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EXAME DE URINA (EAS) - Entenda os Resultados MD Saúde

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Nefrologia
EXAME DE URINA (EAS) – ENTENDA OS RESULTADOS
Por Dr. Pedro Pinheiro
Índice
1. O que é um exame de urina?
2. EAS ou urina tipo I
3. Resultados do exame simples de urina
https://www.mdsaude.com/nefrologia/
https://www.mdsaude.com/medicos-autores/
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/
3.1. Densidade
3.2. pH
3.3. Glicose
3.4. Proteínas
3.5. Hemácias na urina – sangue na urina:
3.6. Leucócitos ou piócitos – Esterase leucocitária
3.7. Cetonas ou corpos cetônicos
3.8. Urobilinogênio e bilirrubina
3.9. Nitritos
3.10. Cristais
3.11. Células epiteliais e cilindros
3.12. Ácido ascórbico na urina
4. Exemplo de exame de urina normal
5. Referências
O QUE É UM EXAME DE URINA?
A análise da urina é usada como método diagnóstico complementar desde o século II.
Trata-se de um exame indolor, de simples coleta e resultado rápido, o que o torna muito
menos penoso que as análises de sangue, que só podem ser colhidas através de
agulhas.
O exame sumário da urina pode nos fornecer pistas importantes sobre doenças,
principalmente sobre problemas nos rins e nas vias urinárias. A presença de sangue,
piócitos (pus), proteínas, glicose e diversas outras substâncias na urina costuma ser uma
dica importante para doenças que podem ainda não estar apresentando sinais ou
sintomas muito claros.
O fato da urina ter uma aparência completamente normal não significa que ela não possa
conter alterações. Mesmo a presença de sangue pode ser apenas microscópica, não
sendo possível a sua identificação por qualquer outro meio que não através do exame
laboratorial da urina.
/
A urina também pode ser usada para pesquisar a presença de drogas no organismo,
sejam elas lícitas ou ilícitas. Todavia, para esse tipo de pesquisa, exames especiais
precisam ser solicitados. O exame simples de urina, chamado EAS ou Urina tipo 1, não
tem como objetivo fazer doseamentos de drogas ou medicamentos.
As três análises de urina mais comuns são:
EAS (elementos anormais do sedimento) ou urina tipo 1*.
URINA DE 24 HORAS.
UROCULTURA.
* Em Portugal, o EAS é chamado de Urina 2.
Neste artigo iremos abordar apenas o exame simples de urina, conhecido também como
EAS, urina tipo I ou urina II.
As informações contidas aqui têm como objetivo ajudar na compreensão dos resultados
das análises de urina. De modo algum o paciente deve usar este texto para interpretar
exames sem a orientação de um médico. A presença de leucócitos na urina, um pH
alterado, a descrição de células epiteliais, a existência de muco ou qualquer outro
achado no EAS devem ser sempre correlacionados com a história clínica, os sintomas e
o exame físico do paciente.
EAS OU URINA TIPO I
O EAS é o exame de urina mais simples, feito através da coleta de 40-50 ml de urina em
um pequeno pote de plástico. Normalmente solicitamos que se use a primeira urina da
manhã, desprezando o primeiro jato. Esta pequena quantidade de urina desprezada
serve para eliminar as impurezas que possam estar na uretra (canal urinário que traz a
urina da bexiga). Após a eliminação do primeiro jato, enche-se o recipiente com o resto
da urina.
A primeira urina da manhã é a mais usada, mas não é obrigatório. A urina pode ser
coletada em qualquer período do dia.
/
A amostra de urina deve ser colhida idealmente no próprio laboratório, pois quanto mais
fresca estiver, mais confiáveis são os seus resultados. Um intervalo de mais de duas
horas entre a coleta e a avaliação pode invalidar o resultado, principalmente se a urina
não tiver sido mantida sob refrigeração.
O EAS é divido em duas partes. A primeira é feita através de reações químicas e a
segunda por visualização de gotas da urina pelo microscópio.
Na primeira parte mergulha-se uma fita na urina, chamada de dipstick, como na foto do
início do texto. Cada fita possuiu vários quadradinhos coloridos compostos por
substâncias químicas que reagem com determinados elementos da urina. Esta parte é
tão simples que pode ser feita no próprio consultório médico. Após 1 minuto, compara-se
a cores dos quadradinhos com uma tabela de referência que costuma vir na embalagem
das próprias fitas do EAS.
