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[01] Material de Apoio - Liquidação de Sentença

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Material de Apoio
Disciplina: Direito Processual Civil III
Tema: Liquidação de Sentença
Introdução
A doutrina tem o costume de indicar que o procedimento de liquidação de sentença
encontra-se no limbo procedimental entre a fase de conhecimento e a fase de cumprimento de
sentença.
Isto acontece porque, em se tratando de obrigação de pagar quantia - obrigação em
dinheiro - não é possível iniciar o procedimento de cumprimento de sentença (CS)sem
estabelecer o quantum debeatur, já que é condição para a realização do CS.
Assim, se eu não tenho o valor da obrigação, ainda que a decisão indique que exista
uma obrigação (an debeatur), tenho que, antes de iniciar o procedimento de cumprimento,
avançar para a fase de liquidação e, através dela, estabelecer o valor correto da obrigação.
Conceito de Liquidez
A iliquidez é um estado de indeterminação do valor da obrigação que depende de
elementos externos a serem objeto de cognição judicial, ou seja, se não é possível definir de
imediato o valor da obrigação, isto quer dizer que o título é ilíquido e, caso o título seja
ilíquido, não pode ser executado enquanto permanecer nesse estado de incerteza quanto ao
valor.
Portanto, liquidar uma sentença significa determinar o objeto da condenação,
permitindo-se, assim, que a demanda executiva tenha início com o executado sabendo
exatamente o que o exequente pretende obter para satisfazer seu direito.
Art. 509 CPC: Quando a sentença condenar ao pagamento de quantia ilíquida, proceder-se-á à sua liquidação,
a requerimento do credor ou do devedor:
§ 2º Quando a apuração do valor depender apenas de cálculo aritmético, o credor poderá promover, desde
logo, o cumprimento da sentença.
Natureza da Liquidação de Sentença
Via de regra, a liquidação de sentença é um incidente processual, isto é, uma fase que
é iniciada através de uma petição intermediária - requerimento - e termina com uma decisão
interlocutória recorrida por agravo de instrumento.
EXCEÇÃO: Art. 515. São títulos executivos judiciais, cujo cumprimento dar-se-á de acordo com os artigos
previstos neste Título:
VI - a sentença penal condenatória transitada em julgado;
VII - a sentença arbitral;
VIII - a sentença estrangeira homologada pelo Superior Tribunal de Justiça;
IX - a decisão interlocutória estrangeira, após a concessão do exequatur à carta rogatória pelo Superior
Tribunal de Justiça;
§ 1º Nos casos dos incisos VI a IX, o devedor será citado no juízo cível para o cumprimento da sentença ou
para a liquidação no prazo de 15 (quinze) dias.
- Hipóteses de títulos paraestatais - concebidos fora do âmbito da jurisdição estatal, nacional e cível.
- Tirando os casos citados no artigo 515 não há liquidação autônoma, mas sim uma fase dentro do processo.
Portanto, especificamente neste caso há liquidação autônoma de sentença.
Momento da Liquidação de Sentença
Em regra, a liquidação é realizada antes do cumprimento de sentença, já que para
fazê-lo (realizar o CS) exige-se que a decisão seja líquida e a liquidez é alcançada - quando
necessário - pelo procedimento de liquidação de sentença.
Por isso que, quando iniciamos este material, afirmamos que a liquidação de sentença
fica estrategicamente localizada entre a fase de conhecimento (sentença) e a fase satisfativa
(cumprimento de sentença). Trata-se, portanto, de um procedimento antecedente ao
cumprimento de sentença.
Contudo, há casos em que a liquidação de sentença será incidental ao cumprimento de
sentença, especialmente nas hipóteses de obrigações de fazer, não fazer ou entregar
convertidas em perdas e danos.
Conforme os artigos 499 e 500 do Código de Processo Civil, busca-se a tutela
específica nas obrigações de fazer, não fazer ou dar – é o que interessa para o credor. No
entanto, por opção do credor ou pelo esgotamento das tentativas de execução específica, pode
ser necessária a conversão da obrigação em perdas e danos.
Art. 499. A obrigação somente será convertida em perdas e danos se o autor o requerer ou se impossível a
tutela específica ou a obtenção de tutela pelo resultado prático equivalente.
Art. 500. A indenização por perdas e danos dar-se-á sem prejuízo da multa fixada periodicamente para
compelir o réu ao cumprimento específico da obrigação.
