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B&neiradireíri/.com.br EST. INTENDENTE MAGALHÃES, 1032 - 3° ANDAR VILA VALQUEIRE - RJ TEL:3357-8671 / 7863-2466 Preparatório para Concursos Civis e Militares Ensino a Distância CHQAO Curso de Habilitação ao Quadro Auxiliar de Oficiais HISTÓRIA DO BRASIL Módulo I VILA VALQUEIRE VILA MILITAR Estrada Intendente Magalhães, n° 1032 - 3°andar Estrada São Pedro de Alcântara, n° 187 Rio de Janeiro - RJ Rio de Janeiro - RJ Central de Atendimento (21) 3357-8671 / 7863-2466 / 2457-4282 WWW.PR1MEIRADIRETR1Z.COM.BR RELAÇÃO DE ASSUNTOS I. A EXPANSÃO MARÍTIMA E COMERCIAL EUROPÉIA DOS SÉCULOS XV E XVI Antecedentes O Processo de Centralização Política Fatores que Impulsionaram a Expansão Marítima e Comercial Européia Objetivos da Expansão Marítima O Pionerismo Português Cronologia nas Navegações Portuguesas Principais Navegadores a Serviço de Portugal Conseqüências para Portugal As Navegações Espanholas A Revolução Comercial e o Mercantilismo Exercícios de fixação II. O DESCOBRIMENTO DO BRASIL Casualidade ou Intencional idade III. O PERÍODO PRÉ-COLONIAL Cronologia das expedições mandadas ao Brasil A Economia do Período Pré - colonial IV. A MONTAGEM DA COLÔNIA PORTUGUESA NA AMÉRICA Para pensar historicamente. Início da Colonização O Projeto Agrícola Português As Capitanias Hereditárias O Governo Geral Exercícios de fixação V. UNIÃO IBÉRICA VI. OS POVOS INDÍGENAS Os Primeiros Contatos Primeiros Habitantes: Primeiros Escravos Projeto Colonial X índios VII. O TRABALHO DOS JESUÍTAS NO BRASIL RELAÇÃO DE ASSUNTOS Exercícios de fixação VIII. O NEGRO NO BRASIL A Escravidão A História dos Quilombos Exercícios de fixação IX. O CICLO ECONÔMICO DO PAU-BRASIL Estanco Escambo O índio como mão-de-obra escrava X. A PRIMEIRA INVASÃO FRANCESA Exercícios de fixação XI. CICLO ECONÔMICO DO AÇÚCAR Os Engenhos A Sociedade do Açúcar Exercícios de fixação XII. SEGUNDA INVASÃO FRANCESA XIII. INVASÕES HOLANDESAS Contexto Histórico A Criação das Companhias de Comercio A Primeira Invasão A Segunda Invasão A Administração de Maurício de Nassau A Insurreição Pernambucana Conseqüências da expulsão dos Holandeses do Brasil Exercícios de fixação XIV. ATIVIDADES COMPLEMENTARES A ECONOMIA DA COLÔNIA XV. EXPANSÃO TERRITORIAL DA COLÔNIA A Ocupação do Nordeste e da Região Amazônica A Expansão Paulista (Bandeirantes) A Expansão do Sul RELAÇÃO PE ASSUNTOS | Vamos Recordar? A Oficialização das Fronteiras Lusas: Os Tratados de Limites Exercícios de fixação XVI. CICLO ECONÔMICO DO OURO Mudanças no Eixo Econômico A Administração das Minas A Descoberta de Diamantes A Crise e Decadência do Ciclo do Ouro As Invasões Estrangeiras Ocorridas Durante o Ciclo do Ouro Exercícios de fixação XVII. O PERÍODO POMBALINO XVIII. A ADMINISTRAÇÃO DA RAINHA D. MARIA l Exercícios de fixação XIX. AS REBELIÕES NATIVISTAS A Aclamação de Amador Bueno A Revolta de Beckman A Guerra dos Emboabas A Guerra dos Mascates A Revolta de Felipe dos Santos XX. AS REBELIÕES SEPARATISTAS A Inconfidência Mineira ou Conjuração Mineira A Conjuração Baiana A Revolução Pernambucana de 1817 Exercícios de fixação XXL O PERÍODO JOANINO A Vinda da Família Real para o Brasil Brasil: Sede da Monarquia Portuguesa O Rio de Janeiro - Capital do Império A Política Externa A Revolução do Porto RELAÇÃO DE ASSUNTOS XXII. A REGÊNCIA DE D. PEDRO E A PROCLAMAÇÃO DA INDEPENDÊNCIA Contexto Histórico da Independência do Brasil A Preponderância Inglesa no Comércio da Colônia O Reino de D. João e a sua Política de Portas Abertas As Mudanças Econômicas antes da Independência do Brasil A Volta da Família Real para Lisboa e o Início do Processo de Independência do Brasil. D. Pedro: O Defensor do Brasil A Proclamação da Independência do Brasil As Guerras pela Independência do Brasil O Reconhecimento da Independência do Brasil. Exercícios de fixação XXIII. A CONSTRUÇÃO DO ESTADO BRASILEIRO E O PRIMEIRO REINADO Organização Política do Estado Brasileiro A Confederação do Equador A Guerra da Cisplatina A Abdicação de D. Pedro I XXIV. O PERÍODO REGÊNCIAL A Regência Trina Provisória A Regência Trina Permanente Os "Partidos Políticos" no Período Regencial A Regência UNA A Regência UNA do Padre Feijó A Regência UNA de Araújo Lima As Revoltas Ocorridas no Período Regencial Exercícios de fixação Gabarito HISTORIA DO BRASIL - CURSO l" DIRETRIZ I - EXPANSÃO MARÍTIMA E COMERCIAL EUROPÉIA DOS SÉCULOS XV E XVI 1. Antecedentes • A Guerra dos Cem Anos entre Inglaterra e França (1337-1453) Marcou toda a Europa do século XIV. As rotas comerciais terrestres que cruzavam a França, importantes para a articulação do comércio continental, ficaram comprometidas pela guerra, tornando necessário o estabelecimento de caminhos alternativos. • A Peste Negra (1348) Devastou a população européia em muitas áreas, levando a uma violenta retração dos mercados consumidores e, portanto, da atividade comercial. • O Monopólio Comercial Italiano O monopólio comercial exercido pelas cidades italianas (Gênova e Veneza) sobre o comércio oriental, vitimando as demais nações européias à dependência econômica. • Conseqüência A diminuição da população européia criou uma situação na qual a retomada da atividade comercial se daria de forma lenta, na mesma medida da própria expansão demográfica. O desvio de metais preciosos para o oriente, na compra das especiarias e outros artigos de luxo, e o esgotamento das minas de metais preciosos de ouro e prata no continente europeu tornavam limitada à oferta de moeda, estrangulando o comercio. E finalmente, o monopólio da lucrativa rota mediterrânea das especiarias, exercido pelas cidades italianas, notadamente Veneza e Gênova, restringia a possibilidade de lucros de outras cidades européias. • Conclusão Foram esses fatores que acabaram por forçar a burguesia européia a buscar novas alternativas para expandir o comercio, e a saída evidente era a navegação atlântica. Teve origem aí o processo de Expansão Marítima Européia. 2. O processo de Centralização Política requisito para as grandes navegações. pré A empreitada de enfrentar a desconhecida navegação no oceano Atlântico exigia investimentos de vulto, que estavam muito além das possibilidades de qualquer cidade européia isoladamente. Em outras palavras, era necessária a mobilização ampla de recursos, o que foi feito em escala nacional, tornando a centralização monárquica um verdadeiro pré-requisito para a expansão marítima. Apenas os Estados efetivamente centralizados tinham condições de levar adiante tal empreendimento, dada a necessidade de um grande investimento e principalmente de uma figura que atuasse como coordenador — no caso, o Rei. Além de formar um acúmulo prévio de capitais, pela cobrança direta de impostos, o rei disciplinava os investimentos Já burguesia, canalizando-os para esse grande empreendimento de caráter estatal, ou seja, do Estado, que se tornou um instrumento de riqueza e poder para as monarquias absolutas. Como vimos, França e Inglaterra estiveram envolvidas na Guerra dos Cem Anos até o Século XV, o que retardou o processo de centralização monárquica nos dois países. A Espanha ainda lutava contra os mulçumanos, somente expulsa da Península Ibérica em 1492. Outros territórios europeus também se apresentavam fragmentados, inclusive os vastos territórios que vaziam parte do Sacro Império Romano- Germânico. Assim, a unificação precoce de Portugal (em relação às demais monarquias do continente) contribuiu decisivamente para as primeiras iniciativas na expansão marítima européia. 3. Fatores que impulsionaram a Expansão Marítima e Comercial Européia. • Centralização Política: O Estado Centralizado reuniu riquezas para financiar as navegações. • O Renascimento: Permiti u o surgimento de novas idéias e uma evolução técnica Objetivo da Elite da Europa Ocidental em romper o monopólio Árabe-Italiano sobre as mercadorias orientais HISTÓRIA DO BRASIL - CURSO 1a DIRETRIZ A busca de terras e novas minas (ouroe prata) com o objetivo de superar a crise. Expandir a fé. 4. Objetivos da Expansão. • Metais • Mercados • Especiarias • Terras • Fiéis 5. O Pioneirismo Português. Durante o reinado de Dom João I (1385-1433), o governo português era forte. Tornou-se o primeiro país europeu a constituir um Estado Moderno, dedicado à atividade comercial-marítima, assumindo práticas mercantilistas. A burguesia comercial queria enriquecer, mas havia um obstáculo: genoveses e venezianos que monopolizavam o comércio de especiarias. A solução era entrar em contato direto com os fornecedores, isso não poderia ser feito através do mediterrâneo, só restava expandir-se pelo Atlântico. Navegar era preciso. O Pioneirismo Português pode ser explicado pelos seguintes aspectos: • Precoce centralização Política — A revolução de Avís (1383 - 1385), consolidando o processo de Domínio das Técnicas de Navegação (Escola de Sagres) Participação da Rota de Comércio que ligava o mediterrâneo ao norte da Europa Presença da burguesia - fundamental para o financiamento das expedições marítimas Posição Geográfica Favorável. Ausência de guerras - A paz interna e esterna presente em Portugal no momento das Grandes Navegações. 6. Cronologia das Navegações Portuguesas. 1415 - Conquista de Ceuta 1419 - Ilha da Madeira. (Formação de capitanias hereditárias; cultura do trigo, cana-de-açúcar e videiras). 1431 -Açores 1434 - Cabo Borjador 1441 - Tem início o tráfico de escravos para as Ilhas do Atlântico visando à cultura de cana-de-açúcar e mão-de- obra para Portugal. 1445 - Senegal 1453 - Conquista de Constantinopla, importante porto comercial, pelos Turcos Otomanos. Com isso, o fácil comércio de especiarias realizado pelo Mar Mediterrâneo ficou bastante prejudicado. Mais do que nunca se tornava vital a descoberta de uma rota alternativa. 1454 - O Vaticano edita a bula papal: Romanus Pontifex assinada pelo Papa Nicolau V que enumera os benefícios e títulos de glória dados a Portugal durante as conquistas dos territórios até as índias. 