Através destas reações e com o complemento do exame microscópico, podemos
detectar a presença e a quantidade dos seguintes dados da urina:
Densidade.
pH.
Glicose.
Proteínas.
Hemácias (sangue).
Leucócitos.
Cetonas.
Urobilinogênio e bilirrubina.
Nitrito.
Cristais.
Células epiteliais e cilindros.
Os resultados do dipstick são qualitativos e não quantitativos, isto é, a fita identifica a
presença dessas substâncias citadas acima, mas a quantificação é apenas aproximada.
O resultado é normalmente fornecido em uma graduação de cruzes de 1 a 4. Por
exemplo: uma urina com “proteínas 4+” apresenta grande quantidade de proteínas; uma
urina com “proteínas 1+” apresenta pequena quantidade de proteínas. Quando a
/
concentração é muito pequena, alguns laboratórios fornecem o resultado como “traços
de proteínas”.
Vamos, então, aos valores de referência do EAS:
RESULTADOS DO EXAME SIMPLES DE URINA
Densidade
A densidade da água pura é igual a 1000. Quanto mais próximo deste valor, mais diluída
está a urina. Os valores normais variam de 1005 a 1035. Urinas com densidade próximas
de 1005 estão bem diluídas; próximas de 1035 estão muito concentradas, indicando
desidratação. Urinas com densidade próxima de 1035 costumam ser muito amareladas e
normalmente possuem odor forte (leia: URINA COM CHEIRO FORTE E MAL
CHEIROSA).
A densidade indica a concentração das substâncias sólidas diluídas na urina, sais
minerais na sua maioria. Quanto menos água houver na urina, maior será sua
densidade.
pH
A urina é naturalmente ácida, já que o rim é o principal meio de eliminação dos ácidos do
organismo. Enquanto o pH do sangue costuma estar em torno de 7,4, o pH da urina varia
entre 5,5 e 7,0, ou seja, bem mais ácida.
Valores de pH maiores ou igual 7 podem indicar a presença de bactérias que alcalinizam
a urina. Outros fatores que podem deixar a urina mais alcalina são uma dieta pobre em
proteína animal, dieta rica em frutas cítricas ou derivados de leite, e uso de
medicamentos como acetazolamida, citrato de potássio ou bicarbonato de sódio. Ter tido
vômitos horas antes do exame também pode ser uma causa de urina mais alcalina. Em
casos mais raros, algumas doenças dos túbulos renais também podem deixar a urina
com pH acima de 7,0.
Valores menores que 5,5 podem indicar acidose no sangue ou doença nos túbulos
renais. Uma dieta com elevada carga de proteína animal também pode causar uma urina
https://www.mdsaude.com/nefrologia/urina-com-cheiro-forte/
/
mais ácida. Outras situações que aumentam a acidez da urina incluem episódios de
diarreia ou uso de diurético como hidroclorotiazida ou clortalidona.
O valor mais comum é um pH por volta de 5,5-6,5, porém, mesmo valores acima ou
abaixo dos descritos podem não necessariamente indicar alguma doença. Este resultado
deve serinterpretado pelo seu médico.
Glicose
Toda a glicose que é filtrada nos rins é reabsorvida de volta para o sangue pelo túbulos
renais. Deste modo, o normal é não apresentar evidências de glicose na urina.
A presença de glicose na urina é um forte indício de que os níveis sanguíneos estão
altos. É muito comum pessoas com diabetes mellitus apresentarem perda de glicose pela
urina. Isto ocorre porque a quantidade de açúcar no sangue está tão alta, que parte
deste acaba saindo pela urina. Quando os níveis de glicose no sangue estão acima de
180 mg/dl, geralmente há perda na urina (leia: DIAGNÓSTICO E SINTOMAS DO
DIABETES MELLITUS).
A presença de glicose na urina sem que o indivíduo tenha diabetes costuma ser um sinal
de doença nos túbulos renais. Isso significa que apesar de não haver excesso de glicose
na urina, os rins não conseguem impedir sua perda.
Basicamente, a presença de glicose na urina indica excesso de glicose no sangue ou
doença dos rins.
Proteínas
A maioria das proteínas que circula no sangue é grande demais para ser filtrada pelos
rins, por isso, em situações normais, não costumamos identificar proteínas na urina. Na
verdade, podem até existir pequenas quantidades de proteínas na urina, mas elas são
tão poucas que não costumam ser detectadas pelo teste da fita. Portanto, a urina normal,
ou seja, a urina de um rim saudável, não possui proteínas.
