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Revista Produção Online, Florianópolis, SC, v. 16, n. 2, p. 678-704, abr./jun. 2016. 
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AUDITORIA DE SEGURANÇA E SAÚDE DO TRABALHO EM UMA INDÚSTRIA 
DE ALIMENTOS DO ESTADO DO PARANÁ 
 
SAFETY AND WORK HEALTH: AUDIT AT A FOOD INDUSTRY OF PARANÁ 
STATE 
 
Tainara Rigotti de Castro* E-mail: tainararcastro@hotmail.com 
Cristhiane Passos Okawa** E-mail: crisokawa@gmail.com 
*Universidade Estadual do Paraná, Campus Campo Mourão (UNESPAR), Campo Mourão, PR 
**Universidade Estadual de Maringá, Campus de Maringá (UEM), Maringá, PR 
 
Resumo: Esta pesquisa teve por objetivo avaliar as condições de segurança e saúde no trabalho em 
uma indústria alimentícia do ramo de atividades de produção de biscoitos e salgadinhos para 
aperitivo. Por meio de inspeções, entrevistas informais com supervisores e funcionários, foram 
identificados os riscos para análise da saúde e segurança do trabalho por meio da aplicação de um 
checklist para verificação das não conformidades presentes no local, com base nas Normas 
Regulamentadoras (NRs). A indústria apresentou necessidade de implantação de Serviços 
Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) e Programa de 
Controle Médico e Saúde Ocupacional (PCMSO), revisão da Comissão Interna de Prevenção de 
Acidentes (CIPA), adoção de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), elaboração do Programa 
de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA), implantação de sinalização de segurança e da 
segurança do trabalho em máquinas, necessidade de compra de equipamentos, adoção de medidas 
na área de ergonomia, entre outros. 
 
Palavras-chave: Riscos na produção de biscoitos. Riscos na Produção de salgadinhos. Segurança 
na indústria alimentícia. Checklist. 
 
Abstract: This paper aimed to valuate the safety and health conditions at work and propose 
improvements in a food industry producing biscuits and snacks for appetizer. Through inspections, 
interviews with supervisors and employees were identified risks to occupational health and safety 
through the application of a checklist for verification of non conformances present on the place, based 
on Regulatory Standards (NRs). The industry presented a need for the deployment of Services 
Specialized in Safety Engineering and Occupational Medicine (SESMT) and Medical Control Program 
and Occupational Health (PCMSO), review of Internal Commission for Accident Prevention (CIPA), 
adoption of Personal Protective Equipment (EPI), preparation of the Environmental Risk Prevention 
Program (PPRA), implementation of safety signs and of work safety on machines, need to purchase 
equipment, adoption of measures in the area of ergonomics, among others. 
 
Keywords: Risks in the production of biscuits. Risks in the production of snacks. Safety in the food 
industry. Checklist. 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 A saúde e o trabalho estão permeados pelas grandes transformações 
societárias e suas contradições contemporâneas, relacionadas fundamentalmente 
aos processos de gestão e organização do trabalho, viabilizados em especial pelas 
mailto:tainararcastro@hotmail.com
mailto:crisokawa@gmail.com
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novas tecnologias, impactando na saúde dos trabalhadores (MENDES; WUNSCH, 
2007). 
Entretanto, as novas tecnologias dividem espaço com os sistemas produtivos 
antigos e ultrapassados. Na indústria alimentícia brasileira, por exemplo, 
considerada um ícone mundial, há uma grande congregação de grandes 
multinacionais e nacionais que operam neste setor. Todavia, também existem 
empresas menos avançadas, gerenciadas e movimentadas por grupos familiares, 
com produção artesanal e distribuição restrita. 
Neste setor, a política competitiva adotada pelo Brasil está ligada a políticas 
de produtividade e competitividade, fazendo com que os trabalhadores deste ramo 
acabem sofrendo os desgastes e os esforços regidos pela execução de tarefas 
repetitivas, acompanhadas de ruído, equipamentos perigosos, esforço físico, entre 
outras exigências as quais o trabalho os submete. 
Para oferecer segurança a tais trabalhadores, a legislação brasileira profere 
que o empregador deve garantir que o ambiente de trabalho seja projetado de tal 
forma que minimize os riscos à saúde e segurança de seu empregado, visto que é 
de direito desses, a redução dos riscos inerentes ao trabalho, por meio de normas 
de saúde, higiene e segurança (BRASIL, 1998). 
Mesmo com a existência das legislações brasileiras, de acordo com Lacerda 
et al. (2005), os índices de acidentes do trabalho ainda são altos e geralmente 
decorrentes das más condições e da insegurança dos ambientes de trabalho aliadas 
à falta de fiscalização por parte dos órgãos competentes. O cumprimento das 
Normas Regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego (NRs) é um 
desafio para a maioria das empresas que, em geral, priorizam as melhorias da 
qualidade do produto ao invés de melhores condições ambientais de trabalho. 
Entretanto, a Portaria nº 326/97, que dispõe a regulamentação de alimentos 
(BRASIL, 1997), deixa claro a obrigatoriedade da importância não somente da 
qualidade do produto, mas também do conforto e segurança do ambiente de 
trabalho. Sendo assim, a empresa, ao atender às necessidades de bem-estar de 
seus colaboradores, diminui seus custos operacionais, aumentando a produtividade, 
os lucros e a qualidade dos produtos, fatores fundamentais em meio ao mercado 
competitivo. 
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Diante desse contexto, definiram-se como objeto de estudo, os fatores de 
riscos ocupacionais do trabalho em uma indústria alimentícia, do ramo de atividades 
de produção de biscoitos e de salgadinhos para aperitivo. Como objetivo, buscou-se 
identificar os fatores de risco nos diferentes setores de trabalho, em relação ao local, 
aos equipamentos, às substâncias e aos materiais, fatores ergonômicos e fatores 
organizacionais. 
 