1482 - Zaire 1488- Bartolomeu Dias atinge o cabo Sul da África que devido às grandes dificuldades de acesso recebeu o nome de Cabo das Tormentas e mais tarde, dado a sua importância no périplo africano, recebeu o nome de cabo da boa esperança. 1493 - O Papa Alexandre VI edita a Bula Inter Coetera. 1494 - Tratado de Tordesilhas. 1498 - Vasco da Gama chegou a Calicute nas índias. 1500 - Pedro Álvares Cabral, comandando 13 navios parte, supostamente para as índias com o objetivo de estabelecer feitorias e expandir a fé crista, seu trajeto é mudado drasticamente o levando até um continente desconhecido, o Brasil, onde tomando posse em nome da coroa portuguesa, retoma a sua rota para a índia. HISTÓRIA DO BRASIL - CURSO l' DIRETRIZ 7. Principais navegadores a serviço de Portugal • Bartolomeii Dias - Em 1488 chegou ao cabo da Boa Esperança, isto é ao extremo meridional da África. • Vasco da Gama - Em 1498 alcançou as índias • Pedro Álvares Cabral - Atingiu o litoral do novo continente, a América, na costa do território que viria se chamar Brasil. 8. Conseqüências para Portugal. Em que pese o longo prazo para que o périplo africano fosse completado, Portugal prosperou, ao mesmo tempo que seus navegadores ampliavam seus conhecimentos náuticos e Lisboa tornava-se importante entreposto comercial. Entretanto, o enriquecimento do reino português era apenas aprente. Além de contar com escassos recursos humanos e materiais, seus empreendimentos marítimos não conduziam com dependência financeira em relação a outros centros, especialmente as companhias comerciais holandesas e italianas. Interesses mercantis submetidos aos da Coroa e nobreza a ela ligada sugavam recursos e se tornariam mais um entrave ao desenvolvimento comercial. Assim, o capital gerado no processo acabou sendo tranferido para outros centros europeus, seja pela dependência de financiamento externos, seja pelos. Gastos da Coroa e da nobreza, o que impediu um processo e acumulação de capitais para investimento dentro do próprio reino. 9. As Navegações Esponholas Tão logo completou a sua centralização monárquica, em 1492, a Espanha inicia as Grandes Navegações Marítimas pouco antes da expansão marítima portuguesa atingir o objetivo de chegar as índias. Os Reis Católicos (Fernando e Isabel) cederam ao navegador Cristóvão Colombo três caravelas. Com elas, Colombo pretendia chegar às índias, navegando na direção do oeste. Ao aportar nas Antilhas, ele chega em Cuba, El Salvador e Santo Domingo acreditando ter chegado ao arquipélago do Japão. Com a entrada da Espanha no ciclo das grandes navegações, criou-se uma polêmica entre esta nação e Portugal, pela posse das terras recém-descobertas da América. Essa questão passa pelo Papa, que escreve a Bula "Inter Coétera" (as terras da América seriam dividas por uma linha a 100 léguas das Ilhas de Cabo Verde, em que Portugal ficaria com as terras orientais e a Espanha ficaria com as terras ocidentais). Portugal fica insatisfeito, recorre ao Papa e aos reis católicos esponhóis gerando o Tratado de Tordesilhas. (Foto) A ambição expansionista de Portugal e Espanha no século XV trouxe a ameaça de uma guerra, que foi evitada pela assinatura do Tratado de Tordesilhas, primeiro acordo internacional definido por vias diplomáticas. Endossado pela Igreja Católica, o tratado foi rejeitado por outros países. O Tratado de Tordesilhas estabeleceu que fossem de propriedade de Portugal as terras descobertas e a descobrirem situadas a leste de um meridiano, traçado de pólo a pólo, a 370 léguas das ilhas de Cabo Verde, enquanto as terras situadas a oeste desse meridiano pertenceriam à Espanha. O mesmo se aplicava às terras conquistadas a povos não cristãos e àquelas ainda por conquistar. O acordo foi assinado em 7 de junho de 1494 na cidade espanhola de Arévalo, província de Tordesilhas, entre o rei de Portugal, D. João II, e os Reis Católicos, Isabel e Fernando de Castela e Aragão. Representou o fim oficial de uma longa série de disputas, negociações e bulas papais a respeito da posse das novas terras. O meridiano de Tordesilhas, no entanto, nunca foi de fato demarcado e motivou várias disputas de fronteira. Lembre-se: • Burla Inter-Coetera - 1493 • Tratado de Tordesilhas - 1494 tílSTÓRIA DO BRASIL - CURSO l' blRETRIZ 10. A Revolução Comercial e o Mercantilismo A Transição da Idade Moderna A atividade mercantil passa a ser exercida em escala mundial. A decadência das instituições feudais. Estruturação do poder centralizado. Estruturação de uma nova ordem socioeconômica: O Capitalismo Comercial ou Mercantil. Interesses da Burguesia x Nobreza. Divisão social: (Clero, Nobreza e Povo) - os que rezavam; os que combatiam; os que trabalhavam. O Mercantilismo Mercantilismo é o nome dado a um conjunto de práticas econômicas desenvolvido na Europa na Idade Moderna, entre o século XV e o final do século XVIII. O mercantilismo originou um conjunto de medidas econômicas diversas de acordo com os Estados. Caracterizou-se por uma forte ingerência do Estado na economia. Consistiu numa série de medidas tendentes a unificar o mercado interno e teve como finalidade a formação de fortes Estados-nacionais. É possível distinguir três modelos principais: bulionismo ou metalismo, colbertismo ou balança comercial favorável e mercantilismo comercial e marítimo. • Bulionismo ou Metalismo: é uma teoria econômica da Idade Moderna que quantifica a riqueza através da quantidade de metais preciosos possuídos. Baseia-se na crença de posse e acúmulo de ouro e metais preciosos,o metal é a maior fonte de riquezas, confundindo estes com capital, não investindo em atividades lucrativas como manufaturas, comércio, etc. Um exemplo de um país bulionista no período citado foi a Espanha, que não percebeu que o acúmulo de metais preciosos (ouro e prata) era apenas uma ilusão de prosperidade, tornado-se periferia econômica na Europa enquanto a economia mineradora na América, principal fonte de riqueza espanhola, se esgotava. • Colbertismoou Industrialismo ou Balança Comercial Favorável: Colbertismo ou Industrialismo nasceu no século XVII e é o Mercantilismo característico da política econômica francesa. Teorizado e promovido por Jean-Baptiste Colbert, controlador geral das finanças do rei Luís XIV. Uma vez que a maior parte do comércio internacional se fazia por meio de metais, como o ouro e a prata, o colbertismo propunha que o volume de exportações fosse maior que o de importações para que se obtivesse uma balança comercial favorável. As conseqüências desta política foram um protecionismo rígido que visava, entre outras coisas, o incremento da produção de manufaturados. • Mercantilismo Comercial e Marítimo: Baseava-se na teoria de comprar barato e vender caro, • Princípios Merca niilistas • Metalismo ou Ditalionismo • Incentivos às manufaturas • Protecionismo alfandegário • Industrialismo • Balança comercial favorável • Sistema colonial • Comércio colonial monopolizado pela metrópole (Pacto Colonial) BURGUESIA í Privilégios Apoio ARISTOCRACIA HISTÓRIA DO BRASIL - CURSO l" DIRETRIZ *• Exercícios de Fixação. l). O processo de colonização européia da América, durante os séculos XVI, XVII e XVIII, está ligado à: a Expansão comercial e marítima, ao fortalecimento das monarquias nacionais absolutas e à política mercantilista. b. Disseminação do movimento cruzadista, ao crescimento do comércio com os povos orientais e à política livre-cambista. c. Política imperialista, ao fracasso da ocupação agrícola das terras e ao crescimento do comércio bilateral. C nação das companhias de comércio, ao desenvolvimento do modo feudal de produção e à política liberal. d. Política industrial, ao surgimento de um mercado interao consumidor e ao excesso de mão-de-obra livre. 2).Portugal e Espanha foram as primeiras nações a lançarem-se nas Grandes Navegações. Isto se deveu basicamente a/ao: a. Enorme quantidade de capitais acumulados nestas duas nações desde o renascimento comercial na Baixa Idade Média; b. Processo de centralização política favorecido pela Guerra de Reconquista; c. Diferentemente de outras nobrezas, as nobrezas portuguesas e espanholas estavam fortalecidas e conseguiram financiar o projeto de expansão marítima; d. O desenvolvimento industrial da península Ibérica forçou estas nações a buscarem novos mercados consumidores e fornecedores; e. O espírito aventureiro de portugueses e espanhóis. 3). No início dos tempos modernos, assistimos a uma série de grandes transformações que atuaram na desestruturação do mundo feudal e também se refletiam na diminuição do poder da Igreja, na expansão comercial e marítima, no desenvolvimento da burguesia, no Renascimento e na reforma religiosa. Também está ligada histórico: na olvimei na a este período a. A descentralização política e administrativa do Estado; b. A formação das repúblicas federativas; c. A ascensão das ditaduras pelas elites militares; d. A formação das monarquias nacionais absolutistas; e. O início do movimento das Cruzadas. xn XIII xrv XV XVI FEUDALISMO CAPITALISMO 4). Ao final da Idade Média, a necessidade de novas rotas de comércio gerou a expansão mercantil e marítima, desenvolvida pelos países atlânticos. Até então, a principal via comercial européia era o Mediterrâneo, cujo monopólio estava concentrado nas mãos dos comerciantes: a. venezianos e pisanos; b. espanhóis e muçulmanos c. venezianos e mouros d. italianos e árabes e. italianos e ibéricos 5). A crise européia dos séculos XIV e XV constituiu um bloqueio ao desenvolvimento da economia de mercado. A superação desse processo foi realizada por meio: a. da isenção de tributos para as cidades; b. do fortalecimento das corporações de ofício; c. da Expansão Marítima; d. das grandes expedições religiosas e. das Guerras Ibéricas HISTORIA DO BRASIL - CURSO l' DIRETRIZ 6) A Expansão Marítima e Comercial é produto de um conjunto de fatores que marcam a época de transição por que passava a Europa. Essa transição caracteriza a passagem de um modo de produção em crise para outro, isto é: a. do escravista para o feudal; b. do capitalista para o escravista; c. do feudal para o capitalista; d. do feudal para o escravista; e. do escravista para o capitalista. 