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Tumores odontogênicos

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TUMORES ODONTOGÊNICOS 
 
 
 Os Tumores odontogênicos surgem de remanescentes de tecidos que 
formaram os dentes: restos epiteliais de malassez, restos da lamina dentária, 
restos epiteliais de serres, folículo dentário, ectomesênquima odontogênico. 
Classificação: 
 
Tumores do epitélio odontogênico: ameloblastoma 
Tumores de ectomesênquima odontogênico: mixoma 
Tumores mistos: odontoma. 
C=clínico 
R= radiográfico 
E=epidemiologia 
M= microscópicos 
O= origem 
M= mutação 
T= tratamento 
P= prognóstico 
 
AMELOBLASTOMA 
• Conceito: Os ameloblastomas são tumores odontogênicos, localmente 
invasivos e de crescimento lento. 
• Origem: Possui origem epitelial odontogênica. Teoricamente podem 
surgir dos restos de Serres, de um órgão do esmalte em 
desenvolvimento, do revestimento epitelial de um cisto odontogênico ou 
das células basais da mucosa oral. 
• Radiograficamente: Radiograficamente, pode apresentar-se como 
lesões radiolúcidas uni ou multiloculares, normalmente com limites bem 
definidos de forma semelhante a “favos de mel” ou “bolhas de sabão”. 
• Dados epidemiológicos: Os ameloblastomas acometem tanto a 
mandíbula quanto a maxila, tendo maior prevalência na primeira, 
principalmente nas áreas de corpo e ramo mandibular.4 Não há 
predileção quanto ao gênero e raça, apresentando maior incidência em 
 
adultos jovens, com média de idade de 35 anos. O desenvolvimento em 
crianças é raro. 
• Características clínicas: Geralmente é assintomático em estágios 
iniciais, o que implica diagnóstico tardio, quando o tumor já atingiu 
grandes proporções. Os sintomas mais comuns são inchaço, dor e 
desconforto local. 
• Característica microscópica: Mucosa revestida por epitélio 
pavimentoso estratificado paraqueratinizado, exibindo acantose e atrofia 
com atipia reacional. Evidenciou-se lâmina própria com numerosas ilhas 
foliculares. Por vezes, metaplásicas; por vezes císticas. Outras secções 
mostraram ainda formações císticas de parede fibrosa revestida por 
células basais empaliçadas e as sobrejacentes metaplásicas. 
• Tratamento: O tratamento do ameloblastoma coloca o cirurgião 
Bucomaxilofacial em um dilema quanto à escolha da melhor opção 
cirúrgica. Acreditavase anteriormente que, por se tratar de um tumor 
benigno, a melhor forma de tratamento seria a enucleação seguida de 
curetagem e posterior ressecção de uma área menor do que a lesão 
inicial, caso houvesse recidiva. Entretanto, apesar de ser considerado 
um tumor benigno, o ameloblastoma apresenta comportamento 
agressivo, podendo haver recorrência local, transformação maligna e até 
mesmo metástase à distância. A literatura mostra que o melhor 
prognóstico para este tipo de lesão está associado à escolha de um 
tratamento mais radical, sendo a ressecção com ampla margem de 
segurança a melhor forma de tratamento para o ameloblastoma. 
• Mutações: Múltiplas alterações gênicas, dentre elas: aumento do 
oncogenes e do receptor do fator de necrose tumoral (TNFRSF-IA), 
metilação de p16 e 021, mutação de PTCHI e perda de supressores de 
tumor (PTEN), etc. 
 
MIXOMA ODONTOGÊNICO 
• Conceito: O mixoma odontogênico é uma lesão, que mimetiza 
microscopicamente a polpa ou o folículo dentário. Embora seja uma 
neoplasia benigna, é agressiva e pode recidivar devido à ausência de 
cápsula e da consistência frouxa. 
• Dados epidemiológicos: Acomete adultos jovens com média de 30 
anos2, sem predileção por sexo, podendo ser encontrado em quase 
todas as regiões dos maxilares, sendo a mandíbula um pouco mais 
 
