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Aula 2 Dinâmica das populações Tabela de vida e Matrizes Populacionais Demografia de Populações Espacial (estrutura das populações) – como os indivíduos estão organizados? Temporal (dinâmica das populações) - como o número de indivíduos varia no tempo? Descreve mudanças nos parâmetros populacionais ao longo do tempo Dinâmica de populações (tempo) • Parâmetros populacionais: – Natalidade (B) – Mortalidade (D) – Movimento dos indivíduos • Emigração (E) • Imigração (I) Estudar apenas a população alvo, uma população fechada Estudar várias populações interligadas, populações abertas Esses parâmetros definem o principal objetivo da Ecologia - Descrever, explicar e entender a distribuição e abundância dos organismos Processos que modificam o tamanho populacional → Natalidade, mortalidade e deslocamentos para dentro e para fora dos limites populacionais (dispersão ou migração) Uma das maiores questões da ecologia é entender as causas que modificam o tamanho populacional Entender a natalidade, mortalidade e dispersão/migração Contar numa população quantos indivíduos nasceram e quantos morreram é uma maneira de entender as mudanças no tamanho da população Natalidade e Mortalidade (Cerqueira et al. 1992) Maiores taxas de sobrevivência e “recrutamento”, que inclui nascimentos e imigrantes Crescimento populacional • População fechada (sem movimento) N1=N0+B-D ΔN = B-D Ou: mudança no tamanho da população (dN) durante um intervalo de tempo (dT) dN/dT= B-D • População aberta (com movimento) N1=N0+B-D-E+I ΔN = B-D-E+I Dinâmica de populações • Estudos demográficos → compreender fatores determinantes da ecologia de populações e traçar estratégias para a sua conservação • Conceito importante na Biologia de Populações – TAXA DE CRESCIMENTO – várias formas de estimar → tabelas de vida Crescimento populacional • Contar numa população - quantos indivíduos nasceram e quantos morreram é uma maneira de entender as mudanças no tamanho da população Importante também saber a idade ou estágio de cada indivíduo TABELAS DE VIDA • Forma de descrever as mudanças nos números de uma população entre dois pontos no tempo • Suficientes para o estudo da sobrevivência e mortalidade de uma dada população num dado período de tempo • Duas diferentes abordagens podem ser utilizadas para obter a estrutura etária de uma população: – Abordagem de coorte – Abordagem de tempo específico Abordagem coorte – Segue uma coorte até todos os membros terem morrido Abordagem tempo específico • Utiliza dados de todas as idades dentro de uma população • Ou seja, todas as coortes da população são examinadas ao mesmo tempo Tabela de Vida sobrevivência fecundidade mortalidade expectativa de vida Em cada idade, classe de tamanho, estádio ontogenético... Tabela de Vida de Coorte ou Dinâmica acompanhar um grupo de indivíduos com a mesma idade do nascimento a morte Espécies anuais Dados de campo Proporção da coorte original sobrevivente ao início do estágio Número total de ovos produzidos por cada classe Número médio de ovos produzidos por cada indivíduo Taxa Reprodutiva Líquida 0,03x17= 0,51 Tabela de Vida Estática ou de Tempo Específico idade dos indivíduos é estimada, um único intervalo de tempo Estática “foto instantânea da população” Tempo Específico acompanhar a população por um período de tempo Pressuposição indivíduos da classe subseqüente sejam os sobreviventes da classe anterior Populações com indivíduos de várias classes etárias coexistindo ao mesmo tempo e espécies muito longevas Tabela de Vida Diagramática Kajin et. al 2010 Exemplo de Tabela de Vida: l= sobrevida – relacionada a primeira classe etária; d= mortalidade; q= taxa de mortalidade; p= taxa de sobrevivência; e= expectativa de vida – número de intervalos que o indivíduo ainda viverá; m= fecundidade – número de filhotes; V= valor reprodutivo – expectativa de reprodução futura idade específica; Vr= valor reprodutivo residual – relação de sobrevivência com o número de filhotes MODELO MATRICIAL • Matriz → ferramenta desenhada para manipular e armazenar grandes conjuntos de dados • É uma ferramenta importante para análise demográfica de organismos que têm ciclo de vida complexo (Caswell 1989) • Projeta o caminho de uma população → descreve o que poderá acontecer com essa população, dado certas hipóteses A pergunta que se responde é: como a população irá se comportar se as condições presentes se mantiverem indefinidamente? Estrutura etária • Se quisermos saber o número de indivíduos em cada classe etária podemos representá-los em forma de matriz • Usaremos ni(t) para indicar: – O número de indivíduo no tempo t na classe etária i Estrutura etária • Portanto: nt é um vetor que descreve a estrutura etária da população no tempo t A é uma matriz com os parâmetros demográficos nt+1 = Ant Estrutura etária • a classe etária de uma população, pode ser descrita por um vetor colunar Matriz colunar Estrutura etária • Ex: após 5 anos, em uma determinada população: • Existem 600 indivíduos na primeira classe etária, mas apenas 50 indivíduos na última Estrutura etária • Utilizando informação de sobrevivência e fecundidade, podemos PREVER as mudanças na estrutura etária de uma população no futuro