7) São fatores que contribuíram para o pioneirismo português na época das grandes navegações no século XV, EXCETO: a. A centralização administrativa durante a dinastia de Avis, permitindo aliança entre monarquia e burguesia. b. Ausência de guerras, ao contrário da Espanha ainda lutando pela expulsão dos Mouros da península. Adoção do mercantilismo pelo Estado Absolutista conciliando interesses burgueses e fortalecendo o Estado. c. Política portuguesa de cooperação com as potências européias, neutralizando a disputa colonialista. d. Posição geográfica de Portugal, banhado em toda a costa oeste pelo Oceano Atlântico. 8) O Movimento cristão para expulsar os árabes da Península Ibérica, que teve como conseqüência a doação de Portucale à D. Henrique de Borgonha é chamado de: a. Noite triste. b. Levante. c. Batalha. d. Reconquista. e. Tormentas 9) Sobre as questões que motivaram o empreendimento marítimo dos portugueses, não é correto afirmar: a. O papel pioneiro de Portugal na expansão ultramarina está relacionado com a intensificação da rota marítima comercial que contornava o continente europeu pelo estreito de Gibraltar para chegar do atlântico até o Mar do Norte. b. O projeto econômico da Costa lusitana de navegar em direção à Ásia contou com os recursos financeiros da nobreza tradicional e da burguesia, ambas unidas por uma aliança matrimonial para a consolidação precoce do Estado português. c. A expansão marítima dos países da Europa deriva- se do desenvolvimento do comércio continental europeu e de um novo sistema de relações internas que integrava o Mar Mediterrâneo ao Mar do Norte, especialmente a partir da arte de navegar. d. Os portugueses, buscando se livrar da concorrência no continente europeu e contando com suas vantagens geográficas empregaram seus esforços no comércio com a costa Ocidental da África. e. A riqueza das repúblicas italianas e dos mouros, originada do comércio com as índias, levou Portugal a desenhar um plano de navegação para atingir o oriente contornando a África. 10. Examinando-se a situação européia á época das grandes navegações e dos grandes descobrimentos, pode-se corretamente afirmar que: a. Acima dos Pirineus estavam os países responsáveis pelo início das Grandes Navegações. b. Os países Balcânicos viviam fechados na Europa. c. A Inglaterra vivia ensimesmada na sua ilha. d. A Rússia não se comunicava com outros mundos forra da Europa. e. A Espanha e Portugal eram pontos de contato para Europa. II - O DESCOBRIMENTO DO BRASIL. Portugueses e espanhóis realizaram importantes descobertas; porém, foram os portugueses os grandes pioneiros das navegações marítimas. Ceuta (Cidade localizada ao norte da África e dominada pelos árabes) era um importante centro comercial, Portugal; então, organizou uma expedição e conquistou a cidade em 1415. Com a conquista de Ceuta, Portugal inaugurou a era do expansionismo ultramarino. Várias viagens (tanto de exploração como de estabelecimento de domínios) enriqueceram o reino português e motivaram o desejo de conquistar um caminho para o Oriente, principalmente para as índias. Um fator importante que ajudou no descobrimento do caminho para as índias foi à viagem de Bartolomeu Dias ao litoral africano em 1488. HISTÓRIA DO BRASIL - CURSO l' DIRETRIZ Quando esse navegador alcançou e contornou o ponto extremo do sul da África, enfrentou uma violenta tempestade, a qual chamou de Cabo das Tormentas, mas o rei de Portugal mudou o nome para Cabo da Boa Esperança. Os reis da Espanha, Fernando e Isabel, também estavam interessados em descobrir um caminho para as índias e como não tinham navegadores com experiência em longas viagens, contrataram um italiano, Cristóvão Colombo. Com 3 pequenos navios (Santa Maria, Pinta e Nina), Cristóvão Colombo (pensando ter chegado às índias)acabou descobrindo a América no dia 12 de outubro de 1492. A notícia de que os espanhóis tinham descoberto uma nova terra despertou nos portugueses um interesse ainda maior pelas viagens marítimas. Eles queriam encontrar um novo caminho para as índias, e para tal, organizaram uma expedição de 4 navios. Seu comando foi entregue a Vasco da Gama, um dos maiores navegadores da época. Como o caminho até o Cabo da Boa Esperança já era conhecido, não foi difícil para ele chegar ate lá; porém, daquele ponto para frente, tudo era novo. Quando chegou às índias comprou mercadorias na cidade de Calicute, e conseguiu enormes lucros com os produtos trazidos. Sua viagem é considerada uma das mais importantes do período dos grandes descobrimentos marítimos, pois abriu o caminho do Ocidente para as índias. Animado com os resultados, o rei de Portugal (Dom Manuel), organizou outra grande expedição às índias e entregou seu comando a Pedro Álvares Cabral. A esquadra de Cabral era composta de 13 navios e saiu de Portugal no dia 9 de março de 1500, mas em vez de viajar perto da costa africana, Cabral afastou-se em direção ao Ocidente. No dia 22 de abril, avistou um monte, que denominou monte Pascoal, e em seguida ancorou numa baía (baia Cabral ia). Foi aí que os portugueses tiveram o seu primeiro contato com os índios, com o nosso solo e nossa vegetação. A terra foi batizada de I lha de Vera Cruz, posteriormente alteram-lhe para Terra de Santa Cruz, que permaneceu por algum tempo. A partir de 1503, aproximadamente, deu-se à nova terra o nome de Brasil, devido à grande quantidade de uma árvore chamada pau-brasil, existente em sua faixa litorânea. O escrivão da esquadra, Pero Vaz de Caminha, narrou todos esses fatos na famosa carta que escreveu ao rei Dom Manuel. Cabral, então enviou para Portugal a famosa carta, além de aves e outros objetos da terra descoberta e no dia 2 de maio, ele e sua esquadra seguiram para as índias. Ao terminar sua missão no Oriente, Cabral voltou a Portugal. Na viagem foram perdidos diversos navios e muitos homens, devido às tempestades e doenças. Obs. Na verdade, Pedro Alvares Cabral não foi o primeiro europeu a chegar ao litoral brasileiro. Um pouco antes dele, um navegador espanhol chamado Vicente Pinzón percorreu a região da foz do rio Amazonas, que ele chamou de mar Dulce (mar Doce). Obs. A carta do escrivão Pero Vai de Caminha, dirigida ao rei de Portugal, é um precioso documento histórico da viagem de Cabral ao Brasil, Seu texto é rico em informações sobre os indígenas, a geografia do lugar e as impressões gerais dos portugueses relativas às possibilidades da terra. 1. O Descobrimento do Brasil: casualidade ou intencionalidade? De acordo com a tese da casualidade, Cabral procurando fugir das calmarias, afastou-se em demasia da costa africana e ao descrever uma rota em arco, muito aberta, teria atingido o Brasil. Outro argumento da casualidade é que urna tempestade teria desviado a esquadra Cabrálina: empurrada pelos ventos para urna corrente marítima aquela acabou por encontrar o litoral brasileiro. HISTÓRIA DO BRASIL - CURSO l" DIRETRIZ Aqueles que defendem a intencional idade refutam esses argumentos baseados nos próprios documentos históricos. Em nenhum deles, em especial na carta de Caminha, se encontram referências a fenômenos meteorológicos ou geográficos, como tempestade, ventos ou corrente marítima, capaz de desviar o curso de navegação; ocorrências que, no mínimo, mereceriam registro do escrivão da frota. Da mesma forma, o afastamento da costa africana, para fugir das calmarias, estava previsto e fazia parte das instruções de Vasco da Gama, recomendando a "navegação em arco". Portanto, os navegadores portugueses - hábeis e com larga experiência em viagens ultramarinas - não poderiam ter cometido um erro grosseiro de navegação. Obs. Lembremos da preocupação portuguesa em garantir, pelo Tratado de Tordesilhas, a posse das terras do Atlântico Sul, retificando a Burla Iníer-Coeíera. III - O PERÍODO PRE-COLONIAL (1500 - 1530). A instauração de uma colônia portuguesa no território americano não se deu imediatamente após a tomada de posse por Pedro Álvares Cabral, em 1500. Portugal mantinha seus recursos voltados para o comércio oriental, deixando o Brasil, por alguns anos, numa posição secundária, visto que aqui não haviam sido encontrados metais preciosos ou produtos similares aos do rentável comércio afro-asiático. A única preocupação com o território recém-conquistado era a de garantir a sua posse diante das contínuas investidas de outros países europeus. • Lembre-se - As causas do adiamento da colonização foram: —*• Portugal mantinha seus recursos voltados para o comercio oriental. —* Não foram encontrados metais preciosos ou produtos similares aos do rentável comércio afro- asiático. 1.Cronologia das Expedições Enviadas ao Brasil. 1501 Gaspar de lemos Exploradora —> Nomeou diversas cidades litorâneas (Bahia de Todos os Santos e São Sebastião do Rio de Janeiro). —> Confirmou a existência do pau-brasil. 1503 Gonçalo Coelho Exploradora —»• Fundou feitorias no litoral fluminense, visando à armazenagem da madeira e ao carregamento de navios. Obs. Mais tarde, em outro capítulo, estudaremos o conceito de Entradas e Bandeiras. Por agora é importante salientar que as expedições exploradas lideradas por Gaspar de Lemos são consideradas as primeiras Entradas Oficiais da Coroa Portuguesa. Guarde esta informação. Devido á abundância do pau-brasil no litoral brasileiro, Portugal estabeleceu o estanco, ou seja, o monopólio real sobre a exploração do produto. A extração do pau-brasil atraia também os contrabandistas estrangeiros, o que levou o governo português enviar, sob o comando de Cristóvão Jacques, expedições militares ao litoral brasileiro, em 1516 e 1526. 1516 Cristóvão Jacqoes Militares 1526 Cristóvão Jacqnes Militares Passados 30 anos da chegada de Cabral, diante da progressiva crise do comércio com Oriente e das ameaças estrangeiras ao domínio sobre seu território na América, Portugal voltou-se para a efetiva colonização dessas terras. Foram organizadas expedições colonizadoras, sendo a primeira delas a comandada por Martins Afonso de Souza, que aqui chegou em 1531. 