Buscar

reação do organismo ao trauma cirúrgico - T.O

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

ELOISA DE ALMEIDA, TXX 
TÉCNICA OPERATÓRIA 
REAÇÃO DO ORGANISMO AO TRAUMA CIRÚRGICO 
 
 
INTRODUÇÃO 
• Moore escreveu em 1959: 
• Trauma limiar: procedimentos cirúrgicos 
de pequeno ou médio porte, com lesão 
tecidual mínima, sem hipoxia, hipercapnia, 
perda excessiva de líquidos ou sangue; 
o Recuperação espontânea no 
organismo hígido 
• Trauma lesivo: cirurgias de médio ou 
grande porte, com agressão tecidual maior, 
com pacientes em condições clinicas e/ou 
hemodinâmicas satisfatórias; 
o Raramente tem recuperação 
espontânea – exige intervenção 
• Trauma necrotizante: cirurgias realizadas 
em regime de anoxia tecidual, motivada 
pros quadros metabólicos graves como 
choque, sepses, peritonites etc, com índices 
elevados de morbimortalidade; 
o Intervenção terapêutica do 
cirurgião é imperativa 
 
COMPONENTES BIOLÓGICOS DO 
TRAUMA CIRÚRGICO 
• Componente primário: 
• Traumatismo físico sobre células, tecidos e 
órgãos; 
• Ex: incisão, abertura de cavidades, perda de 
líquidos. 
• Componentes secundários: 
• Respostas de adaptação do organismo ao 
trauma; 
• Engloba as alterações endócrino-
metabólicas do trauma. 
• Componentes associados: 
• Fatores não diretamente relacionados ao 
trauma, mas que interferem nas respostas 
de reação a agressão; 
• EX: jejum, imobilização, perdas extra-renais 
através de drenos e sondas, etc; 
• Além das alterações relacionadas a doenças 
sistêmicas do quadro clinico de base do 
paciente. 
 
FASES EVOLUTIVAS DA RESPOSTA 
METABÓLICA AO TRAUMA CIRÚRGICO 
• Fase catabólica: 
• Também chamada de fase de agressão; 
• Se inicia imediatamente após o trauma 
cirúrgico; 
• Dura de 2 – 7 dias; 
• Ocorrem todas as alterações endócrino-
metabólicas ao trauma cirúrgico. 
• Fase supressiva: 
• Onde ocorre a supressão de toda a atividade 
endócrina ocorrida na fase de agressão; 
• Completa-se até a 3ª semana de pós 
operatório. 
• Fase anabólica proteica: 
• Ocorre a recuperação da integridade dos 
tecidos, retenção do nitrogênio perdido e 
retorno da força muscular e vigor físico; 
• Completa-se até a 10ª semana de pós 
operatório. 
• Fase anabólica lipídica: 
• Fase final da convalescença; 
• São restauradas as reservas lipídicas 
perdidas durante a fase de agressão; 
• Recuperação do peso corporal; 
• Pode durar de meses até anos. 
 
UMA FASE SÓ SE INICIA APÓS O TERMINO DA 
ANTERIOR. 
 
AS FASES NÃO SE INTERCALAM, ELAS SÃO BEM 
DEFINIDAS. 
 
ESTÍMULOS PSICOGÊNICOS 
• Medo. 
• Stress. 
• Insegurança. 
• Ansiedade. 
 
TRAUMA CIRÚRGICO 
• Pressão arterial = débito cardíaco x resistência 
vascular periférica 
• Debito cardíaco: 
• Debito sistólico: pré carga, contratilidade e 
pós carga 
• Incisão → perda do tegumento protetor (invasão 
microbiana) → agressão sobre células e tecidos → 
liberação de substâncias do meio intracelular 
(mediadores de resposta inflamatória, potássio, 
cininas vasoativas). 
• Cininas vasoativas → vasodilatação, ↑ da 
permeabilidade capilar → edema traumático → 
hipovolemia / hipotensão / choque → perda de 
plasma e sangue → ruptura dos vasos. 
ELOISA DE ALMEIDA, TXX 
• Potássio: na pós cirurgia, geralmente, o nível de K 
está elevado na circulação sanguínea por causa da 
lesão celular. 
 
