil: “Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence ao devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; mas não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor”. 
 
QUESTÃO OBJETIVA 1 
 Na obrigação de dar coisa incerta o bem deve ser: 
(A) Necessariamente individualizado. 
(B) Indicado pelo gênero. 
(C) Totalmente indeterminado. 
(D) Indicado ao menos pelo gênero e pela quantidade. 
(E) Indicado ao menos pela qualidade. 
Sugestão de gabarito: Alternativa D
 
QUESTÃO OBJETIVA 2 
Em conformidade com o Código Civil brasileiro, com relação às obrigações de dar, é correto afirmar: 
(A) Se a obrigação for de restituir coisa certa, e esta, sem culpa do devedor, se perder antes da tradição, a obrigação não se resolverá mas, responderá este por perdas e danos. 
(B) Nas obrigações de dar coisa incerta determinadas pelo gênero e pela quantidade, em regra, a escolha pertence ao devedor. 
(C) A obrigação de dar coisa certa, em regra, abrangerá somente os acessórios previamente mencionados. 
(D) Nas obrigações de dar coisa certa, até a tradição, pertence ao credor a coisa, com os seus melhoramentos, bem como os frutos percebidos. 
(E) Nas obrigações de dar coisa incerta, antes da escolha, não poderá o devedor alegar perda ou deterioração da coisa, exceto por força maior ou caso fortuito. 
 
 B) CERTA. É o que afirma expressamente o art. 244 do CC: "Art. 244. Nas coisas determinadas pelo gênero e pela quantidade, a escolha pertence ao devedor, se o contrário não resultar do título da obrigação; mas não poderá dar a coisa pior, nem será obrigado a prestar a melhor." 
AULA 5
CASO CONCRETO 1
 
Carlos Alberto morou durante quatro anos num apartamento alugado e durante todo este tempo foi juntando dinheiro, até que conseguiu comprar seu próprio imóvel, uma casa com dois quartos e um lindo jardim, numa ruazinha arborizada localizada num bairro próximo ao Centro de Fortaleza. Ocorre que seu dinheiro não foi suficiente para devolver ao dono o apartamento devidamente pintado, como previa o contrato de locação, razão pela qual seu senhorio interpôs ação na Justiça obtendo êxito em seu pedido e a sentença prolatada e transitada comina a obrigação de fazer a Carlos Alberto para este pintar o apartamento. 
Bruno Leonardo, amigo de Carlos Alberto, o orienta a se recusar a cumprir a ordem judicial, alegando que ninguém o pode obrigar a fazer o que não quer. Diante disso, responda:
 
a)      Há alguma verdade na afirmação de Bruno Leonardo?
Há, sim, quando há o inadimplementode uma obrigação de fazer, é comum, tendo em vista a liberdade individual, não ser possível exigir coercitivamente a prestação de fazer do devedor.
  
b)      Se Carlos Alberto seguir o conselho de seu amigo o que acontecerá?
  diferentemente do que se observa na obrigação de dar, na qual o devedor efetivamente pode ser compelido a entregar a coisa (conforme dita o art. 461-A §3°c/c art. 461 § 5° do CPC que prevê as medidas a serem tomadas nesta hipótese) ou quando esta se externa impossível de ser cumprida ou de alcançar o seu resultado prático equivalente, poderá ser convertida em perdas e danos, consoante o disposto no art. 461-A § 3° cumulado com o § 1° do art. 461 do código processual civil.
 
