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CICATRIZAÇÃO - T.O

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ELOISA DE ALMEIDA, TXX 
TÉCNICA OPERATÓRIA 
CICATRIZAÇÃO 
 
CONCEITO 
• Definição: é um processo dinâmico que visa o 
reparo de tecidos lesados, com o intuito de 
restabelecer e manter a função dos mesmos; 
• Qualquer ferida é uma solução de continuidade; 
• O objetivo da cicatrização é restabelecer a 
integridade e a função do(s) tecidos(s) afetados(s); 
• Numa cicatrização, o tecido nunca retorna ao 
estado prévio (não se tem reparo total); 
• Nos tecidos em que há reparo, ocorre regeneração; 
• Pode levar meses a anos; 
• A pele cicatrizada é mais fraca e possui diferente 
elasticidade. 
 
TIPOS DE FERIMENTOS 
PERFURANTE 
• Ferimento por objeto perfurante; 
• Ex: agulha. 
 
 
INCISO / CORTANTE 
• É uma incisão; 
• Normalmente é um ferimento linear e regular; 
• Ex: bisturi, faca. 
 
 
CONTUSO 
• Pancada → trauma. 
 
 
ABRASÃO 
• Ralados. 
 
 
AVULSÃO 
• Perda/arrancamento de tecido. 
 
 
DESENLUVAMENTO 
• Retirada de pele; 
• Normalmente em membros superiores e 
inferiores. 
 
 
LACERANTE 
• Ferimento provocado; 
• Como um corte, mas com maiores danos no tecido 
 
 
ESMAGAMENTO 
 
 
 
 
 
 
 
ELOISA DE ALMEIDA, TXX 
CLASSIFICAÇÃO 
CICATRIZAÇÃO POR PRIMEIRA 
INTENÇÃO 
• Ferimento com pouca perda tecidual; 
• Bordos são facilmente aproximados; 
• Sem tecido de granulação (cicatricial) visível; 
• Boa qualidade estética → alinhado; 
• É o ferimento que se consegue fechar na hora. 
 
 
 
CICATRIZAÇÃO POR SEGUNDA 
INTENÇÃO 
• Ferimento com muita perda tecidual; 
• Bordos da ferida ficam muito afastados → prejuízo 
na hora de fazer uma sutura, tendo que deixar que 
se feche sozinho; 
• Necessário tecido de granulação abundante; 
• Estética prejudicada → bastante processo 
inflamatório, pode ocorrer hipertrofia, 
contaminação e queloide; 
• Cicatrização mais demorada. 
 
 
 
CICATRIZAÇÃO POR TERCEIRA 
INTENÇÃO 
• Também chamada de primeira intenção 
retardada; 
• Perda de substância/tecido e restos de sujeiras 
(contaminado); 
• Ferimento fica aberto para limpeza; 
• Ferimento deixado granular para posterior 
fechamento, cicatriza por primeira intenção; 
• Boa qualidade. 
 
 
 
FISIOLOGIA 
• Processo dinâmico composto por 3 fases que se 
entrelaçam → sem limites definidos ou precisos; 
• Didaticamente, essas fases são divididas em: 
• Fase inflamatória; 
• Fase proliferativa; 
• Fase de remodelagem ou maturação. 
 
FASE INFLAMATÓRIA 
• Inicia no momento em que ocorre a lesão; 
• Tentativa de limitar a lesão → evitar o aumento da 
lesão; 
• Duração média de 5 dias; 
• Alterada por infecções ou contaminações; 
• Hemostasia (↓ de sangramentos) e migração de 
leucócitos (limpeza do ferimento e ↓ inflamação); 
• Inicia: sinalizadores bioquímicos e celulares: 
• Liberação de norepinefrina e serotonina 
→ vasoconstrição/hemostasia; 
• Liberação de histamina e prostaglandinas 
→ vasodilatação. 
• Recrutamento de neutrófilos, macrófagos e 
linfócitos. 
 
 
 
FASE PROLIFERATIVA 
• Também chamada de fase de fibroplasia; 
• Inicia após 48hr do trauma; 
• Remodelação da nova matriz extracelular; 
• Síntese de colágeno e formação de tecido de 
granulação (cicatricial); 
• Contração da ferida; 
• Angiogênese: tecido forma novos vasos em volta 
da cicatriz → melhora na oxigenação para acelerar o 
processo de cicatrização; 
• Neoepiteliação; 
• Flutuação: ↑ na produção de colágeno; 
• Maturação: ↓ na produção de colágeno; 
• Colágeno fornece matriz de suporte para o 
crescimento do novo tecido, responsável também 
pela força e as proteínas; 
ELOISA DE ALMEIDA, TXX 
• São importantes para a síntese de colágeno: 
oxigênio, ferro, vitamina C, zinco, magnésio e as 
proteínas; 
• Aspecto da cicatriz: alta, um pouco grossa e 
avermelhada. 
 
Caso o paciente tenha qualquer alteração nessas 
substâncias essenciais para a síntese de colágeno, 
ele irá ter problemas de cicatrização → cicatriz 
débil/fraca. 
 
• Pacientes que abrem a cicatriz → fazem 
deiscência; 
• Pacientes desnutridos; 
• Pacientes que se privam de algum 
elemento; 
• Paciente pós bariátrico → privação de 
uma boa absorção; 
• Paciente com problema vascular, com uma 
circulação não adequada → ↓ oxigenação; 
• Paciente vegetariano/vegano que não faz 
uma suplementação adequada de 
proteínas. 
 
