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1 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Copyright©2009 Maria Antonia Malajovich 
 
 
 
 
Biotecnologia na vida cotidiana / Lava-roupas biológicos 
Manual de atividades práticas de Biotecnologia 
Texto, fotografias e desenhos da autora 
 
 
 
 
 
Edições BIBLIOTECA MAX FEFFER 
do INSTITUTO DE TECNOLOGIA ORT do Rio de Janeiro 
Rua Dona Mariana 213, Rio de Janeiro, 22280-020 – RJ – Brasil 
Tel. (5521) 2539-1842; FAX (5521) 2286-9174 
 
 
Maria Antonia Malajovich – Bt. na vida cotidiana – Lava-roupas biológicos – www.bteduc.bio.br 1 
 
SUMÁRIO 
 
 
Tema Página 
 
LAVA-ROUPAS BIOLÓGICOS 3 
A LAVAGEM DA ROUPA 3 
O SABÃO E O MARKETING 3 
DETERGENTES E MÁQUINAS 3 
PROBLEMAS AMBIENTAIS 4 
A CHEGADA DAS ENZIMAS 4 
COMPONENTES DE UM PRODUTO COMERCIAL MODERNO 5 
O PAPEL DAS ENZIMAS 7 
UMA INDÚSTRIA MODERNA E COMPETITIVA 8 
BIBLIOGRAFIA 9 
 
GUIA DO PROFESSOR 11 
TRABALHAR COM O COTIDIANO 11 
IDENTIFICANDO ENZIMAS NOS PRODUTOS PARA LAVAR ROUPA 
Proteases 
Celulases 
Amilases 
Lipases 
 11 
AVALIANDO O DESEMPENHO DOS PRODUTOS PARA LAVAR ROUPA 14 
AS ENZIMAS E A REMOÇÃO DAS MANCHAS 16 
COMPARANDO A EFICIÊNCIA DE VÁRIOS PRODUTOS 17 
AS VARIÁVEIS EXPERIMENTAIS 18 
 
GUIAS DO ALUNO 19 
A1. QUE PRODUTO INCLUI PROTEASES? 21 
A2. QUE PRODUTO INCLUI CELULASES? 23 
A3. QUE PRODUTO INCLUI AMILASES? 25 
A4. QUE PRODUTO INCLUI LIPASES? 27 
A5. AS ENZIMAS REMOVEM AS MANCHAS? 29 
A6. QUAL PRODUTO É MAIS EFICIENTE? 31 
A7. COMO MELHORAR A EFICIÊNCIA DE UM PRODUTO 33 
 
 
 
Maria Antonia Malajovich – Bt. na vida cotidiana – Lava-roupas biológicos – www.bteduc.bio.br 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Maria Antonia Malajovich – Bt. na vida cotidiana – Lava-roupas biológicos – www.bteduc.bio.br 3 
LAVA-ROUPAS 
BIOLÓGICOS 
 
 
A LAVAGEM DA ROUPA 
 
Lavar a roupa é uma tarefa indispensável para a qual contamos com numerosos produtos que 
prometem eliminar as manchas difíceis, deixando as roupas perfumadas e mais brancas, ou com as 
cores realçadas. Tudo isso em pouco tempo e sem necessidade de esfregá-las. 
Nem sempre foi assim. Até pouco mais de meio século, a limpeza da roupa era uma tarefa 
eminentemente feminina que representava horas de trabalho pesado. Era necessário encher uma 
tina com baldes de água quente, dissolver com dificuldade o sabão, colocar as roupas de molho, 
esfregar com força, enxaguar e escorrer. 
 
O SABÃO E O MARKETING 
 
Obedecendo a motivos estéticos e/ou higiênicos, o uso de sabões remonta aos babilônios (2700 
a.C.). Os árabes os comercializaram desde o século VII e, cinco séculos mais tarde, os levaram ao 
sul da Europa, onde se transformaram em artigos de luxo. As barras de sabão, preparadas 
artesanalmente a partir de azeite de oliva e cinzas de loureiro, eram identificadas por seu lugar de 
origem: Castela, Marselha etc. 
O sabão se popularizou na Europa do século XIX em consequência de vários fatores: nascimento de 
novas tecnologias para substituir as cinzas, descobrimento da química dos lipídios, chegada de 
matérias-primas mais baratas, como o azeite de palma, provenientes das colônias, e diminuição 
dos impostos sobre as barras de sabão. Nessa época, também começou a se perceber o valor da 
higiene para a saúde pessoal e pública. 
Em 1884, Lever & Cia. lançou na Inglaterra o sabão de marca Sunlight, com um êxito tal que, três 
anos mais tarde, a empresa chegou a fabricar 450 toneladas por semana. Sendo a apresentação de 
um produto e sua divulgação as bases da propaganda da indústria cosmética atual, vale a pena 
ressaltar que a imagem da embalagem de Sunlight em um filme dos irmãos Lumière, de 1896, 
constitui provavelmente o primeiro caso de merchandising da história (Figura 1). 
Figura 1: O sabão Sunlight 
 
 
 
 
 
DETERGENTES E MÁQUINAS 
 
Em 1907, a empresa Henkel projetou o sabão Persil, um produto com substâncias químicas 
adicionais (perborato e silicato) que facilitavam a remoção da sujeira. Embora sua fórmula tenha 
sido modificada numerosas vezes, Persil é vendido ainda hoje em vários paises. 
A descoberta das enzimas e os primeiros estudos sobre suas características e propriedades datam 
da segunda metade do século XIX (Pasteur, 1860; Kuhne, 1876; Buchner, 1897). Embora nos 
matadouros da época fosse comum usar extratos pancreáticos para a limpeza, a primeira aplicação 
moderna destes conhecimentos ocorreu em 1913, quando Otto Rhöm patenteou um produto que 
continha sabão e tripsina (extrato pancreático). 
 
Maria Antonia Malajovich – Bt. na vida cotidiana – Lava-roupas biológicos – www.bteduc.bio.br 4 
Esse produto, denominado Burnus (em alemão, roupão), foi comercializado durante cinquenta 
anos, apesar de ter vários defeitos: fazia pouca espuma, era pouco eficiente em meio alcalino, só 
eliminava as manchas proteicas e causava alergias. 
Embora Persil e Burnus sejam os precursores dos produtos modernos, lavar a roupa, no início do 
século XX, continuava sendo um trabalho pesado. 
Dois acontecimentos foram decisivos para um avanço real na tecnologia da lavagem da roupa: 
 A substituição de sabões por detergentes sintéticos derivados de petróleo, na Alemanha, durante 
a Primeira Guerra Mundial. 
 A invenção da máquina elétrica de lavar roupa, pela empresa de aviação norte-americana 
Bendix, pouco antes da Segunda Guerra Mundial. 
Em 1940, nos Estados Unidos, mais da metade das casas que dispunham de energia elétrica já 
tinham no sótão máquinas de lavar, funcionando com moedas e compartilhadas por todos os 
inquilinos. Estas máquinas deixaram de ser fabricadas durante os anos de conflito com o Eixo, 
mas, finalizada a Segunda Guerra Mundial, novos modelos de máquinas (Bendix e General Electric, 
1947) apareceram no mercado, começando a mudar a maneira de lavar roupa. 
Também se tornaram populares os produtos a base de detergente para a lavagem de roupa como, 
por exemplo, Tide, da Procter & Gamble, que em 1946 ocupava 30% do mercado. Em pouco 
tempo, os detergentes até ultrapassaram os sabões na lavagem da louça e na limpeza doméstica. 
Com a entrada da mulher no mundo do trabalho, tudo o que pudesse simplificar a vida cotidiana 
era bem-vindo e consumido, incluindo eletrodomésticos e produtos de limpeza. 
 