CASO CONCRETO 2
As tentativas foram muitas, mas não houve como os paramédicos salvarem a vida do Sr. Adamastor Teobaldo, vítima de um atropelamento no cruzamento  da Av. Ipiranga com a Av. São João, no coração da cidade de São Paulo, em razão da gravidade dos ferimentos sofridos.
Os dois filhos da vítima, bem como sua esposa não conseguem se conformar com esta tragédia que se abateu sobre eles e exigem uma reparação pela perda da vida de seu ente querido.
Como não conseguiram identificar o motorista que praticou o ato ilícito, vão processar os dois paramédicos, pois, acreditam que estes teriam a obrigação de salvar a vida de seu pai e esposo querido.
Ao chegar ao seu escritório de advocacia, a esposa do falecido Adamastor lhe faz as seguintes perguntas:
a)      É possível atribuir a responsabilidade pela salvaguarda da vida do acidentado ao paramédico? Por quê?
Não necessariamente. No que pertinente ao socorro a uma pessoa gravemente acidentada: haverá o esforço do médico ou do hospital, mas não necessariamente a obrigação de salvar a vida.
b)      O que é uma obrigação de meio? Quem pratica obrigação de meio?
obrigações de meio são as que o contratado assume não com o fito de obter uma finalidade certa e desejada, mas pelas quais se compromete a exercer com zelo, prudência, esforço, dedicação e diligência, além da inteligência em benefício do objeto do contrato, na execução de uma tarefa a ele confiada pelo contratante.
Os exemplos típicos são os contratos com os profissionais liberais, como médicos, dentistas e advogados. Tais profissionais, ao assumirem uma missão, fazem o compromisso de aplicar todo o esforço, o conhecimento e a dedicação possíveis para a obtenção do melhor resultado. Mas não se comprometem a atingir, necessariamente, o resultado esperado pelo contratante.
c)      O que diferencia uma obrigação de meio de uma obrigação de resultado?
Nas obrigações de meio, o devedor, ao assumir uma missão, fazem o compromisso de aplicar todo o esforço, o conhecimento e a dedicação possíveis para a obtenção do melhor resultado. Mas não se comprometem a atingir, necessariamente, o resultado esperado pelo contratante, como é o caso das obrigações de resultado.
QUESTÃO OBJETIVA 1
 
(TJ/PR/03) As perdas e danos nas obrigações de fazer:
(A)   São devidas, quando a prestação do fato se tornar impossível por culpa do devedor.
(B)  São necessárias conseqüências do seu inadimplemento.
(C)  Estão excluídas, mesmo havendo recusa ou mora do devedor, se o credor mandar executar o fato por terceiro, à custa do devedor.
(D)  São devidas mesmo sem culpa do devedor.
n
AULA 6
Quatro amigos (Bernardo, Cesar, David e Erasmo) resolvem comprar um carro da marca VW, ano 1967, cor amarela, no valor de R$4.000,00. Como não dispõem da quantia procuram outros dois amigos (Antonio e Francisco) que lhes emprestam a grana e cada um deles fica responsável pelo pagamento de R$1.000,00.
 
a) Antonio perdoa Erasmo e Francisco remite Cesar e David. Como fica a situação da dívida e quem deve pagar o quê?
 
Se Antonio perdoa Erasmo, Antonio fica responsável pela parte do pagamento que é referente a Erasmo. Aquele que remitiu tem que restituir aos demais devedores a parte que foi perdoada.
Se temos dois credores e um credor remitiu toda a sua parte, ele poderá sair do pólo ativo, como é o caso de Francisco, na media em que remitiu os devedores Cesar e David, saindo do pólo ativo.
 
b) O que aconteceria se a dívida fosse indivisível?
Sendo a obrigação indivisível, e o credor Francisco, querendo exigir de Bernardo e Erasmo o carro, terá que restituir-lhes 2.000,00  para obter o carro, ou, se a obrigação for divisível, terá que descontar o valor percebido por A (2.000,00) pois, admitir o contrário, seria permitir o locupletamento ilícito de Francisco (art.262).
 
c) Como proceder em havendo caso de perdas e danos, na hipótese de  multiplicidade de devedores e culpa recíproca?
No caso de perdas e danos, havendo multiplicidade de devedores e culpa recíproca, todos responderam proporcionalmente, e as conseqüências da mora coletiva (em se tratando de obrigação divisível a mora será obrigatoriamente individual). Quando nem todos forem culpados cada um será responsabilizado com base no ato que praticou.
 