2 ACIDENTES DE TRABALHO 
 
 O Ministério da Previdência Social (2012) define acidente do trabalho como 
aquele que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou pelo exercício 
do trabalho dos segurados especiais, provocando lesão corporal ou perturbação 
funcional, permanente ou temporária, que cause a morte, a perda ou a redução da 
capacidade para o trabalho. Equiparam-se também ao acidente do trabalho: o 
acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha sido a causa única, haja 
contribuído diretamente para a ocorrência da lesão; certos acidentes sofridos pelo 
colaborador no local e no horário de trabalho; a doença proveniente de 
contaminação acidental do empregado no exercício de sua atividade; e o acidente 
sofrido a serviço da empresa ou no trajeto entre a residência e o local de trabalho. 
Durante o ano de 2012, foram registrados no Instituto Nacional do Seguro 
Social (INSS), segundo dados do Anuário Estatístico de Acidentes do Trabalho 
(AEAT) do Ministério da Previdência Social (2012), cerca de 705,2 mil acidentes do 
trabalho. Deste montante, 978 ocorreram na indústria de fabricação de biscoitos e 
bolachas. Em relação à categoria de salgadinhos para aperitivo, esta está inserida 
dentro da classe de produtos alimentares não especificados pelo Ministério da 
Previdência Social, ou seja, nesta classe existe a inserção de outros tipos de 
produtos, sendo registrado um total de 2.118 acidentes do trabalho no ano de 2012. 
Carpes Jr. e Sell (2003) realizaram um estudo sobre as várias teorias de 
acidentes de trabalho, onde observaram que elas evoluíram de uma visão em que o 
trabalhador era sempre o culpado pelo acidente, até uma que admite a coexistência 
de diversas causas para os mesmos. 
No Brasil, é prática corrente das empresas atribuírem a ocorrência do 
acidente de trabalho a comportamentos inadequados do trabalhador (descuido, 
imprudência, negligência, desatenção), em que as investigaçõesde acidentes 
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trabalhistas somente se concentram para recomendações centradas na mudança de 
comportamento do colaborador (prestar mais atenção, tomar mais cuidado, reforçar 
o treinamento). 
Entretanto, de acordo com a Previdência Social (2012), mais da metade do 
total de acidentes registrados no ano de 2012 (423.935 acidentes), ocorreram por 
motivos típicos, decorrentes principalmente da característica da atividade 
profissional desempenhada pelo acidentado. As doenças do trabalho também 
apresentam relevância pelo impacto que causam à saúde do trabalhador. 
De forma geral, não é possível eliminar o risco de acidentes, porém é possível 
a prevenção através da eliminação de suas causas, que podem decorrer tanto das 
condições pessoais dos colaboradores quanto das condições existentes no local de 
trabalho. 
Para Quelhas, Alves e Filardo (2003), os aspectos preventivos envolvidos na 
segurança do trabalho buscam minimizar os riscos e as condições inadequadas e 
incorporar a melhoria contínua das condições de trabalho introduzindo requisitos 
mínimos de segurança cada vez mais rígidos. Os riscos de acidentes podem ser 
identificados pela inspeção sistemática do local de trabalho, sendo esta uma das 
medidas preventivas mais importantes para assegurar um local de trabalho seguro. 
 
2.1 Acidentes Ocupacionais 
 
Os riscos estão presentes nas mais diversas situações, especialmente nos 
ambientes de trabalho. De acordo com Rodrigues et al. (2008), atualmente, os 
trabalhadores estão mais sujeitos a acidentes ocupacionais provocados pela 
pressão que estão submetidos, principalmente os que desenvolvem funções nas 
indústrias de alimentos, cujas atividades demandam cuidados acentuados em 
relação ao controle dos produtos, o que pode acarretar-lhes desgastes emocionais, 
físicos e psicológicos. Tais fatores podem influenciar diretamente no ritmo da 
produção, seja pela incidência de doenças ocupacionais ou ainda, pela ocorrência 
de acidentes. 
Os riscos ocupacionais são aqueles que podem causar danos à saúde do 
trabalhador em seu ambiente de trabalho. Podem ser classificados segundo sua 
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natureza e a forma com que atuam no organismo humano, conforme disposto no 
Quadro 1, de acordo com a Norma Regulamentadora 5 (NR–5) (BRASIL, 1999). 
 
Quadro 1 - Classificação dos principais riscos ocupacionais 
Riscos 
físicos 
Riscos 
químicos 
Riscos 
biológicos 
Riscos ergonômicos Riscos de acidentes 
Ruídos Poeiras Vírus Esforço físico intenso Arranjo físico inadequado 
Vibrações Fumos Bactérias 
Levantamento e 
transporte manual de peso 
Máquinas e equipamentos 
sem proteção 
Radiações 
ionizantes 
Névoas Protozoários 
Exigência de postura 
inadequada 
Ferramentas inadequadas 
ou defeituosas 
Radiações 
não 
ionizantes 
Neblinas Fungos 
Controle rígido de 
produtividade 
Iluminação inadequada 
Frio Gases Parasitas 
Imposição de ritmos 
excessivos 
Eletricidade 
Calor Vapores Bacilos 
Trabalho em turno e 
noturno 
Probabilidade de incêndio 
ou explosão 
Pressões 
anormais 
Substâncias, 
compostas ou 
produtos químicos 
 
Jornada de trabalho 
prolongada 
Armazenamento 
inadequado 
Umidade Monotonia e repetitividade Animais peçonhentos 
 
Outras situações 
causadoras de stress 
físico e/ou psíquico 
Outras situações de risco 
que poderão contribuir 
para a ocorrência de 
acidentes 
Fonte: Brasil (1999) 
 
2.1.1 Riscos físicos 
 
De acordo com a NR-9 (BRASIL, 1994) consideram-se agentes físicos as 
diversas formas de energia a que possam estar expostos os trabalhadores, tais 
como ruídos, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações 
ionizantes, radiações não ionizantes, bem como o infrassom e o ultrassom. 
As máquinas e equipamentos utilizados pelas empresas produzem ruídos que 
podem atingir níveis excessivos. Sua intensidade é medida em decibéis (dB), 
podendo causar danos imediatos ou graduais aos que a eles se expõem por tempo 
e níveis acima do recomendado. A NR-15 (BRASIL, 1978) relata que existem dois 
tipos de ruídos, sendo eles: o contínuo ou intermitente e o de impacto. O anexo n˚1 
desta Norma traz os limites de tolerância para o primeiro caso. 
É comum, em indústrias, o uso de máquinas e equipamentos que produzem 
vibrações, as quais podem ser nocivas ao trabalhador. Essas podem ser localizadas 
ou de corpo inteiro. Esse risco é considerado insalubre caso o trabalhador exposto 
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esteja sem a proteção adequada e é regulamentado pelo anexo n˚8 da NR-15 
(BRASIL, 1978). 
Há uma série de atividades em que os trabalhadores ficam sujeitos a 
pressões ambientais acima ou abaixo das pressões normais. Por sua vez, as 
pressões anormais, ocorrem em trabalhos sob ar comprimido e dos trabalhos 
submersos, onde o trabalhador é obrigado a suportar pressões maiores que a 
atmosférica, exigindo-se descompressão. O anexo n˚6 da NR-15 (BRASIL, 1978) 
traz regulamentações e recomendações a cerca desses tipos de tarefas. 
As temperaturas extremas (frio e calor) podem causar danos à saúde do 
trabalhador. No caso de exposição excessiva ao calor, os limites são os constantes 
do anexo nº 3 da NR-15 (BRASIL, 1978). Em geral, é necessário a implementação 
de procedimentos para uma adequada reidratação, além de vestimentas adequadas. 
Em relação à exposição excessiva ao frio, disposta pelo anexo n˚9 da NR-15 
(BRASIL, 1978), como por exemplo as câmaras frias, em torno de temperaturas por 
volta de -1°C, já se começa a ocorrer o congelamento dos tecidos. 
A absorção de radiações pelo organismo é responsável pelo aparecimento de 
diversas lesões, podendo ser classificadas como ionizantes ou não ionizantes. O 
anexo n˚5 da NR-15 (BRASIL, 1978) ressalta que nas atividades ou operações onde 
trabalhadores possam ser expostos a radiações ionizantes, como os Raios-X, por 
exemplo, os limites de tolerância, princípios, obrigações, entre outros, estão 
dispostos na Norma CNEN-NE-3.01 (Diretrizes Básicas de Radioproteção). Já as 
radiações não ionizantes, regulamentada pelo anexo n˚7 da mesma Norma, como as 
microondas, ultravioleta e laser, são consideradas insalubres, caso não ofereçam 
proteção adequada. 
 
