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Historia Modulo I_1

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EST. INTENDENTE MAGALHÃES, 1032 - 3° ANDAR
VILA VALQUEIRE - RJ TEL:3357-8671 / 7863-2466
Preparatório para Concursos Civis e Militares
Ensino a Distância
CHQAO
Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais
HISTÓRIA DO BRASIL
Módulo I
VILA VALQUEIRE VILA MILITAR
Estrada Intendente Magalhães, n° 1032 - 3°andar Estrada São Pedro de Alcântara, n° 187
Rio de Janeiro - RJ Rio de Janeiro - RJ
Central de Atendimento
(21) 3357-8671 / 7863-2466 / 2457-4282
WWW.PR1MEIRADIRETR1Z.COM.BR
RELAÇÃO DE ASSUNTOS
I. A EXPANSÃO MARÍTIMA E COMERCIAL EUROPÉIA DOS SÉCULOS XV E XVI
Antecedentes
O Processo de Centralização Política
Fatores que Impulsionaram a Expansão Marítima e Comercial Européia
Objetivos da Expansão Marítima
O Pionerismo Português
Cronologia nas Navegações Portuguesas
Principais Navegadores a Serviço de Portugal
Conseqüências para Portugal
As Navegações Espanholas
A Revolução Comercial e o Mercantilismo
Exercícios de fixação
II. O DESCOBRIMENTO DO BRASIL
Casualidade ou Intencional idade
III. O PERÍODO PRÉ-COLONIAL
Cronologia das expedições mandadas ao Brasil
A Economia do Período Pré - colonial
IV. A MONTAGEM DA COLÔNIA PORTUGUESA NA AMÉRICA
Para pensar historicamente.
Início da Colonização
O Projeto Agrícola Português
As Capitanias Hereditárias
O Governo Geral
Exercícios de fixação
V. UNIÃO IBÉRICA
VI. OS POVOS INDÍGENAS
Os Primeiros Contatos
Primeiros Habitantes: Primeiros Escravos
Projeto Colonial X índios
VII. O TRABALHO DOS JESUÍTAS NO BRASIL
RELAÇÃO DE ASSUNTOS
Exercícios de fixação
VIII. O NEGRO NO BRASIL
A Escravidão
A História dos Quilombos
Exercícios de fixação
IX. O CICLO ECONÔMICO DO PAU-BRASIL
Estanco
Escambo
O índio como mão-de-obra escrava
X. A PRIMEIRA INVASÃO FRANCESA
Exercícios de fixação
XI. CICLO ECONÔMICO DO AÇÚCAR
Os Engenhos
A Sociedade do Açúcar
Exercícios de fixação
XII. SEGUNDA INVASÃO FRANCESA
XIII. INVASÕES HOLANDESAS
Contexto Histórico
A Criação das Companhias de Comercio
A Primeira Invasão
A Segunda Invasão
A Administração de Maurício de Nassau
A Insurreição Pernambucana
Conseqüências da expulsão dos Holandeses do Brasil
Exercícios de fixação
XIV. ATIVIDADES COMPLEMENTARES A ECONOMIA DA COLÔNIA
XV. EXPANSÃO TERRITORIAL DA COLÔNIA
A Ocupação do Nordeste e da Região Amazônica
A Expansão Paulista (Bandeirantes)
A Expansão do Sul
RELAÇÃO PE ASSUNTOS |
Vamos Recordar?
A Oficialização das Fronteiras Lusas: Os Tratados de Limites
Exercícios de fixação
XVI. CICLO ECONÔMICO DO OURO
Mudanças no Eixo Econômico
A Administração das Minas
A Descoberta de Diamantes
A Crise e Decadência do Ciclo do Ouro
As Invasões Estrangeiras Ocorridas Durante o Ciclo do Ouro
Exercícios de fixação
XVII. O PERÍODO POMBALINO
XVIII. A ADMINISTRAÇÃO DA RAINHA D. MARIA l
Exercícios de fixação
XIX. AS REBELIÕES NATIVISTAS
A Aclamação de Amador Bueno
A Revolta de Beckman
A Guerra dos Emboabas
A Guerra dos Mascates
A Revolta de Felipe dos Santos
XX. AS REBELIÕES SEPARATISTAS
A Inconfidência Mineira ou Conjuração Mineira
A Conjuração Baiana
A Revolução Pernambucana de 1817
Exercícios de fixação
XXL O PERÍODO JOANINO
A Vinda da Família Real para o Brasil
Brasil: Sede da Monarquia Portuguesa
O Rio de Janeiro - Capital do Império
A Política Externa
A Revolução do Porto
RELAÇÃO DE ASSUNTOS
XXII. A REGÊNCIA DE D. PEDRO E A PROCLAMAÇÃO DA INDEPENDÊNCIA
Contexto Histórico da Independência do Brasil
A Preponderância Inglesa no Comércio da Colônia
O Reino de D. João e a sua Política de Portas Abertas
As Mudanças Econômicas antes da Independência do Brasil
A Volta da Família Real para Lisboa e o Início do Processo de Independência do Brasil.
D. Pedro: O Defensor do Brasil
A Proclamação da Independência do Brasil
As Guerras pela Independência do Brasil
O Reconhecimento da Independência do Brasil.
Exercícios de fixação
XXIII. A CONSTRUÇÃO DO ESTADO BRASILEIRO E O PRIMEIRO REINADO
Organização Política do Estado Brasileiro
A Confederação do Equador
A Guerra da Cisplatina
A Abdicação de D. Pedro I
XXIV. O PERÍODO REGÊNCIAL
A Regência Trina Provisória
A Regência Trina Permanente
Os "Partidos Políticos" no Período Regencial
A Regência UNA
A Regência UNA do Padre Feijó
A Regência UNA de Araújo Lima
As Revoltas Ocorridas no Período Regencial
Exercícios de fixação
Gabarito
HISTORIA DO BRASIL - CURSO l" DIRETRIZ
I - EXPANSÃO MARÍTIMA E COMERCIAL
EUROPÉIA DOS SÉCULOS XV E XVI
1. Antecedentes
• A Guerra dos Cem Anos entre Inglaterra e
França (1337-1453)
Marcou toda a Europa do século XIV. As rotas
comerciais terrestres que cruzavam a França,
importantes para a articulação do comércio
continental, ficaram comprometidas pela guerra,
tornando necessário o estabelecimento de
caminhos alternativos.
• A Peste Negra (1348)
Devastou a população européia em muitas áreas,
levando a uma violenta retração dos mercados
consumidores e, portanto, da atividade comercial.
• O Monopólio Comercial Italiano
O monopólio comercial exercido pelas cidades
italianas (Gênova e Veneza) sobre o comércio
oriental, vitimando as demais nações européias à
dependência econômica.
• Conseqüência
A diminuição da população européia criou uma
situação na qual a retomada da atividade comercial
se daria de forma lenta, na mesma medida da
própria expansão demográfica. O desvio de metais
preciosos para o oriente, na compra das especiarias
e outros artigos de luxo, e o esgotamento das minas
de metais preciosos de ouro e prata no continente
europeu tornavam limitada à oferta de moeda,
estrangulando o comercio.
E finalmente, o monopólio da lucrativa rota
mediterrânea das especiarias, exercido pelas
cidades italianas, notadamente Veneza e Gênova,
restringia a possibilidade de lucros de outras
cidades européias.
• Conclusão
Foram esses fatores que acabaram por forçar a
burguesia européia a buscar novas alternativas para
expandir o comercio, e a saída evidente era a
navegação atlântica.
Teve origem aí o processo de Expansão Marítima
Européia.
2. O processo de Centralização Política
requisito para as grandes navegações.
pré
A empreitada de enfrentar a desconhecida navegação no
oceano Atlântico exigia investimentos de vulto, que
estavam muito além das possibilidades de qualquer
cidade européia isoladamente. Em outras palavras, era
necessária a mobilização ampla de recursos, o que foi
feito em escala nacional, tornando a centralização
monárquica um verdadeiro pré-requisito para a
expansão marítima. Apenas os Estados efetivamente
centralizados tinham condições de levar adiante tal
empreendimento, dada a necessidade de um grande
investimento e principalmente de uma figura que
atuasse como coordenador — no caso, o Rei. Além de
formar um acúmulo prévio de capitais, pela cobrança
direta de impostos, o rei disciplinava os investimentos
Já burguesia, canalizando-os para esse grande
empreendimento de caráter estatal, ou seja, do Estado,
que se tornou um instrumento de riqueza e poder para as
monarquias absolutas.
Como vimos, França e Inglaterra estiveram envolvidas
na Guerra dos Cem Anos até o Século XV, o que
retardou o processo de centralização monárquica nos
dois países. A Espanha ainda lutava contra os
mulçumanos, somente expulsa da Península Ibérica em
1492. Outros territórios europeus também se
apresentavam fragmentados, inclusive os vastos
territórios que vaziam parte do Sacro Império Romano-
Germânico. Assim, a unificação precoce de Portugal
(em relação às demais monarquias do continente)
contribuiu decisivamente para as primeiras iniciativas
na expansão marítima européia.
3. Fatores que impulsionaram a Expansão
Marítima e Comercial Européia.
• Centralização Política: O Estado Centralizado
reuniu riquezas para financiar as navegações.
• O Renascimento: Permiti u o surgimento de novas
idéias e uma evolução técnica
Objetivo da Elite da Europa Ocidental em romper
o monopólio Árabe-Italiano sobre as mercadorias
orientais
HISTÓRIA DO BRASIL - CURSO 1a DIRETRIZ
A busca de terras e novas minas (ouroe prata)
com o objetivo de superar a crise.
Expandir a fé.
4. Objetivos da Expansão.
• Metais
• Mercados
• Especiarias
• Terras
• Fiéis
5. O Pioneirismo Português.
Durante o reinado de Dom João I (1385-1433), o
governo português era forte. Tornou-se o primeiro país
europeu a constituir um Estado Moderno, dedicado à
atividade comercial-marítima, assumindo práticas
mercantilistas. A burguesia comercial queria enriquecer,
mas havia um obstáculo: genoveses e venezianos que
monopolizavam o comércio de especiarias. A solução
era entrar em contato direto com os fornecedores, isso
não poderia ser feito através do mediterrâneo, só restava
expandir-se pelo Atlântico. Navegar era preciso. O
Pioneirismo Português pode ser explicado pelos
seguintes aspectos:
• Precoce centralização Política — A revolução de
Avís (1383 - 1385), consolidando o processo de
Domínio das Técnicas de Navegação (Escola de
Sagres)
Participação da Rota de Comércio que ligava o
mediterrâneo ao norte da Europa
Presença da burguesia - fundamental para o
financiamento das expedições marítimas
Posição Geográfica Favorável.
Ausência de guerras - A paz interna e esterna
presente em Portugal no momento das Grandes
Navegações.
