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Prof. Alexandre Bazan A dinastia carolíngia governou a França do século VIII ao IX e recebeu esse nome porque seu maior representante foi Carlos Magno, filho de Pepino, o Breve, que governou de 771 a 814. No Natal do ano 800, Carlos Magno foi coroado imperador do novo Império Romano do Ocidente pelo papa Leão III. 350O REINADO DE CARLOS MAGNO (771-814) Módulo 79 Ele foi responsável pela expansão das fronteiras do Reino Franco, submetendo vários povos germânicos a seu domínio e combatendo os muçulmanos, que insistiam em invadir o território europeu para expandir a fé islâmica. Para administrar esse vasto império, Carlos Magno dividiu o em unidades denominadas condados, governados por condes, e marcas, governadas por marqueses. Os condes e os marqueses eram nobres que tinham a função de cobrar impostos, supervisionar as tropas militares e cuidar de estradas e pontes. Muitas vezes, esses nobres recebiam do imperador o beneficium, isto é, terras em troca de fidelidade e apoio militar. ADMINISTRAÇÃO CAROLÍNGIA Para controlar e fiscalizar o governo dos condes e dos marqueses, havia os missi dominici, funcionários reais que passavam com frequência pelos condados para informar ao rei como estava a situação de cada um. Com o tempo, os nobres tornaram-se muito poderosos, mudando sua relação com o poder central a ponto de pouco obedecerem ao rei, transformando suas propriedades em um centro econômico e político. O povo, assim, passou a viver sob a proteção desses senhores medievais e, em troca, trabalhava naquelas terras. Coroação de Carlos Magno pelo papa Leão XIII, no dia de Natal, em 800. Essa iluminura pertence à obra Grandes crônicas da França, do século XIV. Durante o governo de Carlos Magno, a Europa conheceu um florescimento cultural importante: escolas foram criadas, o ensino do latim foi instituído e houve a preservação da cultura greco-latina por meio da manutenção dos originais e das cópias das obras clássicas da Antiguidade. Os livros sagrados foram copiados e ornamentados com pinturas, conhecidas como iluminuras. RENASCIMENTO CAROLÍNGIO Com a morte de Carlos Magno, em 814, os grandes senhores de terra passaram a pressionar o governo, exigindo mais liberdade. O sucessor de Carlos Magno, Luís, o Piedoso, não conseguiu controlar esses nobres. Mais tarde, em 843, os netos de Carlos Magno resolveram dividir o Império Carolíngio entre eles, assinando o Tratado de Verdun, que estabeleceu a seguinte partilha: DIVISÃO DO IMPÉRIO CAROLÍNGIO Representação do Tratado de Verdun ❑ Luís, o Germânico, ficou com a Frância Oriental ou Germânia, berço do futuro Sacro Império Romano-Germânico; ❑ Carlos, o Calvo, teve a posse da Frância Ocidental, que se tornaria a França; ❑ Lotário obteve as terras que iam do centro da Itália até o Mar do Norte. Essa divisão enfraqueceu o poder real, e os nobres passaram a pressionar ainda mais Luís, fortalecendo-se militarmente em seus locais políticos. Nessa época, outros povos, como os vikings, os húngaros e, ainda, os muçulmanos, atacavam a Europa, tornando as estradas muito perigosas e as cidades, desprotegidas. Para fugir dos vikings ao norte, dos húngaros ao leste, e dos muçulmanos ao sul, a população passou a depender cada vez mais da proteção dos grandes senhores de terra, tornando a Europa ainda mais ruralizada, com o declínio do comércio e das cidades, dando início a uma nova organização social e política, denominada feudalismo. Enquanto isso, na Europa Oriental e no Oriente Médio, duas civilizações desenvolviam-se e deixavam suas marcas nas civilizações ocidentais: o Império Bizantino e o Império Árabe. CONTINUA NO PRÓXIMO EPISÓDIO...
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