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Endometriose: Definição, Fatores de Risco e Sintomas

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Endometriose | MATEUS LÓSSIO 
 
E ND OM E T RI OSE 
D E F I NI ÇÃ O 
 A endometriose é definida pela presença de tecido endometrial, em localização extrauterina (Fora 
da cavidade endometrial e da musculatura uterina), que induz uma resposta inflamatória crônica. 
✓ Glândula e estroma fora do útero, levando a uma inflamação crônica. 
✓ Locais mais frequentes de implantação: Vísceras pélvicas e peritônio 
 1º Ovários 
 2º FS Douglas 
 3º FS anterior 
 4º Ligamentos (principalmente útero-sacro) 
 5º Extragenital (Reto e sigmoide) 
 Pode ser vista também em ovários, septo retovaginal e ureter. Sendo raro na bexiga, pericárdio ou na pleura. 
E N D O M É T R I O 
 O útero tem 2 camadas. 
✓ A camada interna (de revestimento): Endométrio 
➢ É composto por glândulas e estroma (células estromais que são as que foram o tecido de sustentação) 
✓ Camada externa (composta por músculo): Miométrio 
E PID E M IOLOGIA 
 Encontrada predominantemente em mulheres de idade reprodutiva (Hormônio-dependente) 
✓ Prevalência de 10% 
✓ Mulheres c/ dor pélvica ou infertilidade há uma alta prevalência – 90% 
✓ Idade média de diagnóstico varia entre 25-30 anos. 
F A T OR E S D E RIS CO 
Raciocinando: Estamos diante de uma afecção estrogênio-dependente. Então todas as situações que levam 
a uma maior exposição estrogênica é fator de risco para endometriose. 
 Menarca precoce 
 Menacme 
 Nuliparidade / Primigravidez tardia (Após 30/35 anos) 
Refluxo menstrual: Qualquer condição que leve a um aumento da chance implantação endometrial fora 
do útero é fator de risco. 
 Ciclos curtos (< 27 dias) 
 Fluxo aumentado ( > 8 dias) 
 Malformações mullerianas – Septo vaginal/uterina (Hímen imperfurado e agenesia de colo) 
 Estenoses iatrogênicas (Ex: Conização e cauterização do colo uterino – P/ tratamento precursor do colo uterino) – 
E com isso ela tem uma estenose do orifício e, assim, mais dificuldade de eliminar, maior chance de refluxo. 
Além de: 
 História familiar 
 IMC baixo ? 
 Ingesta inveterada (De hábito) de álcool e cafeína 
✓ Provavelmente por uma interferência no metabolismo estrogênico 
F A T OR E S D E PROT E ÇÃO 
Raciocinando: São todos aqueles que levam a uma maior ação da progesterona 
 Multiparidade 
 Intervalos de lactação prolongada 
 Menarca tardia 
Além de, a prática de exercícios regulares e o tabagismo podem diminuir o risco da moléstia. 
Q UA D R O CLÍNICO: 6 D ’ s D A E ND OM E TRIOS E 
D O R P É L VI C A, D I S M E N O R R E I A, D I S P AR E U N I A , D I F I C U L D AD E P / E N G R AVI D AR , D I S Ú R I A E 
D I S Q U E Z I A 
 Dor pélvica crônica – Dor INDEPENDENTE do ciclo menstrual ≥ 6 meses (Dor pélvica acíclica) – Pode ficar 
apenas durante o ciclo também, à depender do grau 
 Dismenorreia: Secundária de intensidade progressiva (Dismenorreia signif ica dor pélvica associada ao período menstrual, 
geralmente descrita como cólica) 
 Dispareunia: Dor na relação sexual – Relacionada a profundidade 
✓ Geralmente, o toque vaginal e retal revelam nódulos palpáveis: Uma vez que as lesões são na região retrocervical e 
ligamentos útero-sacros 
 Dificuldade para engravidar: Infertilidade 
 Disúria 
 Disquezia – Defecação dolorosa/ Dificuldade para evacuar 
Q U AD R O AL G I C O 
A dor é difusa, referida profundamente na pelve e intensa. Pode irradiar para a região lombar ou para as coxas. Pode estar 
associada à sensação de compressão retal, náuseas e episódios diarreicos. 
Cerca de 1/3 a 2/3 das mulheres com endometriose que apresentam queixas álgicas possuem dor intermenstrual 
D I S P AR E U N IA 
Por anteceder a menstruação e correlaciona-se com o envolvimento do fundo de saco e do septo retovaginal. Geralmente, o toque 
vaginal e o retal revelam nódulos palpáveis na citada topografia. 
