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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO – CENTRO DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS – CIÊNCIAS CONTÁBEIS Aluna: Hélida Micaelly de Sousa Araujo Capítulo 7: 06, 07, 08 e 10. 6. Alguns países, como os Estados Unidos, consideram que a Lua e os asteroides são bens comuns globais e que podem ser explorados por quem conseguir tal façanha. Outros países, como Rússia e Brasil, sustentam que a Lua e os asteroides são da humanidade, sendo os benefícios potenciais coletivos. Discuta esse caso diante da definição de ativo. De acordo com o CPC 00 (R2) - Estrutura Conceitual para Relatório Financeiro, emitido pelo Comitê de Pronunciamentos Contábeis, o ativo é conceituado como um recurso controlado pela entidade como resultado de eventos passados e do qual se espera que resultem futuros benefícios econômicos para entidade. Sendo assim, para classificarmos como ativo, o bem deve se enquadrar em todos os quesitos presentes nessa definição. Logo, podemos considerar a lua e os asteroides como bens comuns globais no sentido de que cada país pode ir até eles e extrair o que puder para tentar gerar recursos financeiros com isso. No entanto, a condição de algo ser bens ou direitos não garante que seja um ativo, nesse caso específico, podemos ressaltar que a Lua e os Asteroides não estão sob o controle de um país específico, e essa característica já é suficiente para compreendermos que não se enquadram como ativo. 7. No início de 2017 o Sport Club Corinthians Paulista, clube de futebol brasileiro, divulgou suas demonstrações contábeis com um aumento substancial no ativo, de 1,351 bilhão de reais (final de 2015) para R$ 2,164 bilhões (final de 2016). Esse aumento deveu-se principalmente ao imobilizado; em 2016, a administração do clube optou por fazer uma avaliação do seu patrimônio. No passado, o clube não usou o deemed cost e em 2016 fez uma reavaliação, adicionando R$ 422 milhões ao ativo do clube. O auditor deu parecer com ressalva. Discuta o procedimento do clube. Antes de discutir sobre o procedimento do clube, é válido conceituar o que seria “deemed cost”, essa nomenclatura se refere ao custo atribuído, é o valor justo de um ativo, mensurando-o para que ele reflita a realidade. Como observado no caso, houve um aumento substancial no ativo, mais precisamente no imobilizado. De acordo com os Pronunciamentos Contábeis, o imobilizado deve ser mensurado inicialmente no balanço patrimonial pelo preço de aquisição, porém a mensuração subsequente leva em consideração as depreciações e as perdas por redução ao valor recuperável. Sabendo disso, vê-se que não houve o cuidado por parte do clube em ajustar de acordo com o real valor que pode ser recuperado pelos seus ativos. Ainda, em 2016 fez-se uma reavaliação. O procedimento contábil da reavaliação consiste em realizar a diferença entre o valor contábil líquido do bem e o valor de mercado, essa reavaliação precisa ser realizada com uma certa regularidade para assegurar que o valor que consta no balanço não difira materialmente daquele que seria usado como seu valor justo na data da demonstração contábil. Sabendo dessa importância da reavaliação, é válido ressaltar que o clube de futebol fez bem em reavaliar, porém deve-se levar em consideração que essa reavaliação se deu baseada nos valores anteriores, e esses já estão mensurados erroneamente uma vez que o clube não levava em consideração o deemed cost. É interessante que haja uma explicação nas notas explicativas abordando os motivos que causaram esse aumento substancial no ativo, para que a Demonstração Contábil seja o mais clara e fidedigna possível. 