Buscar

PlanoDeAula_4

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

Disciplina: CCJ0001 - FUNDAMENTOS DAS CIÊNCIAS SOCIAIS
Semana Aula: 4
DESCRIÇÃO DO PLANO DE AULA
Cultura e Sociedade
OBJETIVO
Entender a construção da identidade nacional a partir do mito das três raças. 
Distinguir algumas interpretações acerca da composição étnica brasileira.
TEMA
Diversidade cultural e a formação social brasileira
ESTRUTURA DO CONTEÚDO
Relatório - Plano de Aula 10/08/2012 10:54
Página: 1/3
Segundo Roberto Da Matta é notória a importância dos elementos étnicos, a dizer branco: negro e indígena na formação da sociedade 
brasileira. A amálgama formada a partir desses elementos, através de suas relações sociais e pessoais, proporcionou o reconhecimento 
da identidade nacional como deveras peculiar em relação a outros países com experiências semelhantes. O Brasil se tornou uma 
sociedade mestiça e homogênea, onde não existiria preconceito ?racial? e todos os indivíduos seriam, em potencial, capazes de 
possuírem igualdade formal, material e moral entre si. 
Em termos gerais, este é o mito de origem da sociedade brasileira, conhecido como o ?mito das três raças?. Para Fry, é possível notar sua 
presença em diversos âmbitos da sociedade, desde interpretações acadêmicas até em relações fortuitas do cotidiano. Apesar de não 
corresponder com precisão à realidade vivida, ele serve como uma orientação para se avaliar as relações sociais, positivas ou negativas, 
pois corresponde à realidade idealizada.
Existem várias correntes que explicar a formação racial/cultural da sociedade brasileira. A primeira destas correntes previa a 
degenerescência e pensador mais importante era o Conde de Gobineau, o qual via a mistura de raças como fator de decadência e 
degenerescência da sociedade brasileira.
Já Gilberto Freyre se propõe a deslocar o debate superioridade/inferioridade para a observação de uma situação de contato e de troca 
que se atualiza dentro de uma estrutura social de desigualdade, uma vez que nesta troca uma das partes é o senhor e as outras duas 
encontram-se, com menor ou maior intensidade numa condição servil. Para este autor a miscigenação deixa de ser considerada um 
fenômeno meramente biológico ou ainda um processo gerador de aptidões e costumes, degenerescências dela derivadas e agravadas 
pela ação deprimente do clima. Ao contrario a mistura de diferentes grupos étnicos é vista com algo positivo e ate mesmo capaz de 
promover uma democratização a partir da posição ambivalente do mestiço.
Outro estudo que abarcou as características da identidade nacional foi Raízes do Brasil, de Sérgio Buarque de Holanda. Para este autor, 
os males do país também não provêm da miscigenação. São oriundos da personalidade do português. Essa personalidade se apresenta 
tão dominante que a mistura com índios e negros não conseguiu superá-la. Pelo contrário, argumenta que a personalidade dos negros 
era semelhante à dos portugueses, ou seja, plástica e maleável. O que lhes fomentavam um caráter ?anti-social? que preferia os 
entretenimentos ao trabalho. Nessa sociedade, as relações sociais afiguraram-se a partir da cordialidade e do personalismo. Relações 
que tomam formas distintas de acordo com o interlocutor, mas sempre de maneira afetiva. Característica que se tornou geral na 
sociedade brasileira. A cordialidade favoreceria, segundo o autor, a dinâmica social através da emoção, ao invés de regras sociais fixas
Bibliografia básica: 
COSTA, Cristina. Sociologia: introdução à ciência da sociedade. 3ª ed. ampliada e revista. São Paulo, Moderna, 2005. 
Capítulo 4 - A emergência do pensamento social em bases científicas (pp. 64-80);
Bibliografia complementar:
ALENCAR, Rívia Ryker Bandeira de. O Ritual dos 500 anos: três versões de um mesmo mito. Disponível em 
http://www.antropologia.com.br/divu/colab/d19-rbandeira.pdf
DA MATTA, Roberto. Relativizando: uma introdução à antropologia social. Rio de Janeiro: Rocco, 1993. p. 17-27. 
MATA, Vera Lúcia Calheiros e GOMES, Artur Nunes. Gilberto Freyre, Casa Grande & Senzala e o mito de origem do povo braileiro. Revista 
Crítica de Ciências Sociais nº 59. Coimbra, CES, fevereiro de 2001. 
PROCEDIMENTO DE ENSINO
Aula teórica: Exposição oral com o auxílio de métodos áudios-visuais. Debate em grupo sobre temas correlatos à aula. Resolução de 
exercícios apresentados, bem como de exemplos, exercícios e estudos de caso escolhidos pelo professor, de forma a privilegiar, sempre 
que possível, as especificidades regionais. 
Sugestão de vídeo: O povo brasileiro, série de TV produzida pela TV Cultura, baseada na obra homônima de Darcy Ribeiro.
RECURSO FÍSICO
x���Quadro e pincel; 
x���Áudio-visual e/ou artigos de jornal/revista.
APLICAÇÃO PRÁTICA/ TEÓRICA
Relatório - Plano de Aula 10/08/2012 10:54
Página: 2/3
Aplicação prática e teórica
Questão discursiva: Leia o texto abaixo e responda:
Durante a campanha presidencial de 1994, o então candidato Fernando Henrique Cardoso afirmou ?ter um pé na cozinha?, 
buscando, assim, acionar uma ancestralidade africana e, conseqüentemente, afastar-se do estigma de que seria o candidato 
das elites. Em entrevista cedida em 2005 ao jornal Folha de São Paulo, o renomado jogador de futebol Ronaldo Fenômeno 
surpreendeu com a frase: ?Acho que todos os negros sofrem (com o racismo). Eu, que sou branco, sofro com tamanha 
ignorância?. 
Interprete as declarações acima com base nas discussões acerca da atualidade do ?mito das três raças?
Questão de múltipla escolha: 
Degenerescência e personalismo são categorias de interpretação da realidade brasileira utilizadas, respectivamente, pelos 
seguintes autores: 
1. Sergio Buarque de Holanda e Gilberto Freyre.
2. Gobineau e Sério Buarque de Holanda.
3. Sérgio Buarque de Holanda e Gobineau.
4. Gilberto Freyre e Gobineau.
5. Gobineau e Darcy Ribeiro.
CONSIDERAÇÃO ADICIONAL
Relatório - Plano de Aula 10/08/2012 10:54
Página: 3/3

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Outros materiais