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CADERNO - Prof VLADIMIR MUCURY CARDOSO

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Teoria das Obrigações e dos Contratos – aula 13/10/09
A compensação convencional decorre do contrato e, não, da lei. Ela é cabível quando as dívidas recíprocas não admitem compensação pela lei. Ela é supletiva. Ela tem cabimento sempre que não houver compensação legal, desde que haja dívidas recíprocas.
Se houver compensação legal é incabível a compensação convencional, porque a primeira citada ocorre automaticamente.
Frisa-se que cabe a compensação da dívida prescrita, sendo que a dívida nula não admite o pagamento.
Pode-se homogeneidade, reciprocidade, liquidez e vencimento são características da convenção legal.
A compensação convencional só exige dívida válida, reciprocidade, sendo que essa característica pode deixar de existir.
Exemplo, se “A” tem uma dívida de R$ 100,00 com “B”, o qual tem uma dívida de R$ 100,00 com “C”. Pode ocorrer entre os três uma compensação convencional entre as partes.
As partes podem convencionar em mutuo acordo excluir a compensação. Art. 305 do CC. 
Dívida anulável pode ser vítima de compensação, porque pode ser validade.
A renuncia prévia é admissível. 
Quando apenas uma das partes não renuncia a compensação. O devedor que não renunciou continua a ter direito a alegar a compensação, mas o que renunciou não tem o direito de alegar.
Se a renuncia for posterior, ou seja, depois do vencimento da dívida. É imperativo que a renuncia seja feita antes do vencimento da dívida, uma vez que a compensação, após a dívida se tornar exigível, liquida e vencida, ocorre automaticamente. No entanto, a renuncia tardia da compensação repestina a dívida, fazendo-a renascer sem as garantias anteriores. 
Há exceções a compensações, art. 363 do CC. A primeira delas é a dívida que tem origem ilícita, a qual não admite compensação, porque a dívida com origem ilícita é nula. Em segundo lugar, aquelas dívidas que decorrer de comodato, depósito e alimentos. Embora reunidas no mesmo dispositivos são casos diferentes. As dívidas oriundas de comodatos e depósitos não admitem compensação porque são contratos que se fundamentam na confiança. Além disso, tanto no comodato, como no depósito, admite-se a devolução da coisa. Comodato é o empréstimo de coisa infungível. 
O contrato de empréstimo tem duas espécies, quando o objeto é fungível, o contrato recebe o nome de mutuo. Quando o objeto é fungível, recebe o nome de comodato. 
Depositário infiel é quem recebe a coisa e não a devolve. 
Vinculo familiar afetivo, necessidade por parte do credor, e possibilidade de pagar por outra parte. O crédito alimentar é indisponível, irrenunciável e inalienável.
	Ninguém pode ter uma dívida com você mesmo. Então, se você se torna seu credor a dívida se extingue. Exemplo, o filho que pegou empréstimo com o pai, mas o pai morreu. No patrimônio do pai existia o crédito com o filho. Quando o devedor herda o crédito, o crédito se extingue.
	A confusão pode ser parcial. Quando, no exemplo anterior o pai tinha mais dois filhos. Nesse caso, a parte do crédito que couber ao filho, ela entra em confusão. 
	A remissão corresponde ao perdão da dívida. A remissão é um ato do credor para com o devedor. Há quem equipare a remissão a renuncia. Ela é um ato unilateral do credor.
	O incapaz não pode nem remir, nem renunciar seus créditos.
	O crédito, para ser renunciável, tem que ser disponível.
 A remissão, na maioria das vezes, tem que ser expressa, mas admite-se, também, a remissão tácita, especialmente na hipótese do art. 386 do CC, consistente na devolução do título ao devedor sem o pagamento. 
A devolução da coisa empenhada, presume a extinção da dívida. Penhor é a garantia real de bem móvel. Na penhora o objeto do penhor fica com o credor. Este se devolver sem ao devedor sem o pagamento, presumi-se a remissão da garantia e não da dívida. Frisa-se que o credor que devolve a coisa penhora, faz a remição da garantia e não da dívida.
O credor pode remir o devedor em parte ou totalmente. O credor, por exemplo, pode abrir mão dos juros, da multa, recebendo apenas o principal, bem como nada impede que o credor abra mão, por exemplo, de 50% da dívida. Quando existe a solidariedade, a remição dada ao devedor, a dívida é extinta até cota parte desse credor. 
Teoria das obrigações e dos contratos – aula 19/10/09
	No inadimplemento absoluto a obrigação não foi cumprida, bem como não será, haja vista a inexistência de possibilidade.
Ocorre o inadimplemento absoluto quando a obrigação não é cumprida na data e ao credor não interessa mais o cumprimento, independentemente de possibilidade física e jurídica. 
Com o advento do aumento da importância do princípio da boa-fé objetiva, a idéia de inadimplemento se estendeu às obrigações acessórias. O direito civil contemporâneo, através da nova teoria das obrigações, fez insurgir a idéia de que o processo obrigacional não é isolado no tempo e no espaço. Na maioria das vezes, o vínculo obrigacional possui obrigações principais e acessórias. 
As obrigações acessórias servem para potencializar a função socioeconômica da obrigação principal. Por meio da extensão da interpretação princípio da boa-fé, consagrado no texto constitucional e no código civil atual, aumentou-se o número dessas obrigações acessórias, ou seja, deveres anexos de conduta. A boa-fé obriga as partes a determinados comportamentos. 
O inadimplemento absoluto pode ser parcial, quando apenas parte do contrato não é respeitada.
O inadimplemento pode recair sobre obrigação negativa, art. 390 do CC, sendo certo que em tais obrigações não existe mora, uma vez que o devedor tenha praticado o ato que ele se obrigou a não praticar, ocorre diretamente o inadimplemento absoluto. 
Cabe mencionar que o citado artigo é perfeitamente lógico, uma vez que depois de praticado o ato é impossível desfazer o ato, pode-se, no máximo, desfazer as conseqüências, no entanto, isso não elimina o ato praticado. Um exemplo é a obrigação de não fazer consistente na abstenção de construir um muro, se tal é construído, pode-se destruir o muro. Todavia, o muro em algum momento foi construindo, gerando o inadimplemento absoluto, o ato já foi praticado. 
O problema dessas regras é que muitas vezes o desfazimento do ato não deve gerar a dissolução do vinculo jurídico. O inadimplemento absoluto tem como conseqüência direta e inafastável a resolução do vinculo, se o sujeito não cumpriu e não tem como cumprir, o vinculo obrigacional se desfaz. No entanto, nas obrigações negativas, quando ocorre o inadimplemento absoluto pode acontecer de ainda não haver interesse na resolução do vinculo obrigacional. 
Para melhor compreensão salienta-se que não necessariamente a realização da prática em uma obrigação omissiva pode não gerar a resolução do ato, tem que sempre ter em mente a função socioeconômica do vinculo. Um exemplo é a cláusula de não concorrência, por exemplo, se em um momento específico uma das partes descumpriu, esse inadimplemento não acarreta a resolução do vinculo, ou seja, a parte continua obrigada a não concorrer.
A conseqüência do inadimplemento absoluto é a resolução do vinculo obrigacional em perdas e danos, ou seja, a obrigação se resolve e o devedor é obrigado a restituir as perdas geradas ao credor. 
O inadimplemento absoluto inclui na indenização por perdas e danos o valor da prestação principal. 
Insta a necessidade de ressaltar que o valor da obrigação principal é o mínimo da indenização por perdas e danos. 
O inadimplemento absoluto é a base da responsabilidade civil contratual, sendo esse o ramo do direito civil que trata pela reparação dos danos injustos. 
Existem duas grandes modalidades da responsabilidade civil, quais sejam, a contratual e a extracontratual ou aquiliana, que tem esse nome por derivar do direito romano.
A natureza jurídica da responsabilidade descumprida difere-se na responsabilidade contratual, na qual é uma obrigação no sentido técnico, e na responsabilidade aquiliana, a qual constitui o dever genérico de conduta. 
Na verdade o que se chama de obrigação contratual é a responsabilidadeobrigacional, que é quando o dano decorre do inadimplemento de uma obrigação, sendo certo que essa obrigação será tratada nessa matéria. 
Insurge mencionar que pode ocorrer responsabilidade obrigacional que não é contratual, como, por exemplo, a obrigação tributária, que, embora enseja responsabilidade obrigacional, não encontra fundamento na obrigação contratual.
Na maioria das vezes a responsabilidade obrigacional é gerada pela prática de conduta ilícita. No entanto, a conduta ilícita geraria responsabilidade aquiliana, que pode ser definida como responsabilidade obrigacional. 
A responsabilidade civil possui três elementos, quais sejam:
 o dano – é imperativo existir o dano, sem dano não tem responsabilidade – Cita-se o exemplo de um individuo que invade uma casa no intuito de roubar, mas, por medo, resolve ir embora sem roubar nada. Neste caso, como não houve dano, não há de se falar em responsabilidade civil, apesar de caber sanções penais.
- nexo de causalidade – para o dano ser indenizado é necessário um nexo de causa e efeito entre o comportamento do agente e o dano.
- a culpa ou o risco – são responsáveis por outra divisão, a responsabilidade subjetiva, a qual depende da culpa, só havendo responsabilidade civil quando há culpa do sujeito, e a responsabilidade objetiva, a qual independe da culpa, funda-se no risco.
Nos contratos onerosos, nos quais ambas as partes fazem sacrifícios e gozam de vantagens, como, a compra e venda. Contrato gratuito, só um contratante incorre em sacrifício (se desfaz do bem, mas recebe, a outra parte paga, mas recebe o bem), ao passo que todos os benefícios ficam para o outro contratante, exemplo, a doação (o doador se desfaz, por exemplo, da propriedade sem receber nada.