Quantidades pequenas de proteínas na urina podem ter dezenas de causas, que vão
desde situações benignas e triviais, tais como presença de febre, exercício físico horas
https://www.mdsaude.com/endocrinologia/diabetes/
/
antes da coleta de urina, desidratação ou estresse emocional, até causas mais graves,
como infecção urinária, lúpus, doenças glomerulares e lesão renal pelo diabetes.
Grandes quantidade de proteínas na urina, por outro lado, quase sempre indicam a
presença de uma doença dos rins, especificamente dos glomérulos renais, que são as
estruturas microscópicas responsáveis pela filtração do sangue. Quando a quantidade de
proteínas perdidas na urina é muito alta, o paciente costuma ter uma urina muito
espumosa e frequentemente apresenta inchaços pelo corpo, uma situação clínica
chamada síndrome nefrótica.
Existem duas maneiras de se apresentar o resultado das proteínas na urina: em cruzes
ou através de uma estimativa em mg/dL.
Forma em cruzes:
Ausência de proteínas ( valor normal).
Traços de proteínas.
1+
2+
3+
4+
Forma em mg/dL:
Menos que 10 mg/dL (valor normal).
Entre 10 e 30 mg/dL.
30 mg/dl.
40 a 100 mg/dL.
150 a 350 mg/dL.
Maior que 500 mg/dL.
A presença de proteínas na urina é chamada de proteinúria e deve ser sempre
investigada. O exame da urina de 24 horas é normalmente feito para se quantificar com
exatidão a quantidade de proteínas que se está perdendo na urina (leia: URINA 24
HORAS | Como colher e para que serve).
https://www.mdsaude.com/doencas-autoimunes/sintomas-lupus/
https://www.mdsaude.com/nefrologia/glomerulonefrite/
https://www.mdsaude.com/nefrologia/sindrome-nefrotica/
https://www.mdsaude.com/nefrologia/urina-espumosa/
https://www.mdsaude.com/exames-complementares/urina-24-horas/
/
Hemácias na urina – sangue na urina:
Assim como nas proteínas, a quantidade de hemácias (glóbulos vermelhos) na urina é
desprezível e não consegue ser detectada pelo exame da fita. Mais uma vez, os
resultados costumam ser fornecidos em cruzes. O normal é haver ausência de hemácias
(hemoglobina).
Como as hemácias são células, elas podem ser vistas com um microscópio. Deste modo,
além do teste da fita, também podemos procurar por hemácias diretamente pelo exame
microscópico, uma técnica chamada de sedimentoscopia. Através do microscópio
consegue-se detectar qualquer presença de sangue, mesmo quantidades mínimas não
detectadas pela fita.
Neste caso, os valores normais são descritos de duas maneiras:
Menos que 3 a 5 hemácias por campo ou menos que 10.000 células por mL
A presença de sangue na urina chama-se hematúria e pode ocorrer por diversas
doenças, tais como infecções, pedras nos rins e doenças renais graves (para saber mais
detalhes sobre a hematúria, leia: HEMATÚRIA (URINA COM SANGUE)).
Um resultado falso positivo pode acontecer nas mulheres que colhem urina enquanto
estão na período menstrual. Neste caso, o sangue detectado não vem da urina, mas sim
do sangue ainda residual presente na vagina. Nos homens, a presença de sêmen na
urina também pode provocar falso positivo.
Uma vez detectada a hematúria, o próximo passo é avaliar a forma das hemácias em um
exame chamado “pesquisa de dismorfismo eritrocitário”. As hemácias dismórficas são
hemácias com morfologia alterada, comum em algumas doenças como a
glomerulonefrite (leia: O QUE É UMA GLOMERULONEFRITE?). É possível haver
pequenas quantidades de hemácias dismórficas na urina sem que isso tenha relevância
clínica. Apenas valores acima de 40 a 50% costumam ser considerados relevantes.
Não é todo laboratório que possui gente capacitada para executar esse exame. Por isso,
muitas vezes ele não é feito automaticamente. É preciso o médico solicitar
especificamente essa avaliação.
https://www.mdsaude.com/nefrologia/hematuria/
https://www.mdsaude.com/nefrologia/glomerulonefrite/
/
Leucócitos ou piócitos – Esterase leucocitária
Os leucócitos, também chamados de piócitos, são os glóbulos brancos, nossas células
de defesa. A presença de leucócitos na urina costuma indicar que há alguma
inflamação nas vias urinárias. Em geral, sugere infecção urinária, mas pode estar
presente em várias outras situações, como traumas, uso de substâncias irritantes ou
qualquer outra inflamação não causada por um agente infeccioso. Podemos simplificar e
dizer que leucócitos na urina significa pus na urina.