CASO CONCRETO 2
 
Vanderley, menino pobre do Nordeste do país,  resolveu participar da corrida de cavalos que faz parte do rodeio anual da cidade de Paracatu do Agreste, mas como não possui um bom cavalo, somente treina no jumento Alfredinho.Vanderley procura a ajuda de Bernardo, sobrinho e afilhado do mais rico empresário da região, seu Eugênio  Eduardo que lhes empresta Furacão, um lindo cavalo árabe, avaliado em R$ 130.000,00 (cento e trinta mil reais), tão somente para participar da competição e depois ser devolvido.
Felizes da vida Vanderley e Bernardo vão buscar o animal e o guardam na baia existente na fazenda dos pais de Bernardo. 
No dia seguinte, pela manhã, encontram o cavalo morto por asfixia, pois esqueceram de solta-lo das rédeas. Ao saber da notícia Seu Eugênio exige o pagamento pelo valor do cavalo emprestado, ou seja, R$130.000,00, além de perdas e danos. Pergunta-se:
a)      Existe uma obrigação entre Vanderley, Bernardo e seu Eugênio? De que tipo?
Existe uma obrigação indivisível, na medida em que se obrigaram a devolver o cavalo árabe chamado Furacão que lhes foi emprestado,  a seu dono.
b)      Como deve ser resolvida esta questão? O que deve acontecer com esta obrigação? Quem pagará?no  baia existente na fazenda dos pais de Bernardo do emprescidade de Itaipavatre as partes.a inicialmente pleiro, at
Se o cavalo morre o dono terá prejuízo, pois já pagou por ele, e deve receber pelo capital investido. Neste caso a obrigação vira divisível, ou seja, quando se transforma em “grana” ela vira divisível, e cada componente do pólo passivo, a saber, Vanderley e Bernado terão de contribuir com sua quota-parte para a restituição do valor. E como foi imputável o perecimento, o culpado arcará com as perdas e danos.
c) E se a morte do cavalo fosse natural?
Perecimento natural: Devolve o capital - Sem as perdas e danos
d) E se o cavalo tivesse mais de um dono, como ficaria a situação?
Havendo vários credores e sendo a obrigação indivisível qualquer um deles pode cobrar a dívida, mas os devedores só se liberam ao:
a) pagar a todos conjuntamente;
b) pagar a um exigindo deste (accipiens = recebedor) garantia (caução) de ratificação (ex: por procuração dos demais).
QUESTÃO OBJETIVA 1
 
(TJ/DFT/03) Nas obrigações alternativas:
(A)   a escolha cabe a credor, se outra coisa não se estipulou.
(B)  pode o devedor obrigar o credor a receber parte em uma prestação e parte em outra;
(C)  pode o credor exigir do devedor parte em uma prestação e parte em outra;
(D)  a escolha cabe ao devedor, se outra coisa não se estipulou.
 
(TRF 4ª. REGIÃO/05) Assinalar a alternativa CORRETA, considerando a proposição adiante.
“ A obrigação é indivisível quando a prestação tem por objeto uma coisa ou um fato suscetíveis de divisão, por sua natureza, por motivo de ordem econômica, ou dada a razão determinante do negócio jurídico”. 
(A)   Na obrigação indivisível, sempre ocorrerá a solidariedade ativa.
(B)  Na obrigação indivisível, sempre ocorrerá a solidariedade passiva.
(C)  Naobrigação indivisível, sempre ocorrerá a solidariedade ativa e passiva.
(D)  Todas as alternativas anteriores estão incorretas.
 