 
PROBLEMAS AMBIENTAIS 
 
Para os usuários, um dos atrativos dos detergentes era que faziam mais espuma que o sabão. Mas 
como nesses primeiros produtos as moléculas não eram degradadas pelos micro-organismos do 
meio ambiente, a espuma se acumulava, poluindo rios e lagos. Este problema se solucionou na 
década de 1960, com a substituição das cadeias ramificadas dos sulfonatos de alquilbenzeno por 
cadeias lineares, que são biodegradáveis. Esta modificação química confere aos detergentes uma 
vida média de 1 a 3 semanas. (Figura 2). 
Figura 2: Sulfonatos de alquilbenzeno (C18 H29 SO3 
– Na +) 
 
Em águas duras, os detergentes resultam mais eficazes que os sabões. Seu desempenho melhora 
mais ainda quando a água amolece com uma substância como o tripolifosfato de sódio, capaz de 
capturar os íons de cálcio e magnésio, responsáveis pela dureza da água. A inclusão dessa 
molécula em um produto de lavar roupas representou uma inovação de peso (OMO, da Unilever, 
1952). 
No entanto, quando os sinais de eutrofização de rios e lagos se tornaram evidentes, a sociedade 
começou a questionar a presença de fosfatos nos produtos de limpeza. É difícil avaliar sua 
contribuição para o desequilíbrio ambiental, porque os fertilizantes e os excrementos animais e 
humanos também são fontes de fosfatos. Porém, o peso da opinião pública foi determinante para a 
substituição dos fosfatos, já na década de 1970. 
Incluíram-se outras moléculas (citrato de sódio, carbonato de sódio, silicato de sódio) e, mais 
tarde, o zeolite, um mineral derivado da argila e insolúvel em água, mas que a amolece sem 
causar efeitos nocivos ao meioambiente (Le Chat, de Henkel, 1989). Atualmente, é possível 
encontrar produtos livres de fosfato ou com poucos fosfatos. 
 
 
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A CHEGADA DAS ENZIMAS 
 
A máquina de lavar se difundiu na Europa em meados da década de 1960, um pouco mais tarde 
que nos Estados Unidos. O novo desafio dos fabricantes era a obtenção de produtos químicos mais 
eficientes, capazes de limpar sem necessidade de ferver a água, já que temperaturas menores 
significam menos consumo de energia. 
 
Como as enzimas agem a temperaturas relativamente baixas, logo entraram na composição dos 
produtos para a lavagem das roupas. Primeiro se substituiria a tripsina pancreática por uma 
protease (Alcalase®) de origem bacteriana (Bio-40, de Gebr. Schnyder, 1959; Biotex, da Novo 
Industry, 1962). 
Mais tarde, outros produtos contendo proteases e amilases (enzimas gulosas) foram lançados com 
grandes campanhas publicitárias (Ariel, da Procter & Gamble e ALA da Unilever, 1968). 
A inovação foi rapidamente assimilada na Europa, ao contrário dos Estados Unidos, onde cresceu o 
temor de as enzimas causarem reações alérgicas. A desconfiança se manteve até 1961, quando a 
Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos declarou que as enzimas dos produtos para 
lavar roupa representavam um avanço tecnológico sem nenhum risco para saúde. 
Em 1975, houve outro importante avanço tecnológico com o encapsulado das enzimas em um 
material inerte solúvel na água. A cápsula impede a formação de poeira, um agente alergênico 
para as vias respiratórias que causa danos à saúde dos trabalhadores da indústria de produtos para 
a lavagem da roupa. Também protege o consumidor de eventuais dermatites de contato, junto ao 
uso de medidores de quantidade e do cuidadoso enxágue das roupas. 
Qual é a origem das enzimas comerciais? Nos seres vivos, as reações metabólicas ocorrem em 
condições de temperatura e pH compatíveis com a vida, graças às enzimas. Nos produtos para 
lavar a roupa, as enzimas como a tripsina, de origem animal, têm sido substituídas por enzimas 
microbianas. 
Com a chegada da tecnologia do DNA-recombinante abriram-se novos caminhos para a produção 
de enzimas. Em 1988, a transferência de um gene de lipase de Humicola lanuginose para 
Aspergillus oryzae possibilitou a obtenção de enzimas em quantidades comerciais (Lipolase, da 
Novo Industry). Pouco depois, e com a mesma tecnologia, se obteve a produção de celulases 
alcalinas em uma linhagem de Bacillus. 
Atualmente, a maior parte da produção industrial de enzimas se baseia na biotecnologia moderna, 
porque é mais fácil transferir um gene a um micro-organismo conhecido do que redimensionar os 
parâmetros da produção industrial para cada micro-organismo capaz de produzir uma enzima 
interessante. Utilizam-se bactérias do gênero Bacillus (proteases, celulases e amilases) e também 
fungos como Aspergillus oryzae (lipases) e Humicola (celulases). 
 
COMPONENTES DE UM PRODUTO COMERCIAL MODERNO 
 
Existem diferentes tipos e preços, com nomes genéricos tais como “Produtos para lavar roupa”, 
“Sabões para lavar” ou “Sistemas de limpeza”. A composição química figura na embalagem escrita 
em letras pequenas, se não mínimas. 
O seu agente principal é um agente tensioativo aniônico que atua como surfactante. Do ponto de 
vista químico, trata-se de uma molécula com um grupo polar, com afinidade por água, e outro 
apolar, com afinidade por óleos e gorduras (Figura 3). 
 
Figura 3: A estrutura de um surfactante. 
 
 
 
Por ser ao mesmo tempo hidrofílico e hidrofóbico (= lipofílico), o tensioativo consegue reduzir a 
tensão superficial e embrulhar a sujeira, formando uma gotícula (micela) carregada negativamente 
que se dispersa em água (Figura 4). Tanto os sabões como os detergentes derivados do petróleo 
têm propriedades tensioativas. 
 
