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Princípios de ordem geral e técnica - Cirurgia Plástica (Resumo)

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1 CIRURGIA PLÁSTICA RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
Princípios de Ordem Geral e Técnica 
INTRODUÇÃO 
Existem os princípios de ordem geral, que são comuns a toda especialidade cirúrgica (são conceitos básicos da cirurgia) 
e existem os princípios mais específicos, no geral de ordem técnica, em que cada especialidade se organiza, 
empregando técnicas próprias e de aparelhamento especial. 
PRINCÍPIOS DE ORDEM GERAL 
Os princípios básicos podem se dar por cuidados inerentes ao cirurgião e cuidados inerentes ao paciente. 
• Princípios básicos da cirurgia: 
o Assepsia e antissepsia → Quando começamos o preparo do paciente para a cirurgia, para evitar complicações 
o Hemostasia → O objetivo é cessar o sangramento ou diminuir a possibilidade de ter o sangramento no período 
pós-operatório 
o Obliteração/Redução de espaços mortos 
o Preservação do suprimento sanguíneo 
o Delicadeza com os tecidos → O manuseio dos tecidos deve ser feito de forma firme, mas delicada 
o Ausência de tensão nos tecidos 
• Cuidados inerentes ao paciente: 
o Idade → Paciente jovem tem resposta ao trauma e cicatriza muito mais rápido que o paciente idoso 
▪ Crianças, por ter um metabolismo acelerado, tem uma possibilidade maior de desenvolver queloide 
▪ Os cuidados que devo ter quando manuseio a pele de um idoso e de uma criança são diferentes 
▪ À medida que vamos envelhecendo temos uma perda de colágeno, então a derme vai ficando mais 
fina/adelgaçada, com isso a chance de ter uma lesão cutânea aumenta 
o Tipo de pele 
o Dimensões e formas de incisão final → Preciso me preocupar com o tamanho e com a profundidade da incisão 
▪ A resposta inflamatória é diretamente proporcional ao tamanho do trauma que o paciente foi submetido 
o Raça → Indivíduos de etnia oriental ou africana têm maior possibilidade de ter lesões queloidianas 
o Região operada → Regiões de dobra tem tensão maior (requer uso de fios mais adequados) 
o Resposta ao material de síntese empregado → O material que vamos utilizar para sutura também vai 
influenciar no resultado final 
o Doenças associadas → Devo controlar o paciente clinicamente para que ele possa ter uma boa resposta ao 
trauma (resposta cirúrgica) 
• Cuidados inerentes ao cirurgião: 
o Boa assepsia e antissepsia → Os cuidados com o preparo do organismo do indivíduo que vai ser submetido à 
cirurgia, com o uso de materiais adequados 
PROFA. PATRÍCIA LYRA 
 
2 CIRURGIA PLÁSTICA RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
o Anestesia → Preocupação com tipo de anestesia mais adequado 
o Desbridamento minucioso dos tecidos desvitalizados 
o Hemostasia rigorosa durante o ato cirúrgico 
o Técnica cirúrgica atraumática → Técnica para diminuir o trauma no tecido operado 
o Observação das linhas de pregas cutâneas 
o Aproveitamento das regiões de camuflagens naturais 
o Cuidado no pós-operatório e orientação aos pacientes para uma resposta melhor 
ANTISSEPSIA E ASSEPSIA 
• Antissepsia x Assepsia: 
o Toda cirurgia começa com seu preparo e isso vai envolver a antissepsia e a assepsia desse paciente 
▪ Antissepsia → Uso de antimicrobianos no tecido vivo 
▪ Assepsia → Desinfecção (emprego dos agentes em objetos inanimados, como na mesa cirúrgica) 
o Na antissepsia, temos que ter os cuidados de fazer uma boa higiene local 
• Produtos: 
o Os produtos que + usamos são os produtos à base de clorexidina e os produtos à base de PVPI (iodo) 
▪ Hoje, tem uma restrição maior porque os produtos à base de iodo têm um histórico de causar reação 
alérgica muito maior que com clorexidina (então atualmente é pouco comum ver o uso de PVPI) 
▪ O produto pode estar associado à solução alcoólica ou simplesmente de forma aquosa 
▪ Pode ser de forma degermante para poder fazer uma limpeza inicial 
o O mesmo procedimento que se usa com PVPI se faz com clorexidina 
▪ Com o uso do degermante faz-se todo o processo de limpeza do centro para a periferia → Quanto mais 
ampla a antissepsia, maior é a garantia de uma limpeza adequada 
▪ Seguida do uso de clorexidina alcoólica ou aquosa 
• Raspagem de pelo e banho: 
o A raspagem do pelo deve ser feita sempre que possível imediatamente antes da cirurgia, dentro da sala 
▪ Não pedir ao paciente que faça a tricotomia antes, porque o paciente pode evoluir com foliculite e isso 
servir de ponto de infecção para a cirurgia 
o O banho deve ser solicitado para a véspera da cirurgia 
▪ A pele está num contínuo processo de descamação e lubrificação (serve de proteção) → Banho no mesmo 
dia da cirurgia pode levar a uma descamação aumentada e redução dessa camada protetora cutânea 
▪ Nenhum sabonete que o paciente utilizar vai fazer uma limpeza 100% adequada e não vai substituir a 
antissepsia na hora da cirurgia 
ANESTESIA 
• Anestesia: 
o O advento da anestesia, principalmente da anestesia geral, introduzida por Thomas Morton (dentista), mesmo 
de forma rudimentar, possibilitou concluir uma cirurgia sem grandes traumas para o paciente 
 
3 CIRURGIA PLÁSTICA RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
o A anestesia pode se dar de forma local, de forma geral ou por bloqueio anestésico 
▪ Anestesia local → Infiltração de anestésico naquele tecido 
▪ Anestesia geral → Uso de medicações inalatórias, endovenosas ou associação de ambas 
▪ Bloqueio anestésico (peridural ou raquidural → Uso de anestesia local que tem por objetivo bloquear a 
condução nervosa 
• Anestésicos locais: 
o Garante um bloqueio reversível da condução nervosa, determinando perda das sensibilidades, principalmente 
dolorosas, sem alteração/perda do nível de consciência 
o Previnem ou aliviam a dor por interrupção temporária da condução do estímulo nervoso 
o No caso da cirurgia plástica, anestesia local se dá principalmente a nível da pele e na camada da derme, que é 
onde estão as principais terminações nervosas 
▪ Bloqueamos essas terminações (bloqueio doloroso), mas o paciente não vai perder a capacidade de sentir 
(sensação de pressão) → É importante mostrar isso para o paciente 
▪ Devo me atentar que quanto mais próximo eu injetar o anestésico da área a ser operada, mais rápido vai 
ocorrer o bloqueio da região, com o alívio da sensação de dor 
 
o Mecanismo de ação → Agem a nível de membrana 
celular bloqueando os canais de sódio 
o Relação dose/volume → O bloqueio está 
relacionado com a concentração e do volume de 
anestésico usado 
o Agentes associados (vasoconstrictor) → Podem 
mudar a relação dose/volume 
▪ Se eu causo uma vasoconstrição, diminui a 
absorção do anestésico, consequentemente 
diminuindo a concentração dele a nível sistêmico 
o Local de aplicação → Os anestésicos locais são 
aplicados muito próximos ao local da operação 
o Toxicidade → Devemos conhecer as propriedades dos anestésicos para impedir ou pelo menos minimizar o 
risco de toxicidade para o paciente 
 