afetada do que a maxila4, com uma prevalência de 66%, especialmente 
região posterior, com 28% dos casos. 
• Características clínicas: Dor, disestesia (enfraquecimento ou perda de 
alguns dos sentidos), ulceração, invasão de tecidos moles e mobilidade 
dentária são algumas das características clínicas 4, juntamente com a 
expansão de ambas corticais ósseas. 
• Radiografia: Radiograficamente a lesão é sempre radiolúcida2, 
podendo ser uni ou multilocular, sendo este último um padrão que pode 
confundir o diagnóstico com o ameloblastoma devido às pequenas 
loculações em padrão “favos de mel” honeycomb pattern3 ou bolhas de 
sabão. Pode aparecer como uma lesão bem delimitada ou difusa. 
• Característica microscópica: Tumor não encapsulado, de crescimento 
lento, consistindo de substância mixomatoide (tecido conjuntivo frouxo, 
relativamente acelular). Células esféricas e fusiformes com arranjo 
estrelado dispostas em estroma mixoide, contendo poucos fibroblastos 
benignos e miofibroblastos com quantidades variáveis de colágeno, são 
encontradas na matriz de mucopolissacarídeo. 
• Tratamento: O tratamento de escolha é a cirurgia radical, incluindo 
margens de segurança de 1,5 a 2 cm, podendo a excisão conservadora 
ser considerada em raros casos de tumores menores – existem relatos 
de tratamento conservador com preservação do nervo alveolar inferior. A 
ausência de cápsula e a invasão local ao osso adjacente são as 
principais razões para a alta taxa de recorrências 6, apesar de a 
transformação maligna ser improvável. 
• Alterações gênicas: Mutação em PRKARIA (regula uma enzima , a 
proteína-quinase-A que pode estimular a proliferação celular) além de 
hipometilação de genes supressores. 
 
 
 
 
ODONTOMA 
 
• Conceito: Odontoma é o tipo mais comum de tumor odontogênico, 
sendo definido como uma malformação benigna, em que as células 
alcançam completa diferenciação, atingindo o estágio, no qual todos os 
tecidos dentais estão representados. Classificam-se em dois tipos 
principais: complexo e composto. Os odontomas compostos são aqueles 
que se originam de uma proliferação exagerada da lâmina dentária, em 
que todos os tecidos dentais estão representados de uma maneira 
 
organizada, formando estruturas semelhantes a dentículos. Nos 
odontomas complexos, por sua vez, os tecidos dentais representados 
estão desordenados, ou seja, morfologicamente não remetem à forma 
de dentes. 
• Radiografia: Radiograficamente, os odontomas compostos se 
caracterizam como um conjunto de estruturas semelhantes aos dentes, 
de forma e tamanho variáveis, envoltos por uma zona radiolúcida, sendo 
sua imagem patognomônica constituída de dois ou mais dentículos de 
pequeno tamanho, o que, muitas vezes, faz com que o diagnóstico 
dessa lesão seja puramente clínico e radiográfico1,2,4,6. Os odontomas 
complexos se caracterizam radiograficamente como um conglomerado 
de massa radiopaca bem delimitada, envoltos por um halo radiolúcido. 
• Dados epidemiológicos: São os tumores mais comuns, são detectados 
durante as primeiras duas décadas de vida. Ocorre com mais frequência 
na maxila que na mandíbula. 
• Características clínicas: A maior parte dos casos de odontoma são 
assintomáticos e de crescimento lento devido ao seu desenvolvimento 
auto-limitante, porém, ocasionalmente podem atingir tamanhos 
consideráveis causando expansão das corticais ósseas. Geralmente, 
são descobertos em exames radiográficos de rotina, ou quando se 
investiga o atraso na esfoliação de dentes decíduos ou posição ectópica 
dos dentes permanentes, estando estes associados à falta de erupção 
de dentes. Neville et al.1 citam, ainda, que odontomas pequenos podem 
se localizar entre as raízes de dentes irrompidos, não estando 
associados com distúrbios na erupção. 
• Característica microscópica: Nos odontomas, são encontrados, 
histologicamente, esmalte ou matriz do esmalte, dentina, polpa e 
cemento, que podem estar em sua relação normal ou não. Quando 
existe semelhança morfológica com os dentes, como nos odontomas 
compostos, os dentículos encontrados geralmente são pequenos e 
unirradiculares, envoltos numa matriz fibrosa frouxa. 
• Tratamento: O tratamento para os odontomas é sua total excisão 
cirúrgica, com prognóstico bastante favorável, sendo raros os casos de 
recidiva, e a reparação óssea, realizada com certa facilidade6,13. O 
tratamentodeve ser cirúrgico conservador, sendo considerado de fácil 
remoção devido à facilidade de clivagem4,6,11. Quando ocorre retenção 
dentária causada pela lesão, deve-se realizar todo o empenho para 
preservar o elemento dentário incluso, oferecendo possibilidades para a 
sua posterior erupção4. A seguir, serão relatados dois casos de 
 