1531 Martins Afonso de Souza Colonizadora A chegada de Matim Afonso de Sousa marca o inicio da colonização. HISTORIA DO BRASIL - CURSO l' DIRETRIZ 2. A Economia do Período Pré-Colonial. A economia pré-colonial baseou-se na extração e comércio do pau-brasil, madeira avermelhada encontrada no litoral brasileiro, que já era bastante conhecida na Europa. Dela extraíam-se corantes que eram utilizados para tingir tecidos. • Monopólio real A extração do pau-brasil foi declarada estanco, ou seja, passou a ser um monopólio real, cabendo ao rei conceder a permissão a alguém para explorar comercialmente a madeira. Mas, se o rei outorgava esse direito, cabia ao arrendatário executar o negócio com seus próprios meios, arcando com todos os riscos do empreendimento. A extração da madeira e o seu armazenamento eram realizados pelos índios que, de forma amistosa, realizavam essas tarefas em troca de produtos sem importância ou valor para os portugueses, como por exemplo: miçangas, espelhos e pentes. Esta prática ficou conhecida como Escambo. O benefício que a Coroa obtinha com a concessão da exploração comercial do pau-brasil era uma parcela dos lucros conseguidos pelo arrendatário. O primeiro negociante a receber autorização regia para explorá-lo foi Fernando de Noronha, em 1502. ExtraçAo do pau-brasil O ciclo de exploração do pau-brasil foi breve, já que era baseado numa extração predatória. Isto é, não havia a preocupação de repor as árvores derrubadas por meio do replantio, o que resultou no rápido esgotamento desse tipo madeira. Outros aspectos importantes a serem salientados é que a exploração de pau-brasil teve impacto praticamente nulo na ocupação do território brasileiro limitando-se à área costeira, o extrativismo não chegou a gerar núcleos de povoamento permanentes. Além disso,foi à primeira atividade econômica em que os negociantes portugueses empregaram a mão-de-obra indígena no corte e carregamento da madeira para os navios. Além disso, foi à primeira atividade econômica em que os negociantes portugueses empregaram a mão-de-obra indígena no corte e carregamento da madeira para os navios. L A MONTAGEM DA COLÔNIA PORTUGUESA NA AMÉRICA. 1. Para pensar historicamente. A montagem da colônia portuguesa na região que hoje é o Brasil foi parte de um projeto que se integrava à dinâmica política, social e econômica do desenvolvimento europeu da época. Os protagonistas do processo tinham interesses articulados com o desenvolvimento capitalista, orientando prioridades políticas e econômicas e definindo valores e comportamentos individuais e sociais. As vantagens da estruturação colonial ficaram evidentes: muito poder e riqueza para uma minoria; clientelismo e vantagens limitadas para alguns; suor e sofrimento p".ra a maioria. 2. Início da colonização. Nas primeiras décadas do século XVI, Portugal, ainda atraído pelo comercio oriental, restringiu ao extrativismo suas ações de exploração à colônia brasileira, dessa forma, organizavam poucas expedições, sendo sua maioria de transporte do pau-brasil que eram trazidos pelos índios do litoral (escambo). Passados 30 anos da chegada de Cabral, diante da progressiva crise do comércio com Oriente e das ameaças estrangeiras ao domínio sobre seu território na América, Portugal voltou-se para a efetiva colonização dessas terras. Foram organizadas expedições colonizadoras, sendo a primeira delas a comandada por Martins Afonso de Souza, que aqui chegou em 1531. Nomeado capitão-mor da esquadra e das terras coloniais pelo rei de Portugal, Martins Afonso de Souza chegou trazendo homens, sementes, plantas, ferramentas agrícolas e animais domésticos. Estava imbuído de amplos poderes para descobrir novas riquezas, combater estrangeiros, policiar, administrar e povoar as terras coloniais. Além de organizar expedições que penetraram no território para reconhecimento e busca de riquezas, Martins Afonso de Souza dirigiu-se á foz do Rio do Prata, no Sul, para efetivar o domínio luso diante da crescente presença espanhola na região. HISTORIA DO BRASIL - CURSO l' DIRETRIZ Em 1532 foi criado o primeiro núcleo de povoamento no Brasil; tratava-se da fundação da Vila de São Vicente, por Martim Afonso de Sousa. • As Câmaras Municipais. A tomada definitiva de posse dos territórios coloniais no Brasil, a partir de 1530, exigiu que a Coroa Portuguesa tomasse ações que viabilizasse o controle do imenso espaço colonial. Ao longo do restante do século XVI, novos núcleos de povoamento apareciam e, com isso, as dificuldades em manter um sistema administrativo rígido obrigavam a tomada de outras ações. Dessa maneira, as primeiras câmaras municipais passaram a integrar os órgãos representantes da dominação lusitana. •Composição das Câmaras Municipais. Um juiz ordinário Um procurador Um tesoureiro Três ou cinco vereadores Um ou dois almotacéis abastecimento) (responsável pelo Função das Câmaras Municipais • Zelar pela administração urbana e rural. • Arrecadar impostos. • Realizar benfeitorias. • Cuidar do abastecimento. 3. O PROJETO AGRÍCOLA PORTUGUÊS O grande desejo da Coroa portuguesa, desde o descobrimento, era o de encontrar metais preciosos no Brasil. Fizeram-se inúmeras buscas do valioso metal, mas quase todas fracassaram, ao contrário do que ocorria nas colônias espanholas da América, onde os colonizadores, desde o início, encontraram minas de ouro. Para tornar viável a colonização, Portugal precisava desenvolver alguma atividade econômica que gera se lucro, pois a colonização, além do aspecto político de garantir a posse da terra, precisava de bases econômicas que justificassem o investimento. A solução encontrada foi o estabelecimento da agricultura açucareira. Portugal procurou criar as condições para o Brasil se enquadrar no pacto colonial. Os portugueses concentraram seus esforços para a colônia se transformar num grande produtor de açúcar de modo a abastecer a demanda do mercado internacional. Além da crescente demanda consumidora por esse produto, havia mais dois fatores importantes que estimularam o investimento na produção açucareira. Primeiro, os portugueses possuíam experiência e tinham sido bem-sucedidos no cultivo da cana-de- açúcar em suas possessões no Atlântico: nas ilhas Madeira, Açores e Cabo Verde. Segundo, as condições do clima e do solo do nosso litoral nordestino eram propícias a esse plantio. Em 1542, o donatário da próspera capitania de Pernambuco, Duarte Coelho, já havia introduzido a cana-de-açúcar em suas terras. • Planta tio n O plantio da cana-de-açúcar foi realizado em grandes propriedades rurais denominadas de latifúndio monocultor ou plantation. Essas propriedades também ficaram conhecidas como engenhos, porque, além das plantações, abrigavam as instalações apropriadas e os equipamentos necessários para o refino do açúcar: a moenda, a caldeira e a casa de purgar. Para o processo de produção e comercialização do açúcar ser lucrativo ao empreendimento colonial, os engenhos introduziram a forma mais aviltante de exploração do trabalho humano: a escravidão. A introdução do trabalho escravo nas grandes lavouras baixava os custos da produção. Toda a riqueza da colônia foi produzida pelo trabalho escravo, no início optou-se pela utilização da mão-de- obra indígena, não validada pela Igreja e de difícil domínio, como veremos mais tarde. A segunda tentativa baseava-se na importação de negros capturados à força no continente Africano. O contexto social da colonização e da super exploração da mão-de-obra pela lavoura canavieira tornava inviável contar com o trabalho dos homens livres. Com terras abundantes, os homens livres poderiam facilmente se apropriar de uma gleba e desenvolver atividades de subsistência. Ou seja, não havia nem incentivo nem necessidade de que a população livre trabalhasse no engenho. Completando o quadro, os portugueses também exploravam o lucrativo de tráfico de escravos negros africanos. E a simples existência do tráfico já constituía um estímulo à utilização desta mão- de-obra nas colônias pertencentes a Portugal. • Engenhos Os engenhos eram as unidades básicas de produção das riquezas da colônia. 10 HISTÓRIA DO BRASIL - CURSO 1a DIRETRIZ Mais do qualquer outro local, o engenho caracterizava a sociedade escravista do Brasil colonial. No engenho, havia a senzala, que era a construção rústica destinada ao abrigo dos escravos; e havia a casa grande, a construção luxuosa na qual habitavam o senhor, que era o proprietário do engenho e dos escravos; juntamente com seus familiares e parentes. Consta que por volta de 1560, o Brasil já possuía cerca de 60 engenhos que estavam em pleno funcionamento, produzindo o açúcar que abastecia o mercado mundial. Nos moldes como foi planejada pela Coroa portuguesa, a colonização do Brasil exigia enormes recursos econômicos que seriam empregados na montagem dos engenhos, na compra de escravos, de ferramentas e de mudas de cana-de-açúcar para iniciar a produção. Havia ainda a necessidade de transporte do produto e, por fim, sua distribuição no mercado internacional. • Financiamento do Projeto Agrícola Português. Para solucionar o problema do financiamento da montagem da produção açucareíra, Portugal recorreu aos mercadores e banqueiros holandeses. Por meio de inúmeros mecanismos de cobrança de impostos, os lucros obtidos com a comercialização do açúcar eram rateados. A maior parcela dos lucros obtidos ficava com os negociantes holandeses que haviam investido na produção e distribuição do produto. Portugal ficava com a menor parcela dos lucros, mas em contrapartida assegurava a posse e a colonização do Brasil, além da imposição do pacto colonial. • Pacto Colonial. Todo o projeto da colonização portuguesa foi pautado em cima da relação de controle da metrópole sobre a colônia garantida pelo pacto colonial. Ficou conhecida como Pacto Colonial a relaçãocomercial entre a colônia e sua metrópole, durante a colonização da América do Sul. Este pacto garantia a exclusividade dos colonizadores sobre todas as riquezas encontradas ou produzidas nas colônias. • Características Principais do Projeto Agrícola Português. • Pacto Colonial. • Escravismo. • Latifundiário. • Plantation. • Monocultor • Agro-exportador. • Características Principais do Projeto Agrícola Português. • Pacto Colonial. • Escravismo. • Latifundiário. • Plantation. • Monocultor • Agro-exportador. 