2.1.2 Riscos químicos 
 
De acordo com a NR-9 (BRASIL, 1994), consideram-se agentes químicos as 
substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo pela via 
respiratória, nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores, ou 
que pela natureza da atividade de exposição, possam ter contato ou ser absorvidos 
pelo organismo através da pele ou por ingestão. 
 
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2.1.3 Riscos biológicos 
 
Os riscos biológicos relacionam-se à capacidade de organismos vivos 
causarem doenças no organismo humano. De acordo com a NR-9 (BRASIL, 1994), 
consideram-se agentes biológicos as bactérias, fungos, bacilos, parasitas, 
protozoários, vírus, entre outros. 
Esses organismos estão presentes em muitos ambientes de trabalho e 
desencadeiam muitas doenças, principalmente aos que trabalham na agricultura, 
construção civil, veterinária e nos serviços de assistência à saúde. 
 
2.1.4 Riscos ergonômicos 
 
A ergonomia é tratada pela Norma Regulamentadora 17 do Ministério do 
Trabalho (BRASIL, 1990). Esta norma tem por finalidade estabelecer parâmetros 
que permitam adaptar as condições de trabalho às características psicofisiológicas 
dos trabalhadores, de modo a proporcionar o máximo de conforto, segurança de 
desempenho eficiente. 
Menezes e Santos (2014) enfatizam que o objetivo da ergonomia é adaptar o 
trabalho ao homem, se interessando em compreender o distanciamento entre o 
prescritoe a realidade, visto que a não adequação pode provocar diminuição do 
desempenho dos trabalhadores, havendo a importância da adaptação do trabalho, 
no que diz respeito às máquinas equipamentos e ambiente, ao homem, às 
características e restrições, valores e limitações. 
Muitas situações do trabalho e também da vida cotidiana são prejudiciais a 
saúde. As posturas desfavoráveis no ambiente de trabalho podem conduzir ao 
desenvolvimento de Lesões por Esforço Repetitivo (LER) e Doenças 
Osteomusculares Relacionadas com o Trabalho (DORT), seja através de trabalho 
estático ou de posturas assumidas durante um trabalho mais dinâmico. 
A NR-17 (BRASIL, 1990) coloca em seu item 17.1.2 que para avaliar a 
adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos 
trabalhadores, cabe ao empregador realizar a análise ergonômica do trabalho. Desta 
forma, há uma exigência normativa para que a análise ergonômica do trabalho seja 
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realizada pelo empregador. A análise das condições de trabalho é um elemento 
essencial para o desenvolvimento da ergonomia no ambiente de trabalho. 
De forma geral, pode-se considerar que avaliar a ergonomia no ambiente de 
trabalho não é mais do que um exame cuidadoso, realizado a fim de detectar os 
componentes que lá existem, capazes de causar danos aos colaboradores expostos. 
 
2.1.5 Riscos de acidentes 
 
Os riscos de acidentes se originam das atividades que envolvem máquinas e 
equipamentos, sendo responsáveis pelo surgimento das lesões. Esses acidentes 
ocorrem pelo fato das máquinas e equipamentos não possuírem proteção, 
ferramentas defeituosas ou inadequadas. 
Para tal, a NR-12 (BRASIL, 2010) define referências técnicas, princípios 
fundamentais e medidas de proteção para garantir a saúde e a integridade física dos 
trabalhadores e estabelece requisitos mínimos para a prevenção de acidentes e 
doenças do trabalho nas fases de projeto de utilização de maquinas e equipamentos 
de todos os tipos. 
E imprescindível que o empregador adote medidas de proteção para o 
trabalho em maquinas e equipamentos, a fim de garantir a saúde e a integridade 
física dos trabalhadores e medidas apropriadas sempre que houver pessoas com 
deficiência envolvidas direta ou indiretamente no trabalho. 
Os riscos de acidentes ainda englobam a iluminação inadequada. A NR-17 
(BRASIL, 1990) ressalta que os locais de trabalho devem possuir iluminação 
adequada, natural ou artificial, sendo apropriada a natureza dos trabalhos. 
Ambientes com excesso ou falta de iluminação dificultam o trabalho, além de 
contribuírem para o aumento dos acidentes. Os níveis mínimos de iluminância de 
interiores se utiliza a Norma ABNT NBR ISO/CIE 8995-1:2013, que estabelece os 
valores de iluminância no ambiente de trabalho. 
Este estudo teve por objetivo a verificação das condições de trabalho, 
sobretudo dos riscos ocupacionais, envolvidos em uma indústria de alimentos, 
classificada conforme a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO) (BRASIL, 
2002) como sendo do ramo de atividades de fabricação de biscoitos e bolachas, por 
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produzir biscoitos e bolachas e também do ramo de atividades de fabricação de 
outros produtos alimentícios, por produzir salgadinhos para aperitivo. 
 
