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PlanoDeAula_53410 05 SEMANA

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Título 
Aspectos Relevantes do Direito no Brasil no Período Regencial e nas primeiras décadas do Segundo Reinado  
Número de Aulas por Semana 
 
Número de Semana de Aula 
5 
Tema 
Aspectos Relevantes do Direito no Brasil no Período Regencial e nas primeiras décadas do Segundo Reinado 
Objetivos 
Após o encontro da semana 5, o aluno deverá ser capaz de:  
·   Analisar os motivos determinantes para a substituição do Livro V das Ordenações Filipinas pelo Código Criminal de 1830, em um âmbito social conservador e 
escravocrata. 
·   Entender o processo de descentralização ocorrido no período regencial, mais precisamente entre 1831 e 1837, enfocando as reformas liberais (que se iniciaram ainda no 
Primeiro Reinado) como base para a criação de institutos jurídicos e instituições que acentuaram essa característica no período: a lei que implantou os juizados de paz 
(cuja criação estava fixada no texto da Constituição de 1824), a Lei da Regência, o Código Criminal, o Código de Processo Criminal, a criação da Guarda Nacional e o Ato 
Adicional. 
·   Compreender as circunstâncias que levaram, a partir de 1837, à reversão da descentralização jurídico-política desenvolvida no período compreendido entre 1831 e 
1837 (o "Regresso") e a ambiência institucional que marcou esta reversão conservadora: o Golpe da Maioridade, a Lei de Interpretação do Ato Adicional, a Reforma do 
Código de Processo Criminal e a Reforma da Guarda Nacional. 
·   Compreender os aspectos sociais, econômicos, políticos que caracterizaram os primeiros tempos do Segundo Reinado, sua consolidação e seu apogeu atingidos entre 
1850 e 1870.   
·   Perceber aspectos mais relevantes de uma certa modernização jurídico -político-institucional ocorrida a partir do final da década de 1840 e que se intensificou na década 
de 1850: o início do funcionamento de um sistema de governo de perfil parlamentarista e a promulagação de leis de significativa importância para a modernização 
institucional do Império (Lei de Terras, Lei que extingiu o tráfico interatlântico de mão-de-obra escrava da África para o Brasil, Código Comercial, Consolidação da Leis 
Civis de Teixeira de Freitas). 
. Perceber a importância da disciplina História do Direito Brasileiro e sua relação com a Educação das Relações Étnico-Raciais, bem como o tratamento de questões e 
temáticas que dizem respeito aos afrodescendentes inclusas no debate que envolve a legislação escravista, configurada aqui pela Lei Eusébio de Queirós, de 1850. 
. Identificar no debate que envolve a promulgação da Lei de Terras, de 1850, as questões de jaez social, econômico e ambiental aí envolvidas e que se mantém 
presentes nos dias de hoje no debate nacional. 
Estrutura do Conteúdo 
A promulgação do Código Penal de 1830 e a revogação do  Livro V das Ordenações Filipinas, em um âmbito social ainda conservador e escravocrata. 
  
Ainda que o Código tenha entrado em vigor ainda no período do Primeiro Reinado, a verdade é que sua repercussão somente se faz sentir na Regência. O propósito deste 
tópico é ressaltar o aspecto liberal do Código (influência de Cesare Beccaria), em aparente dissonância com o conservadorismo da sociedade brasileira da época. Também 
deve ser sublinhada a radical mudança de perspectiva do novo Código em relação  ao Livro V das Ordenações Filipinas, ao qual substituiu. Neste sentido, deve-se abordar, 
entre outros temas à escolha do docente, a previsão do princípio da legalidade - desconhecido no sistema, até então vigente no Brasil -, o abrandamento das penas, a 
permanência da possibilidade de aplicação da pena de morte (apesar de sua pouca aplicação), bem como a maioridade penal aos 14 anos.  
  
Análise, sintética, do período regencial, enfocando as reformas liberais descentralizadoras como base para a produção de normas e criação de instituições que acentuaram 
essa característica no período e a reversão conservadora-centralizante promovida pelo REGRESSO a partir de 1837. 
  