odontoma composto relacionados à não erupção dentária de dentes 
permanentes. 
 
FIBROMA 
Conceito: É o tumor mais comum da cavidade oral. Acredita-se que ele possa 
representar uma hiperplasia reacional do tecido conjuntivo. 
Causas: Trauma por mordida da bochecha. 
Características clínicas: Ele pode ocorrer em qualquer local da boca, mas a 
localização mais comum é na mucosa jugal, ao longo da linha de oclusão, 
sendo uma consequência do trauma da mordida da bochecha. Seu tamanho 
pode variar, mas a média é de 1,5 cm de diâmetro. É comum da quarta década 
de vida. 
Características histológicas: Aumento de tecido conjuntivo fibroso, recoberto 
por epitélio escamoso estratificado. A lesão não é encapsulada e o epitélio 
demonstra atrofia das cristas epiteliais devido ao aumento de volume do tecido 
subjacente. 
Tratamento: Excisão cirúrgica conservadora. A recidiva é rara. 
 
PAPILOMA 
Conceito: É uma proliferação benigna do epitélio escamoso estratificado que 
resulta em um aumento de volume papilar ou verruciforme. 
Causas: Lesão induzida pelo papiloma vírus humano (HPV). 
Características clínicas: O papiloma escamoso é mais prevalente em 
indivíduos jovens, onde é caracterizado por um aumento de volume tecidual, 
pediculado, de consistência amolecida, superfície irregular com aspecto 
"digitiforme" ou de "couve-flor" e coloração esbranquiçada ou avermelhada. 
Epidemiologia: Pode surgir em qualquer idade, mas é mais comum entre os 
30 e 50 anos. 
 
Características histológicas: Presença de projeções digitiformes (em forma 
de dedos) suportadas por focos de tecido conjuntivo fibrovascular em meio ao 
tecido epitelial proliferativo. E Presença de células modificadas pela inclusão 
viral, que apresentam citoplasma claro e núcleo pequeno e intensamente 
corado (Coilócitos). 
Tratamento: O tratamento dessas lesões é realizado pela excisão cirúrgica 
simples, podendo ocorrer recidiva 
 
LIPOMA 
Conceito: O lipoma é uma neoplasia de tecido adiposo, são bastante comuns 
em regiões como o tronco e nas extremidades do corpo, no entanto é 
relativamente incomum em cavidade oral. 
Características clínicas: Os lipomas se apresentam como nódulos 
amolecidos, de coloração normal da mucosa ou amarelados dependendo de 
sua profundidade (lesões mais superficiais tendem a apresentar um coloração 
mais amarelada). Normalmente são assintomáticos e podem ser sésseis ou 
pediculados. Os locais mais comuns para o desenvolvimento de lipomas na 
cavidade oral são a mucosa jugal e o assoalho bucal. A língua e o vestíbulo 
também podem ser acometidos, mas, em menor frequência. A média de idade 
dos pacientes acometidos pela neoplasia é por volta dos 40 anos, sendo 
bastante incomum casos em crianças. 
 
Características histológicas: Proliferação de células adiposas maduras 
circundadas ou não por uma fina cápsula fibrosa. Essas células adiposas 
normalmente são entremeadas por feixes de fibras colágenas e podendo 
também apresentar diversos vasos sanguíneos. 
Tratamento: O lipoma é uma lesão bastante benigna e que apresenta uma 
baixa taxa de recidiva, possuindo um prognóstico ótimo. O tratamento de 
escolha é a excisão cirúrgica da lesão. 
 