6. Cronologia das Navegações Portuguesas.
1415 - Conquista de Ceuta
1419 - Ilha da Madeira. (Formação de capitanias
hereditárias; cultura do trigo, cana-de-açúcar e videiras).
1431 -Açores
1434 - Cabo Borjador
1441 - Tem início o tráfico de escravos para as Ilhas do
Atlântico visando à cultura de cana-de-açúcar e mão-de-
obra para Portugal.
1445 - Senegal
1453 - Conquista de Constantinopla, importante porto
comercial, pelos Turcos Otomanos. Com isso, o fácil
comércio de especiarias realizado pelo Mar
Mediterrâneo ficou bastante prejudicado. Mais do que
nunca se tornava vital a descoberta de uma rota
alternativa.
1454 - O Vaticano edita a bula papal: Romanus
Pontifex assinada pelo Papa Nicolau V que
enumera os benefícios e títulos de glória dados a
Portugal durante as conquistas dos territórios até as
índias.
1482 - Zaire
1488- Bartolomeu Dias atinge o cabo Sul da África que
devido às grandes dificuldades de acesso recebeu o
nome de Cabo das Tormentas e mais tarde, dado a sua
importância no périplo africano, recebeu o nome de
cabo da boa esperança.
1493 - O Papa Alexandre VI edita a Bula Inter Coetera.
1494 - Tratado de Tordesilhas.
1498 - Vasco da Gama chegou a Calicute nas índias.
1500 - Pedro Álvares Cabral, comandando 13 navios
parte, supostamente para as índias com o objetivo de
estabelecer feitorias e expandir a fé crista, seu trajeto é
mudado drasticamente o levando até um continente
desconhecido, o Brasil, onde tomando posse em nome
da coroa portuguesa, retoma a sua rota para a índia.
HISTÓRIA DO BRASIL - CURSO l' DIRETRIZ
7. Principais navegadores a serviço de Portugal
• Bartolomeii Dias - Em 1488 chegou ao cabo da
Boa Esperança, isto é ao extremo meridional da
África.
• Vasco da Gama - Em 1498 alcançou as índias
• Pedro Álvares Cabral - Atingiu o litoral do novo
continente, a América, na costa do território que
viria se chamar Brasil.
8. Conseqüências para Portugal.
Em que pese o longo prazo para que o périplo africano
fosse completado, Portugal prosperou, ao mesmo tempo
que seus navegadores ampliavam seus conhecimentos
náuticos e Lisboa tornava-se importante entreposto
comercial.
Entretanto, o enriquecimento do reino português
era apenas aprente. Além de contar com escassos
recursos humanos e materiais, seus empreendimentos
marítimos não conduziam com dependência financeira
em relação a outros centros, especialmente as
companhias comerciais holandesas e
italianas. Interesses mercantis submetidos aos da Coroa
e nobreza a ela ligada sugavam recursos e se tornariam
mais um entrave ao desenvolvimento comercial.
Assim, o capital gerado no processo acabou sendo
tranferido para outros centros europeus, seja pela
dependência de financiamento externos, seja pelos.
Gastos da Coroa e da nobreza, o que impediu um
processo e acumulação de capitais para investimento
dentro do próprio reino.
9. As Navegações Esponholas
Tão logo completou a sua centralização monárquica, em
1492, a Espanha inicia as Grandes Navegações
Marítimas pouco antes da expansão marítima
portuguesa atingir o objetivo de chegar as índias. Os
Reis Católicos (Fernando e Isabel) cederam ao
navegador Cristóvão Colombo três caravelas. Com elas,
Colombo pretendia chegar às índias, navegando na
direção do oeste. Ao aportar nas Antilhas, ele chega em
Cuba, El Salvador e Santo Domingo acreditando ter
chegado ao arquipélago do Japão.
Com a entrada da Espanha no ciclo das grandes
navegações, criou-se uma polêmica entre esta nação e
Portugal, pela posse das terras recém-descobertas da
América. Essa questão passa pelo Papa, que escreve a
Bula "Inter Coétera" (as terras da América seriam
dividas por uma linha a 100 léguas das Ilhas de Cabo
Verde, em que Portugal ficaria com as terras orientais e
a Espanha ficaria com as terras ocidentais). Portugal fica
insatisfeito, recorre ao Papa e aos reis católicos
esponhóis gerando o Tratado de Tordesilhas. (Foto)
A ambição expansionista de Portugal e Espanha no
século XV trouxe a ameaça de uma guerra, que foi
evitada pela assinatura do Tratado de Tordesilhas,
primeiro acordo internacional definido por vias
diplomáticas. Endossado pela Igreja Católica, o tratado
foi rejeitado por outros países.
O Tratado de Tordesilhas estabeleceu que fossem de
propriedade de Portugal as terras descobertas e a
descobrirem situadas a leste de um meridiano, traçado
de pólo a pólo, a 370 léguas das ilhas de Cabo Verde,
enquanto as terras situadas a oeste desse meridiano
pertenceriam à Espanha. O mesmo se aplicava às terras
conquistadas a povos não cristãos e àquelas ainda por
conquistar. O acordo foi assinado em 7 de junho de
1494 na cidade espanhola de Arévalo, província de
Tordesilhas, entre o rei de Portugal, D. João II, e os Reis
Católicos, Isabel e Fernando de Castela e Aragão.
Representou o fim oficial de uma longa série de
disputas, negociações e bulas papais a respeito da posse
das novas terras. O meridiano de Tordesilhas, no
entanto, nunca foi de fato demarcado e motivou várias
disputas de fronteira.
Lembre-se:
• Burla Inter-Coetera - 1493
• Tratado de Tordesilhas - 1494
tílSTÓRIA DO BRASIL - CURSO l' blRETRIZ
10. A Revolução Comercial e o Mercantilismo
A Transição da Idade Moderna
A atividade mercantil passa a ser exercida em
escala mundial.
A decadência das instituições feudais.
Estruturação do poder centralizado.
Estruturação de uma nova ordem
socioeconômica: O Capitalismo Comercial ou
Mercantil.
Interesses da Burguesia x Nobreza.
Divisão social: (Clero, Nobreza e Povo) - os
que rezavam; os que combatiam; os que
trabalhavam.
O Mercantilismo
Mercantilismo é o nome dado a um conjunto de práticas
econômicas desenvolvido na Europa na Idade Moderna,
entre o século XV e o final do século XVIII. O
mercantilismo originou um conjunto de medidas
econômicas diversas de acordo com os Estados.
Caracterizou-se por uma forte ingerência do Estado na
economia. Consistiu numa série de medidas tendentes a
unificar o mercado interno e teve como finalidade a
formação de fortes Estados-nacionais.
É possível distinguir três modelos principais:
bulionismo ou metalismo, colbertismo ou balança
comercial favorável e mercantilismo comercial e
marítimo.
• Bulionismo ou Metalismo: é uma teoria
econômica da Idade Moderna que quantifica a riqueza
através da quantidade de metais preciosos possuídos.
Baseia-se na crença de posse e acúmulo de ouro e
metais preciosos,o metal é a maior fonte de riquezas,
confundindo estes com capital, não investindo em
atividades lucrativas como manufaturas, comércio, etc.
Um exemplo de um país bulionista no período citado foi
a Espanha, que não percebeu que o acúmulo de metais
preciosos (ouro e prata) era apenas uma ilusão de
prosperidade, tornado-se periferia econômica na Europa
enquanto a economia mineradora na América, principal
fonte de riqueza espanhola, se esgotava.
• Colbertismoou Industrialismo ou Balança
Comercial Favorável: Colbertismo ou
Industrialismo nasceu no século XVII e é o
Mercantilismo característico da política econômica
francesa. Teorizado e promovido por Jean-Baptiste
Colbert, controlador geral das finanças do rei Luís
XIV. Uma vez que a maior parte do comércio
internacional se fazia por meio de metais, como o
ouro e a prata, o colbertismo propunha que o
volume de exportações fosse maior que o de
importações para que se obtivesse uma balança
comercial favorável. As conseqüências desta
política foram um protecionismo rígido que visava,
entre outras coisas, o incremento da produção de
manufaturados.
• Mercantilismo Comercial e Marítimo: Baseava-se
na teoria de comprar barato e vender caro,
• Princípios Merca niilistas
• Metalismo ou Ditalionismo
• Incentivos às manufaturas
• Protecionismo alfandegário
• Industrialismo
• Balança comercial favorável
• Sistema colonial
• Comércio colonial monopolizado pela
metrópole (Pacto Colonial)
BURGUESIA
í
Privilégios Apoio
ARISTOCRACIA
HISTÓRIA DO BRASIL - CURSO l" DIRETRIZ
*• Exercícios de Fixação.
l). O processo de colonização européia da América,
durante os séculos XVI, XVII e XVIII, está ligado à:
a Expansão comercial e marítima, ao fortalecimento das
monarquias nacionais absolutas e à política
mercantilista.
b. Disseminação do movimento cruzadista, ao
crescimento do comércio com os povos orientais e à
política livre-cambista.
c. Política imperialista, ao fracasso da ocupação agrícola
das terras e ao crescimento do comércio bilateral.
C nação das companhias de comércio, ao
desenvolvimento do modo feudal de produção e à
política liberal.
d. Política industrial, ao surgimento de um mercado
interao consumidor e ao excesso de mão-de-obra livre.
2).Portugal e Espanha foram as primeiras nações a
lançarem-se nas Grandes Navegações. Isto se deveu
basicamente a/ao:
a. Enorme quantidade de capitais acumulados nestas
duas nações desde o renascimento comercial na Baixa
Idade Média;
b. Processo de centralização política favorecido pela
Guerra de Reconquista;
c. Diferentemente de outras nobrezas, as nobrezas
portuguesas e espanholas estavam fortalecidas e
conseguiram financiar o projeto de expansão marítima;
d. O desenvolvimento industrial da península Ibérica
forçou estas nações a buscarem novos mercados
consumidores e fornecedores;
e. O espírito aventureiro de portugueses e espanhóis.