Neste caso, o cumprimento de sentença já começou: Era um cumprimento de sentença
de dar, fazer ou não fazer, porém, como não dá mais para receber a obrigação em espécie,
converte em perdas e danos. Assim, de maneira incidental ao cumprimento de sentença farei
a liquidação das perdas e danos.
Sentenças determináveis/quantificáveis
São expressões sinônimas e, conforme artigos 491 e 509, §2º do CPC, não se fará
liquidação de sentença quando a própria sentença tiver elementos não dependentes de
cognição judicial e que permitam, através de cálculos aritméticos, encontrar o valor devido.
Art. 491. Na ação relativa à obrigação de pagar quantia, ainda que formulado pedido genérico, a decisão
definirá desde logo a extensão da obrigação, o índice de correção monetária, a taxa de juros, o termo inicial
de ambos e a periodicidade da capitalização dos juros, se for o caso, salvo quando:
Art. 509. Quando a sentença condenar ao pagamento de quantia ilíquida, proceder-se-á à sua liquidação, a
requerimento do credor ou do devedor:
§ 2º Quando a apuração do valor depender apenas de cálculo aritmético, o credor poderá promover,
desde logo, o cumprimento da sentença.
Hipóteses de Não Cabimento
Apesar de parecer necessário a todo procedimento que indique iliquidez na decisão,
há hipóteses previstas na legislação que não permitem a realização da liquidação de sentença,
vez que exige-se uma decisão líquida. Portanto, o sistema veda a formação de um título
executivo ilíquido, proibindo, assim, o juiz de pronunciar através de uma sentença ilíquida.
1) Vedação para formação de título executivo ilíquido
1.1) JEC (Lei n. 9.099/95, art. 14, § 2º)
Lei n. 9.099/95, art. 14, § 2º: “É lícito formular pedido genérico quando não for possível determinar, desde
logo, a extensão da obrigação”.
Lei n. 9.099/95, art. 38: “A sentença mencionará os elementos de convicção do Juiz, com breve resumo dos
fatos relevantes ocorridos em audiência, dispensado o relatório. Parágrafo único. Não se admitirá sentença
condenatória por quantia ilíquida, ainda que genérico o pedido”.
Apesar de possibilitar realização de pedido genérico, a sentença não poderá ter
elementos ilíquidos.
Além disso, se o juiz verificar que não dá para proferir sentença líquida. Se houver
esta percepção, deverá haver a extinção do feito sem análise do mérito, nos termos do art. 51
da lei 9.099/95. Este artigo indica a extinção do feito que não comporta prosseguimento de
acordo com a ritualística adotada naquele procedimento.
Lei n. 9.099/95, art. 51: “Extingue-se o processo, além dos casos previstos em lei:
(...) II - quando inadmissível o procedimento instituído por esta Lei ou seu prosseguimento,
após a conciliação; (...)”.
ATENÇÃO: Para a maioria da doutrina - não é pacífico - essas regras também são aplicados
aos Juizados Especiais Federais (10.259/01) e Juizado Especiais Fazenda Pública (12.153/09)
1.2) Rito Sumário (CPC/73, art. 475-A, § 3º e CPC, art. 1.046)
No novo Código de Processo Civil não mais subsiste o rito sumário. No entanto, há
uma regra de direito intertemporal estabelecendo que, nas hipóteses de procedimentos
sumários ajuizados na data de entrada em vigor do Código de 2015, eles continuarão sendo
regidos pelo Código de 1973.
Aquelas ações sumárias - em que pese não mais existir no CPC atual - que foram
ajuizadas antes do 18 de março de 2016, continuam sendo regidas pelo CPC de 1973, no
tocante ao rito sumário.
Havia uma regra no art. 475-A, §3º CPC /73 que proibia sentença ilíquida no rito
sumário nas hipóteses de seguro e de acidente de veículo. Para outros casos, seria possível ao
juiz proferir sentença ilíquida.
OBSERVAÇÃO: Regra de ultratividade da lei revogada, porque o procedimento sumário
continua a valer para aquelas ações ajuizadas e não sentenciadas até 18 de marçode 2016.