O contrato oneroso só ocorre inadimplemento por culpa, a luz do art. 392 do CC. Enquanto, no contrato benéfico, ou gratuito, só ocorre inadimplemento por dolo, se doa a coisa e causa um dano ao donatário, só responde pelo dolo.
Exemplo um pastor doa suas ovelhas ao vizinhos. No entanto, imagine que as ovelhas doadas possuíam uma doença, a qual contagiou o rebanho desse vizinho. Nesse caso, o doador responde somente por culpa grave, logicamente se ele souber da existência dessa doença.
Esclarece-se que a culpa grave se equipara o dolo.
Se o devedor não cumpre a obrigação por motivo alheio, a obrigação não se resolve. 
O inadimplemento relativo, também denominado de mora, que pode ser definido como atraso injustificado no cumprimento da obrigação. Dar-se a mora quando o devedor não cumpre a obrigação quando o devedor não cumpre a obrigação no tempo estipulado ou pelo contrato, ou pela lei. Portanto, o que caracteriza a mora é o devedor não pagar a dívida na data prevista. Quando existe data certa é “mole”, segundo o tio vladi, quando a obrigação é condicional, a mora ocorre a partir do momento da realização da condição, esses são alguns exemplos.
O art. 394 do CC. O conceito legal de mora é mais amplo do que o supra-aludido. Existe a idéia de que a mora resulta da idéia de tempo para o cumprimento da obrigação. No entanto, a lei positiva que a ocorrência de mora quando a obrigação não é cumprida no local, no tempo e na forma da obrigação.
O pagamento feito em lugar indevido, ou de forma equivocada, é mister salientar que a doutrina entende que isso é um erro técnico. O motivo para esse “erro técnico” é que as conseqüências são as mesmas. 
Além do fator tempo, é imprescindível o fator humano, ou seja, o atraso tem que ser imputável ao devedor, só há mora quando o devedor não cumpre a obrigação no tempo acordado devido a um fato imputável a esse devedor. 
Registro que se o atraso ocorreu por um fato que não pode ser imputável ao devedor ele não configura mora. 
Saliento que nesse caso ocorre a inversão do ônus da prova, devendo, o caso fortuito, ser provado pelo devedor
Existem duas modalidades de mora, quais sejam, a do devedor e a do credor. A mais comum é a do devedor, que também é chamada de mora solvente.
Para haver mora do devedor é necessário alguns requisitos, tais como:
-a exigibilidade da prestação. Isso ocorre quando ela é liquida, certa e vencida. Antes do vencimento da dívida, como o credor não pode exigir o pagamento, não ocorre a mora. Todavia, é imperativo também a liquidez, a qual diz respeito tanto ao objeto, como a pessoa, então, é preciso que seja definido o objeto e quem é o devedor e quem é o credor. Sendo necessário, ainda, a certeza, que diz respeito a determinação do objeto da prestação, quando ao obrigação é de gênero. 
Na maioria das vezes a dívida líquida é a de dinheiro, já que se faz necessário saber o valor a ser pago. 
Urge salientar que existe exceções, tais como:
- As obrigações que decorrem de ato ilícito, nas quais o devedor ocorre em mora, desde o momento da prática da ilicitude. Exemplo: uma batida por culpa, na qual, segundo a idéia geral, a mora só se configuraria a partir do momento que o devedor, o culpado pelo acidente, soubesse do valor, liquidez, do concerto. Contudo, a lei considera que aquele que pratica o ilícito entra em mora desde o momento da prática do ato, ou seja, momento do acidente.
O STJ formulou a sumula 54, que é importantíssima, a qual diz que os juros moratórios fluem a partir do momento danoso, em caso de responsabilidade extracontratual. A partir dessa sumula, se interpreta o art. 398 do CC. A regra de quem causa o dano entra em mora no momento da prática do ato, não serve para a responsabilidade contratual.
Na responsabilidade contratual, o devedor ocorre em mora com o vencimento da dívida liquida e certa.
Os juros da mora ocorrem desde a citação inicial. Então, o contratante que não paga no tempo certo terá que pagar os juros da mora, mas esses juros só começaram a correr a partir da citação inicial.
Apenas o atraso imputável ao devedor da lugar a mora. 
TEORIA DAS OBRIGAÇÕES E DOS CONTRATOS – AULA 20/10/09
O Primeiro efeito da mora é gerar para o devedor a responsabilidade de indenizar os prejuízos gerados ao credor pelo atraso do pagamento, só que diferentemente do inadimplemento absoluto, a mora não resolve o vinculo obrigacional. Nessa caso, o pagamento, embora atraso, continua a ser possível.
A mora acarreta a chamada perpetuação da obrigação. A perpetuação da obrigação, contudo, significa mais do que a continuação do vinculo obrigacional, pois o devedor tem o agravamento da sua obrigação.
O devedor em mora responde pela impossibilidade superveniente da prestação, ainda que decorrente do fortuito. 
O devedor em mora perde a defesa que ele antes possuía. 
Se a prestação de torna impossível depois da mora, o vinculo se resolve em perdas em danos. O devedor em mora responde, até mesmo, pelo fortuito, salvo se ele puder provar que o dano ocorreria ainda que ele tivesse entregue a prestação no momento oportuno. 
Outro efeito da perpetuação da obrigação é que, como o devedor continua responsável pela dívida, a indenização devida ao credor não substitui a prestação. 
No inadimplemento absoluto a indenização é a soma da prestação com perdas e danos, já no caso da mora a indenização não inclui o objeto da prestação, ou seja, tem que indenizar e dar o objeto da prestação.
Se o devedor tem a obrigação de entregar um boi, quando ele incorre em mora, ele responde pelos danos causados por essa demora. Tem que entregar o boi e indenizar essa perdas e danos. 
Se o boi morre por culpa do devedor, o inadimplemento é absoluto, tem que indenizar no valor do boi acrescido das perdas e danos. 
A mora do credor se da quando o credor se recusa a receber injustamente a obrigação no prazo previsto no título. 
O credor não pode resistir a receber a prestação, já que o devedor tem o legitimo direito de se desobrigar. Só há mora do credor, cabe frisar, quando a recusa é injusta. 
A mora do devedor só se configura se o devedor for culpado pelo atraso. 
O credor incorre em culpa independentemente de culpa, se o credor não recebe por culpa de um fortuito ele não está em mora.
Hoje se entedente que o credor ocorreem mora no caso de se recusar à receber sem um justo motivo. 
Quando o devedor na hora de cumprir a obrigação se comportando de maneira inadequada, isso exclui a mora do credor, o qual passa a ter um motivo justo para não receber.
No entanto, se o devedor disponibiliza no tempo e no lugar a coisa certa o credor não tem porque se recusar.
A mora do credor abranda a responsabilidade do devedor.
O devedor, durante o período de mora do credor, não tem mais a obrigação de conservar a coisa até o pagamento, salvo dolo, ou seja, não pode intencionalmente causar dano a coisa.
O art. 400 do CC positiva outro defeito da mora do credor.” Art. 400. A mora do credor subtrai o devedor isento de dolo à responsabilidade pela conservação da coisa, obriga o credor a ressarcir as despesas empregadas em conservá-la, e sujeita-o a recebê-la pela estimação mais favorável ao devedor, se o seu valor oscilar entre o dia estabelecido para o pagamento e o da sua efetivação.”
Se a coisa se valorizar durante a mora do credor, o credor tem que pagar a mais por ele, se a variação ocorreu durante o tempo que o credor incorreu em mora. 
Sem que o devedor tenha efetivamente oferecido o pagamento ao credor, não existe mora do credor. Deve-se atentar que tem a obrigação de cumprir a obrigação é dev
Se a dívida é portável o devedor tem que ir pagar, só existe a mora se o devedor provar que procurou o credor para pagar a coisa.
Se a dívida é quesível, o credor deve ir até o devedor receber o pagamento, se o credor não vai até o devedor receber o pagamento já corre em mora,.
Tanto o credor, quanto o devedor em mora, podem por fim a mora, a forma adequada de por fim a mora é a purgação da mora (extinguir a situação de mora). O credor para purgar a mora tem que recebera coisa na forma que ela se encontra. Se o credor, incorrendo em mora, deve suportar a depreciação da coisa, como o devedor está liberado da conservação da coisa.
Purgar a mora é se submeter aos efeitos da mora. O malandro do credor em mora para se livrar do vinculo obrigacional é obrigado a receber a coisa no estado que se encontrar, pagar pelos custos da conservação, e, se houver valorização, pagar a diferença.
Nem sempre é cabível a purgação da mora, principalmente para o devedor. Isso ocorre quando a prestação não tem mais utilidade para o credor. 
Nessa hipótese, a mora se converte em inadimplemento absoluto. Com isso, não pode haver a purgação da mora. 
Se a mora se converte em inadimplemento absoluto a obrigação se resolve em perdas e danos. 
Cláusula resolutiva – é a cláusula contratual que assegura a qualquer um dos contratante por fim ao contrato se a outra parte não cumprir a sua obrigação. 
A purgação da mora tem que ser espontânea, se o credor já ajuizou a ação para cobrar a prestação, não há mais a purgação da mora. 
Na pendência da lide não cabe mais purgação da mora, a não ser naqueles casos que o legislador prevê. O caso mais conhecido é o da lei do inquilinato, a qual permite que o inquilino pague os alugueis dentro do prazo da defesa. Se o locador propõe a ação de cobrança, o locatário pode pagar até o prazo da defesa. Isso ocorre pela importância social do contrato de aluguel. 
Nas obrigações pecuniárias, a purgação consiste no pagamento dos juros da mora e, se houver, pagamento da multa convencional. 
A cessação da mora não se confunde com a purgação da mora, são coisas diferentes. Só há purga da mora quando o credor, ou o devedor, em mora se submetem a seus efeitos.
A cessação da mora ocorre quando há o perdão da parte inocente, a mora é extinta sem o morante se submeter aos efeitos de tal mora. 