4 CIRURGIA PLÁSTICA RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
• Farmacologia dos anestésicos locais: 
o Quimicamente são bases fracas 
o Têm a característica de lipossolubilidade associada à 
sua potencialidade 
o A apresentação comercial é de uma parte de sal 
solúvel (no geral, cloridrato) resultante da reação 
entre base fraca (amina) e ácido forte (clorídrico) 
o Conhecendo a farmacologia do anestésico, podemos 
definir o tipo de anestésico mais adequado 
o Tem-se uma variação em relação às partes lipofílica 
e hidrofílica do anestésico, que vai aumentar ou não 
a sua potencialidade de ação 
▪ É isso também que vai me conduzir a definir o tipo 
de anestésico mais seguro para cada paciente 
o A bupivacaína e a lidocaína (imagem) são 2 
anestésicos muito usados para bloqueio local 
▪ O que difere um do outro são as cadeias lipofílicas e hidrofílicas → A bupivacaína é muito mais potente, mas 
a capacidade tóxica dela também é muito maior 
• Mecanismo de ação: 
o Os anestésicos interrompem a condução do estímulo nervoso por bloquear a condutânciados canais de sódio 
e, consequentemente, impedir a deflagração do potencial de ação 
o Essa impossibilidade de manter o estímulo é que vai garantir a ação do anestésico 
• Anestésico local ideal: 
o Um anestésico local ideal deveria ter/ser: 
▪ Ação em área delimitada → Não pode ter uma grande absorção para o sistema circulatório com grande 
acometimento sistêmico 
▪ Ação reversível de forma rápida 
▪ Baixa agressão tecidual 
▪ Início de ação rápido e tempo de duração suficiente (procedimentos mais longos sem necessidade de 
replicação do anestésico) 
▪ Grau reduzido de toxicidade → Está relacionado a concentração do anestésico no sistema 
❖ As medicações têm uma concentração máxima/limite, onde acima disso pode propiciar o surgimento 
de uma toxicidade para o paciente 
▪ Potente o suficiente para anestesiar 
▪ Boa penetração tecidual 
▪ Não desencadear reações alérgicas 
o Não existe um anestésico com todos esses critérios rigorosamente, mas existem alguns próximos a isso 
o Quando sabemos quais são as potencialidades e as possibilidades de complicação fica mais fácil escolher um 
anestésico um pouco mais seguro 
 
5 CIRURGIA PLÁSTICA RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
• Anestésicos locais mais usados: 
o Lidocaína, bupivacaína, prilocaína, ropivacaína e levobupivacaína 
o O que vai diferenciar um do outro é principalmente o tempo de início de ação 
▪ Prilocaína → Tem um início de ação muito rápido (é rapidamente absorvida), o que é bom, mas em 
compensação há um nível sistêmico alcançado muito rápido (uma toxicidade que faz pensar se vale a pena) 
▪ Bupivacaína, ropivacaína e levobupivacaína → Têm o início de ação um pouco mais retardado, com uma 
duração maior, mas têm potencial de acometimento, principalmente do sistema cardiovascular, muito alto 
▪ Lidocaína → Baixo poder de complicação/toxicidade 
❖ Pode se apresentar associada a um vasoconstrictor, o que vai garantir uma variação de concentração 
presente naquele tecido 
❖ Pode se apresentar na forma de infiltração, na concentração de 1 a 2% 
❖ Também pode ser apresentada na forma de geleia (muito usado para sondagem vesical) e na forma de 
spray a 10% (usado para bloqueio de mucosa para depois entrar com infiltração 
o Se há um agente vasoconstrictor associado, há um fechamento dos vasos sanguíneos presentes na pele, com 
isso a absorção do anestésico para a corrente sanguínea se dá de uma forma mais lenta, o que me permite 
adotar o uso de uma concentração maior 
▪ Lidocaína não associada ao vasoconstrictor → Concentração varia de 3 a 5 mg/kg (na prova considerar 5) 
▪ Lidocaína associada ao vasoconstrictor → Concentração varia de 5 a 7 mg/kg (na prova considerar 7) 
o De acordo com a área a ser anestesiada, também há a opção de diluir o anestésico, de forma a permitir um 
bloqueio de toda a área que é preciso anestesiar 
• Agentes associados (vasoconstrictor): 
o No geral, o vasoconstrictor que a gente utiliza associado às infiltrações anestésicas é a adrenalina/epinefrina 
o Diminui a concentração plasmática do anestésico 
o Diminui os efeitos tóxicos por diminuir a absorção vascular 
o Prolonga a duração do anestésico 
o Reduz sangramento 
o Entretanto, a adrenalina pode gerar algumas reações indesejadas, como taquicardia, hipertensão arterial e 
arritmia cardíaca → Devemos ter um cuidado maior de usar vasoconstrictor em pacientes que têm algum 
comprometimento cardiovascular (principalmente idosos) 
o Há uma vertente que diz que não se usa o anestésico com adrenalina em extremidades, porém essa 
contraindicação é relativa 
▪ Para a cirurgia plástica, faz-se necessário ter um controle adequado do sangramento local para permitir uma 
dissecção mais clara com uma menor lesão dos tecidos 
▪ Por isso, na cirurgia plástica se usa sim o vasoconstrictor nas extremidades (dedo, pênis, ponta de nariz, 
lobo de orelha etc.) 
▪ Porém, o que vai variar com relação à segurança é a dose do vasoconstrictor que se infiltra no local 
• Agentes associados (bicarbonato): 
o O bicarbonato de sódio melhora a infiltração, já que tem uma diferença de pH entre o anestésico e o tecido 
 