3 METODOLOGIA 
 
A presente pesquisa foi realizada no mês de outubro do ano de 2014. A 
indústria alimentícia, neste momento, estava presente no mercado há 12 anos e 
contava com um efetivo fixo de 104 colaboradores, sendo 39 pessoas na área de 
administração; 18 pessoas na área de transportes e 47 pessoas envolvidas 
diretamente com a produção dos alimentos. Por restrições da própria indústria, a 
mesma será aqui denominada como Empresa X. 
As condições de trabalho, bem como as não conformidades dos processos e 
instalações, foram avaliadas através da aplicação de um checklist, tendo por base 
as normatizações pertinentes ao local avaliado. 
A metodologia empregada consistiu em realizar a descrição dos processos de 
trabalho; o exame das normatizações pertinentes; a elaboração de um checklist de 
verificação para avaliação das não conformidades encontradas e por fim, a 
realização de inspeções nos locais de trabalho. 
 
4 RESULTADOS 
 
4.1 Processo Produtivo 
 
A Empresa X possui duas marcas de alimentos: uma consiste na fabricação 
de biscoitos e a outra na fabricação de salgadinhos para aperitivo. A produção de 
bolachas possui uma linha de produção para a fabricação de rosquinhas e biscoitos 
de leite. A produção dos salgadinhos para aperitivo possui duas linhas de produção: 
uma fabrica salgadinhos de milho extrusado e a outra, pasteizinhos de trigo. 
 
4.1.1 Fabricação de biscoitos 
 
Na linha de produção da fabricação de biscoitos, a indústria possui 12 
colaboradores. O processo de fabricação dos biscoitos, disposto na Figura 1, se 
inicia com o transporte da matéria-prima à sala de preparo da massa, onde os 
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ingredientes são conferidos, pesados e misturados. É feita a formatação, distribuição 
automática da massa e assadura com o auxílio de esteiras. Os biscoitos são 
resfriados em temperatura ambiente e empacotados automaticamente. 
Posteriormente são embalados em caixas e estocados, para posterior expedição. 
 
Figura 1 - Fluxograma do processo de produção de biscoitos 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4.1.2 Fabricação de salgadinhos de milho extrusado 
 
A produção dos salgadinhos de milho extrusado conta com 25 colaboradores, 
O processo se inicia, conforme indicado na Figura 2, quando os ingredientes são 
misturados através da máquina extrusora, onde são formatados e enviados ao 
secador rotativo para serem saborizados e aromatizados. Os salgadinhos são 
ensacados em sacos de aproximadamente 12 kg e posteriormente armazenados. 
Conforme a necessidade, esses sacos são encaminhados à área de 
empacotamento. Após empacotados os salgadinhos são embalados em fardos, 
estocados e expedidos. 
 
 
 
 
Recepção dos ingredientes 
Moldagem 
Assadura 
Resfriamento 
Empacotamento 
Estocagem 
 
Distribuição 
Dosagem dos ingredientes 
Misturador 
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Figura 2 - Fluxograma do processo de produção de salgadinhos de milho extrusado 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4.1.3 Fabricação de pasteizinhos de trigo 
 
O processo de produção dos pasteizinhos de trigo possui 10 colaboradores. 
Este se inicia com o transporte da matéria-prima à sala de preparo da massa onde 
os ingredientes são conferidos, pesados e misturados, conforme ilustrado na Figura 
3. Após descanso da massa, é realizada a formatação com cilindros e cortadores 
automáticos. Os pasteizinhos são levados à fritura através de esteiras rolantes, após 
são saborizados e aromatizados. Os salgadinhos são ensacados em sacos de 
aproximadamente 10 kg e posteriormente armazenados. Conforme a necessidade, 
esses sacos são encaminhados à área de empacotamento. Após empacotados os 
salgadinhos são embalados em caixas, estocados, para posterior expedição. 
 
 
 
 
 
 
 
Recepção milho 
Extrusão 
Secagem 
Aromatização 
Ensacamento 
Armazenamento 
Empacotamento 
Estocagem 
Distribuição 
Água 
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Figura 3 - Fluxograma do processo de produção dos pasteizinhos de trigo 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
4.2 Normas Regulamentadoras Aplicáveis 
 
O Quadro 2 dispõe do apanhado das normas regulamentadoras aplicáveis às 
diversas atividades desempenhadas pela Empresa X. Desta forma, foram 
descriminadas e organizadas no checklist disposto emApêndice. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Descanso 
Moldagem 
Fritura 
Temperador 
Ensacamento 
Armazenamento 
Empacotamento 
Estocagem 
Distribuição 
Recepção ingredientes 
Dosagem de ingredientes 
Misturador 
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Quadro 2 - Normas regulamentadoras aplicáveis 
Norma Título 
4 
Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do Trabalho – 
SESMT 
5 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA 
6 Equipamento de Proteção Individual – EPI 
7 Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO 
8 Edificações 
9 Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA 
12 Segurança no trabalho em máquinas e equipamentos 
14 Fornos 
15 Atividades e operações insalubres 
17 Ergonomia 
23 Proteção contra incêndios 
 
4.2.1 Serviços Especializados em Engenharia de Segurança e em Medicina do 
Trabalho – SESMT 
 
A Empresa X está enquadrada no grau de risco 3 e por possuir entre 101 a 
250 empregados está obrigada, de acordo com a NR-4 anexo II (BRASIL, 1983), a 
manter o SESMT, com o dimensionamento de 1 técnico de segurança do trabalho, a 
fim de promover a saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de 
trabalho. 
 
4.2.2 Comissão Interna de Prevenção de Acidentes – CIPA 
 
Ficou constatado que a Empresa X possui uma CIPA em funcionamento, 
cumpre o que é estabelecido pela NR-5 em relação à sua organização, ao seu 
funcionamento, ao treinamento e ao processo eleitoral. 
O dimensionamento da CIPA na Empresa X conta com 3 membros efetivos e 
3 membros suplentes, estando de acordo com o dimensionamento exigido pela NR-
5 (BRASIL, 1999). Esse dimensionamento compõe tanto representantes do 
empregador como dos empregados. 
Porém, esta CIPA foca suas atividades restritamente na Semana Interna de 
Prevenção de Acidentes (SIPAT), falhando em outras atribuições tais como: o 
desenvolvimento de um plano de trabalho que possibilite ação preventiva na solução 
de problemas de segurança; elaboração do mapa de risco; a realização de reuniões 
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periódicas para a discussão dos riscos identificados neste plano; verificações no 
ambiente de trabalho a fim de identificar situações que tragam riscos; o 
desenvolvimento de discussões e ações conjuntas com o SESMT, entre outras. 
 