4. As Capitanias Hereditárias No ano 1534, dando seqüência a política de tomada de posse, o Rei de Portugal D João III, dividiu a colônia em quinze faixas de terra. Cada uma dessas faixas integraria um novo sistema de colonização denominado de Capitanias Hereditárias, que transferia a terceiros a obrigação de defender, povoar e desenvolver a colônia. Neste sistema, através de um documento denominado carta foral, o Rei entregaria a Capitania a um membro de confiança da corte portuguesa, que receberia o título de capitão Donatário. Tinham a função de administrar, colonizar, proteger e desenvolver a região. Cabia também aos donatários combater os índios de tribos que tentavam resistir à ocupação do território. Em troca destes serviços, além das terras, os donatários recebiam algumas regalias, como a permissão de explorar as riquezas minerais e vegetais da região. Estes territórios seriam transmitidos de forma hereditária, ou seja, passariam de pai para filho. Fato que explica o nome deste sistema administrativo. • Finalidade • Evitar despesas reais com a colonização • Ampliar o povoamento da terra descoberta • Intensificar a produção e a exploração de riquezas • Proteger o extenso litoral • Documentos • Carta de Doação - Documento pelo qual Rei entregava a posse da capitania ao donatário. • Carta Foral - Estabelecia os direitos do Rei e os direitos e deveres dos donatários. Ao Rei cabia o direito de monopolizar as riquezas existentes na colônia, bem como arrecadar impostos sobre as riquezas produzidas ou exploradas na colônia. Os donatários tinham os direitos de escravizar os índios, legislarem em suas capitanias e doar sesmarias, quanto aos deveres, estes consistiam na produção de riquezas e no pagamento de impostos. 11 HISTÓRIA DO BRASIL - CURSO l' DIRETRIZ • 15 Capitanias Hereditárias, entregues a 12 Donatários. • Capitania do Maranhão - 1° lote, João de barros e Aires da Cunha; • Capitania do Maranhão - 2° lote, Fernando Álvares de Andrade; • Capitania do Ceará - Antônio Cardoso de barros; • Capitania do Rio Grande - João de Barros; • Capitania do Itamaracá - pero Lopez de Souza; • Capitania de Pernambuco - Duarte Coelho; • Capitania da "Baia" de Todos os Santos - Francisco Pereira Coutinho; • Capitania de Ilhéus - Jorge Figueiredo Correia; • Capitania de Porto Seguro - Pero de campos Tourinho; • Capitania do Espírito Santo - Vasco Fernandes Coutinho; • Capitania de São Tome - pero de Góis; • Capitania de São Vicente - 1° lote, Martim Afonso de Sousa; • Capitania de Santo Amaro - Pero Lopes de Sousa; • Capitania de São Vicente - 2° lote, Martim Afonso de Sousa; • Capitania de Santana - Pero Lopes de Sousa. • Direitos e Deveres dos donatários: • Criar um vilarej o e doar terras - as famosas scsmarias - a quem interessasse cultivá-las. Seus sesmeiros, após dois anos de uso, passavam a ser donos efetivos da terra. • Desempenhar o papel de autoridade judicial e administrativa com plenos poderes, até mesmo autorizar a pena de morte, caso se torne necessário. • Escravizar os índios, impondo-lhes o trabalho na lavoura, podendo inclusive enviar cerca de 30 índios, anualmente, como escravos para Portugal. • Receber a vigésima parte dos lucros sobre o comércio do Pau-Brasil. • O donatário tinha a obrigação de entregar para o rei de Portugal 10% da receita adquirida com a comercialização dos produtos da terra. • Cabia à Coroa portuguesa 1/5 dos metais preciosos encontrados nas terras do donatário. • O direito exclusivo sobre o Pau-Brasil. • O Fracasso do Sistema de Capitanias Hereditárias. Analisando os direitos e deveres dos donatários, conclui-se com muita facilidade que o rei de Portugal acabava ficando com os mais rentáveis benefícios para si, enquanto os encargos permaneciam com os donatários. Fica claro que o sistema de capitanias hereditárias, sob o ponto de vista dos donatários, não alcançou o tão desejado lucro ambicionado por eles. As dificuldades para se governar as capitanias eram incomensuráveis, os recursos financeiros eram mínimos, Portugal encontrava-se à grande distância, sem falar nos ataques indígenas, que eram constantes. Somente duas capitanias prosperaram graças à lavoura canavieira, Pernambuco (Duarte Coelho) e São Vicente (Martim Afonso de Souza), as outras malograram pelos motivos acima citados. Alcançaram- se os objetivos esperados somente do ponto de vista político, na visão da metrópole, ou seja, a preservação das terras e sua possibilidade de exploração. As capitanias hereditárias foram categoricamente extintas em 28 de fevereiro de 1821, em meados do século XVIII. Conforme iam malogrando, retornavam para o governo português, o qual alterava suas dimensões, conferindo novos contornos para as províncias de Portugal que faziam limite com o Oceano Atlântico. Estavam moldados os atuais estados litorâneos. Portugal, ao compreender os riscos que corria seu projeto colonizador, decidiu que era melhor centralizar o governo do Brasil nas mãos de uma única pessoa. Em 1548 enviou o nosso primeiro governador-geral - Tome de Sousa. Importante: Os fatores que contribuíram para o fracasso quase que total das Capitanias Hereditárias foram: • A distância externa (Metrópole - Colônia); • O isolamento interno (falta de contato entre os donatários); • A falta de interesse ou de recursos por parte de alguns donatários; • Os constantes ataques de índios. 12 HISTÓfclA DO BRASIL - CURSO l' DIRETRIZ 5. O GOVERNO GERAL O Sistema de Governo Geral foi criado em 17 de dezembro 1548 pelo Rei de Portugal D. João III tendo como objetivo principal o de evitar o fracasso total do Sistema de Capitanias Hereditárias. Para isso Portugal utilizou uma receita conhecida em seus domínios, à centralização política e administrativa. A partir de então, o Rei de Portugal passou a enviar governadores para o Brasil. Para a sede do governo-geral, o rei escolheu a Bahia. É que essa capitania ficava mais ou menos no meio da costa brasileira e o governador podia, assim, atender às necessidades do norte e do sul da colônia. Entretanto, como as capitanias eram hereditárias, passando de pai para filho, nem o próprio rei que as havia criado, tinha poderes para tomá-las de seus donatários. Por isso D, João III foi obrigado a comprar a capitania da Bahia ao filho de Francisco Pereira Coutinho, para nela poder estabelecer a sede do governo-geral. • O Regimento do Governador Geral. O Regimento do Governador-Geral ou Regimento de 17 de dezembro de 1548 foi criado por Tome de Sousa, então Governador-Gera! do Brasil com o princípio de nortear a administração colonial do Brasil por Portugal. Com 48 artigos, que disciplinava detalhadamente a instalação do governo, concessão de sesmarias, organização do comércio, medidas para a defesa, trato aos índios, invasores e outros mais. Em linhas gerais O regimento deixa claro que a ação do Governo-geral seria complementar às dos donatários: sem maior interferência na administração das capitanias, deveria criar maior ligação entre elas, bem como prestar-lhes o auxílio da Metrópole. • Os Auxiliares do Governador Geral Em 1548, elaborou-se o Regimento do Governador- Geral, que regulamentava o trabalho do governador e de seus principais auxiliares - o ouvidor-mor (Justiça), o provedor-mor (Economia), capitão-mor (Defesa) e o alcaide-mor (polícia/milícia). • Ouvidor-mor - Sua função era cuidar dos assuntos judiciais da colônia • Provedor-Mor - A este posto ficavam encarreguados os assuntos de vínculos econômicos. Corresponde hoje ao Ministro da Fazenda.• Capitão-Mor - era a designação de cada um dos oficiais militares, responsáveis pelo comando das tropas de Ordenança em cada cidade, vila ou concelho de Portugal. • Alcaide-Mor - Responsável pelo policiamento dentro das cidades (chefe das milícias). • Conselho Deliberativo Tinha o governador-geral autonomia decisória na maioria dos assuntos. Entretanto, para os temas de maior gravidade, as decisões eram tomadas por uma espécie de conselho formado pelo governador, pelo ouvidor-mor, responsável pela justiça e pelo Provedor- mor, responsável pelos negócios da Fazenda. Completava o alto escalão o encarregado pela defesa do território, capitão-mor da Costa, e um alcaide-mor que era o chefe da milícia, ou tropas de segunda linha. • O Governo Geral de Tome de Sousa (1549 - 1553) O primeiro dos Governadores Gerais, que estabeleceu em Salvador, na Bahia a primeira capital do Brasil e governou de 1549 a 1553, foi Tome de Souza. Junto com ele, vieram escravos africanos, soldados, degredados, homens e mulheres dispostos a colonizar a terra. Além destes, vieram para a colônia um grupo de jesuítas liderados por Manuel de Nóbrega, que estabeleceria as primeiras unidades de ensino na colônia, os colégios jesuítas. Durante o seu governo, deu-se a criação do primeiro bispado no Brasil - a Bahia -, para o qual foi nomeado D. Pero Fernandes Sardinha. Importante: • Com ajuda de Diogo Álvares correia, "o Caramuru", fundou Salvador em 1549, a primeira capital do Brasil. • Fundação do primeiro bispado do Brasil, o Bispado de Salvador; (D. Pero Fernandes Sardinha foi o primeiro Bispo). • Trouxe o primeiro grupo de jesuítas para o Brasil, cuja chefia coube ao padre Manuel de Nóbrega. • A Cidade do Salvador Levando em conta necessidades defensivas, o Governador escolheu uma colina na enseada da Barra (onde hoje se localiza o bairro da Vitória) para fundar a cidade-fortaleza de Salvador. 