6 CIRURGIA PLÁSTICA RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
o Acelera a difusão e o início do bloqueio neural 
o Prolonga a duração do anestésico 
o Reduz a dor da infiltração local e o desconforto do anestésico → Diminui o desconforto causado pela diferença 
do pH do anestésico para o tecido onde ele foi infiltrado 
• Toxicidade: 
o As reações tóxicas podem ser sistêmicas, locais e tissulares 
o Causa mais comum → Injeção intravascular inadvertida 
▪ Mesmo com o cálculo da dose certa, se na hora de fazer a técnica para injetar o anestésico a injeção é feita 
dentro do vaso, leva-se a uma alta concentração de anestésico muito rápido 
▪ Por conta disso, o paciente evolui com uma reação causada por uma concentração sistêmica elevada 
▪ Então, é muito importante na técnica quando se vai anestesiar sempre aspirar → Entrar com a agulha com 
inclinação de 30 a 45° e aspirar para saber se não está dentro de vaso, depois é feita a infiltração por 
retroinjeção (empurrando o anestésico no tecido ao mesmo tempo que vai retirando a agulha) 
o Também pode ser causada por dose inadequada 
do anestésico local 
o Se alguma dessas técnicas for feita incorretamente 
e for causada uma dose elevada no paciente, 
aparecerão sintomas relacionados a alterações no 
SNC e no sistema cardiovascular (SCV) 
▪ Dormência na língua, visão turva e delírios 
▪ Pode evoluir para pequenos abalos musculares 
e até mesmo convulsões 
▪ Na pior das hipóteses, pode levar a coma ou 
parada cardiorrespiratória e depressão de SCV 
o Aos primeiros sintomas, devemos estar atentos 
para sermos capazes de reverter a situação 
• Tratamento da toxicidade: 
o Se eu tenho que diminuir a concentração plasmática do anestésico, é preciso hidratar o paciente 
o Garantir uma via aérea desobstruída 
o Ofertar oxigênio para o paciente 
o Se não está num local onde consiga dar todo o suporte ventilatório para o paciente, é preciso chamar o Samu 
ou providenciar uma transferência do paciente para outro serviço onde haja essa capacidade 
▪ Mesmo assim, utilizar as outras técnicas disponíveis para diminuir a concentração e sintomas do anestésico 
o Aumentar o retorno venoso para fazer uma circulação mais rápida do paciente 
o Usar medicações necessárias 
▪ É importante ter sempre disponíveis próximas a você medicações que podem reverter possíveis hipotensão, 
taquicardia ou bradicardia 
▪ É necessário, então, ter disponível, por exemplo, diazepam (caso o paciente evolua com convulsão), 
atropina e efedrina, que permitem reversão dos principais sintomas cardiovasculares e do SNC 
 
7 CIRURGIA PLÁSTICA RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
 
OUTROS CUIDADOS DO CIRURGIÃO 
• Debridamento cirúrgico: 
o Sempre que eu me encontrar diante de uma ferida 
que tenha tecido desvitalizado/inviável (necrose), 
esses tecidos devem ser retirados 
o Devem ser retirados de forma cuidadosa a se lesar o 
mínimo possível os tecidos sãos → Não é necessário 
causar um trauma maior do que o paciente já tem 
decorrente da necrose naquele local 
o Devemos nos preocupar sempre com uma limpeza a 
retirar corpos estranhos 
o Como os pacientes de trauma provavelmente estarão sentindo dor, deve ser feita primeiro uma limpeza básica 
no local da ferida 
▪ Depois usa-se a clorexidina aquosa ou tópica e anestesia a região 
▪ Quando o paciente estiver sem dor, usa-se uma escovinha para lavar a região 
▪ Depois é feita uma nova antissepsia para iniciar o procedimento de reparo da área 
• Hemostasia: 
o Também devemos nos preocupar que durante o 
procedimento é necessário ter o cuidado de 
promover uma boa hemostasia, um bom estanque 
do sangramento 
o Pode começar com o uso do anestésico associado ao 
vasoconstrictor 
o Pode estar relacionada a uma compressão da área→ 
Se na incisão romper um vaso e começar a sangrar, é 
 
8 CIRURGIA PLÁSTICA RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
necessário comprimir a área para dar a possibilidade de secar e checar qual o vaso está sangrando e como 
podemos reverter isso 
o O sangramento pode ser controlado a partir do uso de um cautério (bisturi elétrico) ou por uma ligadura 
(principalmente no caso de vasos calibrosos) 
o Se a hemostasia é controlada, é pouco provável que o paciente evolua no pós-operatório com o 
desenvolvimento de um hematoma 
• Linhas de força: 
o Também devemos nos preocupar em colocar as incisões dentro 
das linhas de força da pele 
o A pele apresenta certo grau de elasticidade devido a fibras 
elásticas da derme → Essa elasticidade é variada de acordo com 
a topografia 
o Langers, a partir do estudo de dissecção de vários cadáveres 
(1861), descobriu que quanto menor a extensibilidade na 
direção das linhas de tensão/força, melhor será a cicatrização 
daquele tecido → Vai haver uma camuflagem naquela região 
▪ Então, sempre que possível, devemos tentar colocar as 
incisões paralelas às linhas cutâneas → Isso vai garantir uma 
cicatrização de qualidade melhor 
OUTROS PRINCÍPIOS DE ORDEM GERAL 
• Transferência de tecido: 
o A reparação ideal é aquela que substitui um tecido ausente por 
outro da mesma natureza, isto é, isomorfo (Ex.: Pele x pele) 
▪ Como na plástica trabalhamos com transferência de tecido 
de um lugar para outro para fazer restauração, devemos ter 
em mente que toda vez que precisarmos fazer isso, o 
resultado estético e funcional será tão melhor quanto mais 
próximo tecido transferido for da área que está recebendo 
▪ Ex.: Se estou reparando a face, os tecidos que vou optar por 
utilizar são os da região cervical, da própria região de cabeça 
e pescoço ou da região supraclavicular 
▪ Então, se eu quero levar a qualidade estética em consideração, devemos usar tecidos próximos da área que 
estamos reparando → Mas, nem sempre isso será possível 
o Princípio da solicitação funcional → Ex.: Pele x mucosa 
▪ Em algumas situações, há a possibilidade de o tecido transferido adquirir algumas características do local 
que está recebendo-o → Muito comum quando se tem pele em área de mucosa (há uma transformação) 
• Reparação total: 
o A reparação ideal é aquela que procura substituir 2 ou + planos por outros equivalentes → Se vamos reparar 
uma área espessa, devemos tentar substituir toda a parte que está sendo substituída 
▪ Para haver uma boa resposta tanto estética quanto principalmente funcional, devemos tentar substituir em 
plano total, de forma que seja possível reestabelecer todas as camadas daquela região para manter função 
 
9 CIRURGIA PLÁSTICA RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
▪ Manter a parte muscular, a parte de mucosa e a parte cutânea todas restauradas 
▪ Ex.: Cirurgia de Abeé 
 
• Substâncias aloplásticas: 
o As substâncias aloplásticas (inclusões) devem ser, sempre 
que possível, evitadas 
o Devemos ter em mente que sempre que colocamos um 
corpo estranho no indivíduo, o organismo vai reagir de 
forma a tentar excluir esse corpo estranho → Por isso, 
evitar sempre substâncias aloplásticas (que não são 
comuns ao organismo) 
o O organismo pode reagir com uma reação inflamatória 
tão grande que pode levar à isquemia e necrose tecidual 
• Enxertos: 
o Os enxertos devem ser, sempre que possível, autógenos e 
transplantados para região com tecido da mesma 
natureza (ortotópico) 
o Quanto mais próximo da área for, melhor esteticamente 
e funcionalmente 
▪ Se não for um tecido próximo, o aspecto funcional e 
principalmente estético pode ficar prejudicado (como 
na imagem ao lado) 
• Processo inflamatório: 
o Não se realiza procedimento cirúrgico em vigência de nenhum processo inflamatório 
o Se o paciente tem uma reação inflamatória em atividade e se opera, vira porta para infecções na cirurgia 
o A reparação deve, então, sempre que possível, ser evitada frente a processo infeccioso em atividade (Ex.: Sífilis, 
abscesso, leishmaniose, ITU, hanseníase etc.) 
▪ Exceção → Cromomicose e blastomicose (tratamento é a ressecção da área acometida) 
▪ Obviamente que se tiver algum outro acometimento mais grave que necessita de cirurgia, deve-se avaliar o 
risco-benefício de se realizar a cirurgia 
• Sequelas: 
 
