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Disciplina: CCJ0001 - FUNDAMENTOS DAS CIÊNCIAS SOCIAIS
Semana Aula: 3
DESCRIÇÃO DO PLANO DE AULA
Cultura e Sociedade
OBJETIVO
Explicar o conceito de cultura como objeto de estudo privilegiado da análise antropológica. Analisar a cultura como elemento 
condicionador da visão de mundo. Descrever as práticas antropológicas utilizadas para categorizar comportamentos culturais. 
Demonstrar a importância do principio de relativismo cultural, em contraposição ao etnocentrismo.
TEMA
A análise antropológica da cultura
ESTRUTURA DO CONTEÚDO
Relatório - Plano de Aula 10/08/2012 10:53
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1 -O conceito de cultura 
O conceito de cultura é uma preocupação intensa atualmente em diversas áreas do pensamento humano, no entanto a 
Antropologia é a área por excelência de debate sobre esta questão. O primeiro antropólogo a sistematizar o conceito de 
cultura foi Edward Tylor que, em Primitive Culture, formulou a seguinte definição: ?cultura é todo complexo que inclui 
conhecimento, crença, arte, moral, lei, costume e quaisquer outras capacidades e hábitos adquiridos pelo homem na 
condição de membro da sociedade.?. Desde sempre os homens se preocuparam em entender por que outros homens 
possuíam hábitos alimentares, formas de se vestir, de formarem famílias, de acessarem o sagrado de maneiras diferentes 
das suas. A essa multiplicidade de formas de vida dá-se o nome de diversidade cultural. Contudo, durante foi a partir da 
descoberta do ?Novo Mundo?, nos séculos XV e XVI, que os europeus se depararam com modos de vida completamente 
distintos dos seus, e passaram a elaborar mais intensamente interpretações sobre esses povos e seus costumes. É 
fundamental lembrarmos que o impacto e a estranheza se deram dos dois lados. Os grupos não europeus se espantavam 
com o ser diferente que chegava até eles desembarcando em suas praias e tomando posse de seu território. Existem relatos 
de povos que após a morte de um europeu em combate, colocavam seu corpo dentro de um rio e esperavam sua 
decomposição para ver se eram pessoas como eles. A diferença é que não temos contato com esses relatos dos povos não 
europeus para conhecermos a visão que eles tinham dos brancos. Hoje reconhecemos que não é nada fácil vivenciar uma 
outra cultura diferente da nossa. Por quê? Não sentimos nossa cultura como uma construção específica de hábitos e 
costumes: pensamos que nossos hábitos e nossa forma de ver o mundo devem ser os mesmos para todos! Naturalizamos 
nossos costumes e achamos o do outro ?diferente?. Diferente de quê? Qual é o padrão ?normal? segundo o qual analisamos 
o ?diferente?? Geralmente estabelecemos a nossa cultura como o padrão, a norma. Assim, tudo que é diferente é concebido 
como estranho, e mesmo errado. Tal postura é o que denominamos etnocentrismo.
2- Etnocentrismo 
Segundo Everardo Rocha, em O que é Etnocentrismo, trata-se da ?visão do mundo onde o nosso próprio grupo é tomado 
como centro de tudo e todos os outros são pensados e sentidos através dos nossos valores, nossos modelos, nossas 
definições do que é a existência. No plano intelectual, pode ser visto como a dificuldade de pensarmos a diferença; no plano 
afetivo, como sentimentos de estranheza, medo, hostilidade, etc. ?. Esse autor nos alerta, ao analisar o etnocentrismo, para a 
questão do choque cultural. Como ele afirma, ?de um lado conhecemos o "nosso" grupo, que come igual, veste igual, gosta 
de coisas parecidas, conhece problemas do mesmo tipo, acredita nos mesmos deuses, casa igual, mora no mesmo estilo, 
distribui o poder da mesma forma, empresta à vida significados em comum e procede, por muitas maneiras, 
semelhantemente. Aí então de repente, nos deparamos com um "outro", o grupo do "diferente" que, às vezes, nem sequer faz 
coisas como as nossas ou quando as faz é de forma tal que não reconhecemos como possíveis. E, mais grave ainda, este ?
outro" também sobrevive à sua maneira, gosta dela, também está no mundo e, ainda que diferente, também existe.?. Roberto 
da Matta, no texto ?Você tem cultura?? demonstra que ?essa é a experiência antropológica, buscar compreender a lógica da 
vida do outro. Antes de cogitar se ?aceitamos? ou não esta outra forma de ver o mundo, a antropologia nos convida a 
compreendê-la, e verificar que ao seu jeito uma outra vida é vivida, segundo outros modelos de pensamento e de costumes. 