Sendo a Regência um dos períodos mais agitados da história política do país, é importante que sejam enfatizados, principalmente, dois temas: a questão da unidade 
territorial do país, que esteve em jogo com os inúmeros movimentos revoltosos, bem como a questão que tratou do intenso debate  acerca da centralização ou 
descentralização do poder. Neste sentido, é importante analisar os efeitos do chamado Ato Adicional de 1834, que teve por propósito dar suporte a medidas 
descentralizadoras no âmbito do poder. Também nesse contexto, faz-se relevante tratar da criação de uma instituição de grande importância no período: a chamada ?
Guarda Nacional?. Deve-se frisar ser esta, não apenas um corpo armado por cidadãos confiáveis (proprietários), que  tinha por propósito reduzir a excessiva centralização 
do poder e  combater a ameaça das ?classes perigosas?, mas também dar relevo ao fato de que ela influenciou claramente no processo de fortalecimento das elites locais, 
contribuindo para o surgimento do fenômeno do coronelismo.  Por isso, faz-se necessário analisar pontos relevantes do Código de Processo Criminal de 1832 - que, juntamente 
com o Código Criminal de 1830, dá início a uma tradição jurídica penal brasileira. Neste contexto, é interessante que aquele seja analisado em conjunto com o Ato Adicional de 1834, 
já que ambos, em comum, compartilham o espírito de descentralização vigente no período (ainda que isso apontasse para uma contradição sistêmica, pois a Constituição de 1824 
tem no centralismo sua essência), de forma a ampliar o poder das elites fundiárias, principalmente por intermédio da figura do juiz de paz. Outro ponto a ser  abordado é o 
surgimento, no sistema jurídico brasileiro, por intermédio do Código de Processo Criminal, do consagrado e histórico instituto do Habeas Corpus . 
  
Apresentação dos aspectos social, econômico, político e mental que circunstanciam o período referente ao Segundo Reinado. Neste ponto, procurar -se-á estabelecer, ainda 
que de forma breve, os alicerces social, econômico, político  e mental do Segundo Reinado, com o propósito de preparar a base para o estudo de institutos  jurídicos  do 
período. São temas que podem ser abordados para este propósito: a manutenção de uma estrutura socioeconômica baseada na economia cafeeira e na escravidão (tratada 
em tópico específico), a busca pela modernização capitalista, o início de um grande processo imigratório e a Guerra do Paraguai.  
  
Análise do Código Comercial de 1850 no contexto do período em que foi criado. A proposta é, de forma sintética, demonstrar a presença dos ideais liberais no início da 
organização do direito privado brasileiro em um histórico de incipiente e frágil modernização da sociedade brasileira e a importância de uma regulação econômica. Nesse 
sentido, é importante que tenha sido demonstrado, no tópico anterior, a busca, ainda que não tão bem-sucedida, de uma modernização capitalista. Também é relevante 
demonstrar, sob uma perspectiva do alcance social e de análise de uma história da luta pela igualdade de gêneros no Brasil, que é somente a partir deste Código que as 
mulheres maiores de 18 anos conquistariam o direito de abrir seu próprio estabelecimento comercial (ainda que as casadas necessitassem de autorização do marido; o que 
só iria ser superado pelo Estatuto da Mulher Casada, de 1962).  Outro aspecto importante de se destacar é que o longevo Código Comercial produziu efeitos jurídicos até 
2002, quando foi revogado pelo novo Código Civil brasileiro.  
  
Apresentar a Lei de Terras de 1850, tratando das condições históricas em que foi produzida, bem como das repercussões que   vem produzindo até os dias de hoje, 
mormente no que se refere à ausência de uma política efetiva que tire a Reforma Agrária do papel e lhe dê efetividade plena. 
Para tal seria oportuno começar trabalhando a partir das consignas da revolução burguesa de 1789, que promove a reforma agrária transformando colonos franceses em 
pequenos proprietários rurais.   
A Lei de Terras estabelece umanova regulação jurídica para a terra, que deixa de ser vista como mero status social, transformando-se em uma valiosa mercadoria, capaz 
de gerar lucro, tanto por seu caráter específico, quanto pela sua capacidade de produzir outros bens. Nesta via, é interessante que a abordagem demonstre a repercussão 
que esta lei ocasionou, repercutindo seus efeitos na realidade agro-fundiária brasileira até os dias de hoje, tanto por seus aspectos sociais, que irão desaguar no drama dos 
atuais Bóias-frias e do Movimento dos sem Terra, bem como nas questões candentes que envolvem a destruição da flora e da fauna através dos esquemas de má utilização 
do solo, como é o caso das queimadas. 
  