S I N T O M AS U R IN ÁR I OS 
 Lesões de bexiga e ureteres – Assintomáticos, sintomas cíclicos (Ex: Disúria, polaciúria, urgência e hematúria) – 
Mimetizando um quadro de infecção urinária 
 Quadros mais graves – Hidronefrose, obstrução urinária, ou até mesmo falência renal 
S I N T O M AS I NT E ST IN AIS 
 Disquezia (Defecação dolorosa/dificuldade p/evacuar) 
 Constipação ou diarreia 
 Sangramento intestinal (Hematoquezia) 
 Dores abdominais 
 Quadros obstrutivos são raros em lesões de retossigmóide 
A dispareunia profunda está frequentemente presente quando há acometimento retal. 
I N F E R T I LID AD E – 2 0 -4 0 % DAS P AC IE N TE S C OM I NF ER T IL IDAD E TE M E ND O ME T R O SE 
 Causa: 
✓ DISTORÇÃO DA ANATOMIA ANEXIAL /ADERÊNCIA . – A endometriose, distorce a anatomia 
pélvica, alterando a anatomia da pelve, através de aderências. Podemos ter tubas aderidas e 
obstruídas. 
✓ Interferência no desenvolvimento oocitária e na embriogênese precoce 
✓ Redução da receptividade endometrial: α v β 3 integrina é uma molécula de adesão celular 
normalmente expressa durante a fase de implantação embrionária. Entretanto, em mulheres com 
endometriose, a expressão desta molécula de adesão não ocorre. 
D I A G NÓS T I CO: A NAM NE SE + E XA ME F ÍS I CO 
 Quadro clínico – 6D’s da endometriose 
 Exame físico: Deve ser realizado preferencialmente na menstruação, quando a sensibilidade é mais 
facilmente detectada. 
✓ Exame especular ou vaginoscópia (pacientes virgens): Se fundamenta na identificação direta 
de nódulos azulados ou marrons, principalmente, na vagina e no colo do útero 
✓ Palpação abdominal: Na palpação do Abd grandes massas endometriais podem estar presentes 
nas fossas ilíacas. 
✓ Toque bimanual – Achados: ➔ Vai diagnosticar a maioria dos casos 
▪ O mais comum dos achados corresponde à sensibilidade ao toque no fórnice posterior 
▪ Sensibilidade localizada no fundo de saco vaginal ou nos ligamentos uterossacros. 
▪ Nódulos palpáveis sensíveis no fundo de saco, ligamentos uterossacros ou septo retovaginal. 
▪ Dor à mobilização uterina. [MASSA PÉLVICA RETORUTERINA C/ FIXAÇÃO DOS ANEXOS] 
▪ Sensibilidade e massas anexiais que aumentam de volume durante o período menstrual. 
▪ Fixação dos anexos ou do útero em posição retrovertida. 
CA -1 2 5 – NÃO D EVE SER UTILIZADO P/ 
D IA GNÓSTICO 
Geralmente está aumentado na endometriose 
Marcador inespecífico, tem como grande validade na 
endometriose a avaliação da gravidade e da resposta ao 
tratamento (Medicamentos, controle cirúrgico e PO) 
Não tem valor diagnóstico. 
US G T V 
(D X C/ A D ENOMI OSE OU ENDOMETRI OMA) 
Presença de endometrioma, é um marcador de 
doença profunda. ➔ Investigar mais 
O endometrioma (É uma endometriose profunda) é um cisto que, na maioria dos casos, acomete os ovários. Ele é preenchido 
por sangue envelhecido e pelo endométrio (tecido que reveste a parede interna do útero). [PAREDE ESPESSADA] 
S E G UI MENT O CASO SE JA ADENOMI OSE OU E ND OME TRI OMA 
- Ultrassom transvaginal c/ preparo 
- Ressonância magnética de abdome e pelve (C/ contraste intravenoso e gel vaginal) 
- Colonoscopia e citoscopia (Suspeita de invasão dos respectivos órgãos) 
- Citoscopia (Caso suspeito de alguma lesão de bexiga) 
D IA GNÓS T ICO D E F INITIV O = LA PA ROSCÓPICA 
H I S T OLOG I A COM PROVA NDO A PRE SE NÇA D E T E CI D O E ND OME TRI AL NA S LE SÕE S 
Padrão-ouro. 
É um procedimento cirúrgico sob anestesia geral. É um procedimento diagnóstico e TERAPEUTICO. 
 Indicação 
✓ Falha terapêutica 
✓ Suspeita de estágio avançado 
✓ Infertilidade 
O principal método de diagnóstico da endometriose é a visualização das lesões endometrióticas pela laparoscopia, com 
ou sem confirmação histológica 
D IA GNÓS T ICO D IF E RE NCIA L 
 DIP (Doença inflamatória Pélvica) – DST ➔ É UM QUADRO AGUDO. 