4.2.3 Equipamento de Proteção Individual – EPI 
 
Todos os colaboradores da Empresa X possuem protetores auriculares, 
devido aos altos níveis de ruído presentes em todo o processo. Todos receberam 
treinamento de uso e conservação assim que os equipamentos lhe foram entregues 
e fazem seu uso corretamente. Os colaboradores da área de extrusão de 
salgadinhos de milho, onde o ruído é mais intenso, possuem protetores do tipo 
concha e os demais possuem protetores de inserção. 
 
4.2.4 Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional – PCMSO 
 
A Empresa X se encontra em desacordo com a NR-7 (BRASIL, 1994), que 
enquadra dentre às empresas as que têm a obrigatoriedade da elaboração e 
implementação do PCMSO, visto que possui grau de risco 3 e mais de 10 
funcionários e não oferece um médico do trabalho aos seus colaboradores. 
 
4.2.5 Edificações 
 
A Empresa X possui os requisitos mínimos que devem possuir as edificações 
de acordo com a NR-8 (BRASIL, 1983), para que a segurança e conforto dos 
colaboradores estejam garantidos. Assim sendo, possui pisos nivelados, rampas e 
escadas fixas em bom estado de conservação, guarda-corpos tem 0,90m de altura 
no mínimo a contar de nível do piso, além de coberturas com proteção contra 
chuvas e que evitam insolação excessiva. 
 
4.2.6 Programa de Prevenção de Riscos Ambientais – PPRA 
 
Verificou-se que os trabalhadores da Empresa X estão expostos a agentes 
físicos e químicos, sendo obrigatória a elaboração do PPRA de acordo com a NR-9 
(BRASIL, 1994). 
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4.2.7 Segurança no trabalho em máquinas e equipamentos 
 
Observou-se que não existem as necessárias demarcações no chão, nos 
locais de instalação de máquinas e equipamentos e áreas de circulação, ao longo de 
todo o processo de produção. No setor de fabricação de biscoitos inexiste uma área 
específica demarcada de armazenamento para os materiais em utilização no 
processo produtivo. 
As máquinas e equipamentos são muito antigos, desgastados, não possuem 
sistema de segurança e apresentam defeitos constantemente. O equipamento de 
moldagem de biscoitos, não oferece quaisquer tipos de proteção fixas ou móveis ou 
sensores de segurança, bem como qualquer aviso de perigo ou cuidado. Este 
equipamento não atende aos aspectos ergonômicos descritos na norma, visto que 
para abastecimento de massa, os trabalhadores são obrigados a subir em caixotes 
de madeira dispostos no chão. 
As áreas de circulação e os espaços em torno de máquinas e equipamentos 
estão de forma em que o material e os trabalhadores possa se movimentar com 
segurança, assim como as instalações e dispositivos elétricos estão em bom estado 
de conservação. 
 
4.2.8 Fornos 
 
Diante do observado na Empresa X, em relação aos fornos utilizados, pode-
se afirmar que esses oferecem segurança e não implicam no conforto dos 
trabalhadores segundo a NR-14 (BRASIL, 1983), pois são revestidos com material 
refratário e dotados de chaminés de modo que haja a livre saída dos gases 
queimados. 
 
4.2.9 Atividades e operações insalubres 
 
Com base na NR-15 (BRASIL, 1978), constatou-se na área de extrusão dos 
salgadinhos de milho, um elevado ruído contínuo, podendo ser um local insalubre. 
Nesta pesquisa, não foi realizada a medição do agente e também nunca requerida a 
terceiros pelo empregador. 
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693 
 
Ressalta-se que os trabalhadores desta área utilizam abafadores de ouvido 
para a proteção contra tal agente, porém os colaboradores que trabalham na área 
ao lado (empacotamento de salgadinhos) também estão expostos ao ruído e utilizam 
protetores de inserção. Esses dois tipos de EPI oferecem diferentes níveis de 
proteção. 
 
4.2.10 Ergonomia 
 
Todo transporte de carga é feito manualmente. Alguns trabalhadores 
desempenham o transporte manual descontínuo de cargas, enquanto outros, o 
transporte manual contínuo, podendo comprometer a saúde do colaborador. Não 
existe treinamento sobre carregamento de peso, o trabalho é realizado em pé 
durante toda a jornada de trabalho, inexistindo assentos para descanso durante as 
pausas que seriam necessárias. Existe insuficiência na quantidade de carrinhos de 
mão necessários para o auxílio no transporte de carga, desta forma muitos 
colaboradores o fazem sobre os braços e até mesmo sobre as costas. 
Colaboradores que desempenham atividades nas linhas de empacotamento e 
nos setores administrativos passam grande parte do tempo ou a maior parte dele 
sentados, e não possuem qualquer tipo de adequação que os projete para a 
realização de determinada atividade. A tarefa dos colaboradores que fazem o 
empacotamento é monótona, repetitiva e sem pausas, com grau mínimo de 
dificuldade, mas sem possibilidade de desligamento mental devido à atenção na 
contagem dos pacotes para a montagem dos fardos. 
Os escritórios não possuem altos níveis de ruído, bem como a iluminação nos 
locais de trabalho são adequadas. 
 
4.2.11 Proteção contra incêndios 
 
Tendo em vista a NR-23 (BRASIL, 2011), em relação à proteção contra 
incêndios, observou a presença de alguns extintores na Empresa X, no entanto, 
quando inspecionados em relação ao seu prazo de recarga, verificou-se que estes 
eram muito antigos. Dos extintores presentes, todos possuíam a sinalização 
adequada, porém a passagem se encontrava obstruída por caixas. 
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694 
 
O local possui dispositivo de alarmes para incêndio, saídas suficientes e 
sinalizadas, de modo que os que se encontrem nesses locais possam abandoná-los 
com rapidez e segurança 
 