3). No início dos tempos modernos, assistimos a uma
série de grandes transformações que atuaram na
desestruturação do mundo feudal e também se
refletiam na diminuição do poder da Igreja, na
expansão comercial e marítima, no desenvolvimento
da burguesia, no Renascimento e na reforma
religiosa. Também está ligada
histórico:
na
olvimei
na
a este período
a. A descentralização política e administrativa do
Estado;
b. A formação das repúblicas federativas;
c. A ascensão das ditaduras pelas elites militares;
d. A formação das monarquias nacionais absolutistas;
e. O início do movimento das Cruzadas.
xn XIII xrv XV XVI
FEUDALISMO CAPITALISMO
4). Ao final da Idade Média, a necessidade de novas
rotas de comércio gerou a expansão mercantil e
marítima, desenvolvida pelos países atlânticos. Até
então, a principal via comercial européia era o
Mediterrâneo, cujo monopólio estava concentrado
nas mãos dos comerciantes:
a. venezianos e pisanos;
b. espanhóis e muçulmanos
c. venezianos e mouros
d. italianos e árabes
e. italianos e ibéricos
5). A crise européia dos séculos XIV e XV constituiu
um bloqueio ao desenvolvimento da economia de
mercado. A superação desse processo foi realizada
por meio:
a. da isenção de tributos para as cidades;
b. do fortalecimento das corporações de ofício;
c. da Expansão Marítima;
d. das grandes expedições religiosas
e. das Guerras Ibéricas
HISTORIA DO BRASIL - CURSO l' DIRETRIZ
6) A Expansão Marítima e Comercial é produto de
um conjunto de fatores que marcam a época de
transição por que passava a Europa. Essa transição
caracteriza a passagem de um modo de produção
em crise para outro, isto é:
a. do escravista para o feudal;
b. do capitalista para o escravista;
c. do feudal para o capitalista;
d. do feudal para o escravista;
e. do escravista para o capitalista.
7) São fatores que contribuíram para o pioneirismo
português na época das grandes navegações no
século XV, EXCETO:
a. A centralização administrativa durante a dinastia de
Avis, permitindo aliança entre monarquia e
burguesia.
b. Ausência de guerras, ao contrário da Espanha ainda
lutando pela expulsão dos Mouros da península.
Adoção do mercantilismo pelo Estado Absolutista
conciliando interesses burgueses e fortalecendo o
Estado.
c. Política portuguesa de cooperação com as potências
européias, neutralizando a disputa colonialista.
d. Posição geográfica de Portugal, banhado em toda a
costa oeste pelo Oceano Atlântico.
8) O Movimento cristão para expulsar os árabes da
Península Ibérica, que teve como conseqüência a
doação de Portucale à D. Henrique de Borgonha é
chamado de:
a. Noite triste.
b. Levante.
c. Batalha.
d. Reconquista.
e. Tormentas
9) Sobre as questões que motivaram o
empreendimento marítimo dos portugueses, não é
correto afirmar:
a. O papel pioneiro de Portugal na expansão
ultramarina está relacionado com a intensificação
da rota marítima comercial que contornava o
continente europeu pelo estreito de Gibraltar para
chegar do atlântico até o Mar do Norte.
b. O projeto econômico da Costa lusitana de navegar
em direção à Ásia contou com os recursos
financeiros da nobreza tradicional e da burguesia,
ambas unidas por uma aliança matrimonial para a
consolidação precoce do Estado português.
c. A expansão marítima dos países da Europa deriva-
se do desenvolvimento do comércio continental
europeu e de um novo sistema de relações internas
que integrava o Mar Mediterrâneo ao Mar do
Norte, especialmente a partir da arte de navegar.
d. Os portugueses, buscando se livrar da concorrência
no continente europeu e contando com suas
vantagens geográficas empregaram seus esforços
no comércio com a costa Ocidental da África.
e. A riqueza das repúblicas italianas e dos mouros,
originada do comércio com as índias, levou
Portugal a desenhar um plano de navegação para
atingir o oriente contornando a África.
10. Examinando-se a situação européia á época das
grandes navegações e dos grandes descobrimentos,
pode-se corretamente afirmar que:
a. Acima dos Pirineus estavam os países responsáveis
pelo início das Grandes Navegações.
b. Os países Balcânicos viviam fechados na Europa.
c. A Inglaterra vivia ensimesmada na sua ilha.
d. A Rússia não se comunicava com outros mundos
forra da Europa.
e. A Espanha e Portugal eram pontos de contato para
Europa.
II - O DESCOBRIMENTO DO BRASIL.
Portugueses e espanhóis realizaram importantes
descobertas; porém, foram os portugueses os grandes
pioneiros das navegações marítimas.
Ceuta (Cidade localizada ao norte da África e dominada
pelos árabes) era um importante centro comercial,
Portugal; então, organizou uma expedição e conquistou
a cidade em 1415. Com a conquista de Ceuta, Portugal
inaugurou a era do expansionismo ultramarino.
Várias viagens (tanto de exploração como de
estabelecimento de domínios) enriqueceram o reino
português e motivaram o desejo de conquistar um
caminho para o Oriente, principalmente para as índias.
Um fator importante que ajudou no descobrimento do
caminho para as índias foi à viagem de Bartolomeu Dias
ao litoral africano em 1488.
HISTÓRIA DO BRASIL - CURSO l' DIRETRIZ
Quando esse navegador alcançou e contornou o ponto
extremo do sul da África, enfrentou uma violenta
tempestade, a qual chamou de Cabo das Tormentas, mas
o rei de Portugal mudou o nome para Cabo da Boa
Esperança.
Os reis da Espanha, Fernando e Isabel, também estavam
interessados em descobrir um caminho para as índias e
como não tinham navegadores com experiência em
longas viagens, contrataram um italiano, Cristóvão
Colombo.
Com 3 pequenos navios (Santa Maria, Pinta e Nina),
Cristóvão Colombo (pensando ter chegado às índias)acabou descobrindo a América no dia 12 de outubro de
1492.
A notícia de que os espanhóis tinham descoberto uma
nova terra despertou nos portugueses um interesse ainda
maior pelas viagens marítimas.
Eles queriam encontrar um novo caminho para as
índias, e para tal, organizaram uma expedição de 4
navios.
Seu comando foi entregue a Vasco da Gama, um dos
maiores navegadores da época.
Como o caminho até o Cabo da Boa Esperança já era
conhecido, não foi difícil para ele chegar ate lá; porém,
daquele ponto para frente, tudo era novo.
Quando chegou às índias comprou mercadorias na
cidade de Calicute, e conseguiu enormes lucros com os
produtos trazidos.
Sua viagem é considerada uma das mais importantes do
período dos grandes descobrimentos marítimos, pois
abriu o caminho do Ocidente para as índias.
Animado com os resultados, o rei de Portugal (Dom
Manuel), organizou outra grande expedição às índias e
entregou seu comando a Pedro Álvares Cabral.
A esquadra de Cabral era composta de 13 navios e saiu
de Portugal no dia 9 de março de 1500, mas em vez de
viajar perto da costa africana, Cabral afastou-se em
direção ao Ocidente.
No dia 22 de abril, avistou um monte, que denominou
monte Pascoal, e em seguida ancorou numa baía (baia
Cabral ia).
Foi aí que os portugueses tiveram o seu primeiro contato
com os índios, com o nosso solo e nossa vegetação.
A terra foi batizada de I lha de Vera Cruz,
posteriormente alteram-lhe para Terra de Santa Cruz,
que permaneceu por algum tempo. A partir de 1503,
aproximadamente, deu-se à nova terra o nome de Brasil,
devido à grande quantidade de uma árvore chamada
pau-brasil, existente em sua faixa litorânea.
O escrivão da esquadra, Pero Vaz de Caminha, narrou
todos esses fatos na famosa carta que escreveu ao rei
Dom Manuel.
Cabral, então enviou para Portugal a famosa carta, além
de aves e outros objetos da terra descoberta e no dia 2
de maio, ele e sua esquadra seguiram para as índias.
Ao terminar sua missão no Oriente, Cabral voltou a
Portugal.
Na viagem foram perdidos diversos navios e muitos
homens, devido às tempestades e doenças.
Obs. Na verdade, Pedro Alvares Cabral não foi o primeiro
europeu a chegar ao litoral brasileiro. Um pouco antes dele,
um navegador espanhol chamado Vicente Pinzón percorreu a
região da foz do rio Amazonas, que ele chamou de mar Dulce
(mar Doce).
Obs. A carta do escrivão Pero Vai de Caminha, dirigida ao
rei de Portugal, é um precioso documento histórico da
viagem de Cabral ao Brasil, Seu texto é rico em informações
sobre os indígenas, a geografia do lugar e as impressões
gerais dos portugueses relativas às possibilidades da terra.
1. O Descobrimento do Brasil: casualidade ou
intencionalidade?
De acordo com a tese da casualidade, Cabral procurando
fugir das calmarias, afastou-se em demasia da costa
africana e ao descrever uma rota em arco, muito aberta,
teria atingido o Brasil. Outro argumento da casualidade
é que urna tempestade teria desviado a esquadra
Cabrálina: empurrada pelos ventos para urna corrente
marítima aquela acabou por encontrar o litoral
brasileiro.
HISTÓRIA DO BRASIL - CURSO l" DIRETRIZ
Aqueles que defendem a intencional idade refutam esses
argumentos baseados nos próprios documentos
históricos. Em nenhum deles, em especial na carta de
Caminha, se encontram referências a fenômenos
meteorológicos ou geográficos, como tempestade,
ventos ou corrente marítima, capaz de desviar o curso
de navegação; ocorrências que, no mínimo, mereceriam
registro do escrivão da frota. Da mesma forma, o
afastamento da costa africana, para fugir das calmarias,
estava previsto e fazia parte das instruções de Vasco da
Gama, recomendando a "navegação em arco". Portanto,
os navegadores portugueses - hábeis e com larga
experiência em viagens ultramarinas - não poderiam ter
cometido um erro grosseiro de navegação.
Obs. Lembremos da preocupação portuguesa em garantir,
pelo Tratado de Tordesilhas, a posse das terras do Atlântico
Sul, retificando a Burla Iníer-Coeíera.
III - O PERÍODO PRE-COLONIAL (1500 - 1530).
A instauração de uma colônia portuguesa no território
americano não se deu imediatamente após a tomada de
posse por Pedro Álvares Cabral, em 1500. Portugal
mantinha seus recursos voltados para o comércio
oriental, deixando o Brasil, por alguns anos, numa
posição secundária, visto que aqui não haviam sido
encontrados metais preciosos ou produtos similares
aos do rentável comércio afro-asiático. A única
preocupação com o território recém-conquistado era a
de garantir a sua posse diante das contínuas investidas
de outros países europeus.
• Lembre-se - As causas do adiamento da
colonização foram:
—*• Portugal mantinha seus recursos voltados para
o comercio oriental.
—* Não foram encontrados metais preciosos ou
produtos similares aos do rentável comércio afro-
asiático.
1.Cronologia das Expedições Enviadas ao Brasil.
1501 Gaspar de lemos Exploradora
—> Nomeou diversas cidades litorâneas (Bahia de
Todos os Santos e São Sebastião do Rio de Janeiro).
—> Confirmou a existência do pau-brasil.
1503 Gonçalo Coelho Exploradora
—»• Fundou feitorias no litoral fluminense, visando à
armazenagem da madeira e ao carregamento de
navios.
Obs. Mais tarde, em outro capítulo, estudaremos o
conceito de Entradas e Bandeiras. Por agora é importante
salientar que as expedições exploradas lideradas por
Gaspar de Lemos são consideradas as primeiras Entradas
Oficiais da Coroa Portuguesa. Guarde esta informação.