QUESTÃO OBJETIVA 3
Em relação ao direito das obrigações, julgue os itens a seguir colocando C para correto e E para errado:
( C  ) No cumprimento de obrigação alternativa com pluralidade de optantes não existindo unanimidade entre eles na escolha da obrigação prevalecente, deverá predominar a vontade da maioria, qualificada pelo valor das respectivas quotas-partes.
( C  ) Na obrigação alternativa, ocorre a estipulação de várias prestações. Essa multiplicidade de prestações, no entanto, manifesta-se de maneira disjuntiva, pois o devedor se libera da obrigação satisfazendo apenas uma delas.
(  C  ) Em se tratando de obrigações alternativas, o devedor somente se libera prestando a coisa devida, pois o objeto, embora inicialmente plúrimo e  indeterminado, feita a escolha, torna-se irrevogável porque individuado o objeto, salvo se houver direito de arrependimento entre as partes.
Aula 7
CASO CONCRETO 1 
Quatro amigos fazem planos para passar as férias de 20 dias num resort paradisíaco localizado numa praia particular no Caribe, mas como nenhum dos quatro tem dinheiro suficiente para tornar o sonho realiadade, resolvem fazer um empréstimo como o Dr. Eugenio, famoso empresário local. Assim, lá se vão Antonio, Bruno, Carlos e Daniel passear, depois de os quatro terem assinado a nota promissória de 40 mil reais a favor de Dr. Eugenio, que irá vencer em 90 dias. Findo este prazo e preocupado em honrar o compromisso, Antonio procura Dr. Eugenio e salda a totalidade da dívida. Pergunta-se: 
a) Como a dívida foi assumida pelos quatro amigos, pode o credor aceitar o pagamento total realizado somente por um dos devedores? 
Certamente que sim. Para o credor, o importante é que a dívida seja saldada. 
b) Antonio poderá cobrar dos amigos co-devedores a cota de cada um deles exigindo a mesma solidariedade existente em relação à dívida com o Dr. Eugenio?
o devedor de obrigação solidária que paga sozinho a dívida ao credor, vai cobrar dos demais co-devedores a quota de cada um, sem solidariedade que não se presume (265 e 283). Então A, B e C devem solidariamente dinheiro a D. Se A pagar a dívida toda ao credor, A vai cobrar a quota de B e C sem solidariedade entre B e C. 
 
CASO CONCRETO 2 
Quando souberam da dífícil situação financeira de Haroldinho, seus melhores amigos Ricardo e Carlito resolveram juntar uma grana e emprestaram 10 mil reais a Haroldinho optando por uma obrigação solidária ativa. Na data aprazada Haroldinho procurou Carlito e devolveu a ele o dinheiro emprestado sem que Ricardo tomasse conhecimento de nada e sem sua autorização para que fosse Carlito a receber o pagamento. Até porque Ricardo e Haroldinho sabem que Carlito nunca foi muito responsável quando o negócio é dinehiro Ocorre que Carlito sumiu com todo o dinheiro. Duas semanas depois, Ricardo procura Haroldinho exigindo que ele pague sua cota-parte da dívida, alegando ter sido lesando por Carlito e que a dívida era contra os dois e por isso deveria obrigatoriamente ter sido paga aos dois e não a um só. Após a leitura do caso acima, responda: a) Ricardo está com razão? Porquê ? 
A solidariedade ativa é rara porque na sua principal característica está sua principal inconveniência (269). Assim, o devedor não precisa pagar a todos os concredores juntos, como na obrigação indivisível (260, I). Pagando apenas a um dos credores solidários, mesmo sem autorização dos demais, o devedor se desobriga. b) Ricardo pode cobrar Haroldinho por ter pago a Carlito toda a dívida sabendo de sua irresponsabilidade nos negócios ? Gabarito sugerido: Não pode não, pois conhecendo se este credor for desonesto ou incompetente, e reteve ou perdeu a quota do outro, o concredor nada poderá reclamar do devedor, terá sim que reclamar daquele que embolsou o pagamento. c) Imagine que Haroldinho não pagou o empréstimo e Ricardo o está executando judicialmente, poderia Haroldinho ainda pagar tudo a Carlito ? Gabarito sugerido: Não. Pois no caso de algum dos concredores já esteja executando judicialmente o devedor, o pagamento deverá ser feito ao mesmo (268), o que se chama de prevenção, ficando tal credor prevento para receber o pagamento com prioridade em nome de todos os concredores d) Por que a solidariedade ativa é rara ? Gabarito sugerido: Porque na solidariedade ativa cada credor fica sujeito à honestidade dos outros concredores. Por estes inconvenientes a solidariedade ativa é rara, afinal não interessa ao credor. 
 