13 HISTÓRIA DO BRASIL - CURSO l' DIRETRIZ • O Governo de Duarte da Costa (1553 - 1558) O governador seguinte, Duarte da Costa, trouxe consigo para a colônia, em 1553, mais colonos, mulheres e jesuítas. Entre estes o então noviço José de Anchieta, que fundou juntamente com o padre Manuel de Nóbrega, em 1554, o colégio de São Paulo, embrião da atual cidade de São Paulo. A administração de Duarte foi conturbada. Já de início, a intenção de Álvaro em escravizar os indígenas, incluindo os catequizados, esbarrou na impertinência de Dom Pero Fernandes Sardinha, primeiro bispo do Brasil. O governador interveio a favor do filho e autorizou a captura de indígenas para uso em trabalho escravo. Disposto a levar as queixas pessoalmente ao rei de Portugal, Sardinha partiu para Lisboa em 1556 mas naufragou na costa de Alagoas e acabou devorado pelos caetés antropófagos. Durante o governo de Duarte da Costa, uma expedição de protestantes franceses se instalou permanentemente na Guanabara e fundou a colônia da França Antártica. Ultrajada, a Câmara Municipal da Bahia apelou à Coroa pela substituição do governador. Em 1556, Duarte foi exonerado, voltou a Lisboa e em seu lugar foi enviado Mem de Sá, com a missão de retomar a posse portuguesa do litoral sul. Importante: • Vinda do jesuíta José de Anchieta ao Brasil; • Fundação da cidade de São Paulo, pelos Jesuítas Manuel de Nóbrega e José de Anchieta (25/01/1554); • Morte do Bispo Dom Pero Fernandes Sardinha. • Invasão francesa ao Rio de Janeiro em 1555. •Mem de Sá (1558-1572). O terceiro Governador Geral, cujo governo durou 15 anos, veio para o Brasil com três metas bem definidas: pacificar a administração, atenuando os conflitos entre indígenas e colonos; restabelecer as relações com o Bispado, estremecidas durante o governo anterior, (Duarte da Costa), e expulsar os franceses do Rio de Janeiro. Em um breve espaço de tempo atingiu as duas primeiras metas. A expulsão dos franceses só se efetivou em 1567. {Pintura mostra os franceses sendo recebidos pelos índios tamoios seus aliados) Importante: • Com a ajuda de seu sobrinho, Estácio de Sá e do índio Araribóia conseguiu a expulsão definitiva dos franceses do Rio de Janeiro. • Estácio de Sá fundou a cidade do Rio de Janeiro (01/03/1565). • A divisão do Brasil em dois Governos. Após a morte de Mem de Sá em 1572, o Brasil foi dividido em dois governos um no Norte e outro no Sul. • Governo do Norte: com sede em Salvador, cuja administração foi entregue a Dom Luís de Brito e Almeida. • Governo do Sul: com sede no Rio de Janeiro, cuja administração foi entregue a Antônio Salema. Tal tentativa visava aumentar os lucros derivados do monopólio comercial do açúcar, aproximando as sedes do Governo dos principais centros produtores: São Vicente (Sudeste) e Recife (Nordeste). Em 1578, o poder voltou a centralizar-se num único governo, cuja administração coube apenas a Dom Luís de Brito e Almeida e, em seguida, a Lourenço da Veiga. > EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 11) No sistema de Governo Geral, criado para o Brasil em 1548, o assessor do governo-geral que chefiava a milícia de então, chamava-se: a. Ouvidor-Mor b. Provedor-Mor c. Capitão-Mor d. Alcaide-Mor e. Chefe da polícia colonial. 12) No governo de Mem de Sá, terceiro governador geral do Brasil, de 1558 a 1572, conseguiu-se a definit iva expulsão dos invasores: a. b. c. d. e. Ingleses Franceses Holandeses Espanhóis Alemães. 14 HISTÓRIA DO BRASIL - CURSO i* DIRETÍÜZ 13) José de Anchieta Apóstolo do Brasil chegou ao nosso país com a vinda de: a. Martim Afonso de Souza b. Duarte da Costa c. Tome de Sousa d. Mem de Sá e. Padre Feijó 14) Dom João III, resolveu, em fins de 1572, dividir o Brasil dois governos, no norte e no sul, com sedes: a. Em Natal e em Santa Catarina b. Em Olinda e em São Vicente c. Em Itamaracá e em Santos d. Em Salvador e no Rio de Janeiro e. Em São Paulo e Pernambuco. 15) Das afirmativas abaixo não é verdadeira: a. No governo de Tome de Souza foi edificada em Salvador, a sede central do novo governo. b. No governo de Estácio de Sá foram criados os órgãos auxiliares da administração central. c. No governo de Duarte da Costa ocorreram os primeiros conflitos entre colonos e jesuítas. d. No governo de Mem de Sá é eliminada a ameaça francesa. e. A invasão francesa ocorreu em 1555, no governo de Duarte da Costa. 16) A criação de um Governo-Geral para o Brasil, em fins de 1548, relacionava-se: a. Ao insucesso total, sem exceções, das Capitanias Hereditárias criadas no litoral brasileiro. b. À política colonial espanhola, centralizadora, que passara a orientar as possessões portuguesas desde a União Ibérica. c. À necessidade de intensificar a luta contra o gentio, a partir de um centro catalisador de forças. d. À descoberta de metais preciosos no território brasileiro, fato este que exigia a presença de um representante direto do Rei na Colônia. e. A necessidade de auxiliar os Donatários na tarefa de colonização, através de uma ação coordenada. 17) Ainda hoje se discutem as teses de casualidade e intencionalidade do descobrimento do Brasil. Assinale a alternativa que apresenta um dos argumentos dos defensores da tese de casualidade: a. A insistência de Portugal em alterar o meridiano original de Tordesilhas. b. A carta de Caminha que comunica o "descobrimento" do Brasil. c. O conselho do navegador Vasco da Gama para que Cabral se afastasse da costa da África evitando as calmarias. d. O fato de Cabral deixar dois degredados no Brasil. e. A completa ignorância dos europeus sobre a existência na América em 1500. 18) Sobre o início da colonização portuguesa no Brasil, analise as afirmativas abaixo: I - A força de trabalho do homem branco foi muito importante, pois no início, o grande contingente de mão-de-obra era branco. II - A presença do homem branco europeu, na colônia portuguesa na América, foi para especular e realizar negócios. III - Por ser muito populoso, Portugal possuía excedentes de mão-de-obra branca que transferiu ao Brasil. IV - A escravidão negra não ficou restrita somente ao território colonial, pois negros também foram introduzidosno território metropolitano. Com base na análise, assinale a alternativa correta. a) I b) II e IV c) III e IV d) I, II e III e) Todas Leia o texto abaixo para responder a questão 19. "Depois de vossa partida se praticou se seria meu serviço povoar-se toda costa do Brasil, e algumas me requeriam capitanias em terras dela... depois fui informado que de algumas partes faziam fundamento de povoar a terra do dito Brasil... determinei demarcar de Pernambuco até o Rio da Prata cinqüenta léguas de costa a cada capitania Carta de Martim Afonso de Sousa 15 HISTORIA DO BRASIL - CURSO T DIRETRIZ 19) O texto acima auxilia na compreensão de que a Coroa portuguesa decidiu dividir as terras no Brasil em capitanias Hereditárias, principalmente com o objetivo de: a. Povoar as terras brasileiras poupando seus recursos, atraindo o interesse e os recursos de particulares para os quais transferia os riscos do empreendimento. b. Instalar núcleos de colonização estável, baseados na propriedade familiar, abdicando da sua soberania sobre as terras brasileiras. c. Transferir amplos poderes ao capitães, diretamente submetidos a Coroa, no tocante a administração pública, através da descentralização política, sem a vigilância dos funcionários reais. d. Suprimir a tradição medieval européia de conceder benefícios em troca de lealdade política e militar entre o Rei e os seus Vassalos, à medida que instituía a Carta de Doação com os direitos do donatário. e. Montar feitorias ao longo da costa litorânea monopolizando o comércio do pau-brasil, neste instante ameaçado pelos franceses. 20) Um dos fatores que inviabilizaram o Sistema de Capitanias Hereditárias, do qual Pernambuco e São Vicente se constituíram exceções, foi: 1. Distribuição de Sesmarias. 2. Cultura da cana-de-açúcar. 3. Ataque dos índios. 4. Criação de gado. 5. Tamanho reduzido dos lotes doados. 21) A existência de governadores gerais no Brasil, estes que depois passaram ao título de vice-reis, sobreviveu até: a. 1808, quando a família real se transferiu para o Brasil. b. 1763, quando a sede do governo foi transferida para o Rio de Janeiro. c. 1572, quando o rei de Portugal resolveu dividir a administração da colônia em dois governos: Norte e Sul. d. 1580, quando o Brasil ficou subordinado a coroa Espanhola. e. 1822, com o processo de Independência. Leia o texto abaixo para responder o item 22. "O Governador correrá todas as Capitanias acompanhado do Provedor-Mor, e com ele e com os respectivos capitães e oficiais da fazenda, consultarão tudo quanto importar". 22) O texto indica o objetivo principal da Coroa portuguesa em implantar o Governo Geral no Brasil que era: a. Criar instituições administrativas que evitassem conflitos entre os donatários e jesuítas. b. Criar um centro administrativo e político e promover a unidade da Colônia. c. Empreender viagens de fiscalização aos donatários. d. Suprimir as capitanias hereditárias. e. Estabelecer tribunais que julgassem os crimes de má administração na Colônia. 23) A máquina administrativa colonial portuguesa primou pelos zelos fiscais e pela preservação da soberania lusitana sobre as terras brasileiras. Acerca dos mecanismos de controle criados por Portugal, é correto afirmar: a. As câmaras municipais representavam a únicj manifestação autônoma da colônia. Entre as atribuições estavam as de contratar serviços, nomear capitães-mores e distribuir sesmarias. b. O Regimento Geral estabelecia as regras fiscais na própria Colônia. Regimento trazido pelos primeiros Capitães Donatários estipulava ainda os direitos e deveres dos mesmos. c. O objetivo da criação do Governo Geral em 1548. estabelecido em Salvador, era centralizar a administração da colônia e auxiliar os donatários. d. Tanto donatários como sesmeiros possuíam as mesmas obrigações fiscais, oportunidades latifundiárias e direitos de arrecadação. 24) As Capitanias Hereditárias: a. Eram 15, a leste da Linha de Tordesilhas; b. Eram 15, a oeste de Tordesilhas; c. Eram 12 e não se preocupavam com Tordesilhas; d. Eram somente duas Pernambuco e São Vicente; e. Eram 12 a leste da Linha de Tordesilhas. Não se engane! As Capitanias Hereditárias eram 15, e situavam-se a leste da Linha de Tordesilhas, respeitando-se os limites do Tratado de 1494. 