Como também são células, os leucócitos podem ser contados na sedimentoscopia.
Valores normais estão abaixo dos 10.000 células por mL ou 5 células por campo
Alguns dipsticks apresentam um quadradinho para detecção de leucócitos, normalmente
o resultado vem descrito como “esterase leucocitária”. O normal é estar negativo.
Cetonas ou corpos cetônicos
Os corpos cetônicos são produtos da metabolização das gorduras. Os corpos cetônicos
são produzidos quando o corpo está com dificuldade em utilizar a glicose como fonte de
energia. As causas mais comuns são o diabetes, o jejum prolongado e dietas rigorosas.
Outras situações menos comuns incluem febre, doença aguda, hipertireoidismo, gravidez
e até aleitamento materno.
Normalmente a produção de cetonas é muito baixa e estas não estão presentes na urina.
Alguns medicamentos como captopril, ácido valproico, vitamina C (ácido ascórbico) e
levodopa podem causar falso positivos.
Urobilinogênio e bilirrubina
Também normalmente ausentes na urina, podem indicar doença hepática (fígado) ou
hemólise (destruição anormal das hemácias). A bilirrubina só costuma aparecer na urina
quando os seus níveis sanguíneos ultrapassam 1,5 mg/dL. O urobilinogênio pode estar
presente em pequenas quantidades sem que isso tenha relevância clínica.
Nitritos
/
A urina é rica em nitratos. A presença de bactérias na urina transforma esses nitratos em
nitritos. Portanto, fita com nitrito positivo é um sinal indireto da presença de bactérias.
Nem todas as bactérias têm a capacidade de metabolizar o nitrato, por isso, exame de
urina com nitrito negativo de forma alguma descarta infecção urinária.
Na verdade, o EAS apenas sugere infecção. A presença de hemácias, associado a
leucócitos e nitritos positivos, fala muito a favor de infecção urinária, porém, o exame de
certeza é a urocultura (leia: EXAME UROCULTURA | Indicações e como colher).
A pesquisa do nitrito é feita através da reação de Griess, que é o nome dado a reação do
nitrito com um meio ácido. Por isso, alguns laboratórios fornecem o resultado como
Griess positivo ou Griess negativo, que é igual a nitrito positivo ou nitrito negativo,
respectivamente.
Cristais
Esse é talvez o resultado mais mal interpretado, tanto por pacientes como por alguns
médicos. A presença de cristais na urina, principalmente deoxalato de cálcio, fosfato de
cálcio ou uratos amorfos, não tem nenhuma importância clínica. Ao contrário do que se
possa imaginar, a presença de cristais não indica uma maior propensão à formação de
cálculos renais. Dito isso, é importante destacar que, em alguns casos, a presença de
determinados cristais pode ser um sinal para alguma doença.
Os cristais com relevância clínica são:
Cristais de cistina – Indicam uma doença chamada cistinúria.
Cristais de magnésio-amônio-fosfato (chamado de cristais de estruvita ou cristais
de fosfato triplo) – podem ser normais, mas também podem estar presentes em
casos de urina muito alcalina provocada por infecção urinária pelas bactérias
Proteus ou Klebsiella. Pacientes com cálculo renal por pedras de estruvita
costumam ter esses cristais na urina.
Cristais de tirosina – Presentes em uma doença chamada tirosinemia.
Cristais de bilirrubina – Costumam indicar doença do fígado.
Cristais de colesterol – Costuma ser um sinal de perdas maciças de proteína na
urina.
https://www.mdsaude.com/nefrologia/infeccao-urinaria/urocultura/
/
A presença de cristais de ácido úrico, caso em grande quantidade, também deve ser
valorizada, pois podem surgir em pacientes com gota ou neoplasias, como linfoma ou
leucemia. Cristais de ácido úrico em pequena quantidade, porém, são comuns e não
indicam nenhum problema.
Células epiteliais e cilindros
A presença de células epiteliais na urina é normal. São as próprias células do trato
urinário que descamam. Elas só têm valor quando se agrupam em forma de cilindro,
recebendo o nome de cilindros epiteliais.