Apresentar a Lei que extinguiu o tráfico interatlântico de mão-de-obra escrava da África para o Brasil (Lei Eusébio de Queiroz) como o marco inicial do processo que levaria a 
abolição do trabalho servil no Brasil em 1888. 
  
Bibliografia: 
1.   ANGELOZZI, Gilberto. História do Direito no Brasil . Rio de Janeiro: Freitas Bastos,2009. Capítulo 5. 
2.   Outras indicações (lembrar aos alunos que, eventualmente, as obras abaixo não estarão disponíveis na biblioteca): 
3.   CASTRO, Flávia Lages. História do Direito Geral e Brasil . 6.ed. Rio de Janeiro: Lumen Iuris, 2008. Capítulo XV. 
4.   PEDROSA, Ronaldo Leite. Direito em História . 6. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2008. (Capítulo XI ? p. 361 a 366) 
5.   FAUSTO, Boris.  História do Brasil . 13.ed. São Paulo: EDUSP, 2008. Capítulos 4 e 5. 
Aplicação Prática Teórica 
Eis os casos concretos a serem resolvidos para a semana 5. Lembre-se de que deverão ser trabalhados em momento anterior à aula. 
  
Caso 1 
Em 1850 foi promulgada a lei Eusébio de Queiros que aboliu definitivamente o tráfico de escravos da África para o Brasil. Todavia, esta não foi a 
única lei destinada a combater o tráfico de africanos para o Brasil .   Em novembro de 1831 entrou em vigor uma lei que procurava dar andamento a 
um tratado f i rmado em 1826 entre a Inglaterra e o Brasi l  o qual,   t rês anos após a sua rat i f icação (que se deu em 1827) declararia como i legal o 
comércio de escravos para o Brasi l .     Esta  le i ,  contudo, não produziu os efei tos desejados.   Desenvolva considerações acerca do que contribuiu 
para o fracasso da lei de 1831  e das condições que possibil i taram o  êxito da lei Eusébio de Queiroz . 
  
Questão objetiva 1 
  
Segundo o historiador Boris Fausto (História do Brasil ? EDUSP) , mais do que assinalar a metade do século XIX no Brasil, o ano de 1850 foi 
marcado pela entrada em vigor de uma série de leis que buscavam mudar a f isionomia do país no sentido daquilo que se entendia, à época, como 
modernidade. Assim, no que se refere a esta legislação, voltada para uma modernização institucional do Império, é CORRETO afirmar que: 
  
A ? Ela   resu l tou de ampla par t ic ipação popular ,  uma vez que o s is tema pol í t ico -e le i tora l permi t ia que todos os homens, maiores de 21 anos 
pudessem exercer o seu direito de escolher diretamente os candidatos que iriam compor a Câmara dos Deputados. 
  
B ? Ela se voltou,  fundamentalmente, para a reforma da Const i tuição de 1824,  já que, na sociedade veri f icava -se o ascensão de um movimento 
voltado para a federalização do Estado Monárquico Brasileiro. 
  
C ? Ela foi decisiva para a implantação de uma ampla reforma agrária, promovida pela Lei de Terras, que realizou a venda, a preços simbólicos, de 
pequenos lotes de terra, visando à fixação do homem pobre livre e do ex -escravos na área rural. 
  
D ? Ela contr ibuiu para a recomposição da  legis lação cível  brasi le i ra,  através da promulgação de nosso pr imeiro Código Civ i l ,  e laborado pelo 
advogado e jurista Teixeira de Freitas. 
  
E ? Ela cr iou as condições  inst i tucionais para a modernização do ambiente empresarial  brasi leiro da época, através da promulgação do Código 
Comercial e dos decretos 737 e 738 que o regulamentaram. 
  