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Figura 4: Formação de micelas e dispersão da sujeira na água 
 
 
 
 
 
 
 
Dispersar a sujeira não basta. Complementa-se a ação do tensioativo com o acréscimo de 
substâncias branqueadoras e de enzimas capazes de fragmentar a matéria orgânica. Outras 
substâncias auxiliares evitam a formação de espuma ou impedem que, depois de dispersada e 
fragmentada, a sujeira se deposite novamente na peça. Também se acrescentam substâncias que 
amoleçam a água por captação de íons de cálcio e magnésio, e se melhora a qualidade do produto 
com amaciantes e germicidas (Tabela 1). 
Observe-se que a composição de qualquer produto para lavar roupa é detalhada na embalagem 
com um grau de precisão variável, dependendo das exigências da legislação local. 
 
Tabela 1: Os principais componentes de um produto moderno para lavar roupas 
A. Componentes ativos 
SUBSTÂNCIAS QUANTIDADE EXEMPLOS FUNÇÃO 
Tensioativas ou 
Surfactantes1 
17-37% Sulfonatos de alquil 
benzeno, sulfatos de 
álcoois de cadeia larga. 
Atuam como agentes umectantes e 
dispersam a sociedade. 
Branqueadores 17-26% Perborato ou percarbonato 
de sódio. 
Liberam oxigênio, branqueando as manchas 
oxidáveis (vinho, chá, café, frutas). 
Tetracetiletilendiamina 
(TAED). 
Ativador do perborato de sódio. 
Enzimas 
 
1-2% Proteases, amilases, 
lipases e celulases. 
Eliminam manchas de origem biológica e 
fibras de algodão. Não se costuma incluí-las 
em produtos para bebês. 
Abrilhantadores 
óticos 
 
0-1% 
 
Substâncias fluorescentes. Moléculas que refletem a luz dando a 
impressão de branco resplandecente; não 
se incluem em produtos para roupas de cor. 
B. Componentes auxiliares 
SUSTÂNCIAS QUANTIDADE EXEMPLOS FUNÇÃO 
Antiespumantes 0-2% Sabão, silicones adsorvidos 
em silício. 
Evitam a formação de espuma excessiva. 
Amaciantes e 
anticalcário 
15-20% Zeolitas2 ou outros 
polímeros, silicato de 
sódio, carbonatos e citratos 
de sódio ou potássio, 
polifosfatos de sódio. 
Alcalinizam a água mantendo o valor do pH 
entre 9 e 10; também a amaciam ao 
captar o cálcio e o magnésio. 
Antirredepositantes 0-1% Carboximetilcelulose de 
sódio (CMC). 
Impedem que a sujeira dispersada na água 
da lavagem se deposite novamente na 
roupa. 
Perfume (0-1%) 0-1% Variados, encapsulados. Agrada ao consumidor e encobre o odor 
dos demais componentes na água da 
lavagem. 
Modificadores de 
volume 
Até 
completar 
100% 
Água: 4-20% Em menor quantidade nos produtos 
concentrados. 
Sulfato de sódio: 5-45% Impede que o produto endureça. 
1. Existem mais de 100 surfactantes conhecidos entre tensioativos aniônicos, catiônicos e anfóteros ou não 
iônicos. 
2. Mineral derivado da argila. 
 
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O PAPEL DAS ENZIMAS 
 
As enzimas representam de 1 a 2% do produto comercial, às vezes menos ainda. No entanto, esta 
quantidade é considerada suficiente porque, sendo catalisadoras, se recuperam intactas ao finalizar 
a reação química que promovem. Seu papel é aproximar as moléculas, diminuindo a energia 
necessária para formar ou romper uma ligação química (Figura 4). 
 
Figura 5: A ação enzimática 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Além de eficientes, as enzimas são específicas. Como um sistema de chave e fechadura, cada uma 
exerce sua ação sobre um substrato específico: as proteases atuam sobre as proteínas; as 
amilases, sobre o amido; as lípases, sobre gorduras e azeites; e as celulases, sobre a celulose 
(Figura 6). 
As enzimas são proteínas e, por conseguinte, biodegradáveis. 
 
Figura 6: O sistema de chave e fechadura. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As enzimas incluídas nos produtos para lavagem de roupa eliminam a necessidade de esfrega, um 
trabalho pesado e que desgasta as roupas. Contudo, é necessário deixar as peças de molho 
durante um tempo para facilitar a ação das enzimas. Estas hidrolisam as substâncias orgânicas 
correspondentes,fragmentando-as e facilitando sua remoção. 
As enzimas respondem a condições determinadas de temperatura e pH. Em um produto para 
lavagem de roupa, as enzimas atuam entre 20 e 500 C, em pH alcalino (9-11). Evita-se assim o 
aquecimento da água para lavar a roupa, assegurando-se também a coexistência da enzima com o 
surfactante. 
As manchas podem estar constituídas por proteínas, amido e outros carboidratos, ácidos graxos e 
lipídios, sais inorgânicos, argila e pigmentos. 
 
Maria Antonia Malajovich – Bt. na vida cotidiana – Lava-roupas biológicos – www.bteduc.bio.br 8 
As principais enzimas dos lava-roupas são as proteases e as amilases. Em geral, estas hidrolisam 
seus substratos respectivos quando os encontram na roupa, mas também eliminam as manchas 
por digestão das proteínas que as grudam ao tecido. 
As lipases não eliminam durante a lavagem mais do que a quarta parte das manchas específicas; 
porém, elas apresentam um efeito de tipo residual particularmente interessante. Adsorvidas pelos 
lipídios, as lipases não são eliminadas totalmente no enxágue. Além de continuar agindo durante a 
secagem, facilitam a remoção da mancha na lavagem seguinte. 
Também são incluídas celulases para remover as fibrilas que formam desagradáveis bolinhas no 
tecido, com o objetivo de melhorar o aspecto das roupas, suavizando-as ao tato e realçando suas 
cores (Tabela 2). 
Tabela 2: As enzimas nos produtos para lavar a roupa. 
 
ENZIMAS NOMES 
COMERCIAIS 
(EXEMPLOS) 
CARACTERÍSTICAS AÇÃO ESPECÍFICA 
PROTEASES Alcalase®, 
Maxatase®, 
Everlase®, 
Esperase®, 
Savinase®, 
Ovozyme®. 
Hidrolisam as proteínas 
rompendo as ligações peptídicas. 
Não são eficientes em lã e seda. 
Removem manchas de 
leite, ovo, soja, massas, 
sangue, tomate, 
transpiração etc. 
AMILASES Duramyl®, 
Termamyl®, 
Maxamyl®. 
Geralmente α-amilases que 
hidrolisam as ligações 
glicosídicas do amido, liberando 
fragmentos de cadeia curta. 
Removem as manchas de 
cereais e papinhas 
infantis, purês, massas, 
chocolate e molhos 
preparados com amido 
etc. 
LIPASES Lipolase®, 
Lumafast®, 
Lupomax®. 
Hidrolisam os lipídios liberando 
ácidos graxos que em pH alcalino 
formam carboxilatos solúveis em 
água; têm efeito retardado. 
Removem manchas de 
batom e de outros 
cosméticos, manteiga, 
azeite, sebo etc. 
CELULASES Carezyme®, 
Endolase®. 
Exo e endocelulases que 
quebram as ligações glicosídicas 
da celulose. 
Eliminam as bolinhas de 
celulose e partículas de 
terra e realçam as cores. 
 