O credor não pode evitar que o devedor purgue a mora. A purgação é um ato unilateral, enquanto a cessação da mora é um favor da parte inocente.
A cessação pode ser tácita isso ocorre quando o comportamento da parte inocente é incompatível com a mora. A maneira mais comum é quando credor aceita o pagamento atrasado, em seu valor original, fornecendo a quitação da dívida. 
Para o credor se beneficie da mora, ele deve constituir o devedor em mora, sendo, essa constituição, essencial para os efeitos da mora incidirem.
Sendo assim, nem sempre basta o não pagamento no prazo para que os efeitos da mora se produzam, pois é necessário que o credor constitua o devedor em mora.
A constituição pode ocorre da seguinte maneira:
Ex re – é aquela mora que se constitui sem a necessidade de um comportamento do credor. Ela se da, principalmente, nas dívidas liquidas e vencidas em prazo certo, prevalece a regra, segundo a qual o tempo interpela pelo homem. Isso ocorre porque o devedor sabe o que paga, aonde pagar e quando pagar. Com isso, o devedor tem que pagar, sem necessitar que o credor o interpele. 
O legislador faz isso para proteger determinadas pessoas. A regra, então, é que as dívidas líquidas e vencidas em prazo certo entrem em mora independentemente da interpelação do credor, salvo exceções que a lei determinar.
Uma das exceções ocorre nas dívidas quesíveis, nas quais o pagamento depende da busca do credor pela obrigação. Nesse caso, o credor não precisa necessariamente interpelar o devedor para este ocorrer em mora, ele tem apenas que procurar o devedor para receber a obrigação.
Cumpre mencionar que o credor deve provar que procurou o devedor para receber.
O decreto lei n° 58 disciplina os compromissos de compra e venda dos imóveis resultados de loteamento. Esse decreto exige que o credor interpele de forma pessoal o devedor. 
Se a prestação não é paga, os efeitos da mora são limitados, porque é imperativa a interpelação do devedor pelo credor. 
Outros exemplos são: os casos de não fazer e as decorrentes de ato ilícito. Nas obrigações de não fazer o art. 390 determina que o devedor está em inadimplemento a partir do momento que pratica o ato que se comprometeu a não praticar. O credor não precisa interpelar o devedor, a partir do momento que este fizer o ato já se encontra em mora.
Nas obrigações decorrentes de ato ilícito, a lei diz que o devedor se considera em mora desde o momento que pratica o ilícito. Se o devedor se encontra em mora desde a prática do ilícito, não é necessário a interpelação.
Ex persona – é aquela mora em que se faz necessário a interpelação do devedor. Ela ocorre naquelas obrigações em que não existe prazo certo para o pagamento. O devedor, então, só incorre em mora quando o devedor o constitui através da interpelação. 
Nas obrigações negativas, o credor ainda tem interesse na permanência do vinculo obrigacional, já que a prestação negativa ainda é de interesse deste credor. 
A última hipótese é a chamada violação positiva do crédito, ou chamada como violação positiva do contrato. Essa modalidade de inadimplemento existe mesmo quando a obrigação não tem por fonte um contrato. 
Essa idéia nasceu de um caso concreto. Um determinado criado adquiriu na Alemanha ração para seus animais. Adquiriu uma certa quantidade para alimentar seus animais. A ração foi entregue como acordado, lugar, tempo e marca certa. Mas, após consumirem a ração grande parte dos animais morreu, porque a ração encontrava-se estragada.
Diante desse caso, a doutrina percebeu que não existia solução para o caso. Não existia regra para o cumprimento imperfeito. 
Então, surgiu a teoria da violação positiva do crédito, ou violação positiva do contrato, tinha como sentido o cumprimento imperfeito da obrigação. O nome dado é porque o inadimplemento e a mora são, em geral, comportamentos negativos, ou seja, o devedor permanece inerte, se omite de cumprir a obrigação.
Enquanto, a violação positiva do crédito consiste em uma conduta positiva do devedor. No Brasil ela não foi recebida. Isso ocorre porque o nosso artigo 394 do CC considera em mora o devedor que não cumpri no lugar, na coisa certa e devidamente. 
Com isso, não era necessário um instituto novo para responsabilizar o devedor que não cumprisse devidamente a obrigação.
A teoria, no entanto, continuou a ser desenvolvida na Alemanha, na qual se modificou a aplicação da violação positivado crédito, passando a ocorrer sempre que o devedor pratica um ato positivo incompatível com o adimplemento. Ocorre quando o devedor frustra a obrigação pelo seu comportamento.
O vendedor que se obriga a entregar a coisa em 90 dias, mas vende para outro e entrega de pronto. Com isso, o comportamento do vendedor é incompatível com o adimplemento da obrigação, esse comportamento importa em violação positiva do crédito. 
Essa violação positiva do crédito é equiparada ao inadimplemento absoluto em seus efeitos. A lei brasileira não contem nenhuma regra que abranja a violação positiva do crédito nessa concepção atual. A doutrina, por sua vez, a desenvolveu. 
Registro novamente que essa violação positiva do crédito ocorre quando há um comportamento do devedor que implicará na impossibilidade de cumprir a obrigação. 
A violação positiva do crédito não foi tão amplamente acolhida pela doutrina clássica brasileira, exceção feita ao autor Orlando Gomes.
(transformações do direito das obrigações – orlando Gomes)
Essa teoria ganhou importância com o desenvolvimento do princípio da boa-fé objetiva, a qual procura sempre adequar o comportamento das partes para o cumprimento socioeconômico da obrigação. 
O inadimplemento, em geral, é o não pagamento no vencimento da dívida. No passado o credor tinha que esperar o vencimento da dívida para ter o devedor como inadimplente. Isso é complicado quando é sabido que o devedor, por meio de indícios concretos, não realizará o pagamento da obrigação. Neste caso, a doutrina moderna endente não ser necessário que o credor espere o vencimento. Isso fez surgir a idéia do inadimplemento antecipado das obrigações. 
Teoria das obrigações e dos contratos – aula 21/10/09
Perdas e danos advém da responsabilidade civil.
A responsabilidade civil se em contratual, a qual pressupõe um vinculo obrigacional válido, e a aquiliana, na qual o dever violado é o mero dever de conduta, qual seja, o de não causar danos injustos a outrem.
O dever de indenizar advém da violação de um dever de conduta. 
Na responsabilidade civil contratual existe a violação de uma obrigação em sentido técnico. 
 O código de Defesa do Consumidor, de forma brilhante, rompeu com essa distinção através da responsabilidade solidária entre o fornecedor e os fabricantes, sendo certo que com esses últimos o consumidor não tem uma relação contratual direta. Outro exemplo, é o consumidor por equiparação. 
Existe a divisão que divide a responsabilidade civil em objetiva, a qual se fundamenta na noção de risco e prescindi da culpa, e a responsabilidade subjetiva, a qual se fundamenta na culpa.
Lei das estradas de ferro – vítimas de acidentes de trens não precisavam provar a culpa, culpa presumida, sendo, com isso, o primeiro passo que para a responsabilidade objetiva. Torna-se imperativo salientar que culpa presumida ainda é responsabilidade subjetiva. 
Se a atividade a carreta alguns riscos você tem que suportá-los.
No passado a responsabilidade objetiva era excepcional, somente cabia quando a lei determinava.
O Código de Defesa do Consumidor revolucionou isso positivando a responsabilidade independentemente de culpa, tornando, com isso, o excepcional em regra nas relações de consumo. 
O novo código civil 927 positiva a clausula geral de responsabilidade objetiva. Ele deve ser lido com o artigo 186. 
Pressupostos para a responsabilidade civil: primeiro é o dano, o segundo o nexo de causalidade, para que exista o dever de reparar é preciso que o dano seja conseqüência da ação do agente, o terceiro é a culpa e o risco.
Responsabilidade civil pré-contratual, é aquela que surge no momento em que duas pessoas estão negociando um contrato, ou seja, mesmo sem haver vinculo obrigacional pode ocorrer a responsabilidade civil por violação do princípio da boa-fé objetiva.
Responsabilidade pós contratual resulta da pós eficácia das obrigações, fazendo que o vinculo obrigacional produza efeitos depois do seu fim.
Sem dano não há responsabilidade, haja vista que a indenização visa justamente reparar o dano.
O dano corresponde a violação de um interesse legitimo tutelado pelo ordenamento jurídico.
O dano pode ser divido em duas grandes categorias em patrimonial e extra-patrimonial. Se o bem jurídico violado compuser o patrimônio da vítima logicamente ele recebe o nome de patrimonial. Ao passo que se o dano violado for existência, de natureza não patrimonial, não integrando, assim, o patrimônio da vítima, recebe o nome de dano extra-patrimonial, ou dano moral. 
O dano emergente corresponde aquilo que se perdeu em razão do inadimplemento. O devedor se obrigou a entregar um cavalo de corrida. Na data prevista não entregou. Nesse caso, existe um dano emergente, pois, pagou um valor pelo cavalo e não recebeu. Assim, o valor pago é o dano emergente. Suponhamos agora que essa pessoa que comprou o cavalo fez, antes de recebê-lo, um contrato para vender o sêmen do cavalo. Neste momento ocorre o dano cessante, o que deixou de ganhar. 
Não se indeniza o dano hipotético, só é indenizável o dano certo, ou seja, aquele que pode se verificar com certeza. 
Começou-se a indenizar a perda de uma chance, ou seja, perdeu a chance de acertar. Isso vem relativizando a certeza do dano. Para a chance ser indenizável é preciso que a mesma seja razoável. 
O lucro cessante é aquilo que razoavelmente o credor deixou de ganha em decorrência do inadimplemento. O lucro cessante não pode ser considerado dano certo, mas a contar das circunstâncias presentes supor razoavelmente quanto o credor deixou de ganhar. Frisa-se que o elemento certeza é substituído pela razoabilidade.