Questão objetiva 2 
  
O Período Regencial,  que se seguiu à abdicação de D. Pedro I ,  foi marcado por uma série de reformas que refletiram as dificuldades 
que os governos deste per íodo t iveram em l idar  com a  inexistência de um consenso entre grupos dominantes a  respei to do arranjo 
inst i tucional que lhes fosse mais conveniente e do papel do Estado como organizador geral dos interesses dominantes. Assim, com 
relação a alguns dos principais aspectos do  Período Regencial e das reformas institucionais  nele ocorridas, é CORRETO afirmar que: 
  
A ?  A ?solução regencial? adotada para o exercício da chefia do governo, enquanto durasse a menoridade de D. Pedro de Alcântara, resultou de 
um amplo acordo entre os principais atores políticos da época, já que não havia qualquer previsão legal para sua implantação. 
  
B ?  De um modo gera l ,  as   re fo rmas promov idas  duran te  es te  per íodo  v isavam  tão  somente  exp l i c i ta r ,  a t ravés  de   leg is lação  espec í f i ca ,  a  
organização unitária e centralizada do Estado brasileiro prevista na Constituição de 1824. 
  
C ? Pe lo  Cód igo  de  Processo Cr imina l  de  1832,   fo i  p romov ida  uma descent ra l i zação da  admin is t ração da   jus t i ça  c r im ina l ,  o  que pôde ser  
constatado pela ampliação das atribuições dos juízes de paz. 
  
D ? A lei da Regência, de junho de 1831, t inha como objetivo conceder amplos poderes aos regentes em virtude da ambiência polít ico -institucional 
conturbada do período posterior à abdicação de D. Pedro I. 
  
E ? A criação da Guarda Nacional destinava -se a garantir à implementação do processo de federalização do Estado brasileiro, definido por emenda 
constitucional de 1834 (o Ato Adicional). 
  
Plano de Aula: Aspectos Relevantes do Direito no Brasil no Período Regencial e nas primeiras décadas do Segundo Reinado
HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO 
Estácio de Sá Página 1 / 2
Título 
Aspectos Relevantes do Direito no Brasil no Período Regencial e nas primeiras décadas do Segundo Reinado  
Número de Aulas por Semana 
 
Número de Semana de Aula 
5 
Tema 
Aspectos Relevantes do Direito no Brasil no Período Regencial e nas primeiras décadas do Segundo Reinado 
Objetivos 
Após o encontro da semana 5, o aluno deverá ser capaz de:  
·   Analisar os motivos determinantes para a substituição do Livro V das Ordenações Filipinas pelo Código Criminal de 1830, em um âmbito social conservador e 
escravocrata. 
·   Entender o processo de descentralização ocorrido no período regencial, mais precisamente entre 1831 e 1837, enfocando as reformas liberais (que se iniciaram ainda no 
Primeiro Reinado) como base para a criação de institutos jurídicos e instituições que acentuaram essa característica no período: a lei que implantou os juizados de paz 
(cuja criação estava fixada no texto da Constituição de 1824), a Lei da Regência, o Código Criminal, o Código de Processo Criminal, a criação da Guarda Nacional e o Ato 
Adicional. 
·   Compreender as circunstâncias que levaram, a partir de 1837, à reversão da descentralização jurídico-política desenvolvida no período compreendido entre 1831 e 
1837 (o "Regresso") e a ambiência institucional que marcou esta reversão conservadora: o Golpe da Maioridade, a Lei de Interpretação do Ato Adicional, a Reforma do 
Código de Processo Criminal e a Reforma da Guarda Nacional. 
·   Compreender os aspectos sociais, econômicos, políticos que caracterizaram os primeiros tempos do Segundo Reinado, sua consolidação e seu apogeu atingidos entre 
1850 e 1870.   
·   Perceber aspectos mais relevantes de uma certa modernização jurídico -político-institucional ocorrida a partir do final da década de 1840 e que se intensificou na década 
de 1850: o início do funcionamento de um sistema de governo de perfil parlamentarista e a promulagação de leis de significativa importância para a modernização 
institucional do Império (Lei de Terras, Lei que extingiu o tráfico interatlântico de mão-de-obra escrava da África para o Brasil, CódigoComercial, Consolidação da Leis 
Civis de Teixeira de Freitas). 
. Perceber a importância da disciplina História do Direito Brasileiro e sua relação com a Educação das Relações Étnico-Raciais, bem como o tratamento de questões e 
temáticas que dizem respeito aos afrodescendentes inclusas no debate que envolve a legislação escravista, configurada aqui pela Lei Eusébio de Queirós, de 1850. 
. Identificar no debate que envolve a promulgação da Lei de Terras, de 1850, as questões de jaez social, econômico e ambiental aí envolvidas e que se mantém 
presentes nos dias de hoje no debate nacional. 
Estrutura do Conteúdo 
A promulgação do Código Penal de 1830 e a revogação do  Livro V das Ordenações Filipinas, em um âmbito social ainda conservador e escravocrata. 
  