16 HISTORIA DO BRASIL - CURSO l* DIRETRIZ o 25) Entre as razões, apontadas pelos historiadores, para o insucesso, quase que total, do Sistema de Capitanias Hereditárias, estão os constantes ataques indígenas. Nas opções abaixo, marque a opção que não contribuiu para este insucesso. a. A distância externa (Metrópole - Colônia); b. O isolamento interno (falta de contato entre os donatários); c. A falta de interesse ou de recursos por parte de alguns donatários; d. A Criação do Governo Geral. V- A UNIÃO IBÉRICA. • Origem de Portugal e Espanha. A história da ocupação da Península Ibérica, berço de Portugal e Espanha reporta-se a aproximadamente 3.000 a.C, quando tribos dos Celtas e dos Iberos chegaram à nova terra em busca de pastagens e clima mais ameno. A união destes povos originou os Celtiberos. No século IX a.C, os Fenícios (atual Líbano) chegaram e ocuparam o território que mais tarde caiu sob o domínio do Império Romano. A partir de 476 d.C, a região é invadida pelos Povos Bárbaros e os Visigodos ocuparam a Península junto com os Suevos. Em 1711 os Árabes mulçumanos e Mouros invadiram a Península Ibérica e destruíram os povos Bárbaros da região. No ano de 732, os cristãos do reino franco iniciam um movimento de expulsão dos "hereges", mulçumanos da península. Este movimento ficou conhecido como "Guerra da Reconquista**. O movimento começa vitorioso pela região norte da península onde foram criados vários reinos católicos na atual Espanha, (reinos de Navarra; Aragão; Castela e Leão). No final do século, o fidalgo Henrique de Borgonha ocupa uma região no extremo ocidental da península que se torna um feudo do Reino de Leão; nasce o Condado Portucalense, a origem de Portugal. Portugal surgiu como reino independente em 1139 e teve como primeiro rei D. Afonso Henrique, dando início a dinastia Borgonha. Por muito tempo, o reino português permaneceu envolvido na luta completa pela expulsão dos mouros. Com D. Dinis (1279- 1325), interrompeu-se a Reconquista no plano militar, iniciando-se um período reorganização interna de Portugal. Em 1383 morre D. Fernando, "O Formoso", e é o fim da Dinastia de Borgonha. A Dinastia de Avis tem início com a subida ao trono português, 1383, de D. João I, irmão bastardo de D. Fernando, afastando a anexação de Portugal por parte do Reino de Castela, pois a filha do ex-rei de Portugal era casada com o rei de Castela. As tropas de Castela invadiram Portugal e teve início a Revolução de Avis. A vitória que teve como marco a batalha de Aljubarrota (1385) coube a D. João, Mestre de Avis, que contava com o forte apoio da burguesia lusitana. D. João realizou um governo centralizado, desenvolvendo instrumentos que possibilitaram o pioneirismo português nas Grandes Navegações. Obs: Observe que Portugal e Espanha são oriundos da mesma região a Península Ibérica. Portanto os lanços hereditários são acentuados, sendo comum nas linhas sucessórias ao trono de ambos. • O Domínio Espanhol no Brasil (1580 - 1640) A morte de rei D. João III, em 1557, alçou ao trono seu neto, o menino D. Sebastião. Até a sua maioridade, em 1568, foi substituindo por dois regentes: sua avó, D. Catarina, e o cardeal D. Henrique, seu tio avô. Após ter governado Portugal durante dez anos, D. Sebastião morreu lutando contra os mouros, na batalha de Alcácer-Quibir, no norte da África. Pela falta de descendentes diretos do rei, a Coroa Portuguesa voltou para as mãos do cardeal D. Henrique. 17 HISTORIA DO BRASIL - CURSO l" DIRETRIZ Pelo mesmo motivo, quando o cardeal morreu, em 1580, o rei da Espanha, Felipe II, neto de D. Manuel, "o venturoso", invadiu Portugal com suas tropas e assumiu o trono lusitano, unindo Portugal a Espanha e dando início a União Ibérica. A promessa de Felipe II de preservarrelativa autonomia de Portugal e manter suas colônias sem submetê-las a Espanha garantiu à colônia portuguesa na América poucas mudanças políticas significativas. Houve apenas a substituição da Metrópole que exercia o monopólio comercial e o controle administrativo. No entanto, o controle espanhol acabou por abolir, na prática, as determinações do Tratado de Tordesilhas, o que favoreceu o avanço dos colonos portugueses em direção ao interior, permitindo a expansão do território, estimulada principalmente pela busca de metais preciosos. O envolvimento da Espanha em vários confl itos militares na Europa, porém, pôs seus inimigos contra a colônia portuguesa. Inglaterra, Holanda (Países Baixos) e França realizaram várias invasões ao território da colônia. Isso enfraquecia a economia colonial e, por conseqüência, a de Portugal, acarretando um movimento pela restauração da autonomia, liderado pelo Duque de Bragança. Os restauradores só se libertaram do domínio espanhol em 1640, quando o Duque foi coroado rei de Portugal com o título de D. João VI, inaugurando a dinastia de Bragança. Importante: Durante a União Ibérica, ocorreram vários acontecimentos que acabaram por provocar transformações significativas no Brasil dentre eles: • A anulação do Tratado de Tordesilhas; • Início de um significativo processo de expansão; • Ampliação dos quilombos; "afrouxamento" • Investidas de inimigos da Espanha nas colônias portuguesas, inclusive o Brasil. • Invasões holandesas no nordeste. Para combater as dificuldades econômicas herdadas do período anterior, o novo monarca intensificou a exploração e reforçou a administração colonial, criando o Conselho Ultramarino que regia sobre: • A centralização política colonial e a rigidez fiscalizadora da metrópole se intensificariam com a ampliação dos poderes dos Governos Gerais • Eliminação progressiva das Capitanias Hereditárias. Obs: As Capitanias Hereditárias somente foram extintas totalmente no século X VIII. © Para não esquecer: Descreva em seu caderno o esquema-resumo acima. Acrescente a ele outros elementos que possam ser ligados aos já apontados (lembre-se dos capítulos anteriores) HISTORIA DO BRASIL - CURSO l' DIRETRIZ VI - OS POVOS INDIGINAS índios, Gentios, Negros da Terra: O termo índio como nos é conhecido hoje deriva de um "suposto" erro do navegador Cristóvão Colombo, que acreditando ter chegado as índias denominou os habitantes da terra de índios. Apesar do mau uso do termo em que os habitantes foram denominados, convencionou-se a chamar de índio toda e qualquer pessoa que aqui vivia antes da chegada dos europeus, mesmo que a população aqui encontrada seja diferente da população encontrada peios espanhóis na América central. Além dessas imensas diferenças externas, existia também uma grande diferença interna, dentro do imenso território da América Portuguesa. Outros termos também foram designados para se falar dos índios, como por exemplo: Gentios, usado para designar todos os que não eram cristãos e Negros da terra, como os portugueses já conheciam a exploração de negros africanos, denominou-se negros da terra para os índios explorados que aqui viviam. Tal heterogeneidade pode ser constatada na vida antes da chegada dos portugueses aqui no Brasil. A vida era muito variada de tribo para tribo, região para região, apesar de haver muitas diferenças entre eles, existiam também muitas coisas em comum. De modo geral os indígenas não eram apenas caçadores e coletores, os índios exerciam também trabalho no campo, a agricultura. Plantavam a mandioca, batata-doce, amendoim, feijão, abóbora, plantas que eram usadas na medicina própria, em rituais e etc. Além da pesca e caça de pequenos animais, pois os animais de grande porte como vacas e cavalos foram trazidos pelos europeus posteriormente. Com a chegada dos europeus na nova terra e o choque dessas duas culturas, ficou claro que as diferenças eram enormes, os nativos brasileiros tinham costumes que para os portugueses eram ou desconhecidos ou no mínimo estranhas como, por exemplo, a prática indígena de ofertar mulheres aos hóspedes. Outro exemplo dessas diferenças era a poligamia, que não chegou a existir de forma geral na cultura ameríndia, mas que aparentemente chocou os pudicos portugueses com sua moral cristã, apenas aparentemente. A visão dos portugueses em relação aos índios logo na sua chegada foi um misto de estranheza e encantamento principalmente pelo fato de andarem nus e não terem vergonha disso, sua língua que era totalmente diferente dava, aos portugueses duas alternativas: ou aprendiam as língua e dialetos dos índios ou ensinavam o português a eles. Os Jesuítas acharam estranho o fato de que algumas tribos viviam em sossego enquanto outras tribos viviam em constantes guerras umas com as outras, as crises diplomáticas foram utilizadas muito bem a favor dos portugueses. Mas o pensamento de encantamento principalmente dos jesuítas mudou quando conheceram seus rituais sagrados, curandeirismo e principalmente o canibalismo, tanto o endocanibalismo, onde eles comiam algum parente morto por motivos principalmente religiosos e o exocanibalismo, onde comiam inimigos capturados nas guerras, para adquirir sua força e coragem. As relações incestuosas deixam claras tais diferenças de pensamentos culturais, para os índios o parentesco verdadeiro vinba da parte dos pais. Sendo assim não viam problemas em ter relações sexuais com as filhas de suas irmãs ou com qualquer parente que não seja da linhagem de seu pai. O asseio do corpo praticado pelos ameríndios foi também uma das práticas que surpreendeu os europeus de forma geral, o asseio com vários banhos de rios foi recebido pelos europeus como algo estranho tendo em vista que os mesmos não tinham costumes de tomar banho sempre. Com a chegada dos europeus ao Brasil, aos poucos se desorganizara a vida social e econômica indígena. 