5 DISCUSSÃO 
 
Nesta pesquisa foram levantados fatores no ambiente de trabalho da empresa 
estudada que podem determinar riscos para acidentes, pois podem se constituir 
situações nas quais, a interação de diversos fatores que transformem situações 
controladas em não controladas. 
Para Heinrich (1959), o acidente seria causado por uma cadeia linear de 
fatores, como uma sequência de dominós justapostos, que culminaria na lesão. A 
primeira peça do dominó seria os fatores sociais e ambientais prévios responsáveis 
pela formação do caráter dos operários. A segunda peça, os comportamentos 
inadequados dos trabalhadores, frutos de características herdadas ou adquiridas. 
Esses comportamentos inadequados poderiam vir a constituir-se em atos inseguros, 
isto é, em comportamentos de risco que, juntamente com a presença de condições 
inseguras (terceira peça do dominó), levariam à ocorrência do acidente e, por fim, à 
lesão (respectivamente a quarta e a quinta peças da sequência de dominós). 
O SESMT é uma equipe de profissionais, que tem por finalidade promover a 
saúde e proteger a integridade do trabalhador no local de trabalho. É regulamentado 
pela NR-4 (BRASIL, 1983), onde seu dimensionamento vincula-se à gradação do 
risco da atividade principal e ao número total de empregados na empresa. O serviço 
pode incluir médico do trabalho, enfermeiro do trabalho, técnico de enfermagem do 
trabalho, engenheiro de segurança do trabalho e/ou técnico de segurança do 
trabalho. 
Ressalta-se a importância do cumprimento legal em relação a compor o 
SESMT. Cabe à Empresa X, para o dimensionamento correto do SESMT, a 
contratação de um técnico de segurança do trabalho. Magnano et al. (2013) concluiu 
em sua pesquisa que o desempenho do SESMT é essencial para a redução e 
eliminação de risco para a saúde dos trabalhadores, especialmente em relação a 
insalubridade. Os profissionais das equipes de SESMT têm habilidades únicas e 
essenciais que são necessários para assegurar e desenvolver a assistência médica 
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695 
 
para os trabalhadores, principalmente aqueles relacionados à identificação, 
avaliação e controle dos riscos ambientais. 
Os resultados encontrados nesta pesquisa em relação à CIPA são 
semelhantes aos encontrados por Lacerda et al. (2005) em industrias alimentícias, 
no qual se identificou a falta de uma atuação efetiva da Comissão, dificultando o 
atendimento da compatibilização permanente do trabalho com a preservação da 
saúde dos trabalhadores. Ressalta-se que a CIPA é de total relevância no que se diz 
respeito às condições de riscos no ambiente de trabalho, sendo responsável por 
observar, relatar e solicitar medidas para redução, eliminação ou neutralização dos 
mesmos. 
Uma dessas medidas é a elaboração do mapa de risco. A NR-5 (BRASIL, 
1999) recomenda que este deva ser elaborado pela CIPA. Na sua confecção devem 
ser ouvidos os trabalhadores de todos os setores do estabelecimento e com a 
colaboração do SESMT, quando houver necessária composição. Sendo 
indispensável, a participação das pessoas expostas ao risco no dia-a-dia. Através de 
sua elaboração são identificados os diversos fatores capazes de acarretar riscos à 
saúde do trabalhador e acidentes e doenças de trabalho, indicando de forma prática 
e clara os riscos envolvidos no ambiente de trabalho, estimulando os trabalhadores 
quanto à utilização de práticas de prevenção. Tinoco, Brito e Lima (2012) ressaltam 
a responsabilidade legal, onde a falta de elaboração e afixação dos mapas de riscos 
nos locais de trabalho pode acarretar em multas elevadas. Essa multa é aplicada em 
casos extremos, quando fica evidenciada a posição do empregador em fraudar a lei 
ou resistir à fiscalização. 
No que refere a equipamentos de proteção individual, Lacerda et al. (2005), 
semelhantemente a esta pesquisa, observou índices sensivelmente elevados de 
ruídos no processo produtivo de uma industria de alimentos, onde os colaboradores 
utilizavam protetores auriculares, porém sem a comprovação de sua eficácia. Em 
relação à Empresa X, ainda inexistem EPIs para o risco químico, contados na NR-6 
(BRASIL, 2001), em que se ressalta que para este caso a utilização de avental, 
luvas, proteção ocular, bem como máscara para a proteção respiratória seriam 
ideais. 
A Empresa X pode ter locais de insalubridade, em que se faz importante a 
realização da medição do nível de ruído, a fim de neutralizá-lo ou eliminá-lo, através 
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das medidas adequadas. Faz-se importante a adoção de programas que tenham por 
objetivo prevenir a instalação ou evolução das perdas auditivas nos trabalhadores. 
Almeida et al. (2000) analisou as características da perda auditiva ocupacional 
provocada por ruído, onde trabalhadores expostos apresentaram limiares 
audiométricos altamente desfavoráveis quando comparados a uma população não-
exposta. Miranda et al. (1998) reforça que deve existir o monitoramento dos 
trabalhadores expostos aos ruídos, a medição periódica dos níveis de pressão 
sonora dos ambientes, criação de medidas de proteção coletivas, bem como 
individuais. 
O PCMSO, segundo a NR-7 (BRASIL, 1994), tem caráter de prevenção, 
rastreamento e diagnóstico precoce dos agravos à saúde do trabalhador, 
constatando casos de doenças profissionais ou danos irreversíveis à saúde do 
trabalhador. É diretamente ligado ao SESMT, já que o empregador deve indicar 
dentre os médicos deste Serviço, um coordenador responsável pela execução do 
Programa. O dimensionamento do SESMT para a Empresa X desobriga o 
mantimento de um médico, de acordo com a NR-4 (BRASIL, 1983). Neste caso, o 
empregador deve indicar um médico do trabalho, empregado ou não na empresa, 
para coordenar o PCMSO. Caberá a este médico desenvolver o Programa conforme 
recomendações da NR-7, realizando exames médicos; encarregando profissionais 
familiarizados com os princípios da patologia ocupacional, condições e riscos a que 
está exposto o trabalhador a ser examinado; fazendo as avaliações pertinentes; 
entre outros, a fim de garantir a saúde dos trabalhadores. 
A NR-9 estabelece a obrigatoriedade, por parte dos empregadores, da 
elaboração do PPRA, que tem por objetivo a preservação da saúde e integridade 
dos trabalhadores, através da antecipação, reconhecimento, avaliação e controle 
dos riscos físicos, biológicos e químicos que venham a existir no ambiente de 
trabalho (BRASIL, 1994). Mesmo sendo de caráter de obrigatoriedade por parte de 
todos os empregadores e instituições que admitam trabalhadores como 
empregados, a Empresa X não possui tal Programa. Oliveira (2003) enfatiza que 
muitas organizações agem da mesma forma, em que em função da cultura 
dominante na maioria delas, os programas de segurança e saúde no trabalho são 
concebidos e orientados apenas para o atendimento à legislação que dispõe sobre a 
matéria. Entretanto, as empresas que desenvolvem seus programas pensando 
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dessa forma, possuem um baixo desempenho em segurança privilegiando situações 
de risco que se apresentam em franco desacordo com a Lei. 
Em relação à importância da adoção desses programas que promovem a 
segurança e saúde no trabalho, Oliveira (2003) ressalta que entre outras vantagens, 
há o ganho de não ser preciso desenvolver ações em duplicidade para abordar 
sobre o mesmo conteúdo, que são os aspectos produtivos. Sendo a maior 
vantagem, a possibilidade de convencer os trabalhadores de quepara fazer 
segurança não é necessário desenvolver ações específicas para tal, basta incluir 
essa preocupação nos procedimentos de trabalho e transformá-la em ações 
concretas que possam ser avaliadas e medidas. 
Em relação aos riscos de acidentes, recomenda-se à Empresa X, a aquisição 
de novos equipamentos que além de oferecer segurança através de sensores e 
dispositivos, atenda aos aspectos ergonômicos, a fim de garantir a saúde e 
integridade física dos colaboradores, remetendo a diminuição dos tempos 
improdutivos com paradas para reparo. Vale salientar a obrigação de acessos 
permanentes ou plataformas móveis que possuam estabilidade e ofereçam 
segurança para o colaborador. 
Outro fator importante envolvendo os maquinários são as sinalizações em 
torno deles, visto que é de extrema importância para a segurança dos que circulam 
pela empresa que as áreas estejam devidamente demarcadas conforme 
recomendado pela NR-26 (BRASIL, 2011). Recomenda-se a inserção da sinalização 
de segurança para advertir aos colaboradores e a terceiros sobre os riscos a que 
estão expostos em todas as linhas de produção e equipamentos. Esta sinalização 
compreende cores, símbolos, inscrições, sinais luminosos ou sonoros que ofereçam 
eficácia, devendo seguir os padrões estabelecidos pelas normas vigentes. 
Em relação à ergonomia, recomendam-se ao empregador da Empresa X que 
haja a adaptação do ambiente, equipamentos e das diversas tarefas desenvolvidas 
no ambiente de trabalho, a fim de oferecer conforto aos colaboradores. Não deve ser 
exigido nem admitido o transporte manual de cargas por um trabalhador cujo peso 
seja suscetível de comprometer sua saúde ou segurança. Recomenda-se a compra 
de carrinhos de mão e empilhadeiras para assessorar os colaboradores em suas 
atividades, bem como a realização de treinamento ou oferta de instruções 
satisfatórias quanto aos métodos de trabalho que deverão ser utilizados pelos 
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trabalhadores com o intuito de prevenir acidentes e salvaguardar sua saúde. A troca 
das cadeiras do setor administrativo e de toda a linha de produção por cadeiras com 
regulagem e que ofereçam conforto aos colaboradores é indispensável. 
Dul e Weerdmeester (2004) ressaltam os princípios mais importantes da 
biomecânica para a ergonomia e ressaltam que as articulações devem ocupar uma 
posição neutra; conservar pesos próximos ao corpo; evitar curvar-se para frente; 
evitar inclinar a cabeça; evitar torções de tronco e movimentos bruscos que 
produzem picos de tensão; alternar posturas e movimentos; restringir a duração do 
esforço muscular contínuo; prevenir a exaustão muscular e opção por pausas curtas 
e frequentes. 
A ginástica laboral pode ser adotada pela Empresa X como meio de auxiliar 
na produtividade, prevenindo lesões tais como LER/DORT, minimizando o processo 
de fadiga em trabalhos monótonos e repetitivos, entre outros. Marques e Liberali 
(2011) enfatizam que a ginástica laboral é um exercício físico eficaz para prevenir 
doenças relacionadas ao trabalho e quando bem direcionado, utilizando-se, 
sobretudo bom senso, associado ao conhecimento científico, caracterizando-se o 
trabalhador como um todo, ele será eficaz. 
Problemas encontrados na Empresa X em relação à proteção contra 
incêndios, também foram encontrados por Lacerda et al. (2005), onde recomenda-se 
a inspeção do local em relação à quantidade de extintores, observando a distância 
mínima a ser percorrida, bem como a adequação do local às normas vigentes 
quanto à localização, sinalização e prazos de validade dos extintores, a fim da 
rápida localização e fácil utilização destes em caso de incêndio. 
Como limitação dessa pesquisa, destaca-se a dificuldade de lidar com a 
questão de segurança e saúde dos trabalhadores, remetendo a dificuldade na 
obtenção de informações. Isso nos leva a afirmar que é pouco provável que os 
trabalhadores da Empresa X vislumbrem a segurança do trabalho como valor 
agregado do local de trabalho, já que não existem programas de segurança e saúde 
implementados no ambiente produtivo. Isso demonstra que a participação dos 
trabalhadores nos programas de segurança e saúde do trabalho está diretamente 
ligada à cultura da empresa e às ações que ela desenvolve. Num ambiente dessa 
natureza, dificilmente os colaboradores associam a segurança à promoção da 
qualidade de vida ou conforto ao próprio trabalho, diferentemente das empresas em 
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que os programas de segurança do trabalho são partes integrantes dos processos 
produtivos e da cultura da empresa. 
O trabalho poderá servir de subsídio para outros estudos em segurança do 
trabalho em indústrias alimentícias, contribuindo para o diagnóstico situacional e a 
implementação de medidas preventivas para a promoção da saúde do trabalhador. 
 
