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Aula 8 - Pré-mediação

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Mediação de Conflitos
Aula 8 – Mediação –Procedimentos e Etapas
Etapas da Mediação
Após a fase de pré-mediação, estudada na aula anterior, inicia-se a mediação, em caso de concordância das partes. Vejamos agora, de forma resumida, essas etapas. 
Abertura
Este é o primeiro contato, após a pré-mediação, com o Mediador, que tentará tratar o problema em conjunto com as partes. É o momento de obter a confiança da partes das partes. É introduzido o respeito e consegue-se a cooperação. Nesse momento,o Mediador deve informar as partes, novamente, de que ele não resolverá nada e nem dará conselhos.
Escuta
Nessa etapa, o Mediador deixa as partes falarem, escutando-as sem interrupções. o Mediador analisa os fatos e qual é a intenção das pessoas quando narram os fatos. Sobre a escuta, desenvolveremos, mais adiante algumas questões.
Investigação
As partes chegam à mediação com uma visão parcial do conflito, vendo somente o “seu lado”. O Mediador deve iniciar a investigação com perguntas que permitam trazer uma informação geral das pessoas (ou das organizações que representam) para que se amplie a visão do conflito.
Sempre se obtém informações que produzem um diálogo de esclarecimentos entre os participantes ao trazer novas informações sobre o relacionamento.
O que esse senhor ao lado acha que eu deveria fazer, mas nunca me pediu?
Se ele estivesse no meu lugar, que pensaria ou o que sentiria?  
Essas perguntas servem para investigar e não para confirmar suposições, originando pensamentos e raciocínios entre as partes. Ao escutar um ao outro, se produz o conhecimento da realidade de cada um e a aceitação da existência de uma outra visão, com a qual o outro pode não concordar, mas não pode negar a existência.
Resumo, criação e avaliação das opções
Resumo – Nesse momento o Mediador diz o que escutou e procura estabelecer qual e o objetivo comum (qual é o ponto em comum entre as partes). É a maneira de deixar claro determinadas situações. O objetivo é, além de esclarecer todo o ocorrido, de desarmar as adversidade
Criação de Opções - A criação de opções consiste no momento em que o Mediador deve incentivas a criatividade das partes, coroando toda a investigação e o trabalho realizado até esse momento. Nesse fase as partes fazem seus pedidos e concessões.
Avaliação das Opções - Nesse momento o Mediador deve ser incisivo com o objetivo de que os participantes visualizem as opções, suas vantagens e desvantagens e eliminem toda a dúvida, para que sejam escolhidas aquelas opções que realmente satisfaçam seus interesses.
	
Acordo
Se tudo correu bem durante a mediação, esse será o momento do registro, por escrito, das conclusões dos participantes. Devemos respeitar a linguagem das partes, desde que respeitadas uma ordem. Pode ser que sejam necessárias algumas conversas reservadas entre as partes e o mediador.
Essas conversas são chamadas de “caucus”. No “caucus” existe o sigilo que acompanha toda a mediação.
	
Características do acordo
1) O acordo deve ser voluntário com linguagem imparcial, positiva e clara;
2) Deve ser explícito e conter com quem, o que, quando, onde e como vai funcionar devendo ser equilibrado responsabilizando as partes igualmente;
3) É importante que considere também a resolução de questões futuras e inclua um plano de ação e de acompanhamento das alterações.
O Mediador e a Comunicação
Escuta Ativa
A escuta ativa é um processo que deixa a outra pessoa saber que você estava prestando atenção e se interessando pelos pensamentos e opiniões dela. Isto é conhecido também, como “reciprocidade” (as duas pessoas estão comprometidas no processo de ouvir ativamente e trocar informações). Estas técnicas irão ajudar a melhorar suas estratégias de comunicação e suas relações interpessoais. 
A escuta ativa permite perceber que as duas pessoas estão reciprocamente interessadas e comprometidas no processo de ouvir e se entendendo, o que facilita o conhecimento de ambos e a troca de informações proveitosas, melhorando as relações interpessoais e facilitando um processo profissional afetivo e humano. A grande importância que deve ser dada a uma escuta ativa envolve a capacidade e a vontade de escutar e compreender a mensagem inteira (verbal, não-verbal, simbólica e latente) e responder adequadamente ao conteúdo e à intenção (emoções, sentimentos, anseios) da mensagem.
Facilitação da Comunicação
O mediador tem a função precípua de facilitar a comunicação entre as partes. Sua função é conduzir o diálogo das partes, escutando-as e formulando perguntas. Essa forma de coordenar a mediação, através da escuta e da formulação de perguntas que levem as partes a refletirem sobre o caso, não é uma criação recente. Pode-se dizer que um de seus pilares teóricos é o método socrático de busca da verdade, a maiêutica. O diálogo é o fundamento desse método, em que o conhecimento é extraído do interior da mente pela própria pessoa, a partir de um questionamento bem conduzido, que a encaminhe à essência do que se quer saber.
O Papel do Mediador
O mediador, longe de impor sentenças, impõe regras de comunicação, inclusive com seu exemplo. Daí a importância de que as conheça completamente. Escutar atentamente, inquirir para saber mais, e fazer um resumo do compreendido, são as regras da comunicação mais importantes a serem tomadas em conta pelo mediador. Pois, assim como a responsabilidade dos clientes é discutir o problema, a do mediador é orientar como discuti-lo (cf. Juan Carlos Vezzula, Teoria da Mediação, pág. 30).

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