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Microorganismos - imunologia

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Edith Carvalho 
 
QUESTÃO 1 - VIRUS 
Os vírus influenza são alguns dos patógenos humanos mais importantes, causando substancial morbidade e 
mortalidade sazonal e pandêmica. Em humanos, a infecção do trato respiratório inferior pode resultar em 
inundação do compartimento alveolar, desenvolvimento de síndrome do desconforto respiratório agudo e morte 
por insuficiência respiratória. Do ponto de vista imunológico, qual a diferença entre a resposta imune que promove 
a sobrevivência e a morte? 
 Esse vírus se espalha rapidamente através das glicoproteínas (hemaglutina-HA) e a neuramidase de pressão 
evolutiva, a qual o sistema imunológico humano exerce por respostas de anticorpos. As vacinas são a melhor 
contramedida disponível contra a infecção, porém a resposta imune induzida é estreita e de curta duração. Além 
disso, as vacinas inativadas do vírus da gripe enfocam a indução de respostas IgG sistêmicas, mas não induz as 
respostas IgA na mucosa. As respostas de anticorpos induzidas por infecção natural são geralmente mais amplas e 
duradouras do que as respostas de anticorpos induzidas por vacinação, mas os mecanismos por trás disso não são 
claros. 
QUESTÃO 2 – VIRUS 
A resposta imune adaptativa à infecção pelo vírus influenza é multifacetada e complexa, envolvendo respostas de 
anticorpos e celulares em níveis sistêmicos e mucosos. As vacinas são a melhor contramedida disponível contra a 
infecção. Sobre as vacinas contra influenza, responda: a) Por que a eficácia da vacina é baixa em comparação com 
a imunidade adquirida após infecção natural? b) Qual a diferença entre a resposta da vacina inativada e a vacina 
vivaatenuada para influenza? c) Na sua opinião, qual seria a melhor estratégia vacinal? 
A) Os vírus da influenza sofrem variações com muita facilidade, mudando o seu material genético. Os vírus influenza 
entram no organismo humano através das superfícies mucosas, e são cercados por resíduos de ácido siálico 
terminais em mucinas através da hemaglutinina (HA) no vírus. Isso ocorre como mecanismo contra a ligação da 
célula hospedeira em uma defesa natural do organismo. A neuraminidase (NA) libera o vírus aprisionado por 
clivagem dos resíduos de ácido siálico terminais. Isso ajuda o vírus a penetrar no fluido da mucosa e atingir suas 
células-alvo, onde se liga a receptores de células hospedeiras tossialadas e é endocitado. Durante essas etapas, os 
vírus influenzavírus são sensíveis ao sistema imunológico e podem potencialmente induzir a resposta de um 
anticorpo, provavelmente para HÁ e NA expostos na superfície. A deriva antigênica é a principal razão pela qual 
as vacinas do vírus da gripe devem ser atualizadas anualmente. Se as cepas de vírus usadas na vacina não forem 
antigenicamente bem combinadas com as cepas de vírus circulantes, a eficácia da vacina diminui drasticamente. 
A infecção natural com vírus influenza pode induzir respostas imunes de longa duração que potencialmente 
fornecem proteção vitalícia contra cepas de vírus específicas. 
B) INATIVA; resposta de serumancorpo: Indução moderada em crianças. Anticorpo de resposta mucosa: indução 
moderada em crianças. Resposta específica de hemaglutinina (HA): moderado. Resposta específica de 
neuraminidase (NA): fraco. Anticorpos para M2: obscuro. Anticorpos para proteínas: obscuro. Longevidade: 
moderado. Largura: um pouco. 
ATIVADA; Resposta de serumancorpo: Forte. Anticorpo de mucosa resposta: Fraco ou nenhum. Resposta 
específica de HA: forte. Resposta específica de NA: moderado. Anticorpos para M2: Incerto; provavelmente 
nenhum não está claro; provavelmente nenhum Nenhum detectável. Anticorpos para proteínas: 
Longevidade: Provavelmente curto. Largura: estreito. 
C) A iniciativa de maiores investimentos em estudos que buscam modificar o método de atuação da vacina. Uma 
vacina capaz de atuar nas primeiras portas de entrada do vírus (mucosas) e que consiga elaborar uma resposta 
eficiente de primeira linha. 
 