5 CONSIDERAÇÕES 
 
 Através da aplicação do checklist foi possível identificar os diversos riscos a 
que os trabalhadores estão expostos. A partir da avaliação destes ricos é possível 
fazer a adoção das medidas de controle. As recomendações feitas à indústria 
estudada se encontram no Quadro 3, nem todas as medidas são simples, porém 
podem ser eficazes. 
 
Quadro 3 – Recomendações aplicáveis 
NR Recomendações 
4 Implantar o SESMT e contratar um técnico de segurança do trabalho 
5 Cumprir as atribuições quanto à CIPA e elaborar do mapa de risco 
6 Oferecer EPI adequado e realizar palestras para conscientização sobre seu uso 
7 Implantar PCMSO e indicar um médico do trabalho para coordenar o Programa 
9 Elaborar o PPRA 
12 
Limitar com demarcações as áreas de equipamentos, circulação de pessoas e 
armazenamento de materiais em utilização no processo; adquirir ou adequar 
equipamentos com proteção fixas, móveis e com sensores de segurança; adequar 
equipamento com acessos permanentes ou plataformas móveis; inserir sinalização de 
segurança quanto ao local e equipamentos 
15 Medir insalubridade quanto aos ruídos 
17 
Comprar carrinhos de mão e empilhadeiras; trocar cadeiras das linhas de produção; 
oferecer adaptações para os que realizam trabalhos administrativos; elaborar de ginástica 
laboral; oferecer treinamento ergonômico 
23 Inspecionar a recarga, quantidade, localização e sinalização dos extintores 
 
As propostas referidas a Empresa X, visam garantir que o ambiente de 
trabalho seja projetado para a minimização dos riscos à saúde e segurança dos 
trabalhadores. As modificações com os aspectos aqui apresentados atendem às 
exigências legais trabalhistas e vão de encontro com o objetivo de empresas que 
consideram o bem-estar do trabalhador como primordial. Com a adoção dessas 
medidas, doenças e acidentes podem ser evitados, contribuindo para um ambiente 
de trabalho mais seguro e saudável para todos. 
 