10 CIRURGIA PLÁSTICA RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
o Sempre que vamos submeter o paciente a um procedimento cirúrgico, devemos ter em mente que a cirurgia a 
ser proposta deve trazer uma sequela mínima para esse paciente, tanto física quanto psíquica 
▪ Pensar sempre 2x antes de fazer uma proposição de cirurgia para avaliar o risco-benefício para esse paciente 
• Transferência de tecidos próximos: 
o A reparação ideal procura reestabelecer não só a forma e a função, mas também o aspecto estético 
o Ex.: Enxerto de pele retroauricular em face, retalho frontal para nariz 
 
• Indicação cirúrgica: 
o Não devemos sempre ser tão afoitos na hora de indicar uma restauração cirúrgica 
o Casos de paralisia facial, por exemplo, podem ser transitórios 
o Frente a algumas situações, devemos propor ao paciente aguardar um pouco para fazermos uma análise 
adequada do que levou àquela situação e se o que vamos ofertar vai trazer o benefício esperado 
o Aguardar, então, o período de cura ou irreversibilidade da lesão 
• Reparações imediatas: 
o A reparação sempre que possível deve ser imediata a remoção de tumor ou em trauma 
▪ Ex.: Ectrópio de pálpebra, câncer de mama etc. 
o Sempre que possível, então, devemos tentar ofertar a reconstrução ao mesmo tempo do procedimento 
terapêutico (de retirada de tumor, por exemplo), principalmente em locais mais difíceis de reconstruir 
▪ Mas, devemos levar em consideração o tipo de paciente, tipo de cirurgia, tipo de tumor etc. 
o Isso vai ajudar na garantia da manutenção da função 
• Princípios de ordem geral e técnica: 
o Para garantir ao paciente uma restauração adequada, devemos nos minuciar de bons exames 
▪ Proceder minucioso exame físico, subsidiado por exames complementares (laboratoriais, ultrassonografia, 
biópsia etc.) 
▪ Complementam o nosso diagnóstico 
PRINCÍPIOS DE ORDEM TÉCNICA 
• Técnica: 
o O que devemos pensar quando vamos propor uma cirurgia para o paciente? 
 
11 CIRURGIA PLÁSTICA RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
▪ Cicatriz esteticamente aceitável → É uma cicatriz que não vai gerar nenhuma brida, nenhuma restrição que 
o paciente possa desenvolver uma contratura? 
▪ Preservação de funções fisiológicos 
▪ Técnica atraumática 
▪ Tipo de sutura 
▪ Tipo de fio, grampos, fitas adesivas e cola tecidual 
▪ Dreno → Vai precisar de dreno ou não? 
o Reparo de lesões com uma cicatriz esteticamente aceitável e com preservação das funções fisiológicas 
▪ Sempre que for confeccionar uma cicatriz, devo posicioná-la de forma que fique esteticamente aceitável ou 
camuflada e que garanta a preservação da função fisiológica (diminui possibilidade de brida) 
o Todas as lesões agudas, nervos e tendões devem ser reparados de imediato (Andreás Versallius) → Sempre 
que durante o ato cirúrgico for constato que houve uma lesão vascular, nervosa ou tendínea, ela deve ser 
reparada de imediato (isso ajuda com que o paciente retorne às suas atividades com menor perda) 
o Técnica atraumática → Instrumental adequado e cuidados com o tecido (manuseio) 
• Fios e agulhas: 
o Para saber o material adequado para a sutura, dependemos de: 
▪ Condições locais 
❖ O tecido varia de espessura dependendo da localidade 
❖ O tecido está inflamado ou não? 
❖ O tecido requer um fio absorvível ou um fio inabsorvível? 
❖ É necessário um fio que vai dar uma resistência a uma tensão maior ou pode usar um fio mais fino pois 
não há tensão na área? → Quanto menor o número do fio, mais grosso ele é 
▪ Propriedades físicas 
▪ Experiência docirurgião 
 
o O fio ideal conta com: 
▪ Lesão e reação tecidual mínima 
▪ Fácil manuseio 
▪ Alta força de tensão 
▪ Perfil de absorção favorável 
▪ Resistência à infecção 
o Fio absorvível ou fio inabsorvível? 
 
12 CIRURGIA PLÁSTICA RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
▪ Na plástica usamos muito fio absorvível quando vamos realizar sutura em região de mucosa (mucosa oral, 
mucosa palpebral, mucosa peniana etc.) ou quando vamos fazer suturas que podem ser absorvidas depois, 
que devem garantir uma tensão temporária (como nas suturas subdérmicas) 
▪ Se a sutura for feita num local onde se o fio permanecer vai gerar uma resposta inflamatória, usa-se um fio 
inabsorvível 
o Fio monofilamentado ou fio multifilamentado? 
▪ Quando queremos uma resistência maior, usamos um fio multifilamentado → O problema é que com isso 
ele gera uma força de atrito maior nos tecidos, causando dano tecidual e reação inflamatória maiores 
▪ Embora o fio monofilamentado transcorra pelo tecido causando menos trauma, na hora de dar o nó com 
esse fio ele tem mais chance de desfazer do que o multifilamentado → Requer mais nós 
o Lembrando que há uma diferença de custo entre os tipos de fio 
▪ À medida que se torna o fio mais específico há encarecimento 
▪ Fios mais finos são fios mais caros 
o Na hora de escolher o fio que irá ser utilizado, também deve ser levada em consideração a agulha 
▪ Pode ser uma agulha triangular com corte nas três pontas 
▪ Pode ser uma agulha cilíndrica (agulha romba) → Quando passa nos tecidos não tem corte em torno dela 
(é uma agulha que traumatiza menos os tecidos) 
❖ Muito usada em áreas de mucosa ou em tecidos que requerem um trabalho mais delicado (pálpebra, 
conjuntiva, cartilagem etc.) 
❖ Em contrapartida, se a agulha cilíndrica for usada em tecidos como o dorso, haverá uma grande 
dificuldade, porque o transfixar dela no tecido se dará de forma mais difícil do que se ela fosse cortante 
• Tipos de sutura: 
o O objetivo de toda sutura é garantir que as bordas da ferida fiquem próximas garantindo o mínimo de tensão 
o Podemos fazer essa aproximação das bordas usando todas essas possibilidades: 
▪ Ponto simples → Entra de um lado da pele pelo lado de fora, pega a pele no plano total, entra de dentro 
para fora do outro lado e dá um nó de forma a aproximar as bordas (sem apertar demais para não isquemiar) 
▪ Ponto em U vertical (Donati) → Começa como o ponto simples (entra de um lado e sai do outro, porém em 
pontos mais distantes que o simples), depois entra novamente na margem + próxima à borda da ferida e 
sai na margem + próxima do outro lado (“longe, longe, perto, perto”) 
❖ É usado quando tem muita tensão e queremos diminuir a tensão da sutura 
▪ Ponto em U horizontal → Entro na pele pelo lado de fora não alcançando o subcutâneo, corro a agulha na 
derme de forma horizontal no outro lado e volto para o primeiro lado 
❖ No final, só haverá fio correndo de um lado da pele 
❖ A sutura de Gillies com esse ponto é muito utilizada em pontos de ângulo (fechamento de quinas), para 
que seja possível fechar de forma que as bordas fiquem mais bem acopladas 
▪ Ponto subdérmico → Só pega parte da derme, deixando toda a tensão nessa região 
❖ É uma outra possibilidade em tecidos que estão muito tensos 
❖ O nó deve ficar invertido, onde passo e pego o subcutâneo e a derme, para garantir uma redução do 
espaço morto e ao mesmo tempo garantir uma redução da tensão da pele 
 