QUESTÃO OBJETIVA 
No Direito das Obrigações: 
(A) a solidariedade, de acordo com a lei, nunca será presumida, pois dependerá exclusivamente da vontade das partes. 
(B) se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, nenhum destes será obrigado a pagar senão a quota que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for divisível; mas todos reunidos serão considerados como um devedor solidário em relação aos demais devedores. 
(C) enquanto o julgamento contrário a um dos credores solidários não atinge os demais, o favorável, como regra geral, aproveita-lhes. 
(D) o credor não pode renunciar à solidariedade em favor de um ou de alguns dos devedores, em razão do princípio da indivisibilidade da obrigação solidária. 
(E) impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente, mais perdas e danos. 
Alternativa “c”. 
(A) Incorreta. Artigo 265 do Código Civil: “Art. 265. A solidariedade não se presume; resulta da lei ou da vontade das partes.” 
(B) Incorreta. Artigo 276 do Código Civil: “Art. 276. Se um dos devedores solidários falecer deixando herdeiros, nenhum destes será obrigado a pagar senão a quota que corresponder ao seu quinhão hereditário, salvo se a obrigação for indivisível; mas todos reunidos serão considerados como um devedor solidário em relação aos demais devedores.” 
(C) Correta. Artigo 274 do Código Civil: “Art. 274. O julgamento contrário a um dos credores solidários não atinge os demais; o julgamento favorável aproveita-lhes, a menos que se funde em exceção pessoal ao credor que o obteve.”
 (D) Incorreta. Artigo 282 do Código Civil: “Art. 282. O credor pode renunciar à solidariedade em favor de um, de alguns ou de todos os devedores. Parágrafo único. Se o credor exonerar da solidariedade um ou mais devedores, subsistirá a dos demais.” 
(E) Incorreta. Artigo 279 do Código Civil: “Art. 279. Impossibilitando-se a prestação por culpa de um dos devedores solidários, subsiste para todos o encargo de pagar o equivalente; mas pelas perdas e danos só responde o culpado.” 
Aula 8
CASO CONCRETO 1 
João Fernandez Saragoza, filho de espanhóis, saiu com os amigos para comemorar a vitória da seleção espanhola e resolveu que toda a despesa seria por sua conta. Lá pelas tantas descobriu que estava sem um tostão no bolso para pagar a conta do restaurante que totalizou R$560,00 (quinhentos e sessenta reais). Os amigos de João fizeram uma “vaquinha” e conseguiram pagar a conta. Dois dias depois, Joâo pagou R$140,00 (cento e quarenta reais) a cada um dos 4 amigos que com ele saíra. Uma semana depois, ficou sabendo que pagara indevidamente a Carlos Ricardo, pois este não teria contribuído para pagar a conta. No entanto, como já dera o dinheiro a Carlos, João nada mais poderia fazer. 
a) Você, como advogado de João, o que o aconselharia em relação ao pagamento indevido? 
- se João paga dívida inexistente o credor não pode ficar com o dinheiro, e João terá direito à repetitio indebiti ( = devolução do indébito; em direito “repetir” significa “devolver”, e “indébito” é o que não é devido). Então quem efetua pagamento indevido pode exigir a devolução do dinheiro ( = repetitio indebiti) para que Carlos não enriqueça sem motivo.
 b) E se Carlos se nega a devolver o dinheiro alegando direito de ficar com ele, estará correto? 
O credor de obrigação natural temdireito à soluti retentio, mas quem recebe dívida inexistente não (ex: pago a meu credor João da Silva, mas por engano faço o depósito na conta de outro João da Silva, que terá que devolver o dinheiro). 
 