FASE DE REMODELAGEM/MATURAÇÃO 
• Fase de reorganização da matriz com o equilíbrio 
da síntese e degradação do colágeno; 
• Didaticamente, começa em 3 semanas e pode 
durar até 1 ano ou +; 
• Reorganização estrutural da cicatriz; 
• Nesta fase que se confere força à ferida, apesar da 
cicatriz nunca retornar à resistência normal; 
• Modelamento da cicatriz: 
• Redução da concentração de colágeno; 
• Destruição do colágeno; 
• Redução do estimulo da síntese. 
• Força tênsil final da cicatriz é 80% igual da 
força original 
• Em um trauma, é mais fácil que a região da 
cicatriz se abra novamente, do que em outra 
parte da pele; 
• Ex: rasgo de orelha (brinco). 
• Aspecto da cicatriz: baixa, fina, clara. 
 
QUALQUER alteração em uma das 3 fases → 
cicatriz ruim. 
 
FATORES QUE INFLUENCIAM 
• Por ser um processo fisiológico, vários fatores 
podem interferir no processo de cicatrização: 
• Idade; 
• Comorbidade; 
• Estado nutricional; 
• Terapias medicamentosas. 
• Medidas profiláticas podem ser utilizadas; 
• Medidas pós-operatórias auxiliam na cicatrização; 
• Desnutrição, principalmente pelo baixo aporte 
proteico → problema na fase inflamatória; 
• Deficiência de vitaminas: 
• Vit. A: fatores de crescimento; 
• Vit. B: cofatores enzimáticos; 
• Vit. C: síntese de colágeno; 
• Vit. D: reparo ósseo (+ Ca); 
• Vit. K: coagulação. 
• Hipoxemia (baixo aporte de oxigênio): interfere 
na síntese de colágeno, na fase inflamatória e na 
reepitelização, além de aumentar o risco de 
infecções; 
• Pacientes com problemas vasculares 
demoram mais para cicatrizar; 
• Paciente com úlcera vascular de pernas, são 
feridas que ficam meses/anos para 
cicatrizar, pois falta O2. 
• Diabetes: deficiência na resposta inflamatória, 
maior risco de infecção e deiscência (abertura da 
cicatriz); 
• Infecções: interferem em todas as 3 fases; 
• Corticoterapia: interfere na fase inflamatória, 
prejudicando a cicatrização (uso crônico) 
• Podem ser utilizados intencionalmente na 
fase de maturação/remodelação para 
melhorar as cicatrizes patológicas → 
injetado no ferimento para ↓ o processo 
inflamatório. 
• Quimioterápicos: pelo efeito imunossupressor, 
interferem em todas as fases; 
• Tabagismo: efeitos diretos na microcirculação 
(obstrução → ↓ do aporte de O2 aos tecidos), 
prejudicando todas as fases da cicatrização 
• Risco aumentado de deiscência, necroses e 
infecções; 
• Quando o paciente for passar por uma 
cirurgia, é necessário que seja recomendado 
que ele pare de fumar → 3 – 6 meses antes e 
3 meses depois. 
 
CICATRIZES PATOLÓGICAS 
• São cicatrizes que têm a sua evolução alterada por 
fatores diversos, que podem acometer qualquer fase 
da cicatrização; 
• Geralmente, têm em sua evolução uma fase 
inflamatória intensa e estendida; 
• Basicamente, as alterações se dão na produção, 
distribuição e remodelagem do colágeno. 
 
CICATRIZ HIPERTRÓFICA x QUELOIDE 
• Caracterizam por um aumento importante de 
fibras de colágeno; 
• Fibras de colágeno distribuídas de forma 
desorganizada na cicatriz; 
• Possuem características e comportamentos 
diferentes; 
ELOISA DE ALMEIDA, TXX 
• Pacientes com pele mais grossa 
(afrodescendentes e asiáticos) tendem a ter 
essas cicatrizes. 
 
CICATRIZ HIPERTRÓFICA 
• Mais frequentes em superfície de flexão 
(articulações e abdome); 
• Quase sempre em áreas de tensão; 
• Aparecem precocemente (semanas); 
• Tamanho relacionado à injúria cutânea; 
• Tendencia à regressão espontânea; 
• Pode desaparecer com terapia 
compressiva (fitas de silicone, pressão, 
massagem, uso de corticoide) ou sozinha; 
• Recidiva rara após terapia cirúrgica. 
 
QUELOIDE: 
• Mais frequente em orelhas, ombros, dorso 
e região pré-esternal; 
• Não se relaciona diretamente comtensão; 
• Pode aparecer meses depois; 
• Tamanho desproporcional à injúria inicial; 
• Não melhora com o tempo de evolução; 
• Não desaparece com a terapia compressiva; 
• Recidiva frequente após terapia cirúrgica; 
• Fator de previsão de cicatriz (paciente que já 
teve, pode ter novamente); 
• Tratamento: 
o Padrão – ouro: β-terapia 
(radioterapia localizada): 
▪ Recidiva fica na faixa dos 
30%; 
▪ Pode queimar a pele → 
causar um tumor 
futuramente naquele local. 
o Corticoide: primeira escolha, porém 
é um tratamento longo. 
 
 
 
CICATRIZES ATRÓFICAS 
• Cicatriz com epiderme delgada/fina; 
• Menor densidade de fibras de colágeno e 
fibroblastos → FALTA colágeno; 
• Comuns em pacientes de idade avançada, 
desnutridos e em uso de imunossupressores; 
• A estria é um exemplo de cicatriz atrófica; 
• Tratamento: laser (diminuir largura, engrossar a 
pele), retirar a cicatriz e refazer; 
• Fator de risco: nutricional (pode ser que quando 
refazer ela volte).

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