1.3) Regra geral títulos extrajudiciais
Como regra, o título extrajudicial sem valor tem desnaturada a sua natureza de título
executivo. Assim, em princípio, o título executivo extrajudicial não pode ser objeto de
liquidação de sentença, salvo nos casos de conversão da obrigação de fazer, não fazer ou dar
(entregar), constante de título extrajudicial, em perdas e danos.
EXEMPLO: Execução para entrega de coisa na qual o objeto da execução perece. Diante
disso, tem o exequente, a possibilidade de requerer a conversão da tutela específica
(obrigação de entregar coisa) em perdas e danos (valor da coisa mais perdas e danos).
Nesse caso, como se chegará: ao valor da coisa, se não previsto no título executivo; ao
valor das perdas e danos, se não estipulado previamente pelas partes.
Art. 809. O exequente tem direito a receber, além de perdas e danos, o valor da coisa,
quando essa se deteriorar, não lhe for entregue, não for encontrada ou não for reclamada do
poder de terceiro adquirente.
§ 1º Não constando do título o valor da coisa e sendo impossível sua avaliação, o
exequente apresentará estimativa, sujeitando-a ao arbitramento judicial.
§ 2º Serão apurados em liquidação o valor da coisa e os prejuízos.
A partir do deferimento da conversão em perdas e danos, fará uma liquidação
incidental na execução do título extrajudicial para apurar o valor do carro e o réu entregar o
valor correspondente, por exemplo.
Limites à Liquidação de Sentença
Conforme estabelecido no art. 509, § 4º do CPC, é proibido qualquer tipo de inovação
no âmbito da liquidação de sentença, privilegiando a regra da fidelidade ou regra da
adstrição.
Art. 509, § 4º: “Na liquidação é vedado discutir de novo a lide ou modificar a sentença que a julgou”.
Apesar da necessidade de manter-se fiel à decisão, é possível excepcionar a regra da
fidelidade ou adstrição:
● Correção monetária e juros legais de mora (CC, arts. 404 e 406 e CPC, art. 302, § 1º)
○ Mesmo que a sentença não tenha acrescentado correção monetária e juros
legais de mora, por conta dos artigos 404 e 406 do Código Civil. Ainda que o
juiz não expresse na decisão, a liquidação poderá ser acrescida.
ATENÇÃO: Só pode acrescer juros legais de mora. Juros contratuais, compensatórios não
poderão ser acrescidos na fase de liquidação.
● Prestações vencidas no curso da ação (CPC, art. 323)
○ Ainda que não constem na sentença, podem ser acrescidas na fase de
liquidação de sentença.
○ Art. 323. Na ação que tiver por objeto cumprimento de obrigação em
prestações sucessivas, essas serão consideradas incluídas no pedido,
independentemente de declaração expressa do autor, e serão incluídas na
condenação, enquanto durar a obrigação, se o devedor, no curso do processo,
deixar de pagá-las ou de consigná-las.
● Honorários omitidos na sentença
○ Ainda que o juiz não tenha fixado, quando o juiz estiver apurando na fase de
liquidação, ele fixa os honorários advocatícios.
○ Para o juiz da liquidação é “até mais tranquilo” fixar os honorários.
Art. 85. A sentença condenará o vencido a pagar honorários ao advogado do vencedor.
§ 18. Caso a decisão transitada em julgado seja omissa quanto ao direito aos honorários ou ao seu valor, é
cabível ação autônoma para sua definição e cobrança.
- Interpreta-se que em razão da possibilidade de ajuizamento de ação autônoma para definição e cobrança,
não há nenhum impedimento que impeça o estabelecimento dos honorários em sede de liquidação de
sentença.
OBSERVAÇÃO: Inserir quando for omitido. Não dá para rediscutir o que foi anteriormente estabelecido.
- Fala-se apenas em acréscimo se tiverem sido omitidos na sentença.
Liquidação por prejuízo posterior.
Exemplo: Imagine que exista uma sentença genérica que condene a indenizar todos os danos
causados em razão de um atropelamento, em razão do tratamento ainda estar em curso (ainda
tem que fazer fisioterapia, cirurgia, médico, remédio, etc). Em seguida, é realizada a
liquidação de sentença, fixando-se o valor devido. No entanto, após o trânsito em julgado da
sentença, da liquidação e do pagamento, revela-se uma nova lesão em decorrência do
acidente sofrido.
- Imagine que depois de 02 anos, achando que estava tranquilo, acabo por descobrir uma
nova lesão decorrente do acidente de trânsito.