Ainda que o Código tenha entrado em vigor ainda no período do Primeiro Reinado, a verdade é que sua repercussão somente se faz sentir na Regência. O propósito deste 
tópico é ressaltar o aspecto liberal do Código (influência de Cesare Beccaria), em aparente dissonância com o conservadorismo da sociedade brasileira da época. Também 
deve ser sublinhada a radical mudança de perspectiva do novo Código em relação  ao Livro V das Ordenações Filipinas, ao qual substituiu. Neste sentido, deve-se abordar, 
entre outros temas à escolha do docente, a previsão do princípio da legalidade - desconhecido no sistema, até então vigente no Brasil -, o abrandamento das penas, a 
permanência da possibilidade de aplicação da pena de morte (apesar de sua pouca aplicação), bem como a maioridade penal aos 14 anos.  
  
Análise, sintética, do período regencial, enfocando as reformas liberais descentralizadoras como base para a produção de normas e criação de instituições que acentuaram 
essa característica no período e a reversão conservadora-centralizante promovida pelo REGRESSO a partir de 1837. 
  
Sendo a Regência um dos períodos mais agitados da história política do país, é importante que sejam enfatizados, principalmente, dois temas: a questão da unidade 
territorial do país, que esteve em jogo com os inúmeros movimentos revoltosos, bem como a questão que tratou do intenso debate  acerca da centralização ou 
descentralização do poder. Neste sentido, é importante analisar os efeitos do chamado Ato Adicional de 1834, que teve por propósito dar suporte a medidas 
descentralizadoras no âmbito do poder. Também nesse contexto, faz-se relevante tratar da criação de uma instituição de grande importância no período: a chamada ?
Guarda Nacional?. Deve-se frisar ser esta, não apenas um corpo armado por cidadãos confiáveis (proprietários), que  tinha por propósito reduzir a excessiva centralização 
do poder e  combater a ameaça das ?classes perigosas?, mas também dar relevo ao fato de que ela influenciou claramente no processo de fortalecimento das elites locais, 
contribuindo para o surgimento do fenômeno do coronelismo.  Por isso, faz-se necessário analisar pontos relevantes do Código de Processo Criminal de 1832 - que, juntamente 
com o Código Criminal de 1830, dá início a uma tradição jurídica penal brasileira. Neste contexto, é interessante que aquele seja analisado em conjunto com o Ato Adicional de 1834, 
já que ambos, em comum, compartilham o espírito de descentralização vigente no período (ainda que isso apontasse para uma contradição sistêmica, pois a Constituição de 1824 
tem no centralismo sua essência), de forma a ampliar o poder das elites fundiárias, principalmente por intermédio da figura do juiz de paz. Outro ponto a ser  abordado é o 
surgimento, no sistema jurídico brasileiro, por intermédio do Código de Processo Criminal, do consagrado e histórico instituto do Habeas Corpus . 
  
Apresentação dos aspectos social, econômico, político e mental que circunstanciam o período referente ao Segundo Reinado. Neste ponto, procurar -se-á estabelecer, ainda 
que de forma breve, os alicerces social, econômico, político  e mental do Segundo Reinado, com o propósito de preparar a base para o estudo de institutos  jurídicos  do 
período. São temas que podem ser abordados para este propósito: a manutenção de uma estrutura socioeconômica baseada na economia cafeeira e na escravidão (tratada 
em tópico específico), a busca pela modernização capitalista, o início de um grande processo imigratório e a Guerra do Paraguai.  
  