 
 
HEMANGIOMA 
Conceito: A denominação "hemangioma" tem sido usado comumente como 
um termo genérico tanto para lesões neoplásicas quanto para lesões 
hamartomatosas. Neste texto, dividiremos essas lesões vasculares em dois 
grandes grupos, os hemangiomas congênitos e as malformações 
vasculares. Os hemangiomas congênitos são neoplasias vasculares 
caracterizadas pela proliferação de células endoteliais. Essas lesões ocorrem 
ao nascimento, podendo sofrer regressão com o passar da idade e 
desaparecendo por volta da primeira infância. As malformações vasculares 
representam lesões relacionadas com a morfologia dos vasos sanguíneos, ou 
seja, são vasos que apresentam sua estrutura alterada, geralmente exibem 
dilatação. Essas lesões são persistentes e acompanham o crescimento do 
indivíduo, não havendo regressão como ocorre nos hemangiomas congênitos. 
Epidemiologia: É mais comum na infância e a localização onde ocorre com 
maior prevalência é e a região de cabeça e pescoço. 
Características clínicas: As lesões apresentam superfície lisa ou irregular, 
consistência fibroelástica e geralmente são indolores. Hemangiomas 
localizados mais profundamente nos tecidos, podem exibir coloração 
arroxeada. Ulcerações, infecções secundárias e hemorragias são possíveis 
complicações associadas a essa patologia. 
Características radiográficas: Os "hemangiomas intraósseos", 
radiograficamente, são caracterizados por uma imagem radiolúcida, 
normalmente multilocular, podendo ter semelhanças com as características 
radiográficas do ameloblastoma ("favos de mel" e/ou "bolhas de sabão) ou do 
mixoma odontogênico. Algumas lesões podem se apresentar como imagens 
uniloculares ou ainda exibir o aspecto de "raios de sol" que é visto comumente 
no osteossarcoma. 
Características histológicas: Presença de uma proliferação de células 
endoteliais, que na fase inicial é denominada de "hemangioma juvenil ou 
capilar". As malformações vasculares apresentam um tecido com menos 
proliferação de células endoteliais e podemos observar espaços vasculares 
dilatados e tortuosos. Os vasos podem ser de pequeno calibre (bem 
semelhante ao hemangioma capilar) ou de grande calibre. 
http://estomatologiaonlinepb.blogspot.com.br/2014/11/ameloblastoma.html
 
Tratamento: Os hemangiomas congênitos frequentemente não necessitam de 
tratamento, pois grande parte dessas lesões regridem. A escleroterapia 
seguida de excisão cirúrgica é o tratamento de escolha para as malformações 
vasculares. Para as lesões que são compostas de grandes vasos sanguíneos 
a técnica da embolização é a mais recomendada, principalmente quando a 
patologia acomete regiões vitais. 
 
 
TUMORES BENIGNOS E MALÍGNOS NÃO ODONTOGÊNICOS: 
 
LINFOMA DE HODGKIN: Distúrbio linfoproliferativo maligno. Diferentemente 
de outros tumores, suas células neoplásicas (células de Reed Sternberg) 
somam cerca de 1 a 3% das células nos linfonodos aumentados. Algumas 
evidencias apontam que essas células se originam no linfócito B. É menos 
comum do que o linfoma não-Hodgkin. Apesar de ser uma doença pouco 
conhecida, alguns estudos relacionam-a significativamente com a infecção pelo 
vírus Epstein-Barr. 
Clinicamente: Possui aumento de volume discreto e indolor. Nos estágios 
iniciais os linfonos envolvidos são móveis, a medida que a condição progride, 
os linfonodos tornam-se mais emaranhados e fixos. Se não tratada, espalha 
para outros grupos de linfonodos, podendo envolver o baço e outros tecidos 
extrainfaticos, como ossos, fígado e pulmões. O envolvimento oral é raro. 
 
Epidemiologia: Predileção por homens, tendo um padrão bimodal (pico dos 15 
aos 35 anos e outro pico após os 50 anos). 
 