Devido á abundância do pau-brasil no litoral
brasileiro, Portugal estabeleceu o estanco, ou seja, o
monopólio real sobre a exploração do produto.
A extração do pau-brasil atraia também os
contrabandistas estrangeiros, o que levou o governo
português enviar, sob o comando de Cristóvão
Jacques, expedições militares ao litoral brasileiro, em
1516 e 1526.
1516 Cristóvão
Jacqoes
Militares
1526 Cristóvão
Jacqnes
Militares
Passados 30 anos da chegada de Cabral, diante da
progressiva crise do comércio com Oriente e das
ameaças estrangeiras ao domínio sobre seu território na
América, Portugal voltou-se para a efetiva colonização
dessas terras. Foram organizadas expedições
colonizadoras, sendo a primeira delas a comandada por
Martins Afonso de Souza, que aqui chegou em 1531.
1531 Martins Afonso
de Souza
Colonizadora
A chegada de Matim Afonso de Sousa marca o inicio da colonização.
HISTORIA DO BRASIL - CURSO l' DIRETRIZ
2. A Economia do Período Pré-Colonial.
A economia pré-colonial baseou-se na extração e
comércio do pau-brasil, madeira avermelhada
encontrada no litoral brasileiro, que já era bastante
conhecida na Europa. Dela extraíam-se corantes que
eram utilizados para tingir tecidos.
• Monopólio real
A extração do pau-brasil foi declarada estanco, ou seja,
passou a ser um monopólio real, cabendo ao rei
conceder a permissão a alguém para explorar
comercialmente a madeira. Mas, se o rei outorgava esse
direito, cabia ao arrendatário executar o negócio com
seus próprios meios, arcando com todos os riscos do
empreendimento.
A extração da madeira e o seu armazenamento eram
realizados pelos índios que, de forma amistosa,
realizavam essas tarefas em troca de produtos sem
importância ou valor para os portugueses, como por
exemplo: miçangas, espelhos e pentes.
Esta prática ficou conhecida como Escambo.
O benefício que a Coroa obtinha com a concessão da
exploração comercial do pau-brasil era uma parcela dos
lucros conseguidos pelo arrendatário.
O primeiro negociante a receber autorização regia para
explorá-lo foi Fernando de Noronha, em 1502.
ExtraçAo do pau-brasil
O ciclo de exploração do pau-brasil foi breve, já que era
baseado numa extração predatória. Isto é, não havia a
preocupação de repor as árvores derrubadas por meio do
replantio, o que resultou no rápido esgotamento desse
tipo madeira.
Outros aspectos importantes a serem salientados é que a
exploração de pau-brasil teve impacto praticamente nulo
na ocupação do território brasileiro limitando-se à área
costeira, o extrativismo não chegou a gerar núcleos de
povoamento permanentes.
Além disso,foi à primeira atividade econômica em que
os negociantes portugueses empregaram a mão-de-obra
indígena no corte e carregamento da madeira para os
navios.
Além disso, foi à primeira atividade econômica em que
os negociantes portugueses empregaram a mão-de-obra
indígena no corte e carregamento da madeira para os
navios.
L A MONTAGEM DA COLÔNIA PORTUGUESA
NA AMÉRICA.
1. Para pensar historicamente.
A montagem da colônia portuguesa na região que hoje é
o Brasil foi parte de um projeto que se integrava à
dinâmica política, social e econômica do
desenvolvimento europeu da época.
Os protagonistas do processo tinham interesses
articulados com o desenvolvimento capitalista,
orientando prioridades políticas e econômicas e
definindo valores e comportamentos individuais e
sociais. As vantagens da estruturação colonial ficaram
evidentes: muito poder e riqueza para uma minoria;
clientelismo e vantagens limitadas para alguns; suor e
sofrimento p".ra a maioria.
2. Início da colonização.
Nas primeiras décadas do século XVI, Portugal, ainda
atraído pelo comercio oriental, restringiu ao
extrativismo suas ações de exploração à colônia
brasileira, dessa forma, organizavam poucas expedições,
sendo sua maioria de transporte do pau-brasil que eram
trazidos pelos índios do litoral (escambo).
Passados 30 anos da chegada de Cabral, diante da
progressiva crise do comércio com Oriente e das
ameaças estrangeiras ao domínio sobre seu território na
América, Portugal voltou-se para a efetiva colonização
dessas terras. Foram organizadas expedições
colonizadoras, sendo a primeira delas a comandada por
Martins Afonso de Souza, que aqui chegou em 1531.
Nomeado capitão-mor da esquadra e das terras coloniais
pelo rei de Portugal, Martins Afonso de Souza chegou
trazendo homens, sementes, plantas, ferramentas
agrícolas e animais domésticos. Estava imbuído de
amplos poderes para descobrir novas riquezas, combater
estrangeiros, policiar, administrar e povoar as terras
coloniais.
Além de organizar expedições que penetraram no
território para reconhecimento e busca de riquezas,
Martins Afonso de Souza dirigiu-se á foz do Rio do
Prata, no Sul, para efetivar o domínio luso diante da
crescente presença espanhola na região.
HISTORIA DO BRASIL - CURSO l' DIRETRIZ
Em 1532 foi criado o primeiro núcleo de povoamento
no Brasil; tratava-se da fundação da Vila de São
Vicente, por Martim Afonso de Sousa.
• As Câmaras Municipais.
A tomada definitiva de posse dos territórios coloniais no
Brasil, a partir de 1530, exigiu que a Coroa Portuguesa
tomasse ações que viabilizasse o controle do imenso
espaço colonial. Ao longo do restante do século XVI,
novos núcleos de povoamento apareciam e, com isso, as
dificuldades em manter um sistema administrativo
rígido obrigavam a tomada de outras ações. Dessa
maneira, as primeiras câmaras municipais passaram a
integrar os órgãos representantes da dominação lusitana.
•Composição das Câmaras Municipais.
Um juiz ordinário
Um procurador
Um tesoureiro
Três ou cinco vereadores
Um ou dois almotacéis
abastecimento)
(responsável pelo
Função das Câmaras Municipais
• Zelar pela administração urbana e rural.
• Arrecadar impostos.
• Realizar benfeitorias.
• Cuidar do abastecimento.
3. O PROJETO AGRÍCOLA PORTUGUÊS
O grande desejo da Coroa portuguesa, desde o
descobrimento, era o de encontrar metais preciosos
no Brasil. Fizeram-se inúmeras buscas do valioso
metal, mas quase todas fracassaram, ao contrário do
que ocorria nas colônias espanholas da América, onde
os colonizadores, desde o início, encontraram minas
de ouro.
Para tornar viável a colonização, Portugal precisava
desenvolver alguma atividade econômica que gera se
lucro, pois a colonização, além do aspecto político de
garantir a posse da terra, precisava de bases
econômicas que justificassem o investimento.
A solução encontrada foi o estabelecimento da
agricultura açucareira.
Portugal procurou criar as condições para o Brasil se
enquadrar no pacto colonial. Os portugueses
concentraram seus esforços para a colônia se
transformar num grande produtor de açúcar de modo
a abastecer a demanda do mercado internacional.
Além da crescente demanda consumidora por esse
produto, havia mais dois fatores importantes que
estimularam o investimento na produção açucareira.
Primeiro, os portugueses possuíam experiência e
tinham sido bem-sucedidos no cultivo da cana-de-
açúcar em suas possessões no Atlântico: nas ilhas
Madeira, Açores e Cabo Verde. Segundo, as
condições do clima e do solo do nosso litoral
nordestino eram propícias a esse plantio. Em 1542,
o donatário da próspera capitania de Pernambuco,
Duarte Coelho, já havia introduzido a cana-de-açúcar
em suas terras.
• Planta tio n
O plantio da cana-de-açúcar foi realizado em grandes
propriedades rurais denominadas de latifúndio
monocultor ou plantation. Essas propriedades também
ficaram conhecidas como engenhos, porque, além das
plantações, abrigavam as instalações apropriadas e os
equipamentos necessários para o refino do açúcar: a
moenda, a caldeira e a casa de purgar.
Para o processo de produção e comercialização do
açúcar ser lucrativo ao empreendimento colonial, os
engenhos introduziram a forma mais aviltante de
exploração do trabalho humano: a escravidão. A
introdução do trabalho escravo nas grandes lavouras
baixava os custos da produção.
Toda a riqueza da colônia foi produzida pelo trabalho
escravo, no início optou-se pela utilização da mão-de-
obra indígena, não validada pela Igreja e de difícil
domínio, como veremos mais tarde. A segunda tentativa
baseava-se na importação de negros capturados à força
no continente Africano.
O contexto social da colonização e da super exploração
da mão-de-obra pela lavoura canavieira tornava inviável
contar com o trabalho dos homens livres.
Com terras abundantes, os homens livres poderiam
facilmente se apropriar de uma gleba e desenvolver
atividades de subsistência. Ou seja, não havia nem
incentivo nem necessidade de que a população livre
trabalhasse no engenho. Completando o quadro, os
portugueses também exploravam o lucrativo de tráfico
de escravos negros africanos. E a simples existência do
tráfico já constituía um estímulo à utilização desta mão-
de-obra nas colônias pertencentes a Portugal.
• Engenhos
Os engenhos eram as unidades básicas de produção
das riquezas da colônia.
10
HISTÓRIA DO BRASIL - CURSO 1a DIRETRIZ
Mais do qualquer outro local, o engenho caracterizava a
sociedade escravista do Brasil colonial. No engenho,
havia a senzala, que era a construção rústica destinada
ao abrigo dos escravos; e havia a casa grande, a
construção luxuosa na qual habitavam o senhor, que era
o proprietário do engenho e dos escravos; juntamente
com seus familiares e parentes. Consta que por volta de
1560, o Brasil já possuía cerca de 60 engenhos que
estavam em pleno funcionamento, produzindo o açúcar
que abastecia o mercado mundial.
Nos moldes como foi planejada pela Coroa portuguesa,
a colonização do Brasil exigia enormes recursos
econômicos que seriam empregados na montagem dos
engenhos, na compra de escravos, de ferramentas e de
mudas de cana-de-açúcar para iniciar a produção. Havia
ainda a necessidade de transporte do produto e, por fim,
sua distribuição no mercado internacional.
• Financiamento do Projeto Agrícola Português.
Para solucionar o problema do financiamento da
montagem da produção açucareíra, Portugal recorreu
aos mercadores e banqueiros holandeses. Por meio de
inúmeros mecanismos de cobrança de impostos, os
lucros obtidos com a comercialização do açúcar eram
rateados. A maior parcela dos lucros obtidos ficava com
os negociantes holandeses que haviam investido na
produção e distribuição do produto. Portugal ficava com
a menor parcela dos lucros, mas em contrapartida
assegurava a posse e a colonização do Brasil, além da
imposição do pacto colonial.