- Questão: é possível utilizar-se do mesmo título executivo judicial para liquidar prejuízos
posteriores à liquidação inicial? A resposta dos Tribunais tem sido positiva, apurando-se na
nova liquidação se há vínculo entre o novo prejuízo e o evento da primitiva sentença.
Portanto, é possível concluir que uma mesma sentença ilíquida pode dar ensejo a
várias liquidações. Ademais, a única condição é que essas liquidações tenham nexo de
causalidade com o título executivo primitivo.
Assim, esta liquidação por prejuízo posterior acaba por representar uma mitigação ao
previsto no art. 509, § 4º do CPC.
Espécies de Liquidação de Sentença
O que definirá a espécie de liquidação é o grau de indeterminação da obrigação por
quantia. Além disso, temos que a súmula 344 do STJ indicou que não há propriamente uma
coisa julgada sobre a espécie de liquidação.
Isto quer dizer que, caso na sentença genérica o juiz defina uma espécie de liquidação,
mas posteriormente verifique que o grau de indeterminação é maior ou menor, não há
problema em modificá-la para outra espécie.
Súmula 344 STJ: “A liquidação por forma diversa da estabelecida na sentença não ofende a coisa julgada”.
a) Arbitramento (CPC, art. 510)
A liquidação por arbitramento tem o menor grau de indeterminação da obrigação por
quantia. Apesar de o valor ser ilíquido, é possível alcançá-lo periciando-se elementos já
existentes no processo, não se exigindo prova de fato novo. Em outras palavras, na fase de
conhecimento já foi fixado o objeto da valoração.
Exemplo: em virtude de um incêndio, o réu deverá pagar o valor da casa incendiada, assim, o
objeto (casa) já está determinado, o que tem que ser feito é uma perícia para determinar o
valor desta casa.
Exemplo: a sentença manda o réu pagar, em razão do óbito, o valor de 15 vacas do autor.
(Imagine que o poste e fios da rede elétrica caiam no pasto e eletrocutam essas vacas, logo,
em razão do CDC entende-se que a responsabilidade é da concessionária de energia elétrica).
Art. 510: “Na liquidação por arbitramento, o juiz intimará as partes para a apresentação de pareceres ou
documentos elucidativos, no prazo que fixar, e, caso não possa decidir de plano, nomeará perito,
observando-se, no que couber, o procedimento da prova pericial”.
Assim, se os elementos que precisam ser valorados já estão no processo, então será
liquidação por arbitramento.
b) Procedimento comum (CPC, art. 511)
A liquidação por procedimento comum é aquela em que o grau de indeterminação da
obrigação é mais profundo, pois é necessário provar fatos novos na fase de liquidação, que
sequer foram debatidos na fase de conhecimento. Portanto, não há definição, como no
arbitramento, daquilo que deve ser periciado ou valorado. Nesse tipo de liquidação há a
necessidade de se provar a ocorrência do dano.
Exemplo: Sentença Penal Condenatória. O juízo criminal condena por homicídio, por lesão
corporal, por exemplo. Após o trânsito em julgado, a vítima ou seus parentes (herdeiros,
sucessores) pegam aquela decisão e vão ao juízo cível liquidar.
Aqui os interessados terão que provar os danos, isto é, demonstrar o salário que a
vítima que morreu tinha (para determinar o valor da pensão), por exemplo. Perceba que esses
fatos não são analisados na sentença criminal, portanto, precisam ser analisados e
demonstrados perante o juízo cível.
Art. 511: “Na liquidação pelo procedimento comum, o juiz determinará a intimação do requerido, na pessoa
de seu advogado ou da sociedade de advogados a que estiver vinculado, para, querendo, apresentar
contestação no prazo de 15 (quinze) dias, observando-se, a seguir, no que couber, o disposto no Livro I da
Parte Especial deste Código”.
IMPORTANTE: O artigo 511 estabelece a intimação do requerido, já que nãoestamos em
um novo processo. Contudo, se estivermos diante dos casos previstos no artigo 515 (VI a IX),
haverá citação, pois nesses casos estaremos iniciando um NOVO PROCESSO.
c) Liquidação da pretensão individual (coletivo) (CDC, arts. 103, parágrafo único e 95 e 97)
A liquidação da pretensão individual é exclusiva do processo coletivo. Diferente das
outras duas espécies em que se busca a apuração do valor, na liquidação da pretensão
individual é necessário, além do “quantum”, o nexo de causalidade.