CASO CONCRETO 2 
Quando morava na cidade de Ourinhos/SP, João, diante de uma dificuldade, conseguiu um empréstimo com sua vizinha e ex-namorada Maria, comprometendo-se a pagar a dívida em 12 meses. João deve realmente esse dinheiro a Maria mas a dívida prescreveu, pois já se passaram mais de 10 anos desde então e ambos, inclusive, mudaram-se da cidade. Ocorre que coincidentemente, João e Maria voltam a Ourinhos para passar a Páscoa de 2010. Mesmo sabendo da prescrição da dívida João resolveu pagar e doou uma jóia a Maria. 
a) A que tipo de obrigação entre João e Maria o texto se refere após a prescrição da dívida com a doação da jóia? Gabarito sugerido: obrigação natural. 
b)Sabendo que a ingratidão do donatário extingue a doação, caso Maria venha no futuro a agredir João, tal doação se extinguirá? 
Não, já que não foi feita por liberalidade, mas sim em cumprimento de obrigação natural. 
 
QUESTÃO OBJETIVA (TRT da 2ª Região/FCC/2008 - Analista Judiciário - Área Judiciária) - A respeito da cessão de crédito, é INCORRETO afirmar: 
(A) O devedor pode opor ao cessionário as exceções que lhe competirem, bem como as que, no momento em que veio a ter conhecimento da cessão, tinha contra o cedente. 
(B) Na cessão de um crédito, salvo disposição em contrário, abrangem-se todos os seus acessórios. 
(C) Independentemente do conhecimento da cessão pelo devedor, pode o cessionário exercer os atos conservatórios do direito cedido. 
(D) Ocorrendo várias cessões do mesmo crédito, prevalece a que se completar com a tradição do título de crédito cedido. 
(E) Salvo estipulação em contrário, o cedente responde pela solvência do devedor.
Alternativa correta: “E”. Art. 296 do CC - Salvo estipulação em contrário, o cedente NÃO responde pela solvência do devedor. 
AULA 9
CASO CONCRETO 1 
Salim Rockfeller milionário, solteirão, fez fortuna como empresário do setor de seguros. Seu único parente conhecido é Bernardinho, filho de seu meio-irmão, já falecido. Ao saber do falecimento do tio num acidente automobilístico, Bernardinho tratou de dar entrada em seu inventário para poder botar a mão na grana do velho tio. Do mesmo modo, Sr. João de Deus que devia grande quantia em dinheiro ao falecido Sr. Salim, procurou o sobrinho deste e promoveu o imediato pagamento. Algum tempo aberto o testamento do falecido, descobriu-se que o “de cujus”, em disposição de última vontade, nomeou outra pessoa, seu fiel mordomo Charles, como seu herdeiro testamentário. Após a leitura, responda: 
a) Por haver pago indevidamente a Bernardinho, Sr. João de Deus está em débito junto ao herdeiro testamentário, mordomo Charles? Po quê?
– Não, pois a boa-fé valida os atos, que em princípio, seriam nulos. E o verdadeiro credor, Charles, que não recebeu o pagamento, pode voltar-se contra o credor putativo, que recebeu indevidamente, embora de boa-fé, pois o devedor/solvens nada mais deve. 
b) Por que Bernardinho é um credor putativo? 
- Credor putativo é aquele que, aos olhos de todos passa pelo verdadeiro credor. 
 