✓ Endometriose é uma história crônica. 
 Síndrome do cólon irritável 
 Cistite intersticial 
 Adenomiose – É o tecido endometrial infiltrado no miométrio 
 Tumores ovarianos – Cistos ovarianos 
 Doenças diverticular 
 CA de cólon 
T RA T A M E NT O 
Independentedo quadro clínico apresentado, a endometriose costuma progredir em 2/3 das pacientes 
após um ano do diagnóstico. Por esse motivo, o tratamento é necessário. 
 Conduta expectante 
✓ Sem sintomas ou sintomas mínimos + Perimenopausa 
✓ Pode-se fazer analgesia c/ AINEs 
 Sintomático / Medicamentoso 
✓ Dor pélvica / paciente que precisa melhorar a qualidade de vida e que não tem indicação absoluta para cirurgia 
✓ Obs.: Esse tratamento clínico não trata endometriomas / endometriose profunda/ infertilidade 
▪ AS TERAPIAS HORMONAIS TÊM COMO OBJETIVO INIBIR A PRODUÇÃO DE ESTROGÊNIO, DIMINUINDO OS 
SINTOMAS E DIMINUINDO A PROGRESSÃO DA DOENÇA, MAS SÃO INCAPAZES DE ERRADICAR A DOENÇA. 
✓ Raciocínio: O principio de todas essas medicações é fazer uma inibiç ão estrogênica induzindo um quadro de 
amenorreia (Os medicamentos abaixo foram organizados de acordo c/ custo menor e menos efeitos colaterais) 
➔ PARA O FIM DE CONTROLE DA DOR NENHUMA MEDICAÇÃO SE MOSTROU SUPERIOR A OUTRA 
▪ ACO / Progestogênios [Pietra/Dienogeste] ➔ Leva a um estado de Pseudogravidez 
 Sintomas vasomotores (fogachos) 
 Ressecamento vaginal 
▪ Gestrinona 
▪ Danazol 
▪ Análogos do GnRH – Leva a uma diminuição da DMO (Se usado por > 6 meses) 
▪ Inibidores da aromatase 
 Cirúrgico 
✓ Indicação: 
▪ Sintomas graves, incapacitantes ou agudos 
▪ Sintomas persistentes ou que pioraram sob vigilância médica 
▪ Presença de doença avançada 
▪ Relutância da paciente em usar TH / tratamentos não cirúrgicos 
▪ Massa anexial suspeita de malignidade 
✓ “Tissue redução” (citoredução) + fulguração + correção da anatomia 
▪ A cirurgia pode ser conservadora (mantém o útero e o ovário) = VIDEOLAPAROSCOPIA 
(Cauterizar os implantes e diminuir a lise das aderências) ou; 
Definitiva (histerectomia e ooforectomia bilateral) . 
▪ Pode realmente melhorar a fertilidade da paciente. PORÉM, pode comprometer os folículos 
dessa paciente. Pode diminuir a reserva ovariana. 
CIRURGIAS – S/ Prole - Cistectomia 
 Restaurar fertilidade 
✓ Endometriose mínima / leve ➔ Laparoscopia 
✓ Endometrioses severa ➔ Fertilização em vitro 
ENDOMETRIOMA 
Os endometriomas ovarianos não respondem adequadamente ao tratamento medicamentoso, sendo a cirurgia indicada nos 
casos de endometriomas sintomáticos ou grandes. Sua terapêutica de escolha é a cistectomia por laparoscopia com a 
retirada da cápsula. 
A Maioria dos livros recomenda sua exérese quando superior a 4-5 cm. 
Endometriose | MATEUS LÓSSIO 
 
 
E T IOLOGIA 
75% a 90% das mulheres: Têm regurgitação transtubária. E por isso só a regurgitação não explica a 
ocorrência da endometriose. 
 Teorias propostas 
✓ Refluxo menstrual: Dissemina pelas tubas 
✓ Imunológica: Endométrio “escapa” sistema imune 
✓ Metaplásica: Células totipotenciais viram endométrio 
F IS IOPA T OLOGIA 
D UA S PR INCIPA IS T E ORIA S ( M ENS TRUA ÇÃO R ET ORGRA DA E IM UNOLÓGICA [SENDO 
PR OV Á V E L QUE F UNCIONE M D E F ORM A COM PLE ME NT AR] : 
T E OR IA D A IM PLA NT A ÇÃ O OU D A M E NS T R UA ÇÃ O R E T R OGR AD A OU D O 
T R A NS PLA NT E OU D O R E F LUXO M E NS T RUAL

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