• Pacto Colonial.
Todo o projeto da colonização portuguesa foi pautado
em cima da relação de controle da metrópole sobre a
colônia garantida pelo pacto colonial. Ficou conhecida
como Pacto Colonial a relaçãocomercial entre a
colônia e sua metrópole, durante a colonização da
América do Sul. Este pacto garantia a exclusividade dos
colonizadores sobre todas as riquezas encontradas ou
produzidas nas colônias.
• Características Principais do Projeto Agrícola
Português.
• Pacto Colonial.
• Escravismo.
• Latifundiário.
• Plantation.
• Monocultor
• Agro-exportador.
• Características Principais do Projeto Agrícola
Português.
• Pacto Colonial.
• Escravismo.
• Latifundiário.
• Plantation.
• Monocultor
• Agro-exportador.
4. As Capitanias Hereditárias
No ano 1534, dando seqüência a política de tomada de
posse, o Rei de Portugal D João III, dividiu a colônia em
quinze faixas de terra. Cada uma dessas faixas integraria
um novo sistema de colonização denominado de
Capitanias Hereditárias, que transferia a terceiros a
obrigação de defender, povoar e desenvolver a colônia.
Neste sistema, através de um documento denominado
carta foral, o Rei entregaria a Capitania a um membro
de confiança da corte portuguesa, que receberia o título
de capitão Donatário. Tinham a função de administrar,
colonizar, proteger e desenvolver a região. Cabia
também aos donatários combater os índios de tribos que
tentavam resistir à ocupação do território. Em troca
destes serviços, além das terras, os donatários recebiam
algumas regalias, como a permissão de explorar as
riquezas minerais e vegetais da região.
Estes territórios seriam transmitidos de forma
hereditária, ou seja, passariam de pai para filho. Fato
que explica o nome deste sistema administrativo.
• Finalidade
• Evitar despesas reais com a colonização
• Ampliar o povoamento da terra descoberta
• Intensificar a produção e a exploração de riquezas
• Proteger o extenso litoral
• Documentos
• Carta de Doação - Documento pelo qual Rei
entregava a posse da capitania ao donatário.
• Carta Foral - Estabelecia os direitos do Rei e os
direitos e deveres dos donatários. Ao Rei cabia o
direito de monopolizar as riquezas existentes na
colônia, bem como arrecadar impostos sobre as
riquezas produzidas ou exploradas na colônia. Os
donatários tinham os direitos de escravizar os índios,
legislarem em suas capitanias e doar sesmarias,
quanto aos deveres, estes consistiam na produção de
riquezas e no pagamento de impostos.
11
HISTÓRIA DO BRASIL - CURSO l' DIRETRIZ
• 15 Capitanias Hereditárias, entregues a 12
Donatários.
• Capitania do Maranhão - 1° lote, João de barros e
Aires da Cunha;
• Capitania do Maranhão - 2° lote, Fernando Álvares
de Andrade;
• Capitania do Ceará - Antônio Cardoso de barros;
• Capitania do Rio Grande - João de Barros;
• Capitania do Itamaracá - pero Lopez de Souza;
• Capitania de Pernambuco - Duarte Coelho;
• Capitania da "Baia" de Todos os Santos -
Francisco Pereira Coutinho;
• Capitania de Ilhéus - Jorge Figueiredo Correia;
• Capitania de Porto Seguro - Pero de campos
Tourinho;
• Capitania do Espírito Santo - Vasco Fernandes
Coutinho;
• Capitania de São Tome - pero de Góis;
• Capitania de São Vicente - 1° lote, Martim
Afonso de Sousa;
• Capitania de Santo Amaro - Pero Lopes de Sousa;
• Capitania de São Vicente - 2° lote, Martim
Afonso de Sousa;
• Capitania de Santana - Pero Lopes de Sousa.
• Direitos e Deveres dos donatários:
• Criar um vilarej o e doar terras - as famosas
scsmarias - a quem interessasse cultivá-las. Seus
sesmeiros, após dois anos de uso, passavam a ser donos
efetivos da terra.
• Desempenhar o papel de autoridade judicial e
administrativa com plenos poderes, até mesmo autorizar
a pena de morte, caso se torne necessário.
• Escravizar os índios, impondo-lhes o trabalho na
lavoura, podendo inclusive enviar cerca de 30 índios,
anualmente, como escravos para Portugal.
• Receber a vigésima parte dos lucros sobre o comércio
do Pau-Brasil.
• O donatário tinha a obrigação de entregar para o rei de
Portugal 10% da receita adquirida com a
comercialização dos produtos da terra.
• Cabia à Coroa portuguesa 1/5 dos metais preciosos
encontrados nas terras do donatário.
• O direito exclusivo sobre o Pau-Brasil.
• O Fracasso do Sistema de Capitanias Hereditárias.
Analisando os direitos e deveres dos donatários,
conclui-se com muita facilidade que o rei de Portugal
acabava ficando com os mais rentáveis benefícios para
si, enquanto os encargos permaneciam com os
donatários.
Fica claro que o sistema de capitanias hereditárias, sob o
ponto de vista dos donatários, não alcançou o tão
desejado lucro ambicionado por eles. As dificuldades
para se governar as capitanias eram incomensuráveis, os
recursos financeiros eram mínimos, Portugal
encontrava-se à grande distância, sem falar nos ataques
indígenas, que eram constantes.
Somente duas capitanias prosperaram graças à lavoura
canavieira, Pernambuco (Duarte Coelho) e São
Vicente (Martim Afonso de Souza), as outras
malograram pelos motivos acima citados. Alcançaram-
se os objetivos esperados somente do ponto de vista
político, na visão da metrópole, ou seja, a preservação
das terras e sua possibilidade de exploração.
As capitanias hereditárias foram categoricamente
extintas em 28 de fevereiro de 1821, em meados do
século XVIII. Conforme iam malogrando, retornavam
para o governo português, o qual alterava suas
dimensões, conferindo novos contornos para as
províncias de Portugal que faziam limite com o Oceano
Atlântico. Estavam moldados os atuais estados
litorâneos.
Portugal, ao compreender os riscos que corria seu
projeto colonizador, decidiu que era melhor centralizar
o governo do Brasil nas mãos de uma única pessoa. Em
1548 enviou o nosso primeiro governador-geral - Tome
de Sousa.
Importante: Os fatores que contribuíram para o
fracasso quase que total das Capitanias Hereditárias
foram:
• A distância externa (Metrópole - Colônia);
• O isolamento interno (falta de contato entre os
donatários);
• A falta de interesse ou de recursos por parte de
alguns donatários;
• Os constantes ataques de índios.
12
HISTÓfclA DO BRASIL - CURSO l' DIRETRIZ
5. O GOVERNO GERAL
O Sistema de Governo Geral foi criado em 17 de
dezembro 1548 pelo Rei de Portugal D. João III tendo
como objetivo principal o de evitar o fracasso total do
Sistema de Capitanias Hereditárias. Para isso Portugal
utilizou uma receita conhecida em seus domínios, à
centralização política e administrativa. A partir de
então, o Rei de Portugal passou a enviar
governadores para o Brasil.
Para a sede do governo-geral, o rei escolheu a Bahia. É
que essa capitania ficava mais ou menos no meio da
costa brasileira e o governador podia, assim, atender às
necessidades do norte e do sul da colônia.
Entretanto, como as capitanias eram hereditárias,
passando de pai para filho, nem o próprio rei que as
havia criado, tinha poderes para tomá-las de seus
donatários. Por isso D, João III foi obrigado a
comprar a capitania da Bahia ao filho de Francisco
Pereira Coutinho, para nela poder estabelecer a sede do
governo-geral.
• O Regimento do Governador Geral.
O Regimento do Governador-Geral ou Regimento de 17
de dezembro de 1548 foi criado por Tome de Sousa,
então Governador-Gera! do Brasil com o princípio de
nortear a administração colonial do Brasil por Portugal.
Com 48 artigos, que disciplinava detalhadamente a
instalação do governo, concessão de sesmarias,
organização do comércio, medidas para a defesa, trato
aos índios, invasores e outros mais.
Em linhas gerais O regimento deixa claro que a ação do
Governo-geral seria complementar às dos donatários:
sem maior interferência na administração das capitanias,
deveria criar maior ligação entre elas, bem como
prestar-lhes o auxílio da Metrópole.
• Os Auxiliares do Governador Geral
Em 1548, elaborou-se o Regimento do Governador-
Geral, que regulamentava o trabalho do governador e de
seus principais auxiliares - o ouvidor-mor (Justiça), o
provedor-mor (Economia), capitão-mor (Defesa) e o
alcaide-mor (polícia/milícia).
• Ouvidor-mor - Sua função era cuidar dos assuntos
judiciais da colônia
• Provedor-Mor - A este posto ficavam
encarreguados os assuntos de vínculos econômicos.
Corresponde hoje ao Ministro da Fazenda.• Capitão-Mor - era a designação de cada um dos
oficiais militares, responsáveis pelo comando das
tropas de Ordenança em cada cidade, vila ou
concelho de Portugal.
• Alcaide-Mor - Responsável pelo policiamento
dentro das cidades (chefe das milícias).
• Conselho Deliberativo
Tinha o governador-geral autonomia decisória na
maioria dos assuntos. Entretanto, para os temas de
maior gravidade, as decisões eram tomadas por uma
espécie de conselho formado pelo governador, pelo
ouvidor-mor, responsável pela justiça e pelo Provedor-
mor, responsável pelos negócios da Fazenda.
Completava o alto escalão o encarregado pela defesa do
território, capitão-mor da Costa, e um alcaide-mor que
era o chefe da milícia, ou tropas de segunda linha.
• O Governo Geral de Tome de Sousa (1549 -
1553)
O primeiro dos Governadores Gerais, que estabeleceu
em Salvador, na Bahia a primeira capital do Brasil e
governou de 1549 a 1553, foi Tome de Souza. Junto
com ele, vieram escravos africanos, soldados,
degredados, homens e mulheres dispostos a colonizar a
terra. Além destes, vieram para a colônia um grupo de
jesuítas liderados por Manuel de Nóbrega, que
estabeleceria as primeiras unidades de ensino na
colônia, os colégios jesuítas. Durante o seu governo,
deu-se a criação do primeiro bispado no Brasil - a Bahia
-, para o qual foi nomeado D. Pero Fernandes Sardinha.
Importante:
• Com ajuda de Diogo Álvares correia, "o
Caramuru", fundou Salvador em 1549, a
primeira capital do Brasil.
• Fundação do primeiro bispado do Brasil, o Bispado
de Salvador; (D. Pero Fernandes Sardinha foi o
primeiro Bispo).
• Trouxe o primeiro grupo de jesuítas para o Brasil,
cuja chefia coube ao padre Manuel de Nóbrega.