Art. 95. Em caso de procedência do pedido, a condenação será genérica, fixando a responsabilidade do réu
pelos danos causados.
Exemplo: A sentença genérica fixa que será devido pela empresa poluidora a reparação dos prejuízos
causados aos pescadores daquela comunidade. A partir dessa decisão, cada pescador tem que fazer suas
liquidações individuais.
- Cada pescador precisará provar a sua condição como tal e demonstrar como e quanto foi afetado pela
poluição causada pela empresa condenada. (Aqui o pescador precisa mostrar o nexo de causalidade)
- A sentença genérica não estabelece quem são os prejudicados, por isso precisa primeiro demonstrar a
condição de prejudicado e o nexo de causalidade com o evento poluidor.
Art. 97. A liquidação e a execução de sentença poderão ser promovidas pela vítima e seus sucessores, assim
como pelos legitimados de que trata o art. 82.
Art. 103. Nas ações coletivas de que trata este código, a sentença fará coisa julgada:
ATENÇÃO: Há autores que entendem que essa hipótese não seria propriamente liquidação,
mas habilitação ou liquidação imprópria.
Natureza da decisão, sucumbência e recurso
Regra geral, a decisão que julga a liquidação de sentença é uma decisão interlocutória,
pois ela não encaixa seu conceito no artigo 203, § 1º do Código de Processo Civil - não será
uma decisão interlocutória caso ocorra a extinção do processo.
Embora seja uma decisão interlocutória, a doutrina discute qual seria sua natureza
jurídica. Duas posições sobre o tema:
● 1ª posição (minoritária): constitutiva, criando um direito para o credor (o direito de
cobrar aquele valor).
○ Teria o condão da constituição de uma nova situação jurídica.
● 2ª posição (majoritária): declaratória, pois o direito já está constituído na condenação,
ainda que sem valor.
○ A decisão interlocutória que define o valor tem apenas o caráter de
complementaridade à sentença. Simplesmente declarando o valor devido.
Com isso, o recurso cabível, em regra, é o agravo de instrumento.
Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre:
Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocutórias proferidas na fase de
liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de inventário.
Por fim, quanto à sucumbência, o entendimento dominante é no sentido de que só
há honorários:
● Na liquidação por procedimento comum.
● Se houver resistência ao pedido formulado.
Liquidação (procedimento comum) zerada (STJ – REsp. n. 1.280.949/SP)
A discussão sobre a liquidação zerada é circunscrita à liquidação por procedimento
comum. (exclusivamente cabível na liquidação por procedimento comum). Já tendo sido
fixado o “an debeatur” na fase de conhecimento, a liquidação zerada ocorre, quando da
apuração do “quantum debeatur”, chega-se à conclusão que o resultado é zero. Essa situação
é admitida tanto pela doutrina como pela jurisprudência.
Questão: Se eventualmente a liquidação é zerada, teremos coisa julgada ou não? Caso não
tenha, a parte poderá requerer nova liquidação posteriormente?
O STJ no julgamento do REsp n. 1.280.949/SP entendeu que, nos casos em que a
liquidação é zerada, o juiz deve extinguir sem mérito a liquidação, não fazendo coisa julgada.
Assim, caso posteriormente a parte comprove os danos por ela sofrido, ela poderá ingressar
novamente com a liquidação.
ATENÇÃO: A decisão da liquidação, via de regra faz coisa julgada, contudo, em razão do
REsp indicado, a liquidação zerada excepcionalmente não produz coisa julgada.
Liquidação provisória
O artigo 512 do Código de Processo Civil admite que, na pendência de recurso que
discute o “an debeatur”, o credor da obrigação ilíquida já inicie em primeiro grau a fase de
liquidação de sentença.
Art. 512. A liquidação poderá ser realizada na pendência de recurso, processando-se em autos apartados no
juízo de origem, cumprindo ao liquidante instruir o pedido com cópias das peças processuais pertinentes.
Na liquidação provisória, caso ela chegue ao final antes do julgamento do recurso,
teremos a definição do quanto é devido, mas na pendência do estabelecimento da
responsabilidade pelo que é devido. O art. 512 mostra-se como um dispositivo importante, já
que permite que as partes ganhem tempo enquanto discute-se a responsabilidade do “an
debeatur”.

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