Revista Produção Online, Florianópolis, SC, v. 16, n. 2, p. 678-704, abr./jun. 2016. 
700 
 
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 DOI: http://dx.doi.org/ 10.14488/1676-1901.v16i2.2063 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://dx.doi.org/
Revista Produção Online, Florianópolis, SC, v. 16, n. 2, p. 678-704, abr./jun. 2016. 
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APÊNDICE 
Checklist para avaliação de não conformidades 
NR Pergunta Sim Não N/A* Observações 
4 
1. Existe Serviço Especializado em Engenharia de 
Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT)? 
 
1.1 O dimensionamento do SESMT obedece ao 
estabelecido pela NR-4? 
 
5 
2. Existe a comissão interna de prevenção de acidentes 
(CIPA) estabelecida normalmente? 
 
2.1 A CIPA cumpre o que é estabelecido pela NR-5 em 
relação à sua organização? 
 
2.2 A CIPA cumpre o que é estabelecido pela NR-5 em 
relação às suas atribuições? 
 
2.3 A CIPA cumpre o que é estabelecido pela NR-5 em 
relação ao seu funcionamento? 
 
2.4 A CIPA cumpre o que é estabelecido pela NR-5 em 
relação ao treinamento? 
 
2.5 A CIPA cumpre o que é estabelecido pela NR-5 em 
relação ao processo eleitoral? 
 
6 
3. A Empresa forneceu aos empregados, gratuitamente, o 
Equipamento de Proteção Individual (EPI) adequado ao 
risco, em perfeito estado de conservação e funcionamento? 
 
3.1 Os funcionários estão fazendo o uso correto do EPI? 
3.2 Todo funcionário recebeu treinamento de uso e 
conservação dos EPIs? 
 
7 
4. Existe Programa de Controle Médico de Saúde 
Ocupacional (PCMSO)? 
 
8 
5. Os pisos estão desnivelados ou salientes? 
5.1 As rampas ou escadas fixas estão em bom estado de 
conservação? 
 
5.2 Os guarda-corpos tem 0,90m de altura no mínimo a 
contar de nível do piso? 
 
5.3 Há problemas de pisos de rampas escorregadias? 
5.4 As coberturas dos locais possuem proteção contra 
chuvas e evitam insolação excessiva? 
 
9 
6 Existe o Programa de Prevenção de Riscos Ambientais 
(PPRA)? 
 
6.1 Os trabalhadores estão expostos a agentes físicos? 
6.2 Os trabalhadores estão expostos agentes biológicos? 
6.3 Os trabalhadores estão expostos a agentes químicos? 
12 
7. Nos locais de instalação de máquinas e equipamento, as 
áreas de circulação estão demarcadas? 
 
7.1 Os materiais em utilização no processo produtivo estão 
em áreas específicas de armazenamento, devidamente 
demarcados com faixas na cor indicada pela norma? 
 
7.2 As áreas de circulaçãoe os espaços em torno de 
máquinas e equipamentos estão de forma em que o 
material e os trabalhadores possa se movimentar com 
segurança? 
 
7.3 As instalações e dispositivos elétricos estão em bom 
estado de conservação? 
 
7.4 Os dispositivos possuem sinalização e identificação 
quanto ao perigo de choque elétrico e restrição de acesso? 
 
7.5 As máquinas e equipamentos possuem sistema de 
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segurança, tais como proteções fixas, proteções móveis e 
dispositivos de segurança interligados? 
7.6 As máquinas e equipamentos possuem dispositivos de 
parada de emergência? 
 
7.7 As máquinas e equipamentos possuem sensores de 
segurança? 
 
7.8 As máquinas e equipamentos foram projetados e 
construídos de modo que atendam aos aspectos 
ergonômicos descritos na norma? 
 
7.9 As máquinas e equipamentos dispõem de dispositivos 
de acionamento com fácil e seguro acesso ao colaborador? 
 
7.9.1 Esses dispositivos podem ser acionados por outra 
pessoa em caso de emergência? 
 
7.10 Todas as máquinas e equipamentos têm proteção? 
7.11 As máquinas e equipamentos possuem chave geral? 
7.12 Existe sinal de alarme para acionamento ou 
desligamento simultâneo de um conjunto de máquinas? 
 
7.13 As transmissões de força das máquinas e 
equipamentos estão enclausurados dentro de suas 
estruturas ou devidamente isolados por proteções? 
 
7.14 As máquinas e equipamentos estão aterrados 
eletricamente? 
 
7.15 Circulam pessoas não autorizadas nas áreas de 
trabalho com máquinas e equipamentos? 
 
14 
8. Os fornos são revestidos com material refratário de 
forma que o calor não ultrapasse os limites de tolerância? 
 
8.1 Eles são dotados de chaminés, de modo que haja a 
livre saída dos gases queimados? 
 
15 
9. O local é insalubre? 
9.1 Há necessidade da medição do agente? 
 
17 
 
10. Há transporte manual de carga no local? 
17 
10.1 O peso transportado pode comprometer a saúde do 
trabalhador? 
 
10.1.1 Há meios mecânicos para a realização desta tarefa? 
10.2 Para trabalho manual sentado, as bancadas, mesas e 
escrivaninhas proporcionam ao trabalhador condições de 
boa postura, visualização e operação? 
 
10.3 Para atividades realizadas de pé, existem assentos 
para descanso em locais que possam ser utilizados por 
todos os trabalhadores durante as pausas? 
 
10.4 Nos escritórios existem altos níveis de ruído? 
10.5 A iluminação do local de trabalho é adequada? 
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11 O local possui extintores de combate a incêndio? 
11.1 Os extintores estão com seu prazo de recarga em dia? 
11.2 Os extintores estão em locais de fácil visualização, 
devidamente sinalizados e desobstruídos? 
 
11.3 O local possui dispositivo de alarmes para incêndio? 
11.4 O local possui saídas suficientes, de modo que os que 
se encontrem nesses locais possam abandoná-los com 
rapidez e segurança? 
 
11.4.1 Essas saídas estão devidamente sinalizadas? 
*Não se aplica

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