13 CIRURGIA PLÁSTICA RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
▪ Sutura contínua (chuleio) → Entra pelo lado de fora da pele pegando plano total, fazendo nó apenas no 
começo e no final da sutura 
❖ Em couro cabeludo, que é uma área que costuma sangrar muito, podemos iniciar como uma sutura 
contínua, mas quando sai com a agulha se passa dentro do fio, o que dá uma tensão maior fazendo 
hemostasia (sutura contínua intermitente) 
❖ Quando há tecidos que não têm o subcutâneo tão avantajado e quando se faz sutura contínua as bordas 
podem invaginar, é possível fazer uma sutura contínua começando com um ponto simples e depois 
entrando no mesmo lado de dentro para fora → Sutura em barra grega (gera eversão da borda) 
▪ Sutura intradérmica 
▪ Grampos (Staples) → Muito comum nos EUA, não no Brasil 
▪ Fita adesiva 
▪ Colas teciduais 
 
• Drenos: 
o Evitar, avaliar, quantificar coleções líquidas, como exsudatos, hematomas e lipólises 
o Usar sempre quando há espaço morto 
▪ Quando por exemplo há transferência de tecido de um lugar para outro sem levar em plano total, deixando 
principalmente na área receptora um descolamento grande → Esse espaço pode ser um local para acúmulo 
de líquido, propiciando seroma 
▪ Pode ocorrer também de não ocorrer hemostasia adequada e acumular sangue levando a um hematoma 
o O uso do dreno vai me nortear quanto à quantidade de líquido que está acumulando no espaço, quanto à 
redução do espaço (criação de vácuo quando fecha a bomba/pêra) e quanto à avaliação da reação inflamatória 
inicial (se está exsudando muito líquido ou não) 
o O dreno deve ser retirado quando houver uma diminuição no quantitativo drenado 
▪ Já pode retirar quando houver drenagem abaixo de 50ml em 24h 
▪ Um melhor ponto de corte para retirada é a partir de 30ml, principalmente em retalhos onde houve um 
componente externo, como radioterapia ou pós-bariátrico (onde houve alteração de metabolismo e uma 
reação inflamatória diferente do usual) 
 
14 CIRURGIA PLÁSTICA RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
• Retirada de pontos: 
o Depende da localização e da tensão local 
▪ Áreas onde a pele é mais espessa e há uma tensão maior → Varia de 7 a 21 dias 
▪ Áreas onde a pele é mais fina e há uma baixa tensão → Varia de 2 a 5 dias (principalmente se associado a 
colas de fibrina) 
❖ Reservado, no geral, para área de pálpebra ou para pontinhos entre pontos que realmente estão 
suportando a tensão 
o É possível postergar ou tirar alternadamente, dependendo da área e do perfil do paciente 
▪ Ex.: Trabalhador braçal → Alto risco de deiscência 
o Tem que levar em consideração se há infecção ou não → É possível tirar só alguns dos pontos para drenar a 
secreção purulenta e usar a área aberta para lavar a região mantendo o resto da sutura fechada e depois fazer 
um fechamento retardado daquela área aberta ou deixar cicatrizar por segunda intenção 
o Depende também do tipo de sutura 
▪ Na sutura intradérmica, embora haja pontos de ancoragem para diminuir tensão na derme, é postergada a 
retirada dos pontos (só retira a partir de 12/15 dias) 
• Curativos: 
o Se for um curativo de ferida cirúrgica, eu tenho que ter em mente qual é o objetivo dele 
▪ Tem que ser adequado de forma a absorver secreções que vão estar presentes na fase inicial 
▪ Tem que ser capaz de proteger a linha de sutura 
▪ Em alguns casos, tem o objetivo de ser compressivo (lugares em que houve grande deslocamento e é preciso 
diminuir a possibilidade de espaço morto) 
o Em caso de feridas que chegam abertas hoje há uma gama de possíveis curativos e o conhecimento necessário 
que vai nos nortear na hora de escolher o curativo adequado (fatores que prejudicam a cicatrização e avaliação 
da ferida) 
• Fatores que prejudicam a cicatrização: 
o Locais 
▪ Infecção cirúrgica 
▪ Técnica cirúrgica inadequada 
▪ Tecidos desvitalizados 
▪ Corpos estranhos 
▪ Uso inadequado de antissépticos locais 
▪ Isquemia 
▪ Radioterapia 
o Sistêmicos 
▪ Idade 
▪ Hipoxia 
 
15 CIRURGIA PLÁSTICA RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
▪ Deficiência de zinco e ferro 
▪ Insuficiência sistêmica 
▪ Diabetes melito 
▪ Hipovitaminose A, C e E 
▪ Choque e septicemia 
▪ Anti-inflamatórios 
▪ Imunossupressores 
▪ Quimioterápicos 
▪ Anabolizantes 
▪ Traumas 
▪ Desnutrição 
• Avaliação da ferida: 
o Classificação (aguda, crônica e pós-operatória) 
o Medida (comprimento, largura, profundidadee área) 
o Exsudato (quantidade e qualidade) 
o Aparência (leito da ferida, tipo e quantidade de tecido) 
o Tipo e intensidade da dor 
o Presença ou ausência de descolamento 
o Condição da borda da ferida e pele adjacente 
• Tipos de cicatriz: 
o Existem 3 formas de cicatrização 
▪ Primária (primeira intenção) 
▪ Fechamento primário retardado 
▪ Secundária (segunda intenção) 
o Se for uma ferida operatória, sempre que possível, vamos optar pelo 
fechamento primário 
o Se chega uma ferida suja, com infecção e tecido desvitalizado, 
precisamos criar condições para que seja possível fechá-la → Fazer o 
debridamento dos tecidos desvitalizados e criar uma condição que 
chegue sangue no local 
▪ Evoluir na cicatrização da fase inflamatória para fase proliferativa, 
desenvolvendo tecido de granulação 
▪ O tecido de granulação vai permitir o fechamento primário retardado 
o Há casos em que a dimensão da ferida é pequena e quando começa a 
formar o tecido de granulação e começa a haver a contração da ferida, 
há a opção de deixar fechar por segunda intenção 
 