O dano estético, segundo o professor,nada mais é do que o dano moral. 
Salienta-se que para que haja dano moral é imperativo que exista o mínimo de gravidade, haja vista que viver em sociedade pressupõe alguns aborrecimentos. 
Teoria das obrigações e do contrato – aula 28/10/09
O código tributário nacional art. 61 § 1 determina que na mora de fazenda pública o juros é de 1% ao mês, se não houver lei que o estabeleça. Existe uma tradição no ordenamento jurídico brasileiro em limitar em 12 % ao ano. No município do Rio de Janeiro, por exemplo, como não existe lei no sentido de limitar a taxa cobrada em caso de atraso de IPTU será essa de 1% ao ano.
Taxa selic é a que remunera o que é devido ao tesouro nacional. Ao final do dia os Bancos fazem um balanço do seu movimento, ou seja, recolhem todos os créditos em relação a outro banco, por exemplo, com isso quando esses créditos são semelhantes os bancos fazem uma compensação. No entanto, quando os créditos não são semelhantes, os bancos fazem empréstimo desse crédito ao outro, sendo esse crédito de vencimento diário. Esse empréstimo é para suprir a tal diferença de crédito. O citado empréstimo é garantido através de um título público, os são os mais seguros existentes no país, haja vista que a união é a “pessoa mais solvente”.
A selic é justamente a taxa média de juros cobrada entre as instituições financeiras nesses empréstimos de vencimento de um dia, garantido pelos títulos públicos.
O governo através do famoso COPOM estabelece taxa básica de juros, ou seja, a taxa que o governo paga pelos empréstimos. 
A taxa de juros legal seria a SELIC. No entanto, parte considerável da doutrina entende como sendo inadequada para aplicar nos empréstimos privados. Parte da jurisprudência considerava inconstitucional a taxa SELIC, bem como contraria ao CTN. 
O primeiro dos motivos para não aplicar a SELIC seria que ela é uma taxa composta de juros e, não, simples. Isso porque no seu indicie incluiria juros moratórios, remuneratórios e correção monetária. Quando essa taxa é aplicada a mora dos impostos ela ganha um conteúdo moratório, quando aplicada simplesmente ao empréstimo interbancário ganha um conteúdo compensatório. Por isso, não seria adequada aos contratos civis. 
Art. 591 do código civil proíbe a capitalização, salvo a anual. No entanto, a SELIC tem capitalização mensal, o que, conforme percebemos de formaclara, contraria o artigo citado.
SELIC é a taca média de juros você só conhece no fim do dia, a de hoje você só conhece a amanha. A fazenda pública todo mês ela fecha a SELIC, ou seja, você celebra um contrato hoje sem saber a taxa da data da celebração do contrato. 
A primeira jornada de direito civil estipulou um enunciado de que a taxa mencionada no art. 406 seria a taxa estipulada pelo CTN. Em um primeiro momento, todos os tribunais atenderam a essa orientação.
O TJ RJ assim entende, mas como alguns tribunais malandrões começaram a decidir diferente. O conselho especial, órgão máximo do STJ, então, julgou um embargo de divergência, o qual visa sanar divergência entre as diferentes turmas de um mesmo tribunal, que a taxa aplicada deveria ser a SELIC.
Juros moratórios são decididos por todas as turmas do STJ. Quando a divergência for entre duas turmas da mesma seção, a própria seção resolve. Se for entre seções quem resolve é esse conselho especial do STJ.
O argumento principal é que se o código civil diz que deve aplicar a taxa da fazenda nacional, a qual é justamente a SELIC. 
Cumpre frisar de forma intempestiva que a taxa SELIC não é aplicada para os empréstimos concedidos pelas instituições financeiras aos seus clientes.
O que vai determinar a taxa de juros aplicadas aos empréstimos pessoal é o risco. Os juros hoje têm a função primordial de justamente suprir esse risco do empréstimo. 
Por isso, a lei que regula o sistema financeiro nacional outorgou ao banco central competência para disciplinar determinadas ações das instituições financeiras. O banco central, então, autorizou as instituições financeiras deveriam utilizas taxas de mercado. 
O STF decidiu que as instituições financeira não se submetem aos limites da lei de usura. 
A constituição de 1988 estabelecia que os juros não poderiam superiores a 12% ao ano. No entanto, o art. 192 § 3, segundo o STF, não era auto aplicado. A emenda constitucional n° 40 revogou esse artigo.
Com o novo código essa discussão voltou. No entanto, já se admite de forma pacífica que as instituições financeiras não são reguladas por leis de legislador ordinária.
Através do CDC, art. 52, considerou-se que os juros abusivos seriam os diferentes da taxa média de mercado. 
Outro controle que havia caiu no ano 2000, que era a proibição do anatocismo.Medida provisória 1963-17.
Empréstimo bancários não tem limite de juros, a não ser a taxa média de mercado, que encontra a sua abusividade no art. 52 do CDC. 
Teoria das Obrigações e dos Contratos – aula 11/03/09
A cláusula penal é aquela que impõe uma sanção ao devedor que descumpri uma obrigação por ele contraída.
Essa cláusula é aquela que prevê, por exemplo, uma multa pecuniária. 
Então, a cláusula penal, nada mais é, do que a cláusula que prevê uma multa no caso de inadimplemento da obrigação.
Tal cláusula tem uma dupla finalidade, qual seja, reforçar o vínculo obrigacional, reportando uma pena para aquela que descumpra esse vínculo, o devedor sobre a possíbilidade de sofrer sanção, cumpri a obrigação.
A segunda função é de pré-liquidar as perdas e danos. Ela serve como uma liquidação antecipada dos prejuízos decorrentes do inadimplemento.
O inadimplemento gera a obrigação do devedor de restituir os danos causados por meio da indenização.
Quando o credor entra com uma ação para liquidar seu prejuízo, ou seja, cobrar os prejuízos por ele sofrido em virtude do inadimplemento, os quais devem ser avaliados pelo magistrado. A cláusula penal estudada, no momento, busca evitar todo esse transtorno da ação judicial, estabelecendo uma pré-liquidação, isto é, ocorrendo o inadimplemento bastaria ao credor cobrar a multa estipulada pela referida cláusula.
A partir do código civil atual passou-se a entender que a função principal é a de reforçar o vinculo jurídico.
Existe duas espécies de cláusula penal, quais sejam:
Cláusula penal compensatória – essa cláusula penal aplica-se no caso de inadimplemento absoluto de obrigação principal. O devedor não cumpriu, bem como nem irá mais cumprir a obrigação. 
Frisa-se, no caso do contrato não estipular a natureza da cláusula, estabelece que é a compensatória. No entanto, deve-se analisar o caso a caso, uma vez que essa presunção não é absoluta. 
A cláusula penal compensatória não pode ser cuminada com a prestação principal. O credor não pode exigir que o devedor cumpra a obrigação e, ainda assim, exigir a cláusula penal compensatória.
Cláusula penal moratória – Essa cláusula aplica-se no caso de mora do cumprimento da obrigação. Esta cláusula pode ser cuminada com a prestação principal, isto é, o credor pode exigir tanto o cumprimento da prestação principal, com a referida cláusula penal moratória.
Outra possibilidade da sua aplicação é quando ocorre o descumprimento de uma obrigação acessória. 
Suponha-se uma cláusula de sigilo, o contrato estipula que nem um dos contratantes pode divulgar informações desse negócio. Se um dos contratantes divulgar qualquer informação, será aplicada a cláusula penal moratória. Isso ocorre porque a obrigação discutida é acessória. 
Então, salienta-se que apesar de ocorrer um inadimplemento absoluto aplica-se a cláusula penal moratória. 
Esclarece-se que a cláusula penal compensatória é aplicada quando há inadimplemento absoluto de obrigação principal.
A cláusula penal é muito eficiente porque ela se aplica de pleno direito, ou seja, o inadimplemento do devedor já enseja a sua aplicação. O credor não necessita, nem mesmo, alegar prejuízo, pois já existe uma presunção absoluta de que o descumprimento da obrigação gera prejuízo. Essa cláusula aplica-se automaticamente.
É certo que para ser aplicável tal multa é imperativo que o descumprimento possa ser imputável ao devedor, haja vista que não sendo imputável não haverá inadimplemento.
O devedor comprovando o fortuito exonera-se do pagamento de tal multa.
As partes tem liberdade para estipular a cláusula, de maneira tal, que muitas vezes não ocorre, nessa indenização estabelecida por essa cláusula estudada, relação com o dano causado. (para elucidar, pode ocorrer do dano causado ser de R$ 10 e a multa ser de R$ 20, bem como o dano ser de R$ 20 e a multa ser de R$ 10).
Se a obrigação foi indivisível, ela perda essa característica em caso de inadimplemento, isto é, cada devedor passa a responder pela multa na quota parte que lhe corresponde. Exceção para o devedor culpado pelo inadimplemento, o qual responderá sozinho pelo inadimplemento.
Se a obrigação é divisível, nada impede que um devedor cumpra a sua obrigação e outro não. Com isso, o credor só pode cobrar a cláusula penal daqueles devedores que se encontrarem em mora. 
Em caso de obrigação solidária, o devedor que pagar a multa toda, pode entrar com ação de regresso em face dos outros devedores, sendo certo que o devedor culpado pelo inadimplemento é obrigado a arcar sozinho com a multa.
Em relação aos limites da cláusula penal o art. 312 estabelece que a indenização não pode ser superior a prestação principal. No entanto, existe possibilidade de que se o dano for maior, a indenização pode ser aumentada.
A cláusula penal moratória em caso de cotas condominiais, art. 1336 § 1°, não pode ser superior a 2%.
O art. 52 do CDC positiva que é abusiva a cláusula moratória superior a 2% da prestação principal. O que o CC de 2002 fez foi comparar a mora do consumidor com a do condomínio. 