Como os túbulos renais são cilíndricos, toda vez que temos alguma substância
(proteínas, células, sangue…) em grande quantidade na urina, elas se agrupam em
forma de um cilindro. A presença de cilindros indica que esta substância veio dos túbulos
renais e não de outros pontos do trato urinário como a bexiga, ureter, próstata, etc. Isto é
muito relevante, por exemplo, nos casos de sangramento, onde um cilindro hemático
indica o glomérulo como origem, e não a bexiga, por exemplo.
Os cilindros que podem indicar algum problema são:
Cilindros hemáticos (sangue): Indicam glomerulonefrite.
Cilindros leucocitários: Indicam inflamação dos rins.
Cilindros epiteliais: indicam lesão dos túbulos.
Cilindros gordurosos: indicam proteinúria.
Cilindros hialinos não indicam doença, mas podem ser um sinal de desidratação.
A presença de muco na urina é inespecífica e normalmente ocorre pelo acúmulo de
células epiteliais com cristais e leucócitos. Tem pouquíssima utilidade clínica. É mais uma
observação.
Em relação ao EAS (urina tipo I) é importante salientar que esta é uma análise que deve
ser sempre interpretada. Os falsos positivos e negativos são muito comuns e não dá para
se fechar qualquer diagnóstico apenas comparando os resultados com os valores de
referência.
/
Ácido ascórbico na urina
É comum os laboratórios chamarem a atenção quando há ácido ascórbico (vitamina C)
na urina. Este dado é importante porque o ácido ascórbico pode alterar os resultados do
dipstick, principalmente na detecção de hemoglobina, glicose, nitritos, bilirrubina e
cetonas. É importante o médico saber que resultados inesperados podem ser falsos
positivos ou falsos negativos causados pela vitamina C.
EXEMPLO DE EXAME DE URINA NORMAL
Apenas como exemplo, o que segue abaixo é um modelo de como os laboratórios
apresentam os resultados do exame sumário de urina. Este exame está normal.
COR —- amarelo citrino 
ASPECTO —- límpido 
DENSIDADE —- 1.015 (normal varia entre 1005 e 1030) 
PH —- 5,0 (normal varia entre 5,5 a 7.5)
EXAME QUÍMICO
Glicose —- ausente 
Proteínas —- ausente 
Cetona —- ausente 
Bilirrubina —- ausente 
Urobilinogênio —- ausente 
Leucócitos —- ausente 
Hemoglobina —- ausente 
Nitrito —- negativo
MICROSCOPIA DO SEDIMENTO (sedimentoscopia)
Células epiteliais —- algumas 
Leucócitos —- 5 por campo 
Hemácias —- 3 por campo 
Muco —- ausente 
Bactérias —- ausentes 
/
Cristais —- ausentes 
Cilindros —- ausentes
REFERÊNCIAS
Urinalysis in the diagnosis of kidney disease – UpToDate.
Clinical Methods: The History, Physical, and Laboratory Examinations – 3rd
edition. Boston: Butterworths; 1990. Chapter 191.
Urinalysis – The University of Utah Eccles Health Sciences Library .
Understanding urine tests – Institute for Quality and Efficiency in Health Care.
Graff’s textbook of routine urinalysis and body fluids – Lillian A. Mundt, Kristy
Shanahan – Lippincott Williams & Wilkins.
Urinalysis – Medsacape.
Urinalysis – AACC Lab Tests Online.
Urinalysis: Core Curriculum 2008 – American Journal of Kidney Diseases.
Urinalysis: A Comprehensive Review – American Family Physician.
RELACIONADOS
https://www.uptodate.com/contents/urinalysis-in-the-diagnosis-of-kidney-disease
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/books/NBK302/
https://library.med.utah.edu/WebPath/TUTORIAL/URINE/URINE.html
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmedhealth/PMH0072534/
https://books.google.pt/books/about/Graff_s_Textbook_of_Routine_Urinalysis_a.html?id=SmKGfd7DsxgC&redir_esc=y
https://emedicine.medscape.com/article/2074001-overview
https://labtestsonline.org/tests/urinalysis
https://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed?term=18501787
https://www.aafp.org/afp/2005/0315/p1153.html
https://www.mdsaude.com/nefrologia/infeccao-urinaria/bacteriuria-assintomatica/
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INFECÇÃO URINÁRIA NA GRAVIDEZ: RISCOS E
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