16 CIRURGIA PLÁSTICA RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
CURATIVOS 
• Produtos utilizados para curativo: 
o Em casos de ferida aberta e com necrose que precisa de cuidados, existem produtos que podem ser utilizados 
para criar condição para o tecido de granulação se desenvolver 
o Podemos usar soro (solução salina 0,9%) → Se usar soro não pode usar nenhum produto com sabão, porque 
há uma reação do sal com o sabão impedindo uma limpeza adequada deixando resíduo na ferida 
o É permitido lavar com água (morna, tentando manter as condições locais para ter menos dor) 
o Se optar por usar sabão, deve-se enxaguar bem para não deixar resto de sabão na ferida 
o Antibióticos → Na plástica o uso de antibióticos para a limpeza da ferida é muito questionável 
▪ Em algumas situações de ferida cirúrgica em que será usado prótese, há trabalhos que mostram benefício 
do uso de antibiótico banhando a região que vai receber a prótese para uma possibilidade ↓ de infecção 
▪ Por outro lado, há trabalhos/escolas que não usam antibiótico para banhar a prótese e nem a região que 
vai receber a prótese, pelo risco de sensibilização do paciente e resistência de microrganismos 
o Mel / açúcar → Antigamente, como não se dispunha de muitos mecanismos para ajudar a debridar a área 
cirúrgica, usava-se mel e açúcar, porque eles atuam com diferença de osmolaridade na região 
▪ Em tecidos que estão contaminados, essa diferença de osmolaridade levava a uma desidratação das células 
das bactérias e por consequência uma redução da população bacteriana no local 
▪ A desvantagem é que pela diferença de osmolaridade há um certo desconforto (formiga) e há uma 
exsudação muito grande, então é preciso trocar várias vezes (o açúcar 3x por dia, o mel um pouco menos) 
o Azeite / Unguentos → Antigamente era muito comum seu uso como unguento, hoje é mais utilizado óleo de 
girassol, para poder facilitar a migração celular 
• Curativo ideal: 
o Facilidade de aplicação → Qualquer pessoa consegue aplicar, de preferência o próprio paciente ou algum 
familiar dele 
o Adaptabilidade → Adapta bem à área acometida, permitindo o paciente se mover sem que o curativo descole 
o Facilidade de remoção → Sem levar dor 
o Conforto para uso → Não cause dor ou limitação de movimento 
o Não exigência de trocas frequentes 
o Baixo custo 
• Curativo úmido x Curativo seco: 
o A escolha do curativo vai se basear de acordo com a característica da ferida 
▪ Se a ferida está muito seca → Usar um curativo úmido 
▪ Se a ferida está muito úmida → Usar um curativo que propicie a secagem da região 
o Para ter migração celular, deve haver uma certa umidade na ferida 
▪ Mas, se a umidade for muito grande ela favorece proliferação bacteriana, podendo infectar a ferida e 
retardando ainda mais a cicatrização 
o A cicatrização através do meio úmido tem as seguintes vantagens quando comparadas ao meio seco 
 
17 CIRURGIA PLÁSTICA RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
▪ Prevenir a desidratação do tecido que leva à morte celular 
▪ Acelerar a angiogênese 
▪ Estimular a epitelização e a formação do tecido de granulação 
▪ Facilitar a remoção de tecido necrótico e fibrina 
▪ Servir como barreira protetora contra microrganismo 
▪ Promover a diminuição da dor 
▪ Evitar a perda excessiva de líquidos 
▪ Evitar traumas na troca do curativo 
o Então, quando for escolher o curativo, deve-se levar em consideração um curativo que seja úmido o suficiente 
para ter as vantagens acima, mas que não seja tão úmido a ponto de gerar uma infecção na ferida 
• Como decidir o curativo? 
o É preciso conhecer e ter em mente as fases da 
cicatrização 
o Como na fase inflamatória há uma exsudação 
muito grande, nela eu devo usar um curativo 
absortivo, que tenha capacidade de absorver o 
líquido que esteja sendo extravasado, mas que 
não absorva todo esse líquido, mantendo uma 
certa umidade local (favorecendo redução de 
tecido desvitalizado e permitindo a deposição 
de colágeno e a cicatrização adequada) 
o Então, de acordo com a fase da cicatrização é 
que vamos escolher o curativo 
• Tipo de ferida: 
o Ferida exsudativa x ferida seca 
▪ Se ela está muito exsudativa temos que enxugar para diminuir a possibilidade de ter uma infecção local pelo 
acúmulo de líquido 
▪ Se ela está seca, é preciso umidificar e colocar um curativo ali que favoreça a migração celular, a 
angiogênese e consequentemente a epitelização 
 
 
18 CIRURGIA PLÁSTICA RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
• Materiais para curativo: 
o Antigamente, era mais complicado, começou com o uso de açúcar, mel, azeite, cobria com gaze, ataduras, 
depois vieram algumas pomadas etc. 
o Hoje, temos uma série de coberturas e curativos que podem ser utilizados de acordo com o aspecto da ferida 
▪ Coberturas absorventes 
▪ Filme aderente → Permite que a pessoa se movimente sem que fique descolando 
▪ Biocirurgias (larvas) → Em casos mais dramáticos, podemos usar larvas para debridar a ferida 
▪ Combinação de múltiplos agentes para poder acelerar a cicatrização (espumas, hidrocoloides, alginato, 
hidrofibras, hidrogéis, rayon, bandagens com medicamentos, coberturas com prata e carvão ativado, 
pressão negativa (VAC), oxigenioterapia hiperbárica, cultura de tecidos e sutura elástica) 
o Para feridas purulentas, muito exsudativas e com odor fétido temo alguns curativos bem direcionados, como 
as placas de carvão ativado, prata ou curativo de pressão negativa (para aspirar o conteúdo exsudativo) 
o Para uma ferida que já está granulada e queremos simplesmente manter o meio úmido, podemos usar uma 
solução que mantenha a umidade local, podendo associar com uma placa de um tecido não aderente ou com 
uma placa com um hidrocoloide 
• Ácidos graxos essenciais (AGE): 
o Soluções que se apresentam de várias formas (Dersani, Ativo-Derm, AGE, Derm, Hig Med, AGE Curatec, 
Dermanutri, V Declair etc.) 
o Todas têm o mesmo objetivo e mesmo componente químico, podendo variar algumas vitaminas que podem 
potencializar a cicatrização 
o Promove quimiotaxia (atração de leucócitos) e angiogênese (formação de novos vasos sanguíneos), mantém o 
meio úmido e acelera o processo de granulação tecidual 
o Tratamento de feridas abertas superficiais e prevenção de úlcera de pressão 
▪ A indicação maior é para feridas mais superficiais, cujo objetivo é promover a facilitação da migração celular, 
a epitelização, ou então quando queremos hidratar aquela pele 
▪ Podemos usar AGE também para hidratar a pele de pacientes acamados com o intuito de diminuir a 
possibilidade de abertura de uma escara (úlcera de pressão) 
o Vai promover uma umidade controlada de forma a garantir ao tecido de granulação a manutenção da 
angiogênese e acelerar a epitelização com consequente fechamento da ferida 
o Desvantagem / Contraindicação → Feridascom cicatrização por primeira intenção 
o Critério para troca → De acordo com localização, aspecto e extensão da lesão (no geral, 2x por dia) 
• Placa de hidrocoloide: 
o Duoderm, Hydrocoll, Tegasorb, Restore, Replicare, Comfeel e Askina Biofilm 
o Outra placa que podemos utilizar para favorecer a migração celular ou o debridamento de pequenas áreas 
necróticas ou até para proteger a pele de uma possível abertura de escara 
o Apresenta-se de múltiplas formas, com múltiplas coberturas, muitas vezes associada a um filme aderente 
o O objetivo é manter uma umidificação local controlada de forma a estimular a angiogênese e um debridamento 
autolítico (soltando pequenas áreas de tecido necrótico) 
▪ Estimula a angiogênese e o debridamento autolítico 
 