Segundo o tio Vladi, nesse sentido o legislador não foi bem, uma vez que o consumidor é a parte vulnerável e era comum antigamente que os contratos estabelecem multas moratórias enormes. 
No condomínio comum, as pessoas possuem titularidades sobre uma mesma coisa, ou seja, co-propridade.
A situação do condômino de apartamentos é diferente, porque cada pessoa é proprietária sobre a sua unidade domiciliar autônoma, no entanto, em relação as partes comuns desse condomínio cada condômino é co-proprietário.
Entre os condôminos não existe uma relação de desigualdade, todos estão obrigados a contribuir igualmente para a conservaçãodas áreas comuns. 
O legislador “mandou mal” porque enquanto os consumidores são desiguais na relação obrigacional, os condôminos são partes iguais no vinculo obrigacional.
Outra regra importante é a do art. 413 do CC, a qual prevê a possibilidade de revisão judicial da cláusula penal, a qual pode ser modificada pelo juiz. É possível ao magistrado rever nas seguintes circunstâncias:
Art. 413. A penalidade deve ser reduzida eqüitativamente pelo juiz se a obrigação principal tiver sido cumprida em parte, ou se o montante da penalidade for manifestamente excessivo, tendo-se em vista a natureza e a finalidade do negócio.
O juiz pode reduzir a cláusula penal se entender que a multa é excessiva, por razões de equidade. 
O CC de 2002 criou uma nova possibilidade de redução, qual seja, no caso de ser excessiva a multa. Não adota-se mais limites rígidos. 
Outra novidade é o parágrafo unido do art. 416, que possibilidade as partes acordarem sobre a indenização suplementar, a qual ocorre quando o prejuízo sofrido pelo credor é maior do que o estipulado pela indenização. 
Art. 416. Para exigir a pena convencional, não é necessário que o credor alegue prejuízo.
Parágrafo único. Ainda que o prejuízo exceda ao previsto na cláusula penal, não pode o credor exigir indenização suplementar se assim não foi convencionado. Se o tiver sido, a pena vale como mínimo da indenização, competindo ao credor provar o prejuízo excedente.
Institutos das arras os sinal, as qual são uma convenção acessória real,pela qual um contratante entrega ao outro quantia em dinheiro, ou bem móvel, como prova da conclusão do contrato.
As arras surgiram no direito de família, quando o homem entregava a aliança de noivado à mulher. Essa aliança representava o compromisso firme de que o casamento aconteceria. 
Após um tempo, esse instituto do direito de família foi levada ao direito civil, através da entrega de um bem móvel à outra parte contratante.
Até hoje utiliza-se essas arras, sobre a denominação de sinal.
É muito comum essas arras, ou sinal, no caso de transação imobiliária. Após a estipulação do valor, o promitente comprador entrega uma quantia, denominada de sinal, para simbolizar que o negócio será concretizado no futuro. Isso ocorre porque a burocracia toda necessária para a transmissão do título de propriedade é muito extensa e, por isso, demora muito. 
 A parti da entrega da arra o negócio se torna irrevogável.
Arras ou sinal: Convenção acessória real. 
Convenção é porque as partes acordam sobre a realização do negócio.
Acessório é porque as arras estão vinculadas a um negócio definitivo, ninguém paga arras para que um negócio se extingue nas próprias arras.
Real porque o sinal, ou as arras, só produzem efeitos depois da coisa ou o dinheiro serem efetivamente entregues.
Existem duas modalidades de arras, quais sejam, confirmatórias ou penitenciárias. 
O problemas das arras é que cada uma dessas modalidades tem natureza jurídica opostas.
As arras confirmatórias têm a função de assegurar que o negócio é irretratável. 
Quando as arras são penitenciárias, elas asseguram o direito de arrependimento. Os contratantes têm o direito de se arrepender, mas a parte que se arrepender tem que pagar um preço pelo arrependimento.
As arras confirmatórias são um reforço do vínculo jurídico, após a sua entrega o negócio não pode ser desfeito. Enquanto, se as arras são penitenciais o direito de arrependimento é assegurado, isto é, ao invés de reforçar o vínculo, ela enfraquece o vínculo. 
O CC de 2002 da prevalência as arras confirmatórias, no silêncio do contrato assim as entende. Por isso mesmo se crítica alteração topográfica realizada pelo legislador. Na legislação antiga as arras eram tratadas no título sobre contratos. Contudo, na atual legislação as arras foram transferidas para o título sobre a inadimplência, sendo certo que seu espírito é justamente de reforçar o vínculo, não faz sentido estar nesse loca. 
No contrato imobiliário, após a entrega das arras de R$ 30 em que o negócio seria de R$ 300, em que no momento de concretizar o negócio o vendedor se arrepende da venda.
Esse arrependimento, quando as arras são confirmatórios, a recusa, por si só, já é um ilícito contratual. O credor, que neste caso é o comprador, pode ir à juízo para obrigar o vendedor a vender o imóvel. A primeira alternativa, então, é compelir a outra a parte à cumprir a obrigação. 
A segunda alternativa é resolver o negócio em perdas e danos, ou seja, diante da recusa do vendedor, o comprador pode resolver o negócio jurídico em perdas e danos. Neste caso, as arras são o mínimo da indenização, isto é, se o credor, no presente caso o comprador, não conseguir comprovar os danos, é assegurado receber, como perdas e danos, pelo menos o valor das arras, sendo certo que o prejudicado não fica limitado ao valor dessas arras.
Por isso, se diz que quando quem descumpri o contrato é quem pagou as arras, ela perde as arras. E quando quem descumpriu foi a pessoa que recebeu as arras deve devolve-las em dobro. Quando as arras for um bem móvel, deve entregar o bem móvel, mas a quantia correspondente ao bem.
Registro que o comprador pode exigir as arras, o valor correspondente as arras e possíveis prejuízos. 
Se quem decidir for o comprador, o vendedor pode exigir o valor das arras ou obrigar o comprador a comprar. Isso se as arras forem confirmatórias. 
Se as arras forem penitenciárias, qualquer um dos contratantes tem o direito de desistir do negócio. Quem desistir do negócio deve Agar o valor das arras, se quem desistiu foi quem pagou as arras, ele perde as arras e deve pagar o valor equivalente. Se quem desistiu foi quem recebeu as arras, a parte deve devolver as arras e pagar quantia equivalente a tais arras.
No CC anterior não existia a previsão de indenização suplementar. O novo CC resolveu o problema. 
Salienta-se que as arras não foram revogadas, apenas ocorreu uma mudança topográfica da localização no código. 
Teoria das obrigações e contratos – aula 04/11/09
O contrato romano era estritamente formal, mais até que formal, chagava a ser ritualesco. Em Roma existiam três tipos principais de contratos, verbeis, Rés, e literes, os quais serão explanados abaixo.
Verbeis contrato para os quais eram necessário dizer determinadas palavras. O vinculo jurídico só se formava quando as partes falavam determinadas palavras estabelecidas pelos pretores.
, rés eram os contratos que só se formavam com a entrega de determinadas coisas. Esses contratos existem até hoje, qual seja, os contratos reais. O vinculo só se forma quando a parte entre a outra determinado objeto. 
Literes eram os contratos que para serem formados necessitavam ser inscritos nos livros de comércio.
Esse formalismo tinha um lado positivo, qual seja, a segurança. As partes sabiam com certeza quando os contratos estavam formados. No entanto, existia também um lado negativo, que era a grande exigência de ritos. Com isso, surgiu os contratos meramente consensuais, em tais contratos o vínculo se forma apenas com o acordo entre as partes, de início eram os de compra e vende, de aluguel e etc. 
Os contratos em Roma vinculavam as partes e outorgavam as partes o chamado direito de ação. Os contratos em Roma eram apenas aqueles predefinidos pelos pretores. Os romanos só celebravam os contratos previstos por esses pretores. Cumpre salientar que somente os contratos davam o direito de ação. Ao contrário do que acontece hoje em dia, onde se entende que o direito de ação é abstrato, ou seja, você tem o direito de mover a ação por mais errado que você esteja. 
Em Roma o direito de ação era vinculado ao direito material, isto é, somente o contratante podia move-las.
Os contratos eram justamente aqueles negócios bilaterais previamente estabelecido pelos pretores e ensejavam o direito de ação.
Os pactos, por sua vez, não eram preestabelecidos. Esses pactos não ensejavam direito de ação e, tão somente, o direito de defesa. 
A posteriore surgiu a idéia do quase contrato, que consiste justamentenaqueles vínculos, que hoje seriam denominados contratuais, eram vínculos jurídicos estabelecidos entre as partes e que não eram preestabelecidos pelo ordenamento vigente.
A revolução francesa basicamente aconteceu em ocorrência e uma disparidade entre o poder político e o poder econômico. A burguesia, detentora desse segundo poder, não possuía qualquer participação política. 
O burguês queria basicamente poder negociar livremente, ou seja, os negócios pudessem ser livremente pactuados. 
Essa revolução objetivava implementar um sistema político-jurídico capaz de assegurar a referida liberdade de contratar. 
Com o triunfo de tal revolução estipulou-se a almejada liberdade individual. 
A burguesia, então, tratou de criar um código de lei que garantisse a liberdade individual no momento da contratação do vinculo jurídico. Dessa forma, criou-se o tão comentado código civil napoleônico, apelidado, até mesmo, de constituição do Direito Privado. 
A distinção entre o direito público e o privado era profunda. 
O direito público baseava-se na constituição. Enquanto, o direito privado baseava-se no código napoleônico, o qual fundamentava-se na vontade das partes contratantes. 
A noção de propriedade privada, antes da revolução francesa, não possuía uma conceituação muito concreta, haja vista que a nobreza era assim considerada justamente pelo seu nascimento. Valido é, destacar que a esse nobre não interessa regular a venda de suas propriedades.