Análise do Código Comercial de 1850 no contexto do período em que foi criado. A proposta é, de forma sintética, demonstrar a presença dos ideais liberais no início da 
organização do direito privado brasileiro em um histórico de incipiente e frágil modernização da sociedade brasileira e a importância de uma regulação econômica. Nesse 
sentido, é importante que tenha sido demonstrado, no tópico anterior, a busca, ainda que não tão bem-sucedida, de uma modernização capitalista. Também é relevante 
demonstrar, sob uma perspectiva do alcance social e de análise de uma história da luta pela igualdade de gêneros no Brasil, que é somente a partir deste Código que as 
mulheres maiores de 18 anos conquistariam o direito de abrir seu próprio estabelecimento comercial (ainda que as casadas necessitassem de autorização do marido; o que 
só iria ser superado pelo Estatuto da Mulher Casada, de 1962).  Outro aspecto importante de se destacar é que o longevo Código Comercial produziu efeitos jurídicos até 
2002, quando foi revogado pelo novo Código Civil brasileiro.  
  
Apresentar a Lei de Terras de 1850, tratando das condições históricas em que foi produzida, bem como das repercussões que   vem produzindo até os dias de hoje, 
mormente no que se refere à ausência de uma política efetiva que tire a Reforma Agrária do papel e lhe dê efetividade plena. 
Para tal seria oportuno começar trabalhando a partir das consignas da revolução burguesa de 1789, que promove a reforma agrária transformando colonos franceses em 
pequenos proprietários rurais.   
A Lei de Terras estabelece uma nova regulação jurídica para a terra, que deixa de ser vista como mero status social, transformando-se em uma valiosa mercadoria, capaz 
de gerar lucro, tanto por seu caráter específico, quanto pela sua capacidade de produzir outros bens. Nesta via, é interessante que a abordagem demonstre a repercussão 
que esta lei ocasionou, repercutindo seus efeitos na realidade agro-fundiária brasileira até os dias de hoje, tanto por seus aspectos sociais, que irão desaguar no drama dos 
atuais Bóias-frias e do Movimento dos sem Terra, bem como nas questões candentes que envolvem a destruição da flora e da fauna através dos esquemas de má utilização 
do solo, como é o caso das queimadas. 
  
Apresentar a Lei que extinguiu o tráfico interatlântico de mão-de-obra escrava da África para o Brasil (Lei Eusébio de Queiroz) como o marco inicial do processo que levaria a 
abolição do trabalho servil no Brasil em 1888. 
  
Bibliografia: 
1.   ANGELOZZI, Gilberto. História do Direito no Brasil . Rio de Janeiro: Freitas Bastos,2009. Capítulo 5. 
2.   Outras indicações (lembrar aos alunos que, eventualmente, as obras abaixo não estarão disponíveis na biblioteca): 
3.   CASTRO, Flávia Lages. História do Direito Geral e Brasil . 6.ed. Rio de Janeiro: Lumen Iuris, 2008. Capítulo XV. 
4.   PEDROSA, Ronaldo Leite. Direito em História . 6. ed. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2008. (Capítulo XI ? p. 361 a 366) 
5.   FAUSTO, Boris.  História do Brasil . 13.ed. São Paulo: EDUSP, 2008. Capítulos 4 e 5. 
Aplicação Prática Teórica 
Eis os casos concretos a serem resolvidos para a semana 5. Lembre-se de que deverão ser trabalhados em momento anterior à aula. 
  
Caso 1 
Em 1850 foi promulgada a lei Eusébio de Queiros que aboliu definitivamente o tráfico de escravos da África para o Brasil. Todavia, esta não foi a 
única lei destinada a combater o tráfico de africanos para o Brasil .   Em novembro de 1831 entrou em vigor uma lei que procurava dar andamento a 
um tratado f i rmado em 1826 entre a Inglaterra e o Brasi l  o qual,   t rês anos após a sua rat i f icação (que se deu em 1827) declararia como i legalo 
comércio de escravos para o Brasi l .     Esta  le i ,  contudo, não produziu os efei tos desejados.   Desenvolva considerações acerca do que contribuiu 
para o fracasso da lei de 1831  e das condições que possibil i taram o  êxito da lei Eusébio de Queiroz . 
  