• A Cidade do Salvador
Levando em conta necessidades defensivas, o
Governador escolheu uma colina na enseada da Barra
(onde hoje se localiza o bairro da Vitória) para fundar a
cidade-fortaleza de Salvador.
13
HISTÓRIA DO BRASIL - CURSO l' DIRETRIZ
• O Governo de Duarte da Costa (1553 - 1558)
O governador seguinte, Duarte da Costa, trouxe consigo
para a colônia, em 1553, mais colonos, mulheres e
jesuítas. Entre estes o então noviço José de Anchieta,
que fundou juntamente com o padre Manuel de
Nóbrega, em 1554, o colégio de São Paulo, embrião da
atual cidade de São Paulo.
A administração de Duarte foi conturbada. Já de início,
a intenção de Álvaro em escravizar os indígenas,
incluindo os catequizados, esbarrou na impertinência de
Dom Pero Fernandes Sardinha, primeiro bispo do
Brasil. O governador interveio a favor do filho e
autorizou a captura de indígenas para uso em trabalho
escravo. Disposto a levar as queixas pessoalmente ao rei
de Portugal, Sardinha partiu para Lisboa em 1556 mas
naufragou na costa de Alagoas e acabou devorado pelos
caetés antropófagos.
Durante o governo de Duarte da Costa, uma expedição
de protestantes franceses se instalou permanentemente
na Guanabara e fundou a colônia da França Antártica.
Ultrajada, a Câmara Municipal da Bahia apelou à Coroa
pela substituição do governador. Em 1556, Duarte foi
exonerado, voltou a Lisboa e em seu lugar foi enviado
Mem de Sá, com a missão de retomar a posse
portuguesa do litoral sul.
Importante:
• Vinda do jesuíta José de Anchieta ao Brasil;
• Fundação da cidade de São Paulo, pelos
Jesuítas Manuel de Nóbrega e José de Anchieta
(25/01/1554);
• Morte do Bispo Dom Pero Fernandes Sardinha.
• Invasão francesa ao Rio de Janeiro em 1555.
•Mem de Sá (1558-1572).
O terceiro Governador Geral, cujo governo durou 15
anos, veio para o Brasil com três metas bem definidas:
pacificar a administração, atenuando os conflitos entre
indígenas e colonos; restabelecer as relações com o
Bispado, estremecidas durante o governo anterior,
(Duarte da Costa), e expulsar os franceses do Rio de
Janeiro. Em um breve espaço de tempo atingiu as duas
primeiras metas. A expulsão dos franceses só se
efetivou em 1567. {Pintura mostra os franceses sendo recebidos
pelos índios tamoios seus aliados)
Importante:
• Com a ajuda de seu sobrinho, Estácio de Sá e do
índio Araribóia conseguiu a expulsão definitiva
dos franceses do Rio de Janeiro.
• Estácio de Sá fundou a cidade do Rio de Janeiro
(01/03/1565).
• A divisão do Brasil em dois Governos.
Após a morte de Mem de Sá em 1572, o Brasil foi
dividido em dois governos um no Norte e outro no Sul.
• Governo do Norte: com sede em Salvador, cuja
administração foi entregue a Dom Luís de Brito e
Almeida.
• Governo do Sul: com sede no Rio de Janeiro, cuja
administração foi entregue a Antônio Salema.
Tal tentativa visava aumentar os lucros derivados do
monopólio comercial do açúcar, aproximando as sedes
do Governo dos principais centros produtores: São
Vicente (Sudeste) e Recife (Nordeste).
Em 1578, o poder voltou a centralizar-se num único
governo, cuja administração coube apenas a Dom Luís
de Brito e Almeida e, em seguida, a Lourenço da Veiga.
> EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO
11) No sistema de Governo Geral, criado para o
Brasil em 1548, o assessor do governo-geral que
chefiava a milícia de então, chamava-se:
a. Ouvidor-Mor
b. Provedor-Mor
c. Capitão-Mor
d. Alcaide-Mor
e. Chefe da polícia colonial.
12) No governo de Mem de Sá, terceiro governador
geral do Brasil, de 1558 a 1572, conseguiu-se a
definit iva expulsão dos invasores:
a.
b.
c.
d.
e.
Ingleses
Franceses
Holandeses
Espanhóis
Alemães.
14
HISTÓRIA DO BRASIL - CURSO i* DIRETÍÜZ
13) José de Anchieta Apóstolo do Brasil chegou ao
nosso país com a vinda de:
a. Martim Afonso de Souza
b. Duarte da Costa
c. Tome de Sousa
d. Mem de Sá
e. Padre Feijó
14) Dom João III, resolveu, em fins de 1572, dividir o
Brasil dois governos, no norte e no sul, com sedes:
a. Em Natal e em Santa Catarina
b. Em Olinda e em São Vicente
c. Em Itamaracá e em Santos
d. Em Salvador e no Rio de Janeiro
e. Em São Paulo e Pernambuco.
15) Das afirmativas abaixo não é verdadeira:
a. No governo de Tome de Souza foi edificada em
Salvador, a sede central do novo governo.
b. No governo de Estácio de Sá foram criados os
órgãos auxiliares da administração central.
c. No governo de Duarte da Costa ocorreram os
primeiros conflitos entre colonos e jesuítas.
d. No governo de Mem de Sá é eliminada a ameaça
francesa.
e. A invasão francesa ocorreu em 1555, no governo
de Duarte da Costa.
16) A criação de um Governo-Geral para o Brasil,
em fins de 1548, relacionava-se:
a. Ao insucesso total, sem exceções, das Capitanias
Hereditárias criadas no litoral brasileiro.
b. À política colonial espanhola, centralizadora, que
passara a orientar as possessões portuguesas desde
a União Ibérica.
c. À necessidade de intensificar a luta contra o gentio,
a partir de um centro catalisador de forças.
d. À descoberta de metais preciosos no território
brasileiro, fato este que exigia a presença de um
representante direto do Rei na Colônia.
e. A necessidade de auxiliar os Donatários na tarefa
de colonização, através de uma ação coordenada.
17) Ainda hoje se discutem as teses de casualidade e
intencionalidade do descobrimento do Brasil.
Assinale a alternativa que apresenta um dos
argumentos dos defensores da tese de casualidade:
a. A insistência de Portugal em alterar o meridiano
original de Tordesilhas.
b. A carta de Caminha que comunica o
"descobrimento" do Brasil.
c. O conselho do navegador Vasco da Gama para que
Cabral se afastasse da costa da África evitando as
calmarias.
d. O fato de Cabral deixar dois degredados no Brasil.
e. A completa ignorância dos europeus sobre a
existência na América em 1500.
18) Sobre o início da colonização portuguesa no
Brasil, analise as afirmativas abaixo:
I - A força de trabalho do homem branco foi muito
importante, pois no início, o grande contingente de
mão-de-obra era branco.
II - A presença do homem branco europeu, na colônia
portuguesa na América, foi para especular e realizar
negócios.
III - Por ser muito populoso, Portugal possuía
excedentes de mão-de-obra branca que transferiu ao
Brasil.
IV - A escravidão negra não ficou restrita somente ao
território colonial, pois negros também foram
introduzidosno território metropolitano.
Com base na análise, assinale a alternativa correta.
a) I b) II e IV c) III e IV d) I, II e III e) Todas
Leia o texto abaixo para responder a questão 19.
"Depois de vossa partida se praticou se seria meu
serviço povoar-se toda costa do Brasil, e algumas me
requeriam capitanias em terras dela... depois fui
informado que de algumas partes faziam
fundamento de povoar a terra do dito Brasil...
determinei demarcar de Pernambuco até o Rio da
Prata cinqüenta léguas de costa a cada capitania
Carta de Martim Afonso de Sousa
15
HISTORIA DO BRASIL - CURSO T DIRETRIZ
19) O texto acima auxilia na compreensão de que a
Coroa portuguesa decidiu dividir as terras no Brasil
em capitanias Hereditárias, principalmente com o
objetivo de:
a. Povoar as terras brasileiras poupando seus recursos,
atraindo o interesse e os recursos de particulares
para os quais transferia os riscos do
empreendimento.
b. Instalar núcleos de colonização estável, baseados
na propriedade familiar, abdicando da sua
soberania sobre as terras brasileiras.
c. Transferir amplos poderes ao capitães, diretamente
submetidos a Coroa, no tocante a administração
pública, através da descentralização política, sem a
vigilância dos funcionários reais.
d. Suprimir a tradição medieval européia de conceder
benefícios em troca de lealdade política e militar
entre o Rei e os seus Vassalos, à medida que
instituía a Carta de Doação com os direitos do
donatário.
e. Montar feitorias ao longo da costa litorânea
monopolizando o comércio do pau-brasil, neste
instante ameaçado pelos franceses.
20) Um dos fatores que inviabilizaram o Sistema de
Capitanias Hereditárias, do qual Pernambuco e São
Vicente se constituíram exceções, foi:
1. Distribuição de Sesmarias.
2. Cultura da cana-de-açúcar.
3. Ataque dos índios.
4. Criação de gado.
5. Tamanho reduzido dos lotes doados.
21) A existência de governadores gerais no Brasil,
estes que depois passaram ao título de vice-reis,
sobreviveu até:
a. 1808, quando a família real se transferiu para o
Brasil.
b. 1763, quando a sede do governo foi transferida
para o Rio de Janeiro.
c. 1572, quando o rei de Portugal resolveu dividir a
administração da colônia em dois governos: Norte
e Sul.
d. 1580, quando o Brasil ficou subordinado a coroa
Espanhola.
e. 1822, com o processo de Independência.
Leia o texto abaixo para responder o item 22.
"O Governador correrá todas as Capitanias
acompanhado do Provedor-Mor, e com ele e com os
respectivos capitães e oficiais da fazenda,
consultarão tudo quanto importar".
22) O texto indica o objetivo principal da Coroa
portuguesa em implantar o Governo Geral no Brasil
que era:
a. Criar instituições administrativas que evitassem
conflitos entre os donatários e jesuítas.
b. Criar um centro administrativo e político e
promover a unidade da Colônia.
c. Empreender viagens de fiscalização aos
donatários.
d. Suprimir as capitanias hereditárias.
e. Estabelecer tribunais que julgassem os crimes
de má administração na Colônia.
23) A máquina administrativa colonial portuguesa
primou pelos zelos fiscais e pela preservação da
soberania lusitana sobre as terras brasileiras.