Após a revolução francesa, o direito civil passou a girar em torno do conceito da propriedade. O contrato era intendido como uma forma de aquisição de propriedade, a qual era o núcleo central do código civil.
No entanto, mesmo com tal prevalência, existe quem diga que a grande inovação da revolução francesa seria a idéia do contrato e, não apenas, a idéia de propriedade, haja vista ser o contrato que garantia a transmissão da propriedade.
É interessante registrar que existia uma idéia de que o nobre podia perder a cabeça, mas nunca a propriedade ( senão no início da revolução, quando algumas propriedades foram desapropriadas), a qual esses nobres podiam negociar. 
O contrato protegia também quem detinha a nobreza. Com isso, foi um ponto de equilíbrio entre a burguesia, impetuosa para a negociação, e a nobreza, possuidora de muitas propriedades.
No campo do direito privado a liberdade se confundia com o poder da vontade, uma vez que os idéias liberais, força de criar direitos mediante a vontade era inerente ao homem. A idéia é que cada um seria o melhor senhor dos seus interesses, isto é, você é livre para contratar do seu jeito, bem como para suportar os seus prejuízos. 
O contrato naquele momento possibilitava o modo de vida escolhido pela classe vitoriosa, qual seja, a burguesia. O capitalismo instiga a circulação da riqueza, a qual ocorre por meio do contrato. 
O contrato seria um instrumento essencial do capitalismo. A igualdade (poder jurídico dos homens independe da posição socal do homem, todos os indivíduos tem o mesmo poder, mediante a manifestação da vontade, produzir efeitos jurídicos), tinha também um sentido econômico, sendo certo que tanto a liberdade também englobava essa idéia. 
Contudo, ignorar as diferenças entre os homens gerou grandes injustiças. Na idéia tratada acima caberia ao Estado tão somente garantir as regras o jogo. O Estado seria como um arbitro em um jogo de futebol, o qual não pode chutar a bola, estando ali, tão somente, para garantir as regras.
Uma frase de um jurista Frances revela bem esse pensamento, qual seja, “quem diz contratual, diz justo”. Aquilo que você concordou livremente você terá que cumprir, cabendo ao Estado apena verificar se o pactuado estava de acordo com as regras do jogo. 
Frisa-se que se uma parte é mais forte do que a outra ela pode impor suas regras. Isso tornou-se mais evidente, em um primeiro momento, no direito trabalhista. Como as pessoas que chegavam na cidade em busca de trabalho era muito maior do que a oferta de trabalho, o empregador podia impor a suas condições, já que a reserva de mão de obra era grande. Com isso, os empregadores podiam estabelecer salários e jornadas de trabalhos absurdas.
Outro campo jurídico que logo manifestou essa desigualdade foi o de aluguel, já que existiam muitas pessoas em busca de moradia. 
Essa liberdade e igualdade no lugar de provocar justiça social gerou grandes injustiças. Isso se deu tanto na Europa, como aqui no Brasil.
No país canarinho começou, a partir dos anos 20, a surgir legislações protetoras.
Depois do código civil não necessitava-se mais de qualquer regra. O código civil, por ser neutro e completo, ou seja, regulava o direito civil como um todo, tenderia a perdurar por um longo tempo.
O nosso primeiro código civil surgiu em 1916. Nos anos 20, isto é, menos de uma década depois de editado o código civil, já existiam leis extravagantes, a fim de solucionar problemas não tão bem regulados pelo Código civil.
Essa legislação extravagante era denominada de legislação de emergência, sendo tão somente uma legislação com o objetivo de completar determinados pontos não tão bem regulados pelo código civil, não tendo, em hipótese alguma o intuito de substituir esse código.
No entanto, começou a se observar a chamada “fuga do código”, já que setores inteiros, antes tratados no código civil, passaram a ser tratados em legislação própria, como, por exemplo, as legislações de aluguel, economia popular, direitos autorais e etc.
Isso se tornou necessário para evitar as conseqüências ruins dessa igualdade do liberalismo. Esse movimento se agravou ainda mais com a chamada massificação de sociedade.
A sociedade de massa é uma na qual tudo é feito na larga escala. No passado, quando você precisava de uma roupa nova, você ia a um alfaiate, o qual fazia uma roupa sob medida. Hoje em dia, quando você precisa de uma roupa, você vai ao shopping, onde você compra roupas utilizadas em todo o mundo. 
A sociedade de massa é caracterizada por essa nova igualdade, não mais perante a lei, e sim, perante o mercado, o qual trata todos da mesma forma.
A industrialização possibilitou fabricar números maiores de produtos, com custos mais baixos.
Hoje vise-se o estágio da massificação tecnológica. As pessoas passam a ser tratados por códigos, quando entra-se na internet você se torna um IP, por exemplo.
O avanço tecnológico mudou a forma de comportamento das pessoas no mercado.
O contrato do sec. XXI é um produto da massificação tecnologia. O contrato é despersonalizado, tudo são números e símbolos. 
A aproximação entre os contratantes hoje praticamente não existe. Para fazer frente a essa nova forma de contratação surgiu o chamado contrato por adesão.
Esse contrato por adesão é um contrato previamente estipulado por um dos contratantes. Antigamente as partes contratantes e discutiam item por item do contrato. No contrato por adesão, uma das partes estipula todas as regras do contrato, sendo essa parte denominada de estipulante, e a outra parte cabe aceitar ou não o contrato, essa outra parte é denominada de aderente. 
Isso produz um novo conceito de contrato, no qual a vontade não possui mais grande relevância. O contrato deixou de ser fruto da vontade e passou a ser resultado da vontade. Hoje, as pessoas contratos por que precisam e, não, porque querem. 
Saliento novamente, o contrato não é mais ato da vontade, sim, resultado da necessidade.
A vida moderna depende do contrato. O problema é que pelo contrato ser um ato de necessidade, algumas vezes ele acaba sendo um ato de imposição. Isso enseja a necessidade do Estado de intervir nas relações privadas.
Teoria das obrigações e dos contratos – aula 09/11/09
Os requisitos de validade dos contratos são os mesmos dos negócios jurídicos em geral, isto é, todos aqueles previstos no art. 104 do CC.
A capacidade das partes é o primeiro requisito, ambos os contratantes tem que ser capazes no direito civil.
Requisitos subjetivos:
Capacidade civil genéricas – pessoas maiores de idade, com perfeita sanidade mental.Capacidade civil específica – é a exigida para a realização de determinado contrato. Alguns contratos exigem capacidade específica, a qual pode ser chamada, com mais rigor, de apitidão. Então, além da capacidade genérica é necessário aptidão.
É imperativo para o contrato ser válido que ambos os contratantes estejam de acordo tanto com o objeto, como com todas as cláusulas.
No plano objetivo são requisitos:
A determinabilidade, a licitude e a possibilidade do objeto, como diz o art. 104. 
A possibilidade do objeto significa que aquele objeto pode servir a determinado contrato. O objeto é impossível, nas seguintes hipóteses:
Impossibilidade absoluta é aquela impossibilidade que independe de características subjetivas das partes. O objeto é absolutamente impossível quando para qualquer contratante ele seria impossível.
Enquanto, a impossibilidade relativa é aquela que está ligada a pessoa do contratante.
Frisa-se que, em geral, se diz que a impossibilidade relativa não enseja a nulidade do vinculo. No entanto, em alguns casos, a impossibilidade relativa pode dar causa a nulidade.
A impossibilidade material é aquela que decorre da natureza da coisa. Por exemplo, você não pode vender o seu lugar no paraíso.
Existe ainda a impossibilidade jurídica, que alguns juristas confundem com a ilicitude. Juridicamente impossível é aquilo que é incompatível com o ordenamento jurídico. 
Exemplo, uma mãe entrou com uma ação de alimentos contra a avó do filho. Isso ocorreu porque o filho não possuía patrimônio próprio. Na referida a ação, a autora pediu que a avó fosse obrigada a doar um imóvel. Esse pedido, apesar de não ser ilícito, é impossível juridicamente, porque ninguém pode ser obrigado a doar. 
Registro, a título ilustrativo, que, hoje em dia, a doutrina já aceita promessa de doação.
Além de possível, o objeto tem que ser lícito. A licitude quando aplicada ao objeto jurídico possui um entendimento mais amplo. Tudo que o ordenamento jurídico não proíbe é licito. Então, a primeira possibilidade de ilicitude é quando o objeto contraria uma lei imperativa.
No entanto, o entendimento de licitude também inclui a moralidade e os bons costumes. Nesse ponto, o ordenamento jurídico toda o plano da moral. Pode ocorrer a invalidade do negócio jurídico se o objeto for imoral. Frisa-se que a invalidade será motivada pela ilicitude do objeto, por contrariar a moralidade.
Exemplo, o contrato de aluguel de um imóvel para um prostíbulo é ilegal por contrariar a moralidade, sendo certo que não existe uma lei proibindo a prostituição.
De algum tempo para cá, a questão da ilicitude vem ganhando contornos mais complexos. Começa-se a distinguir o que é lícito e o que é merecedor de tutela. Isso ocorreu a partir de dois fenômenos, quais sejam, a descodificação e a constitucionalização do direito civil.
O código civil foi elaborado, em um primeiro momento, como um diploma completo e permanente. A idéia central era que o referido diploma possui-se a previsão para tudo que pudesse vir a ocorrer nas relações privadas. Contudo, essa idéia de completude, ahistoricidade e continuidade acabou rapidamente se mostrando falso. No Brasil, principalmente a partir dos anos 20, anos nos quais o Brasil começou a editar legislações de emergência visando regular relações jurídicas específicos. 
Doravante, começou a ocorrer a chamada fuga do código, através da edição de diplomas normativos que regulam ramos específicos, como a legislação sobre direitos autorais. 
Essas legislações extravagantes não visavam se opor ao código civil e, sim, completá-lo.