Nos produtos comerciais, consta a ausência ou presença de enzimas sem nenhum detalhe 
adicional, porque até pouco tempo atrás essa informação era considerada um segredo industrial. 
Quer seja pela pressão dos consumidores ou pelas exigências legais, os fabricantes começaram 
muito recentemente a difundir na internet a composição de seus produtos. 
De todo modo, uma mesma marca de um sabão em pó pode não ter necessariamente a mesma 
composição em diferentes países, e pode haver variações na quantidade de enzimas. 
 
UMA INDÚSTRIA MODERNA E COMPETITIVA 
 
A indústria de sistemas de limpeza absorve 31% do mercado mundial de enzimas, calculado em 
US$ 5.080 milhões em 2009. Como a indústria tende a fabricar produtos mais compactos que 
limpem a temperaturas mais baixas (10 - 200 C), estima-se que a importância das enzimas 
industriais tenderá a aumentar nos próximos anos. Também se espera que sejam incorporadas 
outras enzimas, como as oxidases e peroxidases, para substituir os perboratos em suas funções 
branqueadoras. 
As enzimas têm várias qualidades interessantes. Além de serem específicas, agem em quantidades 
ínfimas e são biodegradáveis. A prospecção de micro-organismos em ambientes de extrema 
alcalinidade e temperatura poderá revelar a existência de outros biocatalisadores interessantes 
para a indústria. Por outro lado, a biotecnologia moderna oferece ferramentas poderosas para o 
melhoramento das estirpes ou de seus produtos enzimáticos: estudos genômicos e 
metagenômicos, engenharia genética e engenharia de proteínas. 
 
Maria Antonia Malajovich – Bt. na vida cotidiana – Lava-roupas biológicos – www.bteduc.bio.br 9 
 
Atrás de cada caixa ou pacote de supermercado há uma indústria muito competitiva que produz 
vinte milhões de toneladas de sistemas para lavar roupa. Esta indústria, que nos Estados Unidos 
lança um produto novo a cada seis meses, trabalha com tecnologias de ponta e está nas mãos de 
algumas empresas multinacionais poderosas, tais como Procter & Gamble (ACE, Ariel, Rindex), 
Unilever (ALA, Skip, OMO) etc. 
O consumo anual de produtos para lavar roupa, por habitante, chega a 5,5 kg nos Estados Unidos, 
8,4 kg na Europa e 4,3 kg na América Latina. Estes números sugerem que nos próximos anos 
nosso consumo poderá aumentar. É bom nos acostumarmos a ler as etiquetas e analisar os 
produtos que nos são oferecidos. 
 
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GUIA DO PROFESSOR 
 
 
TRABALHAR COM O COTIDIANO 
 
Este tema nos dá a possibilidade de descobrir, junto com nossos alunos, que um produto comercial 
de uso cotidiano é o resultado do desenvolvimento científico e tecnológico, em um contexto social 
determinado e com derivações para o meio ambiente. 
Nossa primeira proposta é investigar as características dos produtos que existem na prateleira dos 
supermercados. Percebe-se rapidamente que existem muitos produtos e poucos fabricantes. Os 
maiores fabricantes oferecem várias marcas que diferem no peso, na apresentação (em pó, 
líquidos, superconcentrados) e na composição (com e sem enzimas). Estas marcas respondem aos 
diferentes segmentos do mercado, em função de suas necessidades (roupa de bebê, roupa de cor, 
roupa muito manchada etc.) e, fundamentalmente, do preço que podem pagar. Vale a pena 
comparar a composição destes produtos. 
Apesar de a presença de enzimas constar de alguns produtos, nem sempre figura na embalagem 
uma especificação adicional. Contudo, podemos identificar a presença dos diferentes tipos de 
enzimas mediante experiências simples, tais como comparar a eficiência dos produtos com e sem 
enzimas na remoção de manchas orgânicas. 
Os experimentos apresentados foram realizados em 2006 utilizando produtos com enzimas (OMO, 
Ariel, Enzimax) e sem enzimas (Pop, Surf), comprados no Brasil e na Argentina. Detectamos 
proteases tanto em OMO como em Ariel e Enzimax, mas só Ariel apresentou também lipases e 
celulases. Os dados obtidos com Ariel e OMO coincidiram com a informação oferecida por seus 
respectivos fabricantes, disponibilizada na internet no momento do estudo. 
Recomendamos evitar que a aula se transforme em um exercício de fiscalização, deixando claro 
para os alunos que obter um resultado negativo não significa que “o produto não tem a enzima X”, 
mas que “nosso estudo não detectou a presença da enzima X no produto”. 
 
IDENTIFICANDO ENZIMAS NOS PRODUTOS PARA LAVAR ROUPA 
 
As enzimas são frequentemente detectadas por testes de difusão em placas de Petri com ágar 
contendo os substratos correspondentes. Estas técnicas, que requerem uma manipulação feita em 
laboratório e alguns materiais, podem ser baixadas da internet (Thiel T., 1999). Porém, existem 
outros testes mais simples que permitem identificar quais as enzimas presentes em um produto 
para lavar roupa. 
As atividades 1 a 4 mostram como detectar proteases, celulases, amilases e lipases. Os 
experimentos são realizados com colheres e copos plásticos, que podem ser substituídos por 
frascos de vidro e garrafas de plástico. Para medir, utilizam-se elementos normalmente usados na 
cozinha. 
Nas experiências relativas à identificação de proteases, celulases e amilases, acrescenta-se o 
produto diretamente sobre o substrato. No reconhecimento das lipases utilizamos uma solução 
previamente decantada. 
Os tempos indicados nas guias de atividades são aproximados, já que dependem da temperatura 
ambiente. Será necessário adaptar os experimentos às condições locais. Os controles são 
indispensáveis. 
 
PROTEASES 
As proteases foram utilizadas durante muitos anos para recuperar os sais de prata da gelatina que 
recobre os filmes fotográficos. Seguindo um caminho inverso, podemos detectar a presença de 
proteases com os pedacinhos do início e do final do rolo, que são as partes que foram expostas à 
luz ao colocar e retirar o rolo. Negras após a revelação do filme, tornam-se transparentes em uma 
solução com proteases, porque estas digeriram a gelatina. Com a chegada das câmeras digitais, 
estes testes tornaram-se menos populares. 
 