ALTERAÇÕES ENDÓCRINAS-METABÓLICAS 
ALTERAÇÕES HEMODINÂMICAS E DO 
BALANÇO HIDROSSALINO 
• Organismo libera adrenalina, que atuara em duas 
vias: 
• ↑ FC → ↑ DC → ↑ PA 
• Vasoconstrição periférica → ↑ RP → ↑ PA 
• Pressão arterial normal: 120/80 mmHg. 
• Pressão sistólica = DC 
• PA = debito sistólico x FC 
• DS = volume que o ventrículo consegue 
ejetar durante a concentração. 
• Pressão diastólica = resistência periférica que está 
relacionada ao tônus vascular periférico. 
 
OUTROS HORMÔNIOS 
• ↓ fluxo plasmático renal → renina → angiotensina 
I e II → vasoconstrição periférica → ↑ PA. 
• Quando a capacidade de perfusão renal 
diminui (ex: perda de líquidos, quadro 
diarreico/sangramento) o rim sintetiza a renina; 
• No fígado, a renina é convertida em 
angiotensina I pela ação do 
angiotensionegênio; 
• Nos pulmões, a angiotensina I é convertida 
em angiotensina II, pela ECA (enzima 
conversora de angiotensina). 
• Nas suprarrenais: Angiotensina II → aldosterona 
→ urina ácida 
• Retenção: Na+, HCO-3 e H2O; 
• Excreção: K+. 
• Aumento da osmolaridade plasmática 
• ↓ ingesta hídrica; 
• ↑ osmolaridade; 
• Agentes químicos (éter e morfina); 
• → secreção de ADH (hormônio 
antidiurético) → retenção de água. 
 
ALTERAÇÕES DO EQUILÍBRIO ÁCIDO-
BÁSICO 
• Trauma necrotizante → radicais livres + anóxia 
tecidual → acidose metabólica. 
 
• Cirurgias gastroenterologias → vômitos, fistulas, 
drenos, SNG, estomias → perda de H+, Na+, K+ e Cl- 
→ alcalose metabólica. 
 
 
 
ALTERAÇÕES DE METABOLISMO 
ORGÂNICO SOBRE PROTEÍNAS LIPÍDIOS 
E CARBPOIDRATOS 
• ACTH → cortisol → neoglicogênese / lipólise / 
catabolismo proteico. 
 
OUTROS HOMÔNIOS 
• Adrenalina/Noradrenalina: 
• Glicogenólise; 
• Hidrolise de gorduras; 
• Inibe insulina; 
• Produz glucagon; 
• Neoglicogênese; 
• Liberação de aminoácidos. 
 
• TSH → T3 e T4 → 
• Antagônicos à insulina → não utilização da 
glicose. 
• Lipólise → ↑ ácidos graxos. 
• ↑ metabolismo basal → febre (pode ocorrer 
febre sem infecção – pouco dias 2 ou 3). 
 
• ↓ LH e FSH → 
• ↓ testosterona → ↓ libido; 
• Interrupção da menstruação ou 
polimenorreia. 
 
MANIFESTAÇÕES CLINICAS DO PÓS 
OPERATÓRIO IMEDIATO 
• Apático 
• Sonolento 
• Pálido (vasoconstrição) 
• Dor (mediadores inflamatórios e cininas 
vasoativas) 
• Extremidades frias (vasoconstrição periférica) 
• Sem apetite 
• Febril (↑ metabolismo basal) 
• ↑ do pulso e FR 
• Paciente tem respiração mais superficial e 
reage a isso aumentando a FR. 
• Oligúrico 
 
A incisão de quadrante superior de abdômen só 
não é pior para restrição respiratória do que a 
toracotomia (incisão do tórax feita lateralmente). 
A estenostomia (incisão no centro do tórax para 
cirugia cardíaca) não provoca restrição 
respiratória tanto quando as anteriores.

Outros materiais