O fato de que o homem vê o mundo através de sua cultura tem como conseqüência a propensão em considerar o seu modo 
de vida como o mais correto e o mais natural?. O conceito de cultura, ou, a cultura como conceito, então, permite uma 
perspectiva mais consciente de nós mesmos. Precisamente diz que não há homens sem cultura e permite comparar culturas 
e configurações culturais como entidades iguais, deixando de estabelecer hierarquias em que inevitavelmente existiriam 
sociedades superiores e inferiores. Por isso, como nos ensina Roberto da Matta, no supracitado texto, deve-se analisar as 
práticas culturais no contexto em que são praticadas, permitindo-se, assim, ?traduzir melhor a diferença entre nós e os outros 
e, assim fazendo, resgatar a nossa humanidade no outro e a do outro em nós mesmos?. 
3- Relativismo cultural
É a postura, privilegiada pela Antropologia contemporânea, de buscar compreender a lógica da vida do outro. Ainda segundo 
Roberto da Matta, ?antes de cogitar se ?aceitamos? ou não esta outra forma de ver o mundo, a antropologia nos convida a 
compreendê-la, e verificar que ao seu jeito outra vida é vivida, segundo outros modelos de pensamento e de costumes (...) 
pois cada sociedade humana conhecida é um espelho onde nossa própria existência se reflete?. A postura relativista pode 
ser sintetizada nas palavras de uma das mais notáveis antropólogas conhecidas, a americana Margaret Mead, que no 
prefácio de Sexo e Temperamento afirmou: ?toda diferença é preciosa e precisa ser tratada com muito carinho?.
Bibliografia básia: 
COSTA, Cristina. Sociologia: introdução à ciência da sociedade. 3ª ed. ampliada e revista. São Paulo, Moderna, 2005. 
Introdução (pp. 11-26);
Bibliografia complementar:
LARAIA,Roque. Cultura: um conceito antropológico. 14 ª ed. Rio de Janeiro, Zahar, 2001.
PROCEDIMENTO DE ENSINO
Relatório - Plano de Aula 10/08/2012 10:53
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Aula teórica: Exposição oral com o auxílio de métodos áudios-visuais. Debate em grupo sobre temas correlatos à aula. Resolução de 
exercícios apresentados, bem como de exemplos, exercícios e estudos de caso escolhidos pelo professor, de forma a privilegiar, sempre 
que possível, as especificidades regionais. Sugestão de filme para debate: A Guerra do Fogo, de Jean-Jacques Annaud (1981). Sinopse: O 
filme trata de dois grupos de hominídios pré-históricos: um que cultuava o fogo como algo sobrenatural e outro que dominava a 
tecnologia de fazer o fogo. Em termos de linguagem, o primeiro não está muito longe dos demais primatas, emitindo gritos e grunhidos 
quase na totalidade vocálicos. Esse tipo de comunicação assemelha-se à primeira manifestação de linguagem no homem, que é a 
expressão de suas paixões, como a dor e o prazer. Já o segundo grupo parece ter uma comunicação mais complexa, com maior número 
de sons articulados. Há outros elementos culturais, como habitações e ritos, que denotam um maior grau de complexidade do segundo 
grupo com relação ao primeiro.
RECURSO FÍSICO
x���Quadro e pincel;
x���Áudio-visual e/ou artigos de jornal/revista.
APLICAÇÃO PRÁTICA/ TEÓRICA
Questão discursiva: 
Leia o texto abaixo e responda:
Sobre meninos e meninas ?Nos intervalos das aulas, durante o recreio, ou durante as aulas de Educação Física ou de 
iniciação desportiva, evidencia-se, igualmente, um modelo diferenciador de condutas: em geral, os meninos dispõem de toda 
a quadra esportiva só para eles. Ali podem correr, lutar, competir, em suma, preparar-se para a vida adulta; quanto a 
meninas, para elas basta um pequeno espaço, de preferência à sombra, onde são estimuladas a conversar, brincar de corda 
ou, no máximo, pular corda ou executar
passos de dança rítmica? (TOSCANO, Moema. Igualdade na escola: preconceitos 
sexuais na educação. Rio de Janeiro: CEDIM, 1995. p. 33). 
Do ponto de vista socioantropológico os meninos têm uma tendência natural para lutar e as meninas para serem dançarinas? 
Justifique sua resposta. 
Questão de múltipla escolha: 
Considere as afirmativas a seguir: 
I -O comportamento individual está subordinado a determinados códigos culturais que programam coletivamente a maneira 
de pensar, de sentir e de agir. I
II- Tudo o que for expressivo no corpo cumpre funções unicamente orgânicas e está fora da abordagem antropológica. 
III- O corpo é determinado exclusivamente por sua atividade fisiológica, sofrendo pouca interferência de práticas culturais. 
IV- É inegável que existem motivações orgânicas que conduzem os seres humanos, mas a cada uma dessas motivações 
biológicas a cultura modela e atribui um significado especial.
Marque a letra a seguir que corresponda às afirmativas anteriores que podem ser consideradas corretas do ponto de vista 
antropológico: 
A) I e II 
B) I e III 
C) II e IV 
D) I e IV 
E) I, II e IV.
CONSIDERAÇÃO ADICIONAL
Relatório - Plano de Aula 10/08/2012 10:53
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