QUESTÃO 3 – FUNGOS 
Candida albicans é um fungo comensal dimórfico que coloniza a pele humana saudável, a mucosa e o trato 
reprodutivo. C. albicans é também um patógeno fúngico predominantemente oportunista, levando a manifestações 
de doença, como candidíase disseminada. Qual a diferença entre a resposta imune de células T para C. albicans na 
pele, na mucosa em infecções sistêmicas? Explique. 
A C. Albicans usa pseudo-hifas para entrar na derme. 
Os receptores TLR-2 reconhecem esses filamentos e ativam as células dendriticas CD103+, que vão liberar IL-12, que 
vai estimular a diferenciação dos linfócitos TCD4+naives em TH1 ( que são os linfócitos TCD4 maduros auxiliares do 
tipo 1). 
O TH1 vai liberar intérferons gama que são os principais responsáveis da destruição de patógenos intracelulares e isso 
garantirá a imunidade secundária sistêmica. 
Sendo assim a resposta imune para C. Albicans na pele ou mucosas em infecções sistêmicas se dá através da ativação 
de TH1 que irá liberar intérferons gama, que fará a proteção contra as infecções sistêmicas secundárias- IFN. 
 
QUESTÃO 4 – FUNGOS 
Os fungos podem causar doenças em humanos, desde infecções mucocutâneas até infecções sistêmicas com risco 
de vida. A iniciação da imunidade antifúngica envolve o reconhecimento do fungo por receptores de 
reconhecimento de padrões (PRR). Qual a principal família de PRR em infecções fungicas? Explique. 
PRR (receptores de reconhecimento de padrões) são moléculas que se encontram na superfície de fagócitos, na 
corrente sanguínea e fluídos extracelulares, e são capazes de reconhecer PAMPS e DAMPS. A dectina-1 pode 
suportar as respostas Th1 e Th17 por meio da indução de IL-12 e IL-23, que são necessárias para a imunidade 
sistêmica e da mucosa. A dectina-2 promove preferencialmente respostas Th17 por meio da indução de IL-23, IL-6 e 
IL-1 b. A indução dessas células T auxiliares produz uma segunda onda de quimiocinas e citocinas que promovem a 
maturação, ativação e recrutamento de outras células do sistema imunológico, como neutrófilos e monócitos, 
resultando na eliminação de fungos. 
 
QUESTÃO 5 – PARASITAS 
A imunidade à malária tem sido associada à disponibilidade e função das Células T que podem responder tanto ao 
estágio assintomático do fígado quanto ao estágio sintomático do sangue na infecção por Plasmodium sp. Descreva 
a resposta de células T (incluindo TCD4, TCD8 e TREG) na imunidade contra Plasmodium sp. 
 As respostas imunes adaptativas humorais e celulares são essenciais para limitar a replicação do parasita 
Plasmodium e a gravidade da malária. Acredita-se que as células TCD8+ citotóxicas específicas do parasita eliminem 
os hepatócitos infectados após o reconhecimento dos antígenos do parasita apresentados nas moléculas de MHC de 
classe I; em contraste, as respostas de anticorpos dependentes de células TCD4+ podem prevenir a invasão de 
hepatócitos por esporozoítos. Os subconjuntos de células T CD4+ funcionalmente distintos moldam a resistência à 
malária em estágio hepático e sanguíneo. As células Treg vão agir na regulamentação das citocinas e no processo de 
defesa gerado pelas CD4+ e CD8+. Há uma forma de intermediar a ação dos macrófagos nos estágios hepáticos e dos 
eritrócitos, tentando causar uma defesa regular e não uma produção exacerbada de células de defesa promovendo a 
eliminação do parasita de forma orquestrada amplificando a atividade dos fagócitos. 
QUESTÃO 6 – PARASITAS 
Em 1961, Cohen et al. estabeleceram que os anticorpos desempenham um papel central na imunidade à malária em 
estágio sanguíneo, mostrando que a transferência de IgG purificada de adultos imunes à malária para crianças com 
malária aguda levou a reduções rápidas e profundas no número de parasitas no sangue e resolução da febre. Mais 
de cinquenta anos depois, ainda não entendemos totalmente quais das mais de 5.000 proteínas de P. falciparum 
são alvos de anticorpos protetores, e até o momento, ainda não existem vacinas eficazes.Descreva como ocorre a 
imunidade natural contra a malária. Dado o fenômeno observado neste processo, na sua opinião, a malária poderá 
ser erradicada apenas com o uso de vacinas? 
 R= a fêmea do mosquito, ao picar o humano, transfere a forma infectiva do plasmodium (esporozoíto), esses 
esporozoítos penetram o endotélio, atingem a corrente sanguínea e vão até os hepatócitos. No fígado eles passam 
por uma reprodução assexuada (esquizogonia) e dão origem aos merozoítos (forma infectiva do sangue e que invade 
os eritrócitos para iniciar o ciclo de liberação, ruptura e mais merozoítos), esses merozoítos podem se diferenciar em 
gametócitos (forma infectiva do mosquito/reinicia o ciclo). O eritrócitos infectados (iRBC), expressam em sua 
membrana várias proteínas codificadas de superfície, dentre essas proteínas, as do plasmodium falciparum 
(PfEMP1), sequestram iRBC das vênulas como estratégia de sobrevivência. 
Ativação da célula T pela célula dendrítica para que tenha uma resposta TCD8, mas pela pouca quantidade do 
parasita a célula dendrítica tem dificuldade de reconhecer o parasita. A primeira parte da apresentação ocorre no 
hepatócito seguido de uma resposta tcd8, esse tcd8 faz com que ocorra a morte dos hepatócitos infectados, dando 
mais antígenos para serem apresentados às células tcd4. Quando essas células tcd4 são ativadas elas são 
principalmente do tipo th1 (resposta pró-inflamatória) que vai ativar os macrófagos que irão liberar reativos de 
oxigênio para matar esses hepatócitos. A resposta do tipo th1 e após a ativação da célula B com ajuda das células th2 
e treg ajudando na interação de maneira indireta, há a produção de células de memória (fracas) que duram de 6 a 9 
meses, e plasmócitos que são secretores de anticorpos que são importantes para fazer a identificação do 
esporozoíto para poder fazer a apresentação e ativação de células TCD8, faz a identificação de merozoítos que 
ajudariam a fazer a apresentação de antígeno e ajudaria na ativação de novas células B e também impediria que 
esses merozoítos entrassem nos eritrócitos e reconhecimento de células infectadas. 
Não, pois os anticorporpos contra malária não são duradouros. Os anticorpos protegem dos sintomas da fase 
sanguínea mas não protegem da fase hepática. 
 