Em um terceiro momento, o legislador passou a ser preocupar com setores da sociedade e, não, campos específicos do direito. Com isso, iniciou-se a chamada era dos estatutos, os quais englobam regras de vários ramos do direito, por exemplo, processo, civil, penal. Exemplo de tal fenômeno é o código de defesa do consumidor, o qual é elaborado para regular os contratos de consumo, mas prevê mecanismos de processo, como a inversão do ônus da prova, regras de direito penal para punir de determinadas condutas e etc. 
Os estatutos rompem com a lógica do sistema. Isso leva a alguns autores a chamarem de micro-sistema. Nesse diapasão, o código civil perde a centralidade das relações privadas. 
As leis que compõe o ordenamento necessitam ser harmônicas não pode existir uma lei que proíbe uma determinada conduta e outra que a permite.
A constitucionalização do direito civil, não significa que a carta magna tenha englobado regras de direito civil. 
A segunda guerra mundial deu lugar às chamadas constituições sociais. Enquanto, no estado liberal as pessoas buscavam o melhor para si, o que geraria o bem social. 
A segunda guerra gerou nações vitoriosas e nações derrotadas. 
Com o fim da II guerra, a sociedade percebeu que o Estado sozinho não é capaz de garantir direitos sociais. 
A constatação de grandes horrores, como genocídios, ensejaram o surgimento das grandes cartas (constituições), a república passa a se fundamentar nas pessoas. Isso fez com que fosse assegurados direitos e garantias individuais. A constituição agora, não se resume a organizar o Estado, passando ao organizar a sociedade.
A carta magna passa a impor seus valores e princípios em todos os ramos do direito, inclusive no direito privado.
O fundamento básico da constituição é a dignidade da pessoa humana. O direito civil, com isso, passa a ter um princípio superior que o inspira como o todo. O direito civil tem como ponto de objeto a pessoa e, não, o individuo.
O individuo é o sujeito de direitos e deveres. Dizia-se que o código civil tinha personagem, o marido, chefe de família, proprietário, contratante (essa propriedade deve fazer circular a riqueza) e o testador ( a força da vontade era tão grande que se outorga a pessoa a capacidade de ditar o destino de seus bens para além de sua morte).
Esse personagem presente, por exemplo, no código civil de 1916, não corresponde a pessoa humana, a qual possui interesses, além de materiais, existenciais que merecem ser tutelado.
 Do direito civil contemporâneo é despatrimonializado, já que se preocupa mais com a pessoa, do que com o patrimônio em si. 
Exemplo, o ECA, que o princípio norteador é o melhor interesse da criança.
A licitude deixa de ser o único ponto de controle do negócio jurídico. Isso ocorria porque o centro do ordenamento era o individuo, o justo seria que cada um agisse de acordo com seus interesses.
Hoje em dia, quando o ordenamento garante a liberdade das pessoas de agirem de acordo com seus interesses, o faz visando garantir determinados valores que levam ao bem comum.
Atualmente, não basta mais o exame da licitude do negócio, é imperativo avaliar se o negócio atende a função social.
Quando o negócio contraria lei imperativa ele não merece tutela. Mas, o ordenamento jurídico não é feito só de regras imperativas, existem leis dispositivas que podem, em determinados casos, serem afastados. 
O contrato sei lícito garante apenas que ele não contraria lei imperativa, mas não que merece tutela. 
O contrato para ser merecedor de tutela ela tem que contribuir socioeconomicamente para atingir os princípios da república.
O merecimento de tutela é quando duas pessoas fazem um contrato, o Estado presta tutela privilegiada, garantindo, assim, que o contrato seja cumprido. O Estado somente deveria prestar tutela nos casos em que o contrato vise atingir os princípios da republica.
 O objeto do contrato não necessita ser desde logo determinado, mas tal documento tem que ter aspectos que tornem o objeto determinável.
O contrato aleatório é, em geral, quando não se sabe de antemão qual será a prestação de um dos contratantes. Nesse caso a incerteza é da substância do contrato. 
Outro aspecto importante, é a necessidade de equilíbrio contratual. 
 O contrato tem que ter conteúdo econômico, sem tal conteúdo não pode haver contrato, sendo quase um 4 requisito.
Os contratos que promovem uma troca, como os de compra e venda, presume-se que os objetos da troca sejamequivalentes. No entanto, nem sempre isso é verdade.
Antigamente, exigia-se apenas equlibrio subjetivo, é o equilíbrio baseado na equivalência dos valores dos objetos envolvidos na troca determinados pelas partes. Dizia-se, por exemplo, que a parte poderia ter um apego especial e isso elevaria o preço.
Essa noção se modificou, exigindo o equilíbrio objetivo, ou seja, objetivo equivalência dos valores dos objetos envolvidos na troca, mas não o absoluto, que, na verdade, é impossível de ser atingido. Por exemplo, se forem chamadas 3 avaliadores para avaliar o valor de mercado da coisa, cada coisa possui uma variação aceitável.
As pessoas, segundo o ordenamento jurídico, são livres para realizarem negócios, até mesmo, maus negócios. É lícito adquirir a coisa um pouco abaixo do preço do mercado, bem como é lícito receber um pouco mais do valor do mercado. Pode haver perdas e ganhos, mas não excessivo. 
Último requisito de validade é a forma, art. 104.
O direito liberal inauguro uma nova era, superando o formalismo, a do princípio do consenso.
 O princípio consenssualista diz que se o contrato emerge da vontade, a manifestação livre da vontade já é capaz de realizar contrato. Atingindo convergência de vontade, os contratos já se formam. Apenas, em determinados casos, é exigido alguns formalismo.
Existem duas modalidade de exigência de formas, quais sejam, as absolutas e relativa.
As formalidade absoluta são da substância do ato, são aquelas que o desrespeito levam a invalidade do ato, exemplo a escritura pública de compra e venda. 
Há solenidades que não são absolutas e, sim, relativa. As solenidades relativas não são da substâncias do ato. Essas solenidades são necessárias para a prova do ato. Exemplo, um depósito de uma determinada coisa realizada de forma verbal, no qual a pessoa um tempo depois procura o depositário para recuperar a coisa. No entanto, tal pessoa não devolve a coisa. O depositante não poderá recorrer ao juízo para obrigar a devolução da coisa, já que a prova do depósito é realizada mediante o documento escrito. Cumpre frisar que se o depositante pagar para retirar a coisa, o pagamento é válido, não cabendo repetição do indébito.
O ordenamento não veda os contratos verbais, mas estimula os escritos. 
O Código de defesa do consumidor inseriu uma nova forma de formalismo, o qual visa proteger determinado grupo de pessoa. 
Teoria das obrigações e dos contratos – aula 10/11/09
Princípio da autonomia privada – esfera de liberdade concedida pelo ordenamento jurídico ao particular. Esse conceito se baseia na idéia de que você é livre para autuar no mercado, para negociar e etc. Salienta-se que esse conceito se confunde com o mínimo de liberdade que o Estado deve assegurar para os indivíduos, por ser algo útil a sociedade.
Outro conceito, é que a autonomia privada seria o poder de auto-regulamentação das pessoas. O poder assegurado pelo ordenamento jurídico para assegurar seus próprios interesses. É o poder que as pessoas têm de estabelecer regras para si mesmo. 
O individuo se vincula a determinado tipo de comporto, que ele tem sempre que seguir, sob a pena de ficar em inadimplemento. 
As pessoas exercem autonomia privada através do negócio jurídico, seja ele unilateral, ou bilateral. Só há contrato porque há autonomia privada. 
Na antiguidade embora os contratos já existissem, a noção de autonomia privada não era clara. A autonomia privada se confundia com a autonomia da vontade. 
A autonomia da vontade trás em si uma concepção subjetiva. Esse princípio foi o que fundamentou o Estado liberal, significando que as pessoas eram livres para, através da sua vontade, criar, extinguir e modificar obrigações. Tal autonomia reconhece na vontade a aptidão de criar direitos. 
Autonomia privada tem conteúdo mais objetivo. A vontade jurídica é aquela autorizada pelo ordenamento jurídico. Esse conceito parte da idéia que homem tem inata a aptidão de criar direito. Nesse tipo de autonomia, a criação do direito não é uma característica inata à vontade, esse poder de criação volitivo é oriundo do ordenamento jurídico. 
Se em um primeiro momento, a autonomia da vontade era anterior ao próprio Estado, agora o poder de criação de direito oriundo da vontade das partes é oriundo do ordenamento jurídico.
Dessa forma, essa criação de direito deve ser limitado pela forma e princípios estabelecidos pelo ordenamento jurídico.
A concepção de autonomia anterior encontrava limitação somente na lei imperativa e na ordem pública. Portanto, o poder criacionista de direito da autonomia da vontade era muito amplo. 
Essa liberdade quase ilimitada, acabou convertendo o poder econômico em poder contratual. 
A ampla liberdade concedida à autonomia da vontade acabou por gerar a sua limitação, devido ao seu uso abusivo, desmedido. Com o passar do tempo, a autonomia da vontade passou a ser quase nenhuma. 
O exercício da autonomia vontade foi excluindo a possibilidade de grande parte da população de utilizar a sua vontade. 
Neste diapasão, foram criada restrições para autonomia da vontade, buscando, assim, garantir que todos os contratantes tivessem o mínimo da sua vontade respeitada. Isso tentou desvincular o poder econômico do contratual, tentando garantir o respeito a vontade das partes contratuais mais fracas. 
Dirigismo contratual – corresponde ao fenômeno pelo qual o Estado passou a intervir nas relações subjetivas para limitar o exercício da autonomia privada. 
Nos contratos por adesão a autonomia da vontade, por parte do aderente, é reduzida, quiçá, nenhuma.
O contrato Dirigido, é aquele no qual a vontade de um dos contratantes é dirigida pelo outro. 