Acerca dos mecanismos de controle criados por
Portugal, é correto afirmar:
a. As câmaras municipais representavam a únicj
manifestação autônoma da colônia. Entre as
atribuições estavam as de contratar serviços, nomear
capitães-mores e distribuir sesmarias.
b. O Regimento Geral estabelecia as regras fiscais na
própria Colônia. Regimento trazido pelos primeiros
Capitães Donatários estipulava ainda os direitos e
deveres dos mesmos.
c. O objetivo da criação do Governo Geral em 1548.
estabelecido em Salvador, era centralizar a
administração da colônia e auxiliar os donatários.
d. Tanto donatários como sesmeiros possuíam as
mesmas obrigações fiscais, oportunidades
latifundiárias e direitos de arrecadação.
24) As Capitanias Hereditárias:
a. Eram 15, a leste da Linha de Tordesilhas;
b. Eram 15, a oeste de Tordesilhas;
c. Eram 12 e não se preocupavam com Tordesilhas;
d. Eram somente duas Pernambuco e São Vicente;
e. Eram 12 a leste da Linha de Tordesilhas.
Não se engane! As Capitanias Hereditárias eram 15, e
situavam-se a leste da Linha de Tordesilhas,
respeitando-se os limites do Tratado de 1494.
16
HISTORIA DO BRASIL - CURSO l* DIRETRIZ
o
25) Entre as razões, apontadas pelos historiadores,
para o insucesso, quase que total, do Sistema de
Capitanias Hereditárias, estão os constantes ataques
indígenas.
Nas opções abaixo, marque a opção que não
contribuiu para este insucesso.
a. A distância externa (Metrópole - Colônia);
b. O isolamento interno (falta de contato entre os
donatários);
c. A falta de interesse ou de recursos por parte de
alguns donatários;
d. A Criação do Governo Geral.
V- A UNIÃO IBÉRICA.
• Origem de Portugal e Espanha.
A história da ocupação da Península Ibérica, berço de
Portugal e Espanha reporta-se a aproximadamente 3.000
a.C, quando tribos dos Celtas e dos Iberos chegaram à
nova terra em busca de pastagens e clima mais ameno.
A união destes povos originou os Celtiberos. No século
IX a.C, os Fenícios (atual Líbano) chegaram e ocuparam
o território que mais tarde caiu sob o domínio do
Império Romano. A partir de 476 d.C, a região é
invadida pelos Povos Bárbaros e os Visigodos ocuparam
a Península junto com os Suevos.
Em 1711 os Árabes mulçumanos e Mouros invadiram a
Península Ibérica e destruíram os povos Bárbaros da
região.
No ano de 732, os cristãos do reino franco iniciam um
movimento de expulsão dos "hereges", mulçumanos da
península. Este movimento ficou conhecido como
"Guerra da Reconquista**.
O movimento começa vitorioso pela região norte da
península onde foram criados vários reinos católicos na
atual Espanha, (reinos de Navarra; Aragão; Castela e
Leão).
No final do século, o fidalgo Henrique de Borgonha
ocupa uma região no extremo ocidental da península
que se torna um feudo do Reino de Leão; nasce o
Condado Portucalense, a origem de Portugal.
Portugal surgiu como reino independente em 1139 e
teve como primeiro rei D. Afonso Henrique, dando
início a dinastia Borgonha. Por muito tempo, o reino
português permaneceu envolvido na luta completa pela
expulsão dos mouros.
Com D. Dinis (1279- 1325), interrompeu-se a
Reconquista no plano militar, iniciando-se um período
reorganização interna de Portugal. Em 1383 morre D.
Fernando, "O Formoso", e é o fim da Dinastia de
Borgonha.
A Dinastia de Avis tem início com a subida ao trono
português, 1383, de D. João I, irmão bastardo de D.
Fernando, afastando a anexação de Portugal por parte
do Reino de Castela, pois a filha do ex-rei de Portugal
era casada com o rei de Castela.
As tropas de Castela invadiram Portugal e teve início a
Revolução de Avis.
A vitória que teve como marco a batalha de Aljubarrota
(1385) coube a D. João, Mestre de Avis, que contava
com o forte apoio da burguesia lusitana.
D. João realizou um governo centralizado,
desenvolvendo instrumentos que possibilitaram o
pioneirismo português nas Grandes Navegações.
Obs: Observe que Portugal e Espanha são oriundos
da mesma região a Península Ibérica. Portanto os
lanços hereditários são acentuados, sendo comum
nas linhas sucessórias ao trono de ambos.
• O Domínio Espanhol no Brasil (1580 - 1640)
A morte de rei D. João III, em 1557, alçou ao trono seu
neto, o menino D. Sebastião. Até a sua maioridade, em
1568, foi substituindo por dois regentes: sua avó, D.
Catarina, e o cardeal D. Henrique, seu tio avô. Após ter
governado Portugal durante dez anos, D. Sebastião
morreu lutando contra os mouros, na batalha de
Alcácer-Quibir, no norte da África.
Pela falta de descendentes diretos do rei, a Coroa
Portuguesa voltou para as mãos do cardeal D. Henrique.
17
HISTORIA DO BRASIL - CURSO l" DIRETRIZ
Pelo mesmo motivo, quando o cardeal morreu, em 1580,
o rei da Espanha, Felipe II, neto de D. Manuel, "o
venturoso", invadiu Portugal com suas tropas e assumiu
o trono lusitano, unindo Portugal a Espanha e dando
início a União Ibérica.
A promessa de Felipe II de preservarrelativa autonomia
de Portugal e manter suas colônias sem submetê-las a
Espanha garantiu à colônia portuguesa na América
poucas mudanças políticas significativas. Houve apenas
a substituição da Metrópole que exercia o monopólio
comercial e o controle administrativo.
No entanto, o controle espanhol acabou por abolir, na
prática, as determinações do Tratado de Tordesilhas, o
que favoreceu o avanço dos colonos portugueses em
direção ao interior, permitindo a expansão do território,
estimulada principalmente pela busca de metais
preciosos.
O envolvimento da Espanha em vários confl itos
militares na Europa, porém, pôs seus inimigos contra a
colônia portuguesa. Inglaterra, Holanda (Países Baixos)
e França realizaram várias invasões ao território da
colônia. Isso enfraquecia a economia colonial e, por
conseqüência, a de Portugal, acarretando um movimento
pela restauração da autonomia, liderado pelo Duque de
Bragança. Os restauradores só se libertaram do domínio
espanhol em 1640, quando o Duque foi coroado rei de
Portugal com o título de D. João VI, inaugurando a
dinastia de Bragança.
Importante:
Durante a União Ibérica, ocorreram vários
acontecimentos que acabaram por provocar
transformações significativas no Brasil dentre eles:
• A anulação do Tratado de Tordesilhas;
• Início de um significativo processo de expansão;
• Ampliação dos quilombos; "afrouxamento"
• Investidas de inimigos da Espanha nas colônias
portuguesas, inclusive o Brasil.
• Invasões holandesas no nordeste.
Para combater as dificuldades econômicas herdadas do
período anterior, o novo monarca intensificou a
exploração e reforçou a administração colonial, criando
o Conselho Ultramarino que regia sobre:
• A centralização política colonial e a rigidez
fiscalizadora da metrópole se intensificariam com a
ampliação dos poderes dos Governos Gerais
• Eliminação progressiva das Capitanias Hereditárias.
Obs: As Capitanias Hereditárias somente foram
extintas totalmente no século X VIII.
© Para não esquecer:
Descreva em seu caderno o esquema-resumo acima.
Acrescente a ele outros elementos que possam ser
ligados aos já apontados (lembre-se dos capítulos
anteriores)
HISTORIA DO BRASIL - CURSO l' DIRETRIZ
VI - OS POVOS INDIGINAS
índios, Gentios, Negros da Terra: O termo índio como
nos é conhecido hoje deriva de um "suposto" erro do
navegador Cristóvão Colombo, que acreditando ter
chegado as índias denominou os habitantes da terra de
índios.
Apesar do mau uso do termo em que os habitantes
foram denominados, convencionou-se a chamar de índio
toda e qualquer pessoa que aqui vivia antes da chegada
dos europeus, mesmo que a população aqui encontrada
seja diferente da população encontrada peios espanhóis
na América central. Além dessas imensas diferenças
externas, existia também uma grande diferença interna,
dentro do imenso território da América Portuguesa.
Outros termos também foram designados para se falar
dos índios, como por exemplo: Gentios, usado para
designar todos os que não eram cristãos e Negros da
terra, como os portugueses já conheciam a exploração
de negros africanos, denominou-se negros da terra para
os índios explorados que aqui viviam.
Tal heterogeneidade pode ser constatada na vida antes
da chegada dos portugueses aqui no Brasil. A vida era
muito variada de tribo para tribo, região para região,
apesar de haver muitas diferenças entre eles, existiam
também muitas coisas em comum. De modo geral os
indígenas não eram apenas caçadores e coletores, os
índios exerciam também trabalho no campo, a
agricultura. Plantavam a mandioca, batata-doce,
amendoim, feijão, abóbora, plantas que eram usadas
na medicina própria, em rituais e etc. Além da pesca
e caça de pequenos animais, pois os animais de grande
porte como vacas e cavalos foram trazidos pelos
europeus posteriormente. Com a chegada dos europeus
na nova terra e o choque dessas duas culturas, ficou
claro que as diferenças eram enormes, os nativos
brasileiros tinham costumes que para os portugueses
eram ou desconhecidos ou no mínimo estranhas como,
por exemplo, a prática indígena de ofertar mulheres aos
hóspedes.
Outro exemplo dessas diferenças era a poligamia, que
não chegou a existir de forma geral na cultura
ameríndia, mas que aparentemente chocou os pudicos
portugueses com sua moral cristã, apenas
aparentemente. A visão dos portugueses em relação aos
índios logo na sua chegada foi um misto de estranheza e
encantamento principalmente pelo fato de andarem nus
e não terem vergonha disso, sua língua que era
totalmente diferente dava, aos portugueses duas
alternativas: ou aprendiam as língua e dialetos dos
índios ou ensinavam o português a eles. Os Jesuítas
acharam estranho o fato de que algumas tribos viviam
em sossego enquanto outras tribos viviam em constantes
guerras umas com as outras, as crises diplomáticas
foram utilizadas muito bem a favor dos portugueses.
Mas o pensamento de encantamento principalmente dos
jesuítas mudou quando conheceram seus rituais
sagrados, curandeirismo e principalmente o
canibalismo, tanto o endocanibalismo, onde eles
comiam algum parente morto por motivos
principalmente religiosos e o exocanibalismo, onde
comiam inimigos capturados nas guerras, para adquirir
sua força e coragem.
As relações incestuosas deixam claras tais diferenças de
pensamentos culturais, para os índios o parentesco
verdadeiro vinba da parte dos pais. Sendo assim não
viam problemas em ter relações sexuais com as filhas de
suas irmãs ou com qualquer parente que não seja da
linhagem de seu pai. O asseio do corpo praticado
pelos ameríndios foi também uma das práticas que
surpreendeu os europeus de forma geral, o asseio
com vários banhos de rios foi recebido pelos
europeus como algo estranho tendo em vista que os
mesmos não tinham costumes de tomar banho
sempre. Com a chegada dos europeus ao Brasil, aos
poucos se desorganizara a vida social e econômica
indígena.
