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Caso clínico de Hipertensão

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CASO CLÍNICO 1 
Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS)
CS, 55 anos, sexo masculino, negro, casado, residente em Alfenas-MG. O paciente possui diabetes 
tipo 2 não controlada, de modo que procurou o PSF, a fim de renovar as receitas de seus 
medicamentos. Desse modo, durante a consulta foi medida sua pressão arterial, conforme as 
medidas de rastreio de HAS recomendam. Assim sendo, observou-se o valor de pressão sistólica de 
140 mmHg e diastólica de 95 mmHg. (valor normal: 12/8)
ID
CS, é um paciente de 55 anos, negro, que trabalha como pedreiro desde a adolescência. Tem ensino 
fundamental completo, é casado e tem 4 filhos. Atualmente, mora com sua esposa, uma de suas 
filhas além de uma neta, em Alfenas-MG.
QP
“ Paciente vai ao Posto de Saúde da Família (PSF) de seu bairro, a pedido de sua esposa, para 
renovar sua receita de metformina e glibenclamida (diabético mal controlado). “
HDA
Paciente até o dia de sua última consulta era normotenso (quem tem a pressão arterial normal), 
porém buscava o PSF com baixíssima frequência, mesmo com a insistência da equipe, da esposa e 
mostrava baixo interesse em relação a sua diabetes mal controlada há alguns anos. 
Conforme as medidas recomendadas de rastreio da HAS, durante a consulta o médico realiza a 
medição da PA e verifica um valor de pressão sistólica de 140 mmHg e diastólica de 95 mmHg. 
HISTÓRIA FAMILAR E SOCIAL 
CS é nascido e mora em Alfenas-MG, provedor da casa, trabalha como pedreiro. Fora as atividades 
do trabalho, não realiza atividade física. Além disso, relata que toda a família está “um pouco acima 
do peso por causa da comida boa” de sua esposa, e pode-se perceber que o paciente apresenta 
sobrepeso. Ainda, relata ingesta de álcool ao menos uma vez por semana há vários anos e é 
tabagista.  
Foi diagnosticado com diabetes mellitus tipo 2 há cinco anos e continua sem controlar a doença. Na 
época, foi orientado o tratamento não medicamentoso, ao qual não aderiu de forma alguma, e os 
medicamentos, os quais toma de maneira esporádica, segundo ele.
De família simples e baixa escolaridade, CS não se sente confortável acessando serviços de saúde e 
não demonstra muito interesse em cuidar da própria saúde. Só se dirige ao PSF a pedido da esposa 
que se preocupa com a saúde dele e, segundo o paciente, “vive pegando no pé” para que ele se 
cuide.
Atualmente mora com sua esposa, MS (50 anos, hipertensa) e sua filha e neta. Somente ele trabalha 
na casa e sustenta os demais. Apresenta uma boa relação com todos na família e é muito querido.
EXAME FÍSICO 
1. Avaliação do peso
- O paciente aumentou 2kg, pesando agora 96kg com 1,80 de altura. 
- Caracteriza sobrepeso, caminhando para obesidade de grau 1
2. Avaliação neurológica 
- Ausência de neuropatias
3. Palpação das artérias 
- Ausência de vasculopatias 
4. Ectoscopia da pele e dos pés 
- Ausência de anomalias
5. Medição da pressão arterial 
- PAS 140mmHg 
- PAD 95mmHg
OBS: Somente essa medição é insuficiente para o diagnóstico, e considerando o histórico do 
paciente, pede-se uma MRPA (monitorização residencial da pressão arterial).
SUSPEITAS DIAGNÓSTICAS 
1. Hipertensão arterial sistêmica 
2. Hipertensão do avental branco 
3. Hipertensão mascarada
EXAMES COMPLEMENTARES 
1. MRPA (Monitorização residencial da pressão arterial)
- É necessário para fazer a distinção entre a HAS e a hipertensão do avental branco ou até uma 
hipertensão mascarada
2. Microalbuminúria 
- Necessário em pacientes hipertensos diabéticos ou hipertenso com 2 ou mais fatores de risco 
3. Glicemia de jejum + Hemoglobina Glicada 
- Necessário em pacientes hipertensos diabéticos
4. Triglicerídeos 
5. Dwdw
DIAGNÓSTICO
As três principais hipóteses diagnósticas a partir da medição foram: HAS, hipertensão do avental 
branco e hipertensão mascarada. Logo de início, a hipertensão mascarada não é a principal hipótese 
em função de o paciente apresentar um valor de PA compatível com a hipertensão arterial estágio I, 
o que sugere HAS ou hipertensão do avental branco (hipertensão mascarada normalmente está 
associada a PA compatível com pré-hipertensão).
Desse modo, reduzindo as hipóteses diagnósticas a apenas duas, restou esperar os resultados da 
MRPA, que acusaram uma PA de 140/93 mmHg. A MRPA exclui o fator preponderante do 
aumento de pressão visto na hipertensão do avental branco, que é a ansiedade de estar em ambientes 
hospitalares ou ambulatoriais, na presença de profissionais da saúde. Desse modo, exclui-se a  
hipertensão do avental branco, e finalmente fecha-se o diagnóstico de HAS.
Outro fator do caso que sugeriu o diagnóstico de HAS foi que o paciente se encaixa no perfil 
epidemiológico da HAS: baixo nível de escolaridade, com sobrepeso, tabagista, com ingesta de 
álcool frequente. Além destes fatores, pode ser discutido como o fato de Cleber ser negro afeta ou 
não sua predisposição para a doença; por um lado ser de etnia negra é considerado um claro fator de 
risco, mas por outro lado, a maioria destes estudos não foram realizados no brasil, não levando em 
conta, portanto, a miscigenação. Dessa forma não é claro o quanto esta característica influencia em 
sua predisposição genética.

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