CASO CONCRETO 2 – 
É importante observar a quem se deve pagar na hora de efetuar o pagamento, pois “quem paga mal, paga duas vezes.” Estas foram as palavras de Marcelo Cantareira ao seu vizinho José Honório quando este alegou em Juízo que já havia quitado a dívida que tinha junto a Marcelo, tendo entregue o dinheiro a Marcelinho Cantareira Jr., conhecido como Juninho e filho do requerente. Ocorre que Juninho depositou o dinheiro na conta bancária do pai e o advogado de José Honório apresentou em Juízo o recibo do depósito como prova do pagamento. 
a) Diante desta situação, você, como juiz dessa causa, o que decidiria? 
Como juiz decidiria que quem paga mal nem sempre paga duas vezes, isto porque de acordo com a segunda parte do artigo 308 do CC, considera válido o pagamento que foi efetuado a terceiro se o pagamento reverter em seu favor. Nesse caso, há prova do depósito do valor na conta corrente do requerente. 
b) Quais as consequências o caso do credor ratificar o pagamento? 
A ratificação do credor retroage ao dia do pagamento e produz todos os efeitos do mandato. 
c) E se o recibo do depósito não fosse apresentado? 
Teria que apresentar qualquer outra prova ou pagar novamente. Porque o solvens tem o ônus de provar que o pagamento reverteu em proveito do credor, mesmo tendo sido efetuado a terceiro não qualificado. Isto porque a lei condiciona a validade do pagamento realizado ao terceiro não qualificado, à verificação de que foi revertido em benefício do credor. 
 
QUESTÃO OBJETIVA 
Com relação ao pagamento, analise as afirmativas a seguir: 
I. Terceiros não interessados podem pagar a dívida em seu próprio nome, desde que esteja vencida.
 II. O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, a não ser que seja substancialmente mais valiosa. 
III. O pagamento cientemente feito a credor incapaz de quitar não vale, a não ser que o devedor prove que o pagamento efetivamente reverteu em benefício do credor. 
Assinale a alternativa correta: 
(A) Todas as afirmativas estiverem corretas. 
(B) Somente as afirmativas I e II estiverem corretas. 
(C) Somente as afirmativas II e III estiverem corretas. 
(D) Somente as afirmativas I e III estiverem corretas. 
(E) Somente a afirmativa III estiver correta. 
Alternativa D. Art. 305. O terceiro não interessado, que paga a dívida em seu próprio nome, tem direito a reembolsar-se do que pagar; mas não se sub-roga nos direitos do credor. Art. 310. Não vale o pagamento cientemente feito ao credor incapaz de quitar, se o devedor não provar que em benefício dele efetivamente reverteu. Art. 313. O credor não é obrigado a receber prestação diversa da que lhe é devida, ainda que mais valiosa. 
AULA 10 
CASO CONCRETO 1 Dona Maria de Fatima d´Oliveira, simpática velhinha natural de Trás os Montes, Portugal, é a locadora de um conjunto de casas de veraneio à beira da praia, em Cabo Frio/RJ. Todo ano Rodrigo e seus amigos de escritório alugam pessoalmente uma das casas de Dona Maria de Fátima, para passar o carnaval. Para tal, calculam o valor total do aluguel previamente e enviam um depósito bancário, uma semana antes do carnaval no valor da metade do aluguel e a outra metade depositam duas semanas depois do carnaval. Tem sido assim por exatos cinco anos. Imaginem que por um desses acasos do destino, logo agora que resolveram alugar a casa por três meses, a locadora morre no sábado de carnaval e os inquilinos desconhecem seus herdeiros. 
Pergunta-se: a) O que os inquilinos devem fazer para pagar o aluguel devido?B) O que será feito pelo juiz? 
A)devem consignar o aluguel para evitar a mora e o despejo. 
B) O Juiz vai procurar o sucessor do credor.
C) ) Imaginem que Dona Maria deixa o marido Joaquim como beneficiário do seguro de vida, só que a falecida tinha um esposo e um companheiro com o qual vivera por trinta anos, então a seguradora vai pagar a qual dos dois? 
A seguradora pagará em Juízo, numa conta a disposição do Juiz, o Juiz dá uma sentença à seguradora, que servirá de quitação, enquanto as duas mulheres seguem no processo disputando o dinheiro (793, 335, IV). É prudente a seguradora fazer isso até para não correr risco de pagar ao homem errado e efetuar pagamento indevido. 
 