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Outra alternativa é usar gelatina alimentícia, um derivado do colágeno com 84-90% de proteína. 
Quando dissolvida em água quente, a gelatina forma um coloide que solidifica na geladeira ou em 
um ambiente frio e derrete a uma temperatura inferior à do corpo humano (27-280C). É preferível 
utilizar gelatina incolor, pois as proteases dos produtos para lavar agem em meio alcalino, e as 
versões coloridas contêm aditivos acidificantes que podem chegar a alterar o pH. 
O procedimento da Atividade 1 (Que produto inclui proteases?) não apresenta maiores dificuldades. 
A gelatina se prepara como indicado pelo fabricante (um pacote de 12 g em 0,5 litro de água ou 1 
xícara de chá em 100 ml de água). O produto para lavar roupas é misturado com a gelatina 
quando esta ainda se encontra em estado líquido. No controle, o produto é substituído por água. O 
experimento é incubado em um local morno, sendo transferido para um ambiente frio entre 2 e 24 
horas mais tarde. 
Se a gelatina não solidificar, o produto contém proteases. Se solidificar, o resultado é ambíguo: o 
produto não tem proteases ou simplesmente não conseguimos detectá-las (devido ao tempo 
insuficiente de incubação, por exemplo). 
Como as proteases são as enzimas mais frequentes nos produtos para lavar roupas, é provável que 
algum deles forneça um resultado positivo (Figura 7). Um bom indício relativo à presença de 
proteases é o conselho, na embalagem, de evitar o uso do produto para lavar lã e seda. 
Figura 7: Reconhecimento da presença de proteases por digestão da gelatina 
 (1 = Controle, 2 = Produto sem enzimas, 3 = Produto com enzimas) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CELULASES 
Nem todos os sistemas para a lavagemde roupas que contêm enzimas incluem celulases, por isso 
convém realizar testes em vários produtos. O melhor experimento é descrito por P. Keusch, e pode 
ser baixado da internet. Ele foi adotado por nós na Atividade 2 (Que produto inclui celulases?) 
O material utilizado é a casca de uma cebola, cortada em pedaços iguais, que são colocados em 
água, em um produto sem enzimas e em diferentes produtos com enzimas. 
O pigmento das células de cebola se difunde parcialmente em água, dando-lhe um tom amarelado. 
Em um produto sem enzimas, a casca clareia um pouco, um resultado explicado pela alcalinidade 
do meio e a ação dos agentes branqueadores sobre a superfície das camadas celulares. Em 
presença de celulases que degradem a parede celular, os agentes branqueadores deixarão a casca 
descolorida (Figura 8). 
Figura 8: Reconhecimento da presença de celulases por digestão de celulose 
 (1 = Água, 2 = Produto sem enzimas, 3 = Produto com enzimas) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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AMILASES 
Nem todos os produtos têm amilases, por isso é aconselhável testar vários produtos. Um dos 
experimentos mais simples e marcantes também é de P. Keusch, e pode ser baixado da internet. 
Adotamos seu protocolo na Atividade 3 (Que produto inclui amilases?). 
Prepara-se um pudim à base de amido, como indicado na embalagem. Uma vez retirado do fogo, 
se divide o pudim em partes iguais. Mexendo muito bem, adiciona-se, no primeiro, areia, no 
segundo, uma colher de sopa de um produto sem enzimas, e, nos restantes, a mesma quantidade 
de diferentes produtos com enzimas. 
Na superfície das porções de pudim com areia e de pudim com um produto sem enzimas se 
formará uma película. A consistência parece com a de uma mousse, devido à retenção de espuma. 
O pudim que receber um produto com amilases permanecerá líquido, porque as amilases digerem 
o amido (Figura 9). 
 
Figura 9: Reconhecimento da presença de amilases por digestão de amido 
 (À esquerda, controle; à direita, produto com enzimas) 
 
 
 
 
Normalmente o pudim solidifica ao esfriar 
(controle), mas permanece líquido quando 
misturado a um produto com amilases. 
 
 
 
 
 
 
LIPASES 
A digestão enzimática dos lipídios libera ácidos graxos que diminuem o pH do meio. A forma mais 
simples de detectar a presença de uma lipase é observando o aumento da acidez do meio, como 
mostrado na Atividade 4 (Que produto inclui lipases?). 
Mistura-se o creme de leite com o sobrenadante da solução do produto a ser testado, a fim de 
evitar o excesso de outros componentes alcalinizantes. A diminuição do pH é acompanhada com 
fenolftaleína, um indicador rosa em pH maior a 10 e incolor em pH menor a 8,2 (Figura 10). 
 
Figura 10: Reconhecimento da presença de lipases por digestão de creme de leite 
 (À esquerda, controle; à direita, produto com enzimas) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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AVALIANDO O DESEMPENHO DOS PRODUTOS PARA LAVAR ROUPA 
 
A indústria segue um procedimento padrão para avaliar o efeito da inclusão de uma enzima em um 
produto destinado à lavagem da roupa. Amostras de pano manchadas com algumas das 
substâncias típicas (ovo, tomate, azeite) são divididas em dois grupos, um deles será lavado com 
um produto sem enzimas, o outro, com o mesmo produto mais a enzima correspondente. Para 
eliminar a subjetividade intrínseca às observações diretas, os resultados serão avaliados mediante 
um parâmetro físico, denominado refletância, medido por espectrofotometria. A eficiência entre os 
diferentes tratamentos (sem e com enzima) se expressa como a diferença entre as refletâncias 
obtidas em ambos os casos. 
Obviamente, no âmbito educativo não podemos reproduzir esse método. Porém, é possível realizar 
experimentos semelhantes nos quais se avaliem os resultados por observação direta. Apesar de 
sua simplicidade, trata-se de experiências extremamente versáteis e motivadoras, como as 
propostas nas atividades seguintes. 
De um modo geral, deve-se levar em conta que os resultados não são absolutos. Se hoje o produto 
mais eficaz é X, em um mês o competidor Y poderá superá-lo, em função de uma mudança na sua 
composição. Mais importante que determinar ''qual é o melhor'' é como fazê-lo: o método é mais 
importante que as conclusões. 
A Atividade 5 (As enzimas removem as manchas?) mostra quanto da remoção de uma mancha 
deve ser atribuído às enzimas. Na Atividade 6 (Que produto é o mais eficiente?), se compara a 
eficiência de diferentes produtos com enzimas na remoção de manchas. Finalmente, na Atividade 7 
(Como melhorar a eficiência de um produto?), se analisa como algumas modificações nas 
condições de lavagem incidem na remoção de manchas. 
Nas três atividades há alguns aspectos gerais que merecem um pouco de atenção: 
 
