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lhador, e a sua totalidade é executada pela união desses trabalhadores
parciais. Do mesmo modo surgiram a manufatura de panos e toda
uma série de outras manufaturas, da combinação de diferentes ofícios
sob o comando do mesmo capital.618
Mas a manufatura se origina também por caminho oposto. Muitos
artífices que fazem o mesmo ou algo da mesma espécie, por exemplo,
papel ou tipos de imprensa ou agulhas, são ocupados pelo mesmo capital
simultaneamente na mesma oficina. É essa a cooperação na forma
mais simples. Cada um desses artífices (talvez com um ou dois aju-
dantes) produz por inteiro a mercadoria e leva a cabo portanto suces-
sivamente as diferentes operações exigidas para a sua fabricação. Ele
continua a trabalhar de acordo com o seu antigo modo artesanal. Con-
tudo, circunstâncias externas levam logo a utilizar-se de outra maneira
a concentração dos trabalhadores no mesmo local e a simultaneidade
de seus trabalhos. Um quantum maior de mercadorias prontas tem,
por exemplo, de ser fornecido em determinado prazo. O trabalho é por
isso dividido. Em vez de o mesmo artífice executar as diferentes ope-
rações dentro de uma seqüência temporal, elas são desprendidas umas
das outras, isoladas, justapostas no espaço, cada uma delas confiada
a um artífice diferente e todas executadas ao mesmo tempo pelos coo-
peradores. Essa divisão acidental se repete, mostra suas vantagens
peculiares e ossifica-se pouco a pouco em divisão sistemática do tra-
balho. Do produto individual de um artífice autônomo, que faz muitas
coisas, a mercadoria transforma-se no produto social de uma união de
artífices, cada um dos quais realiza ininterruptamente uma mesma
tarefa parcial. As mesmas operações que se engrenaram como tarefas
sucessivas do produtor de papel nas corporações alemãs tornaram-se
autônomas na manufatura de papel holandesa, como operações parciais,
executadas uma ao lado da outra por muitos trabalhadores cooperantes.
O agulheiro corporativo de Nuremberg constitui o elemento fundamen-
tal da manufatura inglesa de agulhas. Mas enquanto aquele agulheiro
isolado realizava uma série de talvez 20 operações consecutivas, aqui
20 agulheiros logo passaram a executar paralelamente cada um apenas
OS ECONOMISTAS
454
618 Para dar um exemplo mais moderno dessa espécie de formação da manufatura, eis a seguinte
citação. A fiação e tecelagem de seda de Lyon e Nîmes “é inteiramente patriarcal; ela ocupa
muitas mulheres e crianças, mas sem fatigá-las nem corrompê-las; permite-lhes ficar em
seus belos vales da Drôme, do Var, da Isère e de Vaucluse, para lá criarem o bicho da
seda e enovelar seus casulos; nunca chega a ser um empreendimento fabril regular. E para
permitir uma explicação tão extensa (...) o princípio da divisão do trabalho assume aqui
caráter especial. Há dobadouras, torcedores de seda, tintureiros, encoladores, além de te-
celões; mas não estão reunidos na mesma oficina nem dependem de um mesmo mestre;
todos eles são independentes”. (BLANQUI, A. Cours d’Écon. Industrielle. Recueilli par A.
Blaise, Paris, 1838/39, p. 79.) Desde que Blanqui escreveu isso, os diversos trabalhadores
independentes foram em parte reunidos em fábricas. {À 4ª edição. — E desde que Marx
escreveu o que está acima, o tear a vapor invadiu as fábricas, expulsando rapidamente o
tear manual. A indústria de sedas de Krefeld sabe igualmente cantar uma canção sobre
isso. — F. E.}

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