CASO CONCRETO 2 (Prova(s): CESPE - 2008 - INSS - Analista do Seguro Social – Direito) O regime econômico se estrutura mediante as relações obrigacionais; assim, por meio do direito das obrigações, se estabelece também a autonomia da vontade entre os particulares na esfera patrimonial. Pode-se afirmar que o direito das obrigações exerce grande influência na vida econômica, em razão da inegável constância das relações jurídicas obrigacionais no mundo contemporâneo; ele intervémna vida econômica, nas relações de consumo sob diversas modalidades e, também, na distribuição dos bens. O direito das obrigações é, pois, um ramo do direito civil que tem por fim contrapesar as relações entre credores e devedores. Consiste em um complexo de normas que regem relações jurídicas de ordem patrimonial e que têm por objeto prestações (dar, restituir, fazer e não fazer) cumpridas por um sujeito em proveito de outro. (Bruna Lyra Duque. 
Análise histórica do direito das obrigações. In: Jus Navigandi. Internet: (com adaptações). 
A partir das idéias apresentadas no texto acima, julgue como CERTO ou ERRADO o item a seguir acerca do direito das obrigações. 
1. O fiador que paga a dívida em seu próprio nome não se sub-roga nos direitos do credor. 
Sugestão de gabarito – ERRADO - A sub-rogação é uma forma de pagamento, o qual é mais uma das formas de extinção de uma obrigação. Há dois tipos de sub-rogação: a real e a pessoal. A sub-rogação real caracteriza-se pela substituição do objeto, da coisa devida, onde a segunda fica no lugar da primeira com os mesmos ônus e atributos. Já a sub-rogação pessoal trata-se da substituição de uma pessoa por outra, onde a segunda fica no lugar da primeira, com os mesmos direitos e ações cabíveis. O Código Civil, ao tratar do pagamento com sub-rogação, refere-se à sub-rogação pessoal. O exemplo de sub-rogação é o caso da questão que trata do fiador que paga ao credor a dívida do devedor. Ele não era absolutamente responsável pela dívida, mas se o devedor não a paga deverá ele pagá-la. Como co-responsável pela dívida, ou seja, como terceiro interessado, o fiador se antecipa ao devedor insolvente pagando a dívida, e colocando-se no lugar do credor, em relação ao qual a dívida se extingue. Art. 985, III, Código Civil: "A sub-rogação opera-se, de pleno direito, em favor: III – do terceiro interessado, que paga a dívida pela qual era ou podia ser obrigado, no todo ou em parte". 
 
QUESTÃO OBJETIVA Assinale a opção CORRETA de acordo com o Código Civil brasileiro: 
(A) A sub-rogação objetiva ou real ocorre pela substituição de uma das partes, sem a extinção do vínculo obrigacional. 
(B) Caso o sub-rogado não consiga receber a importância devida, ele poderá cobrá-la do credor original. 
(C) Aplica-se à dação em pagamento o regime jurídico dos vícios redibitórios. 
(D) Opera-se novação quando o devedor oferece nova garantia ao credor. 
C Comentário: 
Letra A – Errada (Sub-rogação real é a substituição de uma coisa por outra com os mesmos ônus e atributos). Letra B – Errada (Salvo convenção em sentido contrário, o sub-rogado não dispõe de ação contra o credor para obter reembolso em caso de insolvência do devedor). 
Letra C – Certa (CC, art. 357: Determinado o preço da coisa dada em pagamento, as relações entre as partes regular-se-ão pelas normas do contrato de compra e venda – incluídas aí as normas referentes aos vícios redibitórios). 
Letra D – Errada (A novação pressupõe a criação de uma nova relação jurídica com o objetivo de substituir e extinguir uma obrigação anterior).

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