PRODUTO: Convém comparar um produto com enzimas e outro sem enzimas do mesmo 
fabricante, ou produtos com enzimas de diversos fabricantes. O controle de um produto 
biológico pode ser o mesmo produto fervido durante 1 hora para desnaturar as enzimas. 
PANO: Qualquer pano branco serve, inclusive um pano de chão ou um lençol velho. As 
amostras podem ser de 10 x 20 cm, ou menores. 
MANCHAS: Molho de tomate, ovo, achocolatado, erva, terra, um pouquinho de batom 
dissolvido em azeite etc. Para que sejam todas iguais, convém fazê-las com molde e pincel 
(Figura 11). 
CONCENTRAÇÃO: 1 a 4 colheres de sopa por litro, equivalente a 0,5 - 2% m/v. Como este 
valor é bem mais alto que o recomendado pelos fabricantes para as máquinas de lavar, o 
excesso de pó pode depositar e manchar as amostras. Para evitar este inconveniente, 
convém deixar decantar a solução e usar o sobrenadante. 
DURAÇÃO DO EXPERIMENTO: entre 2 e 24 horas. 
TEMPERATURA: Ambiente. Embora interessante, é difícil trabalhar com temperaturas 
diferentes sem instalações adequadas. 
AGITAÇÃO: Em geral, 10-20 vezes ao iniciar e 10-20 vezes ao terminar o tempo de 
incubação. 
ENXÁGUE: A melhor maneira é sem esfregar; enche-se e esvazia-se o recipiente 20 vezes 
até eliminar totalmente o produto. É preferível não pegar as amostras com a mão até 
estarem bem enxaguadas, porque as enzimas podem causar alergias. No caso de enxaguar 
na água da torneira, será necessário usar luvas ou um saco plástico como proteção. 
SECAGEM: Na sombra, porque o sol e as luzes fortes alteram os pigmentos, dando 
resultados falsos. 
 
Neste grupo de atividades, o resultado é avaliado por observação direta, a olho nu. Havendo vários 
grupos de trabalho, a avaliação se realiza com as amostras de todos. Utilizando o mesmo critério 
para todas as amostras, pode-se calcular a média dos valores atribuídos a tratamentos 
semelhantes. 
 
 
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Como indicado na Tabela 4, se atribui a cada mancha uma pontuação entre 0 e 5. Os valores 
extremos correspondem a (0), para a amostra sem mancha ou controle negativo, e (5), para a 
amostra manchada sem nenhum tratamento ou controle positivo. 
 
Tabela 4: Escala utilizada para avaliar a intensidade das manchas nas amostras 
 
INTENSIDADE DA 
MANCHA 
DESCRIÇÃO 
5 Controle positivo (amostra manchada, sem tratamento) 
4 Muito visível 
3 Medianamente visível 
2 Pouco visível 
1 Apenas visível 
0 Controle negativo (amostra sem mancha e sem tratamento) 
 
Há dois fatores que dificultam a interpretação dos resultados. 
O primeiro é a composição química complexa das manchas: o ovo contém proteínas e lipídios, o 
molho de tomate tem proteínas, amido e lipídios. 
O segundo é que os produtos para lavar roupa têm oxidantes que não removem as manchas, mas 
removem a cor. É o caso do chá, docafé, do vinho e da fruta. Portando, os resultados devem ser 
analisados com muito cuidado, porque, apesar de a primeira vista uma amostra parecer limpa, a 
mancha pode estar lá. 
Finalmente, é indispensável ter claro antes de começar qualquer atividade, qual é a variável que 
iremos estudar ou, em outras palavras, qual é a pergunta à qual queremos responder. Deve-se 
destacar a importância do planejamento e organização dos experimentos, assim como da 
responsabilidade de cada um e de todos alcançar algum resultado concluinte. 
 
Figura 11: Como manchar as amostras e montar um experimento 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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AS ENZIMAS E A REMOÇÃO DAS MANCHAS 
 
A Atividade 5 (As enzimas removem as manchas?) analisa a importância de se incluir enzimas para 
a remoção das manchas. 
Comparam-se dois sistemas, um com enzimas e outro sem enzimas. Embora este último possa ser 
o correspondente 'sem enzimas' do mesmo fabricante, causa muito mais impacto usar o mesmo 
produto, fervido durante uma hora para inativar as enzimas. Um cuidado prático importante é 
completar o volume de água evaporada ao ferver, de modo que as concentrações dos produtos 
sejam iguais. 
Na escolha do produto, se deve considerar também que nem sempre o líder de vendas tem maior 
quantidade e variedade de enzimas. 
Havendo vários grupos de alunos, se aumenta o número de amostras (3 x grupo, os controles 
podem ser os mesmos). Marcando as amostras de cada grupo com um recorte que permita sua 
identificação, estas podem ser agrupadas e tratadas em dois recipientes, sem necessidade de 
aumentar o material do trabalho prático. 
Exemplo: Realizamos a experiência com amostras manchadas com molho de tomate, colocadas de 
molho durante 4 horas, e obtivemos os resultados da Figura 12. A presença de enzimas é 
significativa na remoção das manchas. 
 
Figura 12: Resultados do experimento baseado na Atividade 5 
A. Com água (controle), Ariel fervido e Ariel 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
B. Com Ariel e OMO, utilizando como controles os produtos sem enzimas dos mesmos fabricantes. 
 
 
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COMPARANDO A EFICIÊNCIA DE VÁRIOS PRODUTOS 
 
O objetivo da Atividade 6 (Qual é o produto mais eficiente?) é comparar a eficiência de vários 
produtos na remoção de diferentes manchas. Tratamos amostras manchadas com três tipos de 
substâncias com diferentes produtos com enzimas. O controle pode ser feito com água ou com um 
produto sem enzimas que goze de alguma popularidade. 
Para evitar a subjetividade induzida pelas propagandas comerciais é preferível preparar as soluções 
com antecedência, rotulando-as como A, B, C etc., sem revelar „quem é quem‟ até a conclusão do 
estudo. Os ensaios cegos fornecem resultados surpreendentes. 
Assim como na atividade anterior, o número de amostras pode ser calculado em função do número 
de grupos de alunos (3 x grupo, os controles podem ser os mesmos). Uma vez identificadas, as 
amostras são colocadas em um único recipiente por tratamento, sem necessidade de aumentar o 
material do trabalho prático. 
O valor atribuído à intensidade da mancha será a média dos valores atribuídos pelos diferentes 
grupos, relativos ao mesmo tipo de mancha tratada com um produto determinado, sempre que se 
mantenham constantes as demais variáveis, isto é, concentração do produto, tempo de incubação, 
temperatura, agitação, número de enxágues e secagem. 
Exemplo: 
Foi realizada a experiência com amostras manchadas com várias substâncias (achocolatado, batom 
e molho de tomate), deixadas de molho durante 4 horas. Obtiveram-se os resultados da Tabela 5, 
fotografados na Figura 13. Nas condições do experimento, nenhum produto eliminou as manchas 
de achocolatado e de batom. Porém, Ariel e Enzimax foram os mais eficientes para remover 
manchas de molho de tomate. 
 
Tabela 5: Intensidade das manchas de diferentes substâncias (achocolatado, batom, molho de 
tomate), após o tratamento com diferentes produtos que contêm enzimas. 
 