2. Os Primeiros Contatos.
No início os índios foram usados pelos portugueses
como meio de adaptação a terra, aos costumes, aos
alimentos, em geral a vida na nova terra. Para isso
tiveram que definir dois tipos de índios, os amigos e os
inimigos.
A primeira forma de exploração que se viu aqui foi à
troca também conhecida como escambo, os portugueses
davam produtos seus em troca de algum tipo de
trabalho, alimentos e até mesmo escravos que eram
capturados pelos indígenas para os portugueses. Esta
relação, relativamente amistosa, se deu até o momento
em que houve a necessidade de se aumentar a extração
do pau-brasil, por elevação na necessidade da Metrópol
19
HISTÓRIA ÜO BfeASlL - CuttSO l' DIRETRIZ
Metrópole.
A prática do escambo já não mais suportaria as novas
necessidades. Deu-se ai, o início da idéia de
escravização indígena.
•Primeiros Habitantes: Primeiros Escravos
"Na realidade, os primeiros escravos do Brasil foram os
índios, também chamados, na documentação oficial, de
''negros da terra" ou gentios da terra".
Eram usados como força de trabalho em tempo de
guerra e em tempo de paz: soldados contra o invasor
não português e trabalhadores na construção de obras
públicas, engenhos, fortalezas, nas plantações do
colonizador.
Os portugueses procuraram dominar os índios através da
"Guerra Justa", do "resgate" ou do "descimento".
Guerra Justa: Devido as grandes epidemias que
dizimavam os nativos da colônia, a Coroa portuguesa,
seguindo orientação da igreja, determinou a proibição
parcial da captura de índios para o trabalho escravo.
Somente seria permitida a captura através da Guerra
Justa, seriam as guerras travadas contra índios inimigos
que se depusessem a atacar os portugueses ou índios
aliados.
Resgate: Também podiam ser escravos os índios
resgatados, que não eram inimigos, mas que eram
cativos ou escravos de outros índios e que fossem
comprados ou "resgatados", para serem salvos.
Contudo, o cativeiro através do resgate não era
ilimitado, havia tempo definido para manter o índio
como cativo, geralmente dez anos para que fiquem
livres.
Descimento: A liberdade era garantida para os índios
aldeados e aliados,ou seja, os que viviam nos
aldeamentos e foram convertidos e aculturados. Livres,
eram senhores de suas terras nas aldeias, passíveis de
serem requisitados para trabalharem para os moradores
mediante pagamento de salário.
Esses índios aldeados e aliados eram recrutados pelas
"tropas de descimentos"
Projeto Colonial x índios
O projeto colonial português se afirmava desenvolvendo
duas formas de intervenção drásticas para a
sobrevivência dos povos indígenas: usurpação de suas
terras e exploração da sua força de trabalho.
Importante:
• Legado
A participação dos índios na vida brasileira é muito
importante de ser ressaltada. São vários os traços e
complexos de cultura legada a nós pelos indígenas.
Podemos perceber facilmente a presença de vários
traços da cultura indígena difundidos em nossa
sociedade. Como via de exemplo podemos destacar os
aspectos culinários incorporados às nossas mesa como a
mandioca» a moqueca, a utilização do milho para
preparo de deliciosos quitutes.
Hábitos como banhar em rios, andar descalço, descansar
de cócoras, que são facilmente observados
principalmente no interior do país. O uso da rede, de
cestas, o tabaco, instrumentos musicais, o alçapão,
processos de caça e pesca, o anzol, a música,
conhecimento de plantas são todos exemplos do
legado nos deixado de procedência indígena.
A língua de maior expressão no Brasil no período pré-
colonizador entre as diversas sociedades indígenas era o
Tupi-guarani, mas o mesmo era dividido em outros
grupos fundamentais. O tupi foi suplantado pela língua
portuguesa em decorrência do choque cultural, uma vez
que a lingüística Tupi não satisfazia as necessidades
sociais daquele novo estado de cultura. No entanto,
nota-se que o tupi enriqueceu o português implantando-
se numerosos vocabulários de origem indígena.
Exemplos: Abacaxi - Ipanema - Grajaú - Cipó - Jabuti
-- Arara.
20
HISTORIA DO BRASIL - CURSO l" DIRETRIZ
VII - O Trabalho dos Jesuítas no Brasil.
Ao pisar no Brasil, a primeira ação tomada pelo
navegador Pedro Álvares Cabral e seus tripulantes foi
organizar uma missa que comemorava a chegada em
novas terras. Nesse simples gesto, percebemos que os
europeus não tinham somente um projeto de caráter
econômico no Brasil. Sendo nação de forte fervor
religioso católico, Portugal trouxe membros da Ordem
de Jesus que teriam a incumbência de ampliar o número
de fiéis no Novo Mundo.
O alvo primordial dessa conversão seriam os índios, que
desde as primeiras anotações feitas por Pero Vaz de
Caminha são descritos como povos inocentes que iriam
se converter sem maiores problemas. A relação entre
Estado e Igreja nessa época era próxima, na medida em
que ambas empreendiam medidas que colaboravam
com seus interesses mútuos. Enquanto os jesuítas
tinham apoio na catequização dos nativos, o Estado
contava com auxílio clerical na exploração do território
e na administração.
Sob tal aspecto, devemos relembrar que o interesse da
Igreja em ocupar e evangelizar o Novo Mundo se dava
também pelas várias transformações ocorridas na
Europa do século XVI. Nessa época, as religiões
protestantes surgiam como uma alternativa ao milenar
poderio religioso católico. Para reagir à significativa
perda de fiéis, a Igreja aprovou a concepção da Ordem
de Jesus, criada em 1534 por Inácio de Loyola, com
objetivo de pregar o cristianismo nas Américas.
Seguindo atribuições diretas do rei Dom João III, o
governador-geral, Tome de Sousa, chegou ao Brasil em
1549 trazendo vários padres jesuítas que deveriam
propagar a fé católica. Fundando colégios e missões
pelo litoral e interior do Brasil, os jesuítas passaram a
não só tratar da conversão dos nativos, bem como a
administrar as principais instituições de ensino da época
e auxiliar os mais importantes órgãos de administração
e controle da metrópole.
Mesmo salientando o apoio oficial, não podemos deixar
de falar dos conflitos que envolveram os jesuítas e os
colonizadores. Nas primeiras décadas da colonização, a
enorme dificuldade para se obter mão de obra escrava
africana motivou vários colonos a buscarem a força de
trabalho compulsória dos índios. Logo de início, os
jesuítas se opuseram a tal prática, já que a
transformação dos índios em escravos dificultava
imensamente o trabalho de evangelização.
Na segunda metade do século XVIII, a presença dos
jesuítas no Brasil sofreu um duro golpe.
Nessa época, o influente ministro Marquês de Pombal
decidiu que os jesuítas deveriam ser expulsos do Brasil
por conta da grande autonomia política e econômica que
conseguiam com a catequese. A justificativa para tal
ação adveio da ocorrência das Guerras Guaraníticas,
onde os padres das missões do sul armaram os índios
contra as autoridades portuguesas em uma sangrenta
guerra.
Apesar desse episódio, a herança religiosa dos jesuítas
ainda se encontra manifesta em vários setores da nossa
sociedade. Muitas escolas tradicionais do país, bem
como várias instituições de ensino superior espalhadas
nos mais diversos pontos do território brasileiro, ainda
são administradas por setores dirigentes da Igreja
Católica. Somente no século XIX, foi que as escolas
laicas passaram a ganhar maior espaço no cenário
educacional.
> EXERCÍCIOS
26) O primeiro contato entre portugueses e indíginas
foi amistoso, pois, não havia ainda interesse em
ocupar a terra ou escravizar os índios. A atividade
econômica estabelecida entre 1500 e 1530 foi:
a. plantio de cana de açúcar
b. prospecção de metais preciosos
c. escambo de drogas do sertão
d. escambo de pau brasil
e. agricultura algodoeira
27) Quando os colonizadores chegaram ao Brasil
encontraram aqui os povos indiginas conhecidos
como Tupis (Tupinamba). Os principais gêneros
cultivados eram:
a. Milho, trigo e cana-de-açúcar
b. mandioca, uva e figo
c. batata-doce, milho e trigo
d. milho, uva e mandioca
e. Milho, mandioca e batata-doce.
28) Mem de Sá, terceiro Governador Geral, cujo
governo durou 15 anos, veio para o Brasil com três
metas bem definidas:
a. Atenuar os conflitos entre indígenas e colonos;
restabelecer as relações com o Bispado e expulsar os
franceses do Rio de Janeiro.
b. Construir uma fortificaçâo na cidade, transferir a
capitania de São Vicente e expulsar os franceses do
Rio de Janeiro.
21
HISTORIA DO BRASIL - CURSO l' DIRETRIZ
c. Estabelecer relações com os franceses, negociar a
rendição dos Tamaios e construir fortificações.
d. Formar um exército para expulsar os franceses,
transferir a cidade para o morro do Pão de Açúcar e
apazigua os índios Tamoios.
29) Os primitivos habitantes do Brasil foram vítimas
do processo colonizador. O europeu, com visão de
mundo calcada em preconceitos, menosprezou o
indígena e sua cultura. A acreditar nos viajantes e
missionários, a partir de meados do século XVI, há
um decréscimo da população indígena, que se agrava
nos séculos seguintes. Os fatores que mais
contribuíram para o citado decréscimo foram:
a. A captura e a venda do índio para o trabalho nas
minas de prata do Potosí.
b. As guerras permanentes entre as tribos indígenas e
entre índios e brancos.
c. O canibalismo, o sentido mítico das práticas rituais,
o espírito sanguinário, cruel e vingativo dos
naturais.
d. As missões jesuíticas do vale amazônico e a
exploração do trabalho indígena na extração da
borracha.
e. As epidemias introduzidas pelo invasor europeu e a
escravidão dos índios.
30) Durante o período conhecido como o "Brasil dos
Felipes", podemos destacar como fato importante:
a. O rompimento, de fato, da linha imaginária do
Tratado de Tordesilhas.
b. O apogeu da atividade mineradora.
c. A fixação das fronteiras através de tratados.
d. A fixação da criação de gado no litoral.
e. A ocupação do sul do Brasil
31) A unificação das coroas ibéricas, em 1580 por
Felipe H, beneficiou o Brasil porque:
a. Derrubou a linha de Tordesilhas, permitindo a
expansão do território brasileiro.
b. Livrou o Brasil de qualquer tentativa de invasão
estrangeira.
c. Levou a Espanha a dar maior atenção ao Brasil do
que a América Espanhola.
d. Incorporou o Vice-Reinado do Prata ao
Brasil.

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