19 CIRURGIA PLÁSTICA RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
▪ Acelera o processo de granulação tecidual 
o Prevenção e tratamento de feridas abertas não infectadas 
o Desvantagem / Contraindicação → Ferida infectada e ferida com tecido desvitalizado e queimadura de 3º grau 
▪ Se houver secreção na ferida, está contraindicado 
o Critério para troca → A cada 7 dias ou quando se fizer necessário (quando saturar) 
• Alginato de cálcio: 
o Algodeam, Acquacell, Curasorb, Kaktostat, Melgisorb, Seasorb, Sorbsan, Sorbalgon, Sorbalgon Plus, Suprasorb, 
Restore, Calcicare e Tegagen 
o Pode se apresentar de diversas formas, como associado a placas de hidrofibra, associado a placas de propileno 
associado ou não a prata, associado a um filme aderente etc. 
o O sódio presente no exsudato e no sangue interage com o cálcio presente no curativo de alginato 
▪ A troca iônica auxilia no debridamento autolítico 
▪ Tem alta capacidade de absorção 
▪ Resulta na formação de um gel que mantém o meio úmido para a cicatrização 
o Para feridas abertas, sangrantes, altamente exsudativas, com ou sem infecção, até a redução do exsudato 
▪ É muito indicado em feridas altamente exsudativas porque tem uma grande capacidade absortiva 
▪ Quando esse exsudato entra em contato com o alginato, forma-se um gel que vai manter uma umidade 
controlada no local, impedindo grandes perdas para o meio externo, ao mesmo tempo que auxilia no 
debridamento de pequenas áreas necróticas 
o Desvantagem / Contraindicação → Utilizar em lesões superficiais ou feridas sem ou com pouca exsudação e 
lesões por queimadura 
o Critério para troca → Varia de acordo com a exsudação da ferida (tentar manter no mínimo 2/3 dias) 
▪ Trocar a cobertura secundária sempre que estiver saturada 
▪ Troca do curativo de alginato + ferida infectada → No máximo a cada 24 horas 
▪ Feridas limpas com sangramento → A cada 48 horas ou quando saturado 
▪ Feridas limpas altamente exsudativas → Quando saturada a cobertura 
• Carvão ativado: 
o Acsorb, Plus 25, Carbo Flex e Vliwaktiv 
o O carvão ativado absorve o exsudato e filtra o odor, já a prata exerce ação bactericida 
▪ Se estamos tratando de feridas altamente infectads, iremos optar por usar um curativo onde podemos 
combinar o carvão ativado, porque ele não só absorve o exsudato como filtra o odor 
▪ Feridas purulentas, então, iremos controlar inicialmente com o carvão ativado e depois trocar o curativo 
▪ Alguns produtos podem vir associados à prata, que faz a redução da população bacteriana (bactericida) 
o Para feridas infectadas exsudativas, com ou sem odor 
o Desvantagem → Não pode ser cortado 
o Contraindicação → Feridas limpas e lesões de queimaduras 
 
20 CIRURGIA PLÁSTICA RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
o Critério de troca 
▪ Trocar o curativo secundário sempre que estiver saturado 
▪ Trocar o curativo de carvão ativado a cada 48 ou 72 horas, dependendo da capacidade de absorção 
▪ Quando a ferida estiver sem infecção a troca deverá ser feita de 03 a 07 dias; ou quando se fizer necessário 
mediante justificativa 
• Hidrogel: 
o Nu-gel, Elastogel, Purilon, Intransite Gel, Dermagram e Duoderm Gel 
o Para feridas muito exsudativas, podemos usar o hidrogel simplesmente para poder manter a umidade no local 
e favorecer o debridamento autolítico 
▪ Inicialmente usamos um hidrogel associado a um alginato para poder tentar controlar isso 
▪ Depois evoluímos para uma placa de alginato associado ou não a prata para o controle da ferida até que o 
tecido de granulação esteja na quantidade necessária para decidir o fechamento 
▪ Pode ser feito um fechamento primário retardado, um enxerto ou deixar fechar por segunda intenção 
o Pode se apresentar em placa ou em gel mesmo 
o O uso do hidrogel vai favorecer a remoção do tecido desvitalizado com um debridamento químico e também 
garante um meio úmido que vai favorecer a migração celular 
▪ Amolece e remove o tecido desvitalizado através de debridamento autolítico 
▪ Mantém o meio úmido 
▪ Facilita a reidratação celular e o debridamento 
▪ Estimula a liberação do exsudato 
o Indicado para remover crostas e tecidos desvitalizados de feridas abertas 
o Desvantagem → Desidrata rapidamente e é relativamente caro 
o Contraindicação → Utilizar em pele íntegra e incisões cirúrgicas fechadas 
o Critério de troca 
▪ Em feridas infectadas, trocar no máximo a cada 24 horas 
▪ Necrose no máximo a cada 72 horas ou quando se fizer necessário mediante justificativa 
• Hidrogel com alginato: 
o Nu-gel, Elasto-gel, Purilon, Hydrosorb, Duoderme Gel e Intransite Gel 
o O gel propicia um ambiente que favorece a remoção da área necrótica ou desvitalizada, estimulando a 
formação do tecido de granulação e epitelização 
o O alginato aumenta a absorção e sua consistência aumenta o tempo de permanência do hidrogel na ferida 
o Indicado para o tratamento de áreas necróticas secas, tecido desvitalizado mole e ferida em fase 
granulação/epitelização 
o Desvantagem / Contraindicação → Utilizar em pele íntegra e incisões cirúrgicas fechadas 
o Critério de troca: 
▪ Necrose seca → Máximo de 3 dias 
 