Questão objetiva 1 
  
Segundo o historiador Boris Fausto (História do Brasil ? EDUSP) , mais do que assinalar a metade do século XIX no Brasil, o ano de 1850 foi 
marcado pela entrada em vigor de uma série de leis que buscavam mudar a f isionomia do país no sentido daquilo que se entendia, à época, como 
modernidade. Assim, no que se refere a esta legislação, voltada para uma modernização institucional do Império, é CORRETO afirmar que: 
  
A ? Ela   resu l tou de ampla par t ic ipação popular ,  uma vez que o s is tema pol í t ico -e le i tora l permi t ia que todos os homens, maiores de 21 anos 
pudessem exercer o seu direito de escolher diretamente os candidatos que iriam compor a Câmara dos Deputados. 
  
B ? Ela se voltou,  fundamentalmente, para a reforma da Const i tuição de 1824,  já que, na sociedade veri f icava -se o ascensão de um movimento 
voltado para a federalização do Estado Monárquico Brasileiro. 
  
C ? Ela foi decisiva para a implantação de uma ampla reforma agrária, promovida pela Lei de Terras, que realizou a venda, a preços simbólicos, de 
pequenos lotes de terra, visando à fixação do homem pobre livre e do ex -escravos na área rural. 
  
D ? Ela contr ibuiu para a recomposição da  legis lação cível  brasi le i ra,  através da promulgação de nosso pr imeiro Código Civ i l ,  e laborado pelo 
advogado e jurista Teixeira de Freitas. 
  
E ? Ela cr iou as condições  inst i tucionais para a modernização do ambiente empresarial  brasi leiro da época, através da promulgação do Código 
Comercial e dos decretos 737 e 738 que o regulamentaram. 
  
Questão objetiva 2 
  
O Período Regencial,  que se seguiu à abdicação de D. Pedro I ,  foi marcado por uma série de reformas que refletiram as dificuldades 
que os governos deste per íodo t iveram em l idar  com a  inexistência de um consenso entre grupos dominantes a  respei to do arranjo 
inst i tucional que lhes fosse mais conveniente e do papel do Estado como organizador geral dos interesses dominantes. Assim, com 
relação a alguns dos principais aspectos do  Período Regencial e das reformas institucionais  nele ocorridas, é CORRETO afirmar que: 
  
A ?  A ?solução regencial? adotada para o exercício da chefia do governo, enquanto durasse a menoridade de D. Pedro de Alcântara, resultou de 
um amplo acordo entre os principais atores políticos da época, já que não havia qualquer previsão legal para sua implantação. 
  
B ?  De um modo gera l ,  as   re fo rmas promov idas  duran te  es te  per íodo  v isavam  tão  somente  exp l i c i ta r ,  a t ravés  de   leg is lação  espec í f i ca ,  a  
organização unitária e centralizada do Estado brasileiro prevista na Constituição de 1824. 
  
C ? Pe lo  Cód igo  de  Processo Cr imina l  de  1832,   fo i  p romov ida  uma descent ra l i zação da  admin is t ração da   jus t i ça  c r im ina l ,  o  que pôde ser  
constatado pela ampliação das atribuições dos juízes de paz. 
  
D ? A lei da Regência, de junho de 1831, t inha como objetivo conceder amplos poderes aos regentes em virtude da ambiência polít ico -institucional 
conturbada do período posterior à abdicação de D. Pedro I. 
  
E ? A criação da Guarda Nacional destinava -se a garantir à implementação do processo de federalização do Estado brasileiro, definido por emenda 
constitucional de 1834 (o Ato Adicional). 
  
Plano de Aula: Aspectos Relevantes do Direito no Brasil no Período Regencial e nas primeiras décadas do Segundo Reinado
HISTÓRIA DO DIREITO BRASILEIRO 
Estácio de Sá Página 2 / 2

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