Estrutura etária • “A” é a matriz de transição que contêm os dados de sobrevivência e fecundidade • Seus elementos representam as transições (probabilidades) de uma classe (idade ou estádio) para a outra nt+1 = Ant Matriz MATRIZ DE TRANSIÇÃO MATRIZ COLUNAR A nt Resumindo • Matriz colunar –É estabelecida contando o número de indivíduos em cada estádio Resumindo • Matriz de transição A – Quadrada (K x K): n de linhas igual ao de colunas – K= número de idades, classes, estádios... – Estabelecida através do monitoramento das probabilidades de um indivíduo de cada classe: • Passar de classe (G) ou • Permanecer na mesma (S ou P) ou • Regressar para a classe anterior (R) Resumindo • Para predizer o crescimento das classes de uma população no futuro é preciso multiplicar as matrizes nt+1 = Ant MATRIZ • Existem 2 tipos básicos de matriz de transição (A) que podem ser usados: – Matriz de Leslie (1945) • Idade – Matriz de Lefkovitch (1965) • Classe ontogenética ou tamanho MATRIZ DE LESLIE • Elementos positivos: • Na primeira linha (fecundidade) → recém- nascidos contribuídos pela reprodução em cada classe etária • Na subdiagonal (transição de uma idade para outra) – sobrevivência • Os outros elementos são zero pq não existem outras transições possíveis Matriz colunar Matriz de transição Matriz colunar MATRIZ DE LESLIE Transição entre classes etárias Fecundidade n(t+1)=An(t) MATRIZ DE LEFKOVITCH – Usada com populações cujos indivíduos são classificados em estádios e não por idade cronológica – É a mais usada por ecólogos vegetais → tamanho ou estádio ontogenéticos são melhores preditores do destino demográfico de plantas do que a idade – Tamanho ou estado do organismo são mais importantes do que a idade para a determinação da sua sobrevivência e reprodução MATRIZ DE LEFKOVITCH Permanência na mesma classe Fecundidade Transição entre classes etárias Crescimento populacional • O objetivo para quem trabalha com populações com estrutura etária, de tamanho ou ontogenética, é: – calcular o λ (autovalor dominante da matriz) → taxa de crescimento • λ é o valor com que cada classe muda de um intervalo para o outro • Pode ser obtido por: n(5) / n(4), a partir do momento que o número de indivíduos em cada classe para de oscilar muito • λ = N(t+1)/N(t) → até que esse valor permaneça constante Ciclo de vida Ciclo de vida • O ciclo de vida é a unidade fundamental de descrição de um organismo. • Indivíduos nascem, crescem,maturam, se reproduzem e morrem → riscos de cada uma destas etapas dependem do meio ambiente e das características fenotípicas que o organismo possui para enfrentá-lo. • Tais riscos se traduzem em taxas de nascimento, crescimento, maturação, fertilidade e mortalidade; as chamadas taxas vitais, que são as determinantes da dinâmica da população da espécie (Caswell 2001). Modelo conceitual de ciclo de vida – classificado em idade 5 51 2 3 4 G R F 5 Modelo conceitual de ciclo de vida – classificado em tamanho ou estádio ontogenético 1 2 3 4 5 P G R F • Idade (matriz de Leslie) • Tamanho (matriz de Lefkovitch) • Estádios ontogenéticos(matriz Lefkovitch) As taxas demográficas 1 2 3 4 5 P G R F Do modelo conceitual para o modelo matemático... • Matriz de transição – Colunas: origem (estado em t) – Linhas: destino (estado em t + 1) Primeiro a linha e depois a coluna • Estimando as taxas de transição: – Tabela de transição (baseada em indivíduos) • colunas = origem em t • linhas = destino em t + 1 • Tabela de transição e sua matriz equivalente • Estrutura populacional 1 2 3 4 5 P G R F 150 75 50 30 40 Do modelo conceitual para o modelo matemático... • Vetor estrutura populacional Classe 1 Classe 2 Classe 3 Classe 4 Classe 5 40 30 50 75 150 Multiplicação de matriz S 1 4 3 2 5 F G Montar a Matriz T1-T2 (2010-2011) Plântulas novas = 300 Plântula – plântula = 100 Plântula – infante = 100 Infante – Infante = 100 Infante – jovem = 90 Jovem-jovem= 90 Jovem – imaturo = 50 Imaturo-imaturo = 70 Imaturo-reprodutivo= 10 Reprodutivo – reprodutivo = 50 300 205 145 90 50 A(t1 2010)= Qual é a matriz de transição??? Montar a Tabela de transição e sua matriz equivalente 0,33 0 0 0 6 0,33 0,48 0 0 0 0 0,44 0,62 0 0 0 0 0,34 0,77 0 0 0 0 0,11 1 1 2 3 4 5 1 2 3 4 5 • Quantos morreram??? 1- 0,33% 2- 0,07% 3- 0,03% 4- 0,11% 5- 0% 300 205 145 90 50 A(t1)= 1- 100 2- 15 3- 5 4-10 5- 0 • Qual é o tamanho populacional em 2012??? 300 205 145 90 50 0,33 0 0 0 6 0,33 0,48 0 0 0 0 0,44 0,62 0 0 0 0 0,34 0,77 0 0 0 0 0,11 1 λ = N(t+1)/N(t) → até que esse valor permaneça constante Neodypsis decaryi (Arecaceae) • Ratsirarson et al. 1996 • Área de conservação no sudeste de Madagascar • Objetivos: – Avaliar o status da população e os níveis aceitáveis para a exploração econômica de frutos → desenvolver estratégias de manejo para a espécie como um recurso sustentável • Métodos: – Modelo matricial determinístico • Classificação por estádios • λ → determinar o número de frutos que podem ser explorados de maneira sustentável • Simulações com níveis reduzidos de fecundidade • Resultados λ = 1,157 (1,223 a 1,091) • Conclusões População em crescimento Suporta até 95% de remoção de frutos 95% de redução de produção de fruto → λ < 1 fim
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