QUESTÃO 7 – BACTÉRIAS 
A pele é um órgão complexo que desempenha funções vitais, incluindo respostas imunológicas, produção de 
hormônios e vitaminas e formação de uma barreira protetora mecânica e química. As lesões marcantes de infecções 
estafilocócicas invasivas, abscessos, denotam as poderosas respostas imunes inatas à invasão de tecidos, bem como 
a capacidade dos estafilococos de persistir dentro dessas lesões. Descreva o papel dos neutrófilos na infecção por 
estafilococos. Onde ele se encontra no processo de formação do abscesso? 
 O recrutamento de neutrófilos envolve o reconhecimento de patógenos pelos PRRs do sistema imunológico inato e 
iniciação de respostas imunes pró-inflamatórias e por quimiocinas. Essas quimiocinas medeiam a quimioatração de 
neutrófilos através de um receptor que é expresso no neutrófilos. Para o recutamento, moléculas de adesão 
promovem a rolagem de neutrófilos, tais como P-selectina, E-selectina e molécula de adesão intercelular 1 (ICAM1). 
Os neutrófilos ajudam a controlar a infecção ao formar um abscesso. Os neutrófilos fagocitam bactérias opsonizadas 
através da Fc e receptores do complemento. Captação pelos fagossomas para gerar explosão oxidativa, peptídios 
antimicrobianos, proteinases e proteínas que sequestram nutrientes essenciais que limitam o crescimento 
bacteriano. 
A formação de abscesso requer três mecanismos: 1. Recrutamento de neutrófilos da circulação para a pele; 2. 
Sobrevida de neutrófilos prolongada no abscesso; 3. Direcionamento de células progenitoras KIT+ para o abscesso. 
 
 
QUESTÃO 8 – BACTÉRIAS 
Complicações decorrentes de infecções cutâneas e dos tecidos moles com Staphylococcus aureus são um grande 
problema clínico devido à alta incidência de essas infecções e o surgimento generalizado de cepas bacterianas 
resistentes a antibióticos. Descreva quais são os mecanismos imunes na pele contra esta doença. 
 As células Th17 são um subconjunto de células TCD4+ que produzem IL-17, bem como IL-21, IL-22 e IL-26. As células 
Th17 têm um papel importante nas respostas imunes em sítios epiteliais, uma vez que IL-17 e IL-17F promovem o 
recrutamento de neutrófilos e a formação de abscessos, induzindo a expressão de quimiocinas que atraem 
neutrófilos e fatores de granulopoiese. 
Durante a infecção cutânea por S.aureus, a barreira epidérmica é rompida. Queratinócitos e células imunes 
residentes da pele produzem citocinas pró-inflamatórias, quimiocinas e moléculas de adesão. Os neutrófilos ajudam 
a controlar a infecção ao formar um abscesso (coleção de neutrófilos). A formação de abscesso caracteriza a 
infecção por S.aureus que é tipicamente caracterizada por ser uma infecção piogênica. As citocinas pró-inflamatórias 
induzem a produção de peptídeos antimicrobianos que possuem atividade bacteriostática contra S.aureus. 
Neutrófilos fagocitam bactérias opsonizadas através da Fc e receptores do complemento. Por último ocorre a 
captação pelos fagossomas podendo gerar explosão oxidativa, peptídeos antimicrobianos, proteinases e proteínas 
sequestradoras de nutrientes capazes de limitar o crescimento bacteriano.

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