Origem: Quase sempre começa nos linfodos, sendo os mais comuns de 
apresentação inicial os linfonodos cervicais e supraclaviculares (70% a 75%) 
ou os linfonodos axilares ou do mediastino (5% a 10%). 
 
Microscopicamente: Possui duas formas principais – linfoma de Hodgkin 
nodular com predominância de linfócitos e linfoma de Hodgkin clássico. 
Caracteristicas comuns: obliteração da arquitetura normal do linfonodo por um 
infiltrado de células inflamatórias difuso, frequentemente misto, que é 
entremeado com células linfoides neoplásicas grades e atípicas. No linfoma de 
Hodgkin clássico, a célula atípica é a célula de Reed Sternberg, sendo ela 
 
binucleada (olhos de coruja) ou multinucleada (moedasde pennies em um 
prato). No linfoma de Hodgkin nodular com predominância de linfocios é a 
“célula pipoca”. 
O linfoma Hodgkin clássico é dividido em 5 subtipos: 
1- Rico em linfócitos – 4% a 5% dos casos - muitos linfócitos e poucas células 
de Reed Sternberg. 
2- Esclerose nodular – 60% a 80% dos casos, sendo mais frequente em 
mulheres. – Recebe esse nome devido aos amplos feixes fibroticos que se 
estendem da capsula do linfonodo para dentro do tecido lesional, sendo 
chamadas de céulas lacunares. 
3- Celularidade mista – 15% a 30% dos casos – mistura de plasmócitos, 
linfócitos, eosinófilos e histiócitos com abundancia de células de Reed 
Sternberg. 
4- Depleção de Linfócitos – é o tipo mais agressivo, sendo menos de 1% dos 
casos. Possui poucos linfócitos e muitas células de Reed Sternberg gigantes e 
bizarras. 
5- Inclassificaveis – Não se encaixam em nenhuma das 4 outras categorias. 
 
Tratamento: Depende do estágio de envolvimento. 
Doença limitada – estágio I e II - radioterapia. 
Estágio III e IV – quimioterapia e radioterapia. 
 
Prognóstico: Bom. Otimos resultados no tratamento, com taxa de sobrevida 
em 10 ano sem recidiva de 80% a 90%. 
 
LINFOMA NÃO HODGKIN: Grupo diverso e complexo de malignidades de 
histogênese e diferenciação linforreticulares. Seu subtipo mais comum é o 
Linfoma B difuso de grandes células. 
Clinicamente: Se desenvolvem comumente em linfonodos, mas também há os 
extranodais. Na apresentação nodal, há aumento de volume indolor que tem 
crescimento lento por meses. Tipicamente envolve uma coleção de linfonodos 
locais, como os cervicais, axilares ou inguinais; um ou dois nódulos móveis são 
observados no inicio. A medida que a malignidade progride, os linfonodos 
tornam-se mais numerosos e fixos ás estruturas adjacentes ou emaranhados 
uns aos outros. Na cavidade oral, geralmente ocorre na forma extranodal, 
afetando na maioria das vezes o vestíbulo, palato duro posterior ou a gengiva. 
 
 
Epidemiologia: Pacientes com imunodeficiências, AIDS, transplantados, vírus 
Epstein-Barr (95% dos casos), etc. Crianças de 4 a 7 anos, sendo endêmico na 
África equatorial 
 
Origem: Surge dentro dos linfonodos e tenden a crescer como aumentos de 
volume sólidos. Mais comumente se originam de células da série dos linfócitos 
B. 
 
Microscopicamente: Proliferação de células aparentemente linfociticas que 
podem mostrar variáveis de diferenciação, dependendo do tipo de linfoma. 
 
Tratamento: Intervenção cirúrgica não é indicada. Quimioterapia com múltiplos 
agentes. 
 
Prognóstico: Ruim. Taxa de sobrevida baixa. Insucesso em tratamento alto. 
 
SARCOMA DE KAPOSI 
 
Origem: Proliferação vascular (endotelial) de origem multifocal, podendo 
acometer pele, mucosas e vísceras, sendo associado ao herpes vírus humano 
8, capaz de promover angiogênese, além de associação à AIDS. É dividido em 
4 formas clinicas: 
1- Forma epidêmica fortemente associada à AIDS, 
2- Forma Clássica 
3- Forma endêmica na África equatorial 
4- Forma associada a transplante de órgãos sólidos. 
 