8. Muitas empresas não fazem o teste de impairment. Exemplo é a Ambev, que afirmou, nas demonstrações contábeis de 2017, que para América Latina e Canadá “não houve necessidade de aplicar o teste de impairment”. Quais seriam as razões para as empresas não aplicarem o teste? Você acredita que isso está correto? O teste de impairment, ou mais conhecido como Perda por desvalorização, consiste em assegurar que um ativo não seja avaliado por valor superior ao valor recuperável, caso o ativo esteja avaliado com um valor maior do que o que se pode recuperar dele, reconhecemos uma perda no resultado. Ainda, é válido ressaltar que o valor recuperável é o maior entre o valor de uso e o valor líquido de venda do ativo, sendo assim, vê-se a precaução de comparar sempre o valor contábil com um valor maior que se pode recuperar para que o valor do ativo reconhecido no Balanço Patrimonial seja o mais fidedigno possível. Sabendo disso, uma das razões para que as empresas não apliquem esse teste é porque ele consiste em reconhecer o ativo pelo menor valor possível, em relação ao valor contábil e ao valor recuperável, uma vez que, as Demonstrações levam em consideração o Princípio da Prudência. Ainda, podemos citar como razões que a companhia pode ter tido para que não realizasse o teste de impairment, é que além de reduzir o valor do seu ativo no balanço patrimonial, a contrapartida desse teste, é uma conta de resultado, sendo assim, na Demonstração de Resultado do Exercício da entidade, iria apresentar mais um valor considerável de despesa o que consequentemente diminuiria o Lucro Líquido daquele período. Em minha opinião, não concordo com a atitude da empresa, pois para a elaboração das Demonstrações Contábeis uma das características fundamentais que a informação deve apresentar é a representação fidedigna; assim, se a empresa não atualiza o valor dos seus elementos patrimoniais, ele acaba não refletindo a realidade dos valores da empresa, pois de nada adianta se o ativo estiver registrado por um valor grande mas a empresa não poderia recuperar essa quantia. 10. A empresa Sete Brasil foi criada para oferecer sondas para a Petrobras. Em 2013, a empresa recebeu R$ 2,5 bilhões de recursos institucionais. Já em 2015 existiam dúvidas sobre a continuidade da empresa. O ativo do balanço consolidado passou de R$ 23,7 bilhões para 491 milhões de reais, em decorrência do imobilizado. O teste de impairment trouxe uma perda de R$ 34 bilhões de reais, sendo responsável por um dos maiores prejuízos da história brasileira. A empresa estava envolvida em corrupção. Você consegue explicar como a corrupção pode trazer uma amortização tão expressiva? Você considera que existe ligação entre a amortização da Sete Brasil e a amortização da Petrobras? Com o teste de impairment houve uma redução muito significativa tanto para conta do imobilizado quanto para o lucro líquido do período, uma vez que, esse teste de Perda por desvalorização em termos contábeis utiliza-se uma conta redutora do ativo e uma conta de despesa no resultado. Pode se ter uma relação com a corrupção referente a essa redução expressiva, uma vez que, o teste é realizado pela comparação entre o valor contábil e o valor recuperável, caso o valor contábil esteja mensurado com um valor maior do que a quantia possível de se recuperar por aquele ativo, reconhecemos a perda. A corrupção pode se dar no momento de definir o valor recuperável, uma vez que esse, é definido pelo maior entre o valor em uso e o valor justo líquido do ativo. Com isso, o cálculo para definir o valor recuperável pode ser muito propício para se utilizar como fraude, uma vez que, se a empresa, por exemplo, define um alto valor para o valor de uso, quanto maior a diferença entre o valor recuperável e o valor contábil registrado, maior será o valor da perda. Sendo assim, teria-se valores menores de lucro líquido, o que poderia gerar valores de impostos a pagar menores, além de que haveria menores valores a serem distribuídos para acionistas, o que facilitaria desviar alguns valores. É válido ressaltar a dificuldade de se mensurar o valor da corrupção em uma empresa, devido ao fato de que a corrupção engloba um número variado de práticas, sendo assim, nunca se sabe se os casos que chegam a vir à evidência são a totalidade daquela corrupção, porém acredito que existe sim uma ligação entre a amortização daSete Brasil e a amortização da Petrobras. .
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