TRATAMENTO ACHOCOLATADO BATOM MOLHO DE TOMATE 
ÁGUA 4 4 4 
OMO 3 2 2 
ARIEL 2 2 1 
ENZIMAX 2 2 1,5 
 
 
Figura 13: Resultados do experimento baseado na Atividade 6 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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AS VARIÁVEIS EXPERIMENTAIS 
 
Na Atividade 7 (Como melhorar a eficiência de um produto?) analisamos como se podem alterar os 
resultados de um experimento quando se modificam as condições em que este se realiza. A 
variável mais simples é o tempo de molho, e o controle será água ou um produto sem enzimas, se 
possível, do mesmo fabricante. 
Como referido anteriormente em relação às Atividades 5 e 6, o aumento do número de grupos não 
significa multiplicar todo o material. 
Exemplo: 
Realizamos a experiência com amostras manchadas com molho de tomate, deixadas de molho 
durante 2 ou 24 horas. Obtiveram-se os resultados da Tabela 6, fotografados na figura 14. Nas 
condições do experimento, o aumento do tempo de molho melhorou ligeiramente o desempenho de 
ambos os produtos. 
 
Tabela 6: Intensidade das manchas de molho de tomate nos panos deixados de molho com 
diferentes produtos (sem e com enzimas) durante tempos variáveis (2 horas, 24 horas) 
 
PRODUTO SEM ENZIMAS PRODUTO COM ENZIMAS 
TEMPO DE MOLHO INTENSIDADE DAS 
MANCHAS 
 TEMPO DE MOLHO INTENSIDADE DAS 
MANCHAS 
2 horas 3,0 2 horas 1,0 
24 horas 2,0 24 horas 1,0 
 
Figura 14: Resultados do experimento baseado na Atividade 7 
 
 
 
Dos outros fatores que incidem no desempenho de um produto, talvez os mais interessantes sejam 
a temperatura e a concentração do produto. A partir destes protocolos é possível elaborar outros 
projetos de investigação para os quais o professor e os alunos prepararão planos de trabalho em 
conjunto. 
 
 
 
 
 
 
 
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GUIAS DO ALUNO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A6 
 
A2 A1 
 
A5 
 
A3 
 
A4 
A7 
 
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A1. QUE PRODUTO INCLUI PROTEASES? 
 
Nos produtos para lavagem de roupas comprados nos armazéns e supermercados, a composição 
está detalhada na embalagem. Nem todos levam enzimas. 
As proteases são enzimas que fragmentam as proteínas que pigmentam algumas manchas, 
facilitando sua remoção. Como identificar em um produto a presença de proteases? Observando o 
que acontece quando este se mistura com uma proteína como a gelatina. Por quê? 
 
MATERIAL 
Para 4 testes: 1 envelope de gelatina, 5 xícaras, 5 colheres de plástico, água, 1 colher de sopa de 
4 produtos para lavagem de roupas, 1 marcador. Acesso a um fogão para a preparação da 
gelatina. 
 
PROCEDIMENTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESULTADOS 
Quais produtos incluem proteases? 
 
DISCUSSÃO 
Alguns produtos têm proteases, outros não. Sabendo qual é a ação destas enzimas, analise a 
propaganda dos produtos testados e confira se o conteúdo está de acordo com a presença de 
proteases. 
 
 
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A2. QUE PRODUTO INCLUI CELULASES? 
 
Nos produtos para lavagem de roupas comprados em armazéns e supermercados, a composição 
está detalhada na embalagem. Nem todos levam enzimas. 
As celulases são enzimas que removem as fibrilas de celulose, eliminando as bolinhas, amaciando 
as roupas e realçando as cores. Como detectar a presença de celulases em um produto? 
Observando a perda de cor de uma casca de cebola imersa em uma solução do produto para lavar 
roupas. Por quê? 
 
MATERIAL 
Para 3 testes: A casca de uma cebola, 1 tigela, 4 xícaras e 4 colheres de plástico, água, 3 produtos 
para lavar roupa, 1 marcador. 
 
PROCEDIMENTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESULTADOS 
Quais produtos incluem celulases? 
 
DISCUSSÃO 
Alguns produtos levam celulases, outros não. Sabendo qual é a ação destas enzimas, analise a 
propaganda dos produtos testados e confira se o conteúdo está de acordo com a presença de 
celulases. 
 
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A3. QUE PRODUTO INCLUI AMILASES? 
 
Os produtos para lavagem de roupas comprados em armazéns e supermercados têm sua 
composição detalhada na embalagem. Nem todos levam enzimas. Entre as enzimas que podem 
estar presentes estão as amilases que, ao fragmentar o amido de sobremesas e molhos, facilitam a 
remoção das manchas correspondentes. Como reconhecer a presença de amilases em um produto? 
Observando se, quando misturado a um pudim a base de amido, este perde sua capacidade de 
espessar. Por quê? 
 
MATERIAL 
Para 3 testes: 1 caixa em pó para preparar sobremesa (baunilha, morango ou chocolate), 4 xícaras 
e 4 colheres de plástico, areia lavada e seca, 3 produtos para lavar roupa, um sem enzimas e os 
outros restantes com enzimas, 1 marcador. Acesso a uma cozinha para preparar o pudim. 
 
PROCEDIMENTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESULTADOS 
Quais produtos incluem amilases? 
 
DISCUSSÃO 
Alguns produtos levam amilases, outros não. Sabendo qual é a ação destas enzimas, analise a 
propaganda dos produtos testados e confira se o conteúdo está de acordo com a presença de 
amilases. 
 
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A4. QUE PRODUTO INCLUI LIPASES? 
 
Os produtos para lavagem de roupas comprados em armazéns e supermercados têm sua 
composição detalhada na embalagem. Nem todos levam enzimas. Entre as enzimas que podem 
estar presentes estão as lípases, que fragmentam os lipídios em uma reação que libera ácidos 
graxos, facilitando a remoção das manchas correspondentes. Como reconhecer a presença de 
lipases em um produto? Observando se a mistura com creme produz um aumento da acidez, 
visualizado mediante a alteração da coloração de um indicador (fenolftaleína). Por quê? 
 
MATERIAL 
Para 3 testes: 1 caixa de creme de leite, 8 xícaras e 4 colheres de plástico, 4 produtos para lavar 
roupa, um sem enzimas e os restantes com enzimas, frasco conta-gotas com fenolftaleína 
(indicador), 1 marcador. 
 
PROCEDIMENTO 
 
 
 
RESULTADOS 
Quais produtos incluem lipases? 
 
 
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DISCUSSÃO 
 
Alguns produtos levam lipases, outros não. Sabendo qual é a ação destas enzimas e que esta se 
superpõe à do tensoativo ou surfactante, analise a propaganda dos produtos testados e confira se 
o conteúdo está de acordo com a presença de lipases. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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A5. AS ENZIMAS REMOVEM AS MANCHAS? 
 