O contrato feito entre o consumidor e a companhia de energia elétrica o desequilíbrio é gritante. É um contrato essencial. O mínimo da autonomia da vontade, qual seja, o de contratar ou não, não chega nem a existir, uma vê que ninguém vive sem energia elétrica. 
O contrato de locação, também é um contrato com alto grau de publicismo, ou seja, dirigido, as partes não estão em situação de equilíbrio contratual. Certo é, que o desequilíbrio não chega ao ponto do contrato essencial mencionado acima. Nesse tipo de contrato, o Estado intervém, pode-se dizer, mais para proteger terceiros do que as partes contratantes. 
A autonomia privada é o fundamento do regime capitalista. No entanto, a maioria das constituições dos países ocidentais não prevêem a autonomia privada. 
A autonomia privada é um princípio implícito no texto constitucional, no princípio da livre iniciativa. 
O primeiro problema disso, é que, embora o princípio da livre iniciativa possa ser utilizado como identificador da autonomia privada, o princípio da livre iniciativa é mais amplo e restrito do que o da autonomia privada.
Por exemplo, a livre iniciativa garante ao empresário poder pintar de qualquer cor a parede, o que, claramente, não faz parte da autonomia privada. Em lado oposto, o testamento é uma das possibilidades de exercício da autonomia privada, que não é respaldado pela livre iniciativa.
Além disso, a constituição de 1988 prevê a livre iniciativa um pouco diferente do convencional. É comum se ler que a autonomia privada é fundamento da república, o que não é verdade. 
A maioria da doutrina constitucionalista não atenta que os valores da republica são os valores sociais do trabalho e o da livre iniciativa. Com isso, atualmente, o que é fundamento da república são os valores da livre iniciativa.
Por outro lado, esse mesmo texto legal, positiva que a livre iniciativa é fundamento da ordem economia brasileira. 
A autonomia privada na legalidade constitucional é uma legalidade dirigida, sendo um poder de auto-regulamentação concedida pelo ordenamento jurídico aos particulares com objetivos a serem cumpridos. A autonomia privada só é legitima quando observa os valores constitucionais dos arts. 1, 3, 4 e 170.
A autonomia privada envolve atitudes extra patrimoniais. Assim sendo, o princípio da livre iniciativa não é suficiente para fundamentar a autonomiaprivada.
Na legalidade constitucional brasileira, a autonomia privada ganha um novo aspecto importantíssimo o da dignidade da pessoa humana. 
O próprio princípio da autonomia privada sofreu uma alteração intrínseca, na medida que é obrigado a atingir princípios constitucionais. 
O princípio da autonomia privada produz subprincípios, quais sejam:
O contrato liberal era inspirado em três princípios derivados da autonomia da vontade, quais sejam, liberdade contratual, força obrigatória dos contratos e relatividade dos efeitos do contrato.
A liberdade contratual se divide na liberdade de contratar propriamente dita, que recebe o nome de liberdade de vinculação, e liberdade contratual, ou de estipulação. Essa liberdade de vinculação diz respeito a liberdade de celebrar ou não o contrato e de escolher o parceiro contratual. 
A liberdade de estipulação corresponde, em primeiro lugar, a liberdade de negociação. É o princípio que estabelece que as partes são livres para negociar previamente as cláusulas e condições do contrato. Em segundo lugar, a liberdade de estipulação corresponde a liberdade de ditar o conteúdo contratual, são livres para escolher a cláusulas. Por fim, envolve o direito de celebrar os contratos atípicos (receberam o apelido de contratos sobre medida. O legislador estabelece tipos contratuais que podem, ou não, serem adotados pelo legislados, como os de mutuo, locação, fiança. Pode ocorrer de nenhum contrato estabelecido em lei servir para você. Quando não houver previsão as partes podem celebrar um contrato criado pelas partes para suprir a necessidade de um determinada situação econômica.). O particular pode estipular contratos não estabelecido pelo legislado.
O segundo princípio é o da força obrigacional do contrato. No código Frances, é positivado em um artigo que menciona, o contrato faz as leis entre as partes. A partir do momento em que se atinge o consenso, mediante a manifestação das vontades, as partes se vinculam. Dessa forma, o consenso torna-se irrevogável. Pacta sunt servanda – quem celebra um contrato, encontra-se obrigado a estipular o que contratuado. Se os contratos não tivessem força obrigatória, para nada serviria o contrato. Sem força obrigatória não há contrato. Sem força obrigatória o contrato não apresentaria segurança jurídica. 
O princípio da força obrigacional possui um subprincípio muito importante, o princípio da intangibilidade do conteúdo do contrato, que consiste que somente as vontades, que celebraram os contratos, podem modificar o conteúdo dos contratos. Esse princípio assegura que o contrato deve ser cumprido tal qual celebrado, sem que haja alteração unilateral. Além disso, configura-se como uma proteção da atividade estatal, que não pode modificar o conteúdo dos contratos. 
Relatividade dos efeitos do contrato, segundo o qual o contrato é um ato entre as partes que o celebram, não prejudica, nem beneficia terceiros, ou seja, possui obrigações à quem participou da sua celebração. Mas, a relatividade, desde muito cedo, encontra certa flexibilidade. Há três figuras dessa flexibilização, quais sejam, contratos com pessoas à declarar, estipulação a favor de terceiro e processo em face de terceiros.
Dizer que os efeitos são relativos aos contratantes significa que não pode gerar obrigações a terceiros, mas é oponível a terceiros. Isso ocorre quando torna-se público. 
Além dos princípios tradicionais, existem três novos que resuktam da nova ordem social, quais sejam, função social do contrato, boa-fé objetiva e equilíbrio contratual. 
Teoria das obrigações e dos contratos – aula 16/11/09
Na época do liberalismo imaginava-se que a função social do contrato era o de servir ao interesse dos contratantes. Mas, em pouco tempo, percebeu-se que a sociedade não evolui se as pessoas apenas buscarem os seus interesses.
No chamado Estado social, o contrato deixa de ser exclusivamente o espelho dos interesses dos contratantes, passando a expressar o interesse da sociedade.
O contrato não é um fim em si mesmo, ele possui uma finalidade socioeconômica. A frustração do alcance da função socioeconômico gera a inutilidade do contrato. O ordenamento jurídico não tutela contratos “inúteis.”
O contrato deixa de ser um instrumento de percepção dos interesses egoístas das partes, inserindo-se na finalidade constitucional. O contrato precisa cumprir as finalidades do ordenamento jurídico. Com isso, interesses extracontratuais ganham importância. Um exemplo disso é a livre concorrência, que inclui, inclusive a aprovação de determinados contratos pelo poder público. 
O princípio da função social do contrato encontra respaldo em três princípios constitucionais, quais sejam, o da solidariedade ( que leva aos contratantes a levarem em consideração princípios extracontratuais), o da dignidade da pessoa humana (esse princípio é o que justifica a nova principiologia presente nos contratos), valores sociais dos contratos), a função social da propriedade. 
O contrato se torna instrumento para atingir os princípios constitucionais. 
O código civil previu a função social no art. 421. 
A função social não é apenas um limite de contratar, ou seja, não é algo externo a liberdade de contratar. A lei diz mais do que isso, a liberdade de contratar será exercida em razão da liberdade de contratar. Com isso, o contrato ganha uma função social a cumprir, qual seja, o de realizar os princípios constitucionais. 
O ordenamento jurídico brasileiro tem como tábua suprema os valores constitucionais. 
A função social do contrato é dotada de uma eficácia externa e uma interna.
A doutrina diverge quanto a essa eficácia interna,porque a função social do contrato, a princípio, se dirige a eficácia externa, atuando protegendo interesses extracontratuais.
Há quem diga que produz eficácia interna, protegendo, com isso, o interesse dos contratantes. Esses autores agregam a justiça contratual. No plano interno, a função social do contrato exige o equilíbrio contratual, confundindo-se com o princípio do equilíbrio contratual.
O segundo princípio contratual sócia é a boa-fé, que como princípio contratual é algo próprio do estado social.
Existem dois tipos de boa-fé. A boa-fé subjetiva, que se refere a um estado psíquico do agente, isto é, diz respeito, na maioria das vezes, a dois aspectos, o conhecimento ou desconhecimento de certo fato, ou então diz respeito a intenção do agente. Quando se diz que o sujeito agiu de boa-fé refere-se a boa-fé subjetiva. 
A boa-fé objetiva, ao contrário da subjetiva, diz respeito a um padrão de comportamento, sendo, com isso, uma regra. A boa-fé objetiva enuncia uma forma de conduta que deve ser atendida pelo contratante. Essa é a boa-fé aplicada ao direito obrigacional, aqui o estado psíquico do sujeito não é importante, o que importa é a atitude. Ninguém age de boa-fé, mas, sim, com boa-fé, ou contra a boa-fé. O padrão de conduta exigida é um honesto, respeitoso com o interesse da outra parte. A boa-fé traz a ética para dentro da teoria contratual, exigindo um comportamento, leal, ético, justo. Ela dita, então, um padrão de conduta que deve ser observada pelas partes.
Esse padrão de comportamento vai atuar através de três funções, quais sejam, a primeira função exercida pela boa fé é o cânone hermenêutico interpretativo, ou seja, regra para interpretação e integração dos contratos. Com relação a interpretação, se uma cláusula contratual admite mais de uma interpretação, a que deve prevalecer é a mais de acordo com a boa-fé. A interpretação mais de acordo com a boa-fé é encontrada através da finalidade e do equilíbrio contratual. Então, a interpretação que privilegia a função socioeconômica do contrato e aquela interpretação que produza um contrato mais equilibrado. O juiz na hora de interpretar o contrato, deve escolher aquela mais perto possível da boa Fe, qual seja, o mais justo e mais perto da finalidade do contrato.
Além disso, a boa-fé gera a integração do contrato, isto é, quando surge um determinado litígio, o qual não possui

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