21 CIRURGIA PLÁSTICA RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
▪ Necrose mole → 1 a 3 dias, dependendo do nível de exsudato 
▪ Lesão descamante → 1 a 3 dias ou quando se fizer necessário mediante justificativa 
• Sulfadiazina de prata: 
o Dermazine, Pratazine, Dermacerium e Pratacerium 
o O íon prata causa precipitação de proteínas e age diretamente na membrana citoplasmática da célula 
bacteriana, exercendo ação bactericida pela liberação de pequena quantidade de prata iônica 
o Indicado para queimaduras → Usado muito principalmente no interior 
o Desvantagem / Contraindicação → Hipersensibilidade ao produto 
o Critério de troca → No máximo a cada 12 horas ou quando a cobertura secundária estiver saturada 
• Hidropolímero: 
o Allvyn, Askina Transorbent, Tielle plus, Mepilex, Oprasorb, Polymen e Elasto-gel 
o Proporciona um ambiente úmido e estimula o debridamento autolítico 
o Absorve o exsudato e expande-se delicadamente à medida que absorve o exsudato 
o Indicado no tratamento de feridas abertas não infectadas 
o Pode estar associado ou não ao uso de prata que vai garantir um controle bacteriano no local 
o Tem grande capacidade de absorção, mas se a ferida está com a exsudação muito intensa, não se opta 
inicialmente por usar um curativo desse e sim um alginato em gel antes para depois utilizar o hidropolímero 
o Desvantagem / Contraindicação → Ferida colonizada ou infectada com tecido desvitalizado ou necrose 
o Critério de troca → Trocar o curativo sempre que houver presença de fluído nas bordas de almofada de espuma 
ou no máximo a cada 7 dias 
o Esses curativos novos são muito versáteis, possuem formas diferentes para se encaixarem em lugares 
específicos sem prejudicar a movimentação do paciente, o problema maior é o custo 
• Colagenase: 
o Iruxol, Mono, Fibrinolisina e Santyl 
o Age seletivamente degradando o colágeno nativo da ferida 
o Indicado para o desbridamento enzimático suave e não invasivo à lesão 
o Pode vir associada ou não à antibiótico 
o Desvantagem / Contraindicação→ Utilizar em pacientes sensíveis às enzimas 
o Critério de troca → Aplicação conforme orientação médica 
• Cobertura não aderente estéril: 
o Adaptic, Inadine, Atrauman e CarresynGauz 
o O objetivo maior é não causar dor quando retirado 
o Proporciona a não aderência da ferida e permite livre fluxo de exsudatos 
o Indicado para áreas de lesões com necessidade de não-aderência do curativo à lesão 
▪ Muito usado em áreas doadoras quando há retirada de enxerto 
 
22 CIRURGIA PLÁSTICA RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
o Desvantagem / Contraindicação → Feridas com cicatrização por primeira intenção e feridas infectadas 
o Critério de troca: 
▪ Produtos de hidrocarbonetos saturados, derivados do petróleo, podem causar irritação e reações 
granulomatosas 
▪ Requer curativo secundário → Troca quando se fizer necessário mediante justificativa 
• Papaína: 
o É bactericida e bacteriostático 
o Indicado par ao debridamento de tecidos desvitalizados 
▪ Usado principalmente em ambiente hospitalar 
▪ Casos de feridas com grande necrose que o paciente não tem condições cirúrgicas para poder fazer o 
debridamento de forma adequada 
o Desvantagem / Contraindicação → Tempo prolongado de preparo devido à instabilidade da enzima (que é de 
fácil deterioração) 
o Critério de troca: 
▪ Trocar no máximo a cada 24 horas ou com a saturação do curativo secundário ou quando se fizer necessário 
▪ Pode ser associada ao carvão ativado ou hidrocoloide → Requer cobertura secundária 
o Concentração da papaína → Depende da quantidade de necrose 
▪ Ferida necrótica → 10% 
▪ Ferida com exsudato ou purulenta → 4 a 6% 
▪ Ferida com tecido granulado → 2% 
• Bota de UNA: 
o FlexDress 
o Facilita o retorno venoso, auxilia na cicatrização de úlceras e evita o edema dos membros inferiores 
o Indicado para o tratamento ambulatorial e domiciliar de úlceras venosas de perna e edema linfático 
o Desvantagem / Contraindicação → Presença de infecção ou miíase 
o Troca semanal 
• Oxigenioterapia hiperbárica: 
o Pode ser utilizada para poder estimular a cicatrização 
o Visa aumentar o aporte de oxigênio na ferida, com isso favorecer a angiogênese e a epitelização 
• Curativo com pressão negativa: 
o Usado em feridas muito exsudativas com retardo na formação do tecido de granulação 
o Estimula a formação do tecido de granulação 
o Reduz a resposta inflamatória local 
o Aumenta o fluxo sanguíneo na ferida 
o Reduz edema e controla o fluxo do exsudato 
 
23 CIRURGIA PLÁSTICA RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
o Reduz as dimensões da ferida → Podem reduzir até 40% 
o Depura a carga bacteriana → Pelo controle de líquido no local 
o Não é usado em vigência de ferida muito infectada → Faz-se um controle inicial e depois parte para a pressão 
negativa (VAC) 
o O VAC não está indicado em situações de 
necrose (que deve ser debridada antes do uso) 
e diante de uma suspeita de tumor 
o Tem algumas variantes, que podem ser usadas 
tanto para estímulo de granulação quanto 
para redução de espaço morto (Ex.: Prevena) 
o Principais indicações: 
▪ Feridas complexas → Úlceras por pressão, 
feridas traumáticas, feridas cirúrgicas 
(deiscências), queimaduras, feridas 
necrotizantes, feridas diabéticas, úlceras 
venosas, feridas inflamatórias, feridas por 
radiação e outras 
▪ Enxertos de pele → Para otimizar a 
integração do enxerto ao leito 
▪ Abdome aberto 
▪ Prevenção de complicações → Em incisões 
fechadas 
▪ Instilação de soluções → Em feridas 
contaminadas ou infectadas 
o Curativo de pressão negativa não é para fechar a ferida e sim para acelerar o processo e me permitir tomar 
decisões quanto ao fechamento primário retardado 
• Sutura elástica: 
o Utilizado material elástico (Ex.: Borrachinha de dinheiro ou luva estéril) 
o Faz como se fosse uma cinta, aproximando as bordas da ferida 
 
• Filme aderente: 
o Vai cobrir o curativo que eu optar por usar para estar absorvendo ou não a ferida 
• Ozonioterapia: 
 
24 CIRURGIA PLÁSTICA RAUL BICALHO – MEDUFES 103 
o Tem sido muito falado recentemente, tanto a partir do contato direto com o ozônio quanto pela infiltração 
intralesional do ozônio 
o É um procedimento experimental, não tendo nenhum trabalho científico com padrão nível A que possa garantir 
a eficácia para todos os pacientes que vão usar, mas há alguns indícios de vantagens no seu uso 
▪ Ajuda a melhorar oxigenação dos tecidos 
▪ Aumenta a resposta do sistema imunológico a doenças infecciosas como feridas infectadas 
▪ Ajuda a aliviar a dor crônica causada pela artrite reumatoide ou fibromialgia, por exemplo

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