2. Os Primeiros Contatos. No início os índios foram usados pelos portugueses como meio de adaptação a terra, aos costumes, aos alimentos, em geral a vida na nova terra. Para isso tiveram que definir dois tipos de índios, os amigos e os inimigos. A primeira forma de exploração que se viu aqui foi à troca também conhecida como escambo, os portugueses davam produtos seus em troca de algum tipo de trabalho, alimentos e até mesmo escravos que eram capturados pelos indígenas para os portugueses. Esta relação, relativamente amistosa, se deu até o momento em que houve a necessidade de se aumentar a extração do pau-brasil, por elevação na necessidade da Metrópol 19 HISTÓRIA ÜO BfeASlL - CuttSO l' DIRETRIZ Metrópole. A prática do escambo já não mais suportaria as novas necessidades. Deu-se ai, o início da idéia de escravização indígena. •Primeiros Habitantes: Primeiros Escravos "Na realidade, os primeiros escravos do Brasil foram os índios, também chamados, na documentação oficial, de ''negros da terra" ou gentios da terra". Eram usados como força de trabalho em tempo de guerra e em tempo de paz: soldados contra o invasor não português e trabalhadores na construção de obras públicas, engenhos, fortalezas, nas plantações do colonizador. Os portugueses procuraram dominar os índios através da "Guerra Justa", do "resgate" ou do "descimento". Guerra Justa: Devido as grandes epidemias que dizimavam os nativos da colônia, a Coroa portuguesa, seguindo orientação da igreja, determinou a proibição parcial da captura de índios para o trabalho escravo. Somente seria permitida a captura através da Guerra Justa, seriam as guerras travadas contra índios inimigos que se depusessem a atacar os portugueses ou índios aliados. Resgate: Também podiam ser escravos os índios resgatados, que não eram inimigos, mas que eram cativos ou escravos de outros índios e que fossem comprados ou "resgatados", para serem salvos. Contudo, o cativeiro através do resgate não era ilimitado, havia tempo definido para manter o índio como cativo, geralmente dez anos para que fiquem livres. Descimento: A liberdade era garantida para os índios aldeados e aliados,ou seja, os que viviam nos aldeamentos e foram convertidos e aculturados. Livres, eram senhores de suas terras nas aldeias, passíveis de serem requisitados para trabalharem para os moradores mediante pagamento de salário. Esses índios aldeados e aliados eram recrutados pelas "tropas de descimentos" Projeto Colonial x índios O projeto colonial português se afirmava desenvolvendo duas formas de intervenção drásticas para a sobrevivência dos povos indígenas: usurpação de suas terras e exploração da sua força de trabalho. Importante: • Legado A participação dos índios na vida brasileira é muito importante de ser ressaltada. São vários os traços e complexos de cultura legada a nós pelos indígenas. Podemos perceber facilmente a presença de vários traços da cultura indígena difundidos em nossa sociedade. Como via de exemplo podemos destacar os aspectos culinários incorporados às nossas mesa como a mandioca» a moqueca, a utilização do milho para preparo de deliciosos quitutes. Hábitos como banhar em rios, andar descalço, descansar de cócoras, que são facilmente observados principalmente no interior do país. O uso da rede, de cestas, o tabaco, instrumentos musicais, o alçapão, processos de caça e pesca, o anzol, a música, conhecimento de plantas são todos exemplos do legado nos deixado de procedência indígena. A língua de maior expressão no Brasil no período pré- colonizador entre as diversas sociedades indígenas era o Tupi-guarani, mas o mesmo era dividido em outros grupos fundamentais. O tupi foi suplantado pela língua portuguesa em decorrência do choque cultural, uma vez que a lingüística Tupi não satisfazia as necessidades sociais daquele novo estado de cultura. No entanto, nota-se que o tupi enriqueceu o português implantando- se numerosos vocabulários de origem indígena. Exemplos: Abacaxi - Ipanema - Grajaú - Cipó - Jabuti -- Arara. 20 HISTORIA DO BRASIL - CURSO l" DIRETRIZ VII - O Trabalho dos Jesuítas no Brasil. Ao pisar no Brasil, a primeira ação tomada pelo navegador Pedro Álvares Cabral e seus tripulantes foi organizar uma missa que comemorava a chegada em novas terras. Nesse simples gesto, percebemos que os europeus não tinham somente um projeto de caráter econômico no Brasil. Sendo nação de forte fervor religioso católico, Portugal trouxe membros da Ordem de Jesus que teriam a incumbência de ampliar o número de fiéis no Novo Mundo. O alvo primordial dessa conversão seriam os índios, que desde as primeiras anotações feitas por Pero Vaz de Caminha são descritos como povos inocentes que iriam se converter sem maiores problemas. A relação entre Estado e Igreja nessa época era próxima, na medida em que ambas empreendiam medidas que colaboravam com seus interesses mútuos. Enquanto os jesuítas tinham apoio na catequização dos nativos, o Estado contava com auxílio clerical na exploração do território e na administração. Sob tal aspecto, devemos relembrar que o interesse da Igreja em ocupar e evangelizar o Novo Mundo se dava também pelas várias transformações ocorridas na Europa do século XVI. Nessa época, as religiões protestantes surgiam como uma alternativa ao milenar poderio religioso católico. Para reagir à significativa perda de fiéis, a Igreja aprovou a concepção da Ordem de Jesus, criada em 1534 por Inácio de Loyola, com objetivo de pregar o cristianismo nas Américas. Seguindo atribuições diretas do rei Dom João III, o governador-geral, Tome de Sousa, chegou ao Brasil em 1549 trazendo vários padres jesuítas que deveriam propagar a fé católica. Fundando colégios e missões pelo litoral e interior do Brasil, os jesuítas passaram a não só tratar da conversão dos nativos, bem como a administrar as principais instituições de ensino da época e auxiliar os mais importantes órgãos de administração e controle da metrópole. Mesmo salientando o apoio oficial, não podemos deixar de falar dos conflitos que envolveram os jesuítas e os colonizadores. Nas primeiras décadas da colonização, a enorme dificuldade para se obter mão de obra escrava africana motivou vários colonos a buscarem a força de trabalho compulsória dos índios. Logo de início, os jesuítas se opuseram a tal prática, já que a transformação dos índios em escravos dificultava imensamente o trabalho de evangelização. Na segunda metade do século XVIII, a presença dos jesuítas no Brasil sofreu um duro golpe. Nessa época, o influente ministro Marquês de Pombal decidiu que os jesuítas deveriam ser expulsos do Brasil por conta da grande autonomia política e econômica que conseguiam com a catequese. A justificativa para tal ação adveio da ocorrência das Guerras Guaraníticas, onde os padres das missões do sul armaram os índios contra as autoridades portuguesas em uma sangrenta guerra. Apesar desse episódio, a herança religiosa dos jesuítas ainda se encontra manifesta em vários setores da nossa sociedade. Muitas escolas tradicionais do país, bem como várias instituições de ensino superior espalhadas nos mais diversos pontos do território brasileiro, ainda são administradas por setores dirigentes da Igreja Católica. Somente no século XIX, foi que as escolas laicas passaram a ganhar maior espaço no cenário educacional. > EXERCÍCIOS 26) O primeiro contato entre portugueses e indíginas foi amistoso, pois, não havia ainda interesse em ocupar a terra ou escravizar os índios. A atividade econômica estabelecida entre 1500 e 1530 foi: a. plantio de cana de açúcar b. prospecção de metais preciosos c. escambo de drogas do sertão d. escambo de pau brasil e. agricultura algodoeira 27) Quando os colonizadores chegaram ao Brasil encontraram aqui os povos indiginas conhecidos como Tupis (Tupinamba). Os principais gêneros cultivados eram: a. Milho, trigo e cana-de-açúcar b. mandioca, uva e figo c. batata-doce, milho e trigo d. milho, uva e mandioca e. Milho, mandioca e batata-doce. 28) Mem de Sá, terceiro Governador Geral, cujo governo durou 15 anos, veio para o Brasil com três metas bem definidas: a. Atenuar os conflitos entre indígenas e colonos; restabelecer as relações com o Bispado e expulsar os franceses do Rio de Janeiro. b. Construir uma fortificaçâo na cidade, transferir a capitania de São Vicente e expulsar os franceses do Rio de Janeiro. 21 HISTORIA DO BRASIL - CURSO l' DIRETRIZ c. Estabelecer relações com os franceses, negociar a rendição dos Tamaios e construir fortificações. d. Formar um exército para expulsar os franceses, transferir a cidade para o morro do Pão de Açúcar e apazigua os índios Tamoios. 29) Os primitivos habitantes do Brasil foram vítimas do processo colonizador. O europeu, com visão de mundo calcada em preconceitos, menosprezou o indígena e sua cultura. A acreditar nos viajantes e missionários, a partir de meados do século XVI, há um decréscimo da população indígena, que se agrava nos séculos seguintes. Os fatores que mais contribuíram para o citado decréscimo foram: a. A captura e a venda do índio para o trabalho nas minas de prata do Potosí. b. As guerras permanentes entre as tribos indígenas e entre índios e brancos. c. O canibalismo, o sentido mítico das práticas rituais, o espírito sanguinário, cruel e vingativo dos naturais. d. As missões jesuíticas do vale amazônico e a exploração do trabalho indígena na extração da borracha. e. As epidemias introduzidas pelo invasor europeu e a escravidão dos índios. 30) Durante o período conhecido como o "Brasil dos Felipes", podemos destacar como fato importante: a. O rompimento, de fato, da linha imaginária do Tratado de Tordesilhas. b. O apogeu da atividade mineradora. c. A fixação das fronteiras através de tratados. d. A fixação da criação de gado no litoral. e. A ocupação do sul do Brasil 31) A unificação das coroas ibéricas, em 1580 por Felipe H, beneficiou o Brasil porque: a. Derrubou a linha de Tordesilhas, permitindo a expansão do território brasileiro. b. Livrou o Brasil de qualquer tentativa de invasão estrangeira. c. Levou a Espanha a dar maior atenção ao Brasil do que a América Espanhola. d. Incorporou o Vice-Reinado do Prata ao Brasil.
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