Tratamento: terapia antirretroviral altamente ativa, excisão de lesões orais, 
quimioterapia intralesional com vimblastina, radioterapia. 
 
 
OSTEOSSARCOMA – Mais comum tumor ósseo maligno de células 
mesenquimais. 
 
Origem: Pode ser classificado em: 
1- primário – mais prevalente e de origem desconhecida 
2- secundário – relacionado a um fator predisponente conhecido como: doença 
de Paget, displasia fibrosa, radiação ionizante, etc. 
 
Clinicamente: na cavidade oral pode apresentar tumefações, dor, parestesia, 
invasão do ligamento periodontal, mobilidade/deslocamento dos dentes 
Etiologia: predominante na adolescência, entre os 10 e 20 anos de idade, 
onde 80% são em ossos longos. Apenas 6 a 13% são encontrados na região 
de cabeça e pescoço, sendo muito agressivo. Maior predominância em 
mandíbula. 
Radiograficamente: destruição ósseoa associeda à esclerose, com margem 
agressica e extensão para partes moles. Neoformação óssea ocorre 
frequentemente e um padrão de raios de sol pode ser observado. Quando na 
cavidade oral, apresenta aspecto radiográfico muito variável. Um dos sinais 
precoces é o espessamento uniforme e irregular do espaço do ligamento 
periodontal e aspecto radiolúcido ao redor de um ou mais dentes (ruídos de 
traça). Com sua evolução, pode-se ter três formas básicas: uma forma 
radiolúcida osteolítica; uma forma osteoblástica radiopaca; e uma forma mista, 
radiolúcida com focos radiopacos. Geralmente tem-se uma imagem unicêntrica 
de bordos difusos. 
Mutação: p53, Rb, met, fox, etc. 
Tratamento: Ressecção cirúrgica radical. 
Prognóstico: Ruim. 
 
ADENOMA PLEOMÓRFICO: Neoplasia benigna mais comum das glanculas 
salivares. Também é conhecido como tumor misto. 
Clinicamente: A parótida é a mais acometida, sendo menos frequente nas 
glândulas menores e submandibular. Quando acomete glândulas menores, o 
local mais frequente é o palato duro, seguida do lábio superior, língua, 
assolaho e região retromolar. Massa indolor, crescimento lento, na maioria dos 
casos não provoca ulcerações da mucosa subjacente. Geralmente, mede de 2 
a 3cm, mas podem ter grandes volumes. 
 
Origem: célula mioepitelial e célula reserva do ducto intercalado. 
Epidemiologia: adultos entre 3ª e 5ª década e cerca de 60% dos casos são 
relatados no sexo feminino. 
Microscopicamente: proliferação celular de numero variável, sendo um 
verdadeiro tumor misto, apresentando características mioepiteliais, estruturas 
ductiformes e um estroma de tecido condroide, mixoide, hialino, adiposo e/ou 
ósseo, possuindo capsula conjuntiva fibrosa de espessura e integridade 
variáveis. 
Tratamento: excisão cirúrgica 
. 
 
CARCINOMA EX-ADENOMA PLEOMÓRFICO – Transformação maligna 
dentro de uma lesão benigna previa (adenoma pleomórfico) 
Epidemiologia: 15 acima da média de pacientes com adenoma pleomórfico. 
Clinicamente: aumento de volume presente há muitos anos, outras vezes 
crescimento rápido, dor, ulceração. Mais de 80% ocorre em glândulas salivares 
maiores, principalmente parotida, que pode causar paralisia do nervo facial. 
Microscopicamente: aparência microscópica variável. O carcinoma ex-
adenoma pleomórfico exibe uma aparência microscópica variável. Geralmente 
podem ser encontradas áreas típicas de adenoma pleomórfico benigno, e 
podem constituir uma grande porção ou somente uma pequena porção da 
lesão. Dentro do tumor encontram-se áreas de degeneração maligna do 
componente epitelial, caracterizada pelo pleomorfismo celular e pela atividade 
mitótica anormal. O componente maligno geralmente apresenta um padrão de 
crