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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
CURSO DE DIREITO
SOCIOLOGIA JURÍDICA E JUDICIÁRIA
OBS: o material de apoio não esgota a matéria.
SEMANA 3 
PRODUÇÃO E DISTRIBUIÇÃO SOCIAL DO DIREITO. MONISMO E PLURALISMO JURÍDICO: JUSTIÇA FORMAL E JUSTIÇA COMUNITÁRIA.
Conceito Sociológico do Direito
O direito é um fato social, que surge das inter-relações sociais e tem por fim satisfazer as necessidades sociais, como prevenir e compor conflitos.
A sociologia jurídica examina a aplicação prática, ou seja, a eficácia do direito. 
O conceito sociológico do direito fica construído como um conjunto de normas de conduta universais ( destina-se a todos), abstratas (porque são elaboradas para casos hipoteticamente considerados), obrigatórias ( são de observância necessária, coercitiva) e mutáveis ( pois são sujeitas a constantes transformações), impostas pelo grupo social (e não somente pelo Estado), destinadas a disciplinar as relações externas do indivíduo, objetivando prevenir e compor conflitos.
Normas de Conduta
No sentido aqui destinado, norma de conduta é um enunciado que estabelece a forma por que há de ordenar-se uma determinada relação social, ou seja, uma relação entre duas ou mais pessoas. Isto obtém-se fixando a conduta que hão de observar entre si essas pessoas dentro da relação contemplada.�
O direito é um conjunto de normas de conduta, as quais disciplinam as relações sociais, isto é, resulta das relações entre o homem e a sociedade. O direito disciplina as relações extrínsecas do homem, posto que as intrínsecas cabe a moral discipliná-la.
Norma jurídica - considerada sob o aspecto meramente formal, a norma jurídica é uma proposição preceptiva, isto é, destinada a influir no comportamento de alguém para modificá-lo. Compõem-se de dois elementos: um preceito – uma sanção. O primeiro encerra a regra de conduta a ser observada por seus destinatários; o segundo, a pena a ser imposta a quem desobedeça.�
Norma moral – tem sua origem na consciência do indivíduo, cuja execução não é objetivamente exigível e que tende ao aperfeiçoamento do homem.
Norma de trato social - são padrões de conduta social, elaboradas pela sociedade que visam formar o ambiente social mais ameno, sob pressão da própria sociedade.
Segundo observa Recasém Siches, a clara delimitação dos campos da moral, do jurídico e das regras de trato social circunscreveu, com maior precisão a tarefa do legislador e permitiu velar, com maior eficácia, pelas liberdades fundamentais do homem.�
Se o direito está ligado a idéia de organização e conduta, deve ser ele entendido como um conjunto de normas de conduta que disciplinam as relações sociais. Seu mundo é o das relações entre os homens, posto que na conjugação desses dois elementos, ou seja, a sociedade e o indivíduo, encontramos a sua razão de ser. Detém-se na disciplina das relações extrínsecas do homem, portanto às intrínsecas cabe a moral discipliná-las, como vimos acima.
Origem das Normas Jurídicas
Para a sociologia jurídica as normas de direito surgem do grupo social. Já para os jusnaturalistas as normas de direito são de origem divina, contradizendo os contratualistas que acreditam serem as normas de direito fruto da razão do homem. Para os historiscistas as normas de direito são provenientes da consciência coletiva do povo. As normas de direito para os marxistas são oriundas do Estado.
No que concerne ao grupo social que deve estabelecer as normas de direito as opiniões se dividem em duas correntes: 
Escola Monista – somente o grupo político está apto a criar as normas de direito. Esta doutrina tem como base a ciência do direito, razão pela qual choca-se com a ótica da sociologia jurídica, que entende que mesmo antes de existir Estado já havia prescrições jurídicas; 
Também chamada do estatismo jurídico, segundo a qual o Estado e o Direito confundem-se em uma só realidade.
Para os monistas só existe o direito estatal, pois não admitem eles a idéia de qualquer regra jurídica fora do Estado. O Estado é a fonte única do direito, porque quem dá vida ao Direito é o Estado através da “força coativa” de que só ele dispõe. Logo, como só existe o Direito emanado do Estado, ambos se confundem em uma só realidade.
Foram precursores do monismo jurídico: Hegel, Thomas HHobbes e Jean Bodin. Desenvolvida por Rudolf von Ihering e John Austin, alcançou esta teoria a sua máxima expressão com a escola técnico-jurídica liderada por Jellinek e com a escola vienense de Hans Kelsen.
 
 
Escola Pluralista – o pluralismo jurídico pode ser definido como teoria que sustenta a coexistência de vários sistemas jurídicos no seio da mesma sociedade.�
Também chamada dualística, que sustenta serem o Estado e o Direito duas realidades distintas, independentes e inconfundíveis.
Para os dualistas o Estado não é a fonte única do Direito nem com este se confunde. O que provém do Estado é apenas uma categoria especial do Direito: o direito positivo. Mas existem também os princípios de direito natural, as normas de direito costumeiro e as regras que se firmam na consciência coletiva, que tendem a adquirir positividade e que, nos casos omissos, o Estado deve acolher para lhes dar jurisdicidade.
Afirma esta corrente que o Direito é criação social, não estatal. O Direito, assim, é um fato social em contínua transformação. A função do Estado é positivar o Direito, isto é, traduzir em normas escritas os princípios que se firmam na consciência social.
O dualismo (ou pluralismo), partindo de Gierke e Gurvitch, ganhou terreno com a doutrina de Léon Duguit o qual condenou formalmente a concepção monista, admitiu a pluralidade das fontes do Direito positivo e demonstrou que as normas jurídicas têm sua origem no corpo social.
Desdobrou-se o pluralismo nas correntes sindicalista e corporativistas, e, principalmente, no institucionalismo de Hauriou e Rennard, culminando, afinal, com a preponderante e vigorosa doutrina de Santi Romano, que lhe deu um alto teor de precisão científica.
Características das normas jurídicas: 
Universalidade (generalidade) – são aplicáveis a todas as relações.
Abstração – os casos são hipoteticamente considerados, ou seja, não se referem a casos concretos no momento em que são elaboradas.
Obrigatoriedade (coercibilidade) – trata-se do elemento fundamental do direito. Diversamente das demais normas sociais, a norma jurídica se caracteriza pela obrigatoriedade ou coercibilidade, uma vez inobservada é imposta coativamente.
Sanção - é a ameaça de punição para o transgressor da norma. É o prometimento de um mal, consistente em perda ou restrição de determinados bens. Trata-se do remédio extremo usado contra uma minoria que inobserva as normas, no empenho de levá-la a respeitar o direito, livrando a sociedade de conduta perniciosa. É também designada prevenção especial.
Mutabilidade – se o direito emana do grupo social não pode ter maior estabilidade que o grupo. E o grupo, por sua vez, sofre constantes modificações, isso ocorre porque o próprio ser humano está em constantes mudanças embora muitas vezes nem se perceba a mudança. Mudando o grupo, cumpre ressaltar, mudam-se também as normas de direito, razão pela qual, sob o prisma sociológico, o direito tem caráter essencialmente provisório, sujeito a constantes modificações.
Fatores de evolução do direito
O direito, na concepção sociológica, é um conjunto de múltiplas influências sociais, sujeitas a constantes modificações porque se originam no grupo social, o que está em constante transformação. Sendo o direito uma decorrência das relações, um produto da sociedade, tudo o que agir em relação a sociedade produzirá efeito sobre o direito. Assim, inúmeros são os fatores sociais que concorrem para o direito, tais como: 
Fatores econômicos - a organização social tem o seu ponto básico de articulação no modo pelo qual os homens produzem, possuem e comerciam. Logo é concluir que o direito vai se modificando à medida que vai se alterando a estrutura econômica da sociedade. Marx e Engels consideravamque o fator econômico era a mola mestra da história, os demais fenômenos culturais não passavam de simples reflexos das relações econômicas de produção.�
Fatores políticos – a influência dos fatores políticos em relação ao direito torna-se mais evidente em caso de revolução. Mal concluída a tomada do poder pelo grupo revolucionário surge um direito novo. Esse novo direito, refletindo as novas tendências políticas, traz no seu bojo a intenção de legitimar e justificar o poder, com o que se fecha o ciclo revolucionário.
Fatores culturais - o direito reflete a sociedade para a qual se destina, e acompanhando as transformações culturais, a ponto de podermos afirmar que ele é o aspecto cultural de um povo. Hoje a intercomunicação social é poderoso fator de formação e desenvolvimento cultural, ao passo que o isolamento retarda o progresso da cultura do povo, gerando a estagnação e a imobilidade, como ocorreu com a China, por exemplo.�
Fatores religiosos - nos povos antigos o direito não se diferenciava da religião. As legislações eram repletas de rituais, preceitos e proibições de ordem religiosa. Somente após um lento e prolongado processo de secularização, sob o impacto de civilizações complexas, o direito foi se separando da religião. Atualmente, de um modo geral, a religião se ocupa com o foro íntimo, com a consciência pessoal, ao passo que o direito trata do foro externo; a religião se preocupa com as relações entre o homem e a divindade, enquanto o direito disciplina as relações sociais que se travam entre o homem e o homem, ou entre o homem e o grupo.
Fatores tecnológicos – os avanços tecnológicos apresentados hoje vem influenciando em toda a ordem social o que vem fazendo com que surgem novos ramos do direito à medida que e expande o mundo. Falamos hoje em Direito Espacial, Nuclear, das Telecomunicações, etc., realidade somente possível graças ao progresso dos tempos modernos.
OBS: o material de apoio não esgota a matéria.
� - LATORRE, Angel . Introdução ao Direito. Coimbra: Livraria Almedina, 1972.
� - GOMES, Orlando. Introdução ao Direito Civil. 9.ª Edição. Rio de Janeiro: Forense, 1987.
� - CAVALIERI FILHO, Sérgio. Programa de Sociologia Jurídica. Rio de Janeiro: Forense, 2004.
� -SABADELL, Ana Lúcia. Manual de Sociologia Jurídica. Editora Revista dos Tribunais, 2005.
� - CAVALIERI FILHO, Sérgio. Programa de Sociologia Jurídica: Você conhece?. Rio de Janeiro: Forense, 2000
� - CAVALIERI FILHO, Sérgio. Programa de Sociologia Jurídica: Você conhece?. Rio de Janeiro: Forense, 2000
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