Os produtos para lavar roupa apresentam uma composição complexa. O principal agente de 
limpeza é um detergente (tensoativo aniônico), que movimenta e dispersa a sujeira. Entretanto, há 
manchas muito difíceis de remover, como molhos, suor, ovo, cosméticos, terra etc. Para estas 
manchas, é necessário outro tipo de tratamento. Essa é a função de um exército de enzimas 
(proteases, amilases, lipases e celulases) na remoção de manchas de molho de tomate. 
 
MATERIAL 
 
Molho de tomate, 5 amostras de pano de algodão branco, 1 molde e 1 pincel para fazer as 
manchas, 3 garrafas plásticas cortadas, 3 palitos para agitar, 1 marcador, 1 folha de papel e 1 
lápis. 
Uma solução do produto com enzimas para lavar roupa e outra do mesmo produto fervido durante 
1 hora, ambos em uma concentração de 4 colheres de sopa por litro. 
 
PROCEDIMENTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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RESULTADOS 
 
1. Completar a tabela 
 
TRATAMENTO 
INTENSIDADE DAS MANCHAS 
MANCHA 1 MANCHA 2 MANCHA 3 MÉDIA 
ÁGUA 
PRODUTO C/ENZIMAS 
PRODUTO C/ENZIMAS FERVIDO 
Escala: 
5 = amostra manchada sem tratamento ou controle positivo 
0 = amostra sem mancha ou controle negativo 
 
2. Por que fazer três manchas na mesma amostra? 
 
3. Classificar os tratamentos em ordem decrescente, em função de sua eficiência em remover as 
manchas de molho de tomate. 
 
 
DISCUSSÃO 
 
A presença de enzimas facilita a remoção das manchas de molho de tomate? 
 
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A6. QUAL PRODUTO É MAIS EFICIENTE? 
 
Numerosos produtos para lavar roupa têm enzimas. Todos prometem remover as manchas de 
molho, suor, ovo, sangue, cosméticos, terra etc. Entretanto, há diferenças entre eles devidas ao 
tipo e à quantidade de enzimas que levam. Muitos têm proteases, alguns também levam amilases, 
lipases e/ou celulases. Nesta atividade, vamos comparar a eficiência de vários produtos com 
enzimas na remoção de manchas de diferentes origens. 
 
MATERIAL 
Soluções de 3 produtos com enzimas para lavar roupa e um sem enzimas (concentração: quatro 
colheres de sopa por litro); 6 amostras de pano branco de algodão, 1 molde e 1 pincel, 3 
substâncias parar manchar as amostras (molho de tomate, ovo, terra, achocolatado ou batom). 
 
PROCEDIMENTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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RESULTADOS 
 
1. Completar a tabela. 
 
 MANCHA 1, de ________ MANCHA 2, de _________ MANCHA 3, de ____________ 
 
TRATAMENTO 
INTENSIDADE DAS MANCHAS 
MANCHA 1 MANCHA 2 MANCHA 3 MÉDIA 
PRODUTO S/ENZIMAS 
PRODUTO 1 C/ENZIMAS 
PRODUTO 2 C/ENZIMAS 
PRODUTO 3 C/ENZIMAS 
 
Escala: 
5 = amostra manchada sem tratamento ou controle positivo 
0 = amostra sem mancha ou controle negativo 
 
2. Qual é a função do produto sem enzimas? 
 
 
3. Classificar os produtos em ordem decrescente de eficiência na remoção das manchas 
analisadas. 
 
 
4. Representar os dados em um diagrama de barras, por produto e/ou por tipo de mancha. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DISCUSSÃO 
 
Qual produto é o mais eficiente? 
 
 
 
 
 
 
 
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A7. COMO MELHORAR A EFICIÊNCIA DE UM PRODUTO 
 
 
O desempenho deum produto com enzimas para lavar roupa varia com o tipo de mancha, mas 
também depende de muitos fatores: concentração do produto, agitação, temperatura e tempo que 
se deixam as roupas de molho. 
Nesta atividade, vamos estudar como varia a eficiência de um produto com enzimas, sobre 
manchas de molho de tomate, quando aumentamos o tempo de molho dos panos. 
 
MATERIAL 
Soluções de um produto com enzimas para lavar roupa e de outro sem enzimas (concentração: 
quatro colheres de sopa por litro); 6 amostras de pano branco de algodão, 1 molde e 1 pincel, 
molho de tomate, 2 garrafas plásticas cortadas, 2 palitos para agitar, 1 marcador, 1 folha de papel 
e 1 lápis. 
 
PROCEDIMENTO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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RESULTADOS 
 
1. Completar a tabela. 
 
TEMPO DE MOLHO PRODUTO 
INTENSIDADE DAS MANCHAS 
MANCHA 1 MANCHA 2 MANCHA 3 MÉDIA 
 
2 HORAS 
SEM ENZIMAS 
COM ENZIMAS 
 
24 HORAS 
SEM ENZIMAS 
COM ENZIMAS 
 
Escala: 
5 = amostra manchada sem tratamento ou controle positivo 
0 = amostra sem mancha ou controle negativo 
 
2. Qual dos produtos foi o mais eficiente depois de duas horas de molho? 
 
3. Qual dos produtos foi o mais eficiente depois de 24 horas de molho? 
 
4. O aumento do tempo de molho fez diferença para a limpeza das manchas? Com que produto? 
 
DISCUSSÃO 
 
Elaborar um projeto para avaliar o efeito da concentração do produto com enzimas na remoção das 
manchas. 
Informações complementares 
 
VARIÁVEIS OPÇÕES POSSÍVEIS VALOR ESCOLHIDO 
CONCENTRAÇÃO DO PRODUTO 1 a 4 colheres de sopa por litro 
(0,5 a 2 % m/v) 
 
TEMPO DE INCUBAÇÃO (MOLHO) Entre 1 e 24 horas 
TEMPERATURA Ambiente, 200 C, 400 C, 600 C 
AGITAÇÃO (N0 DE VEZES) No início e no fim do experimento 
ENXÁGUES Mínimo, 10 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
www.ort.org.br 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
As atividades práticas deste manual foram 
desenvolvidas e testadas nos laboratórios de 
Biotecnologia do Instituto de Tecnologia ORT do Rio 
de Janeiro, com a participação de seus professores, 
técnicos e alunos. 
 
 
O Instituto de Tecnologia ORT é um Colégio de 
Ciência e Tecnologia com cursos de Ensino 
Fundamental II (do 6º ao 9º ano) e de Ensino Médio 
Técnico (em três anos) com especialização em 
Biotecnologia, Comunicação Social, Eletrônica e 
Informática. 
 
 
ORT - ORGANIZAÇÃO, RECONSTRUÇÃO E TRABALHO 
– é uma instituição educacional de origem judaica 
que se dedica ao ensino e treinamento tecnológico. 
Atua hoje em mais de 50 países; suas escolas são 
frequentadas por cerca de 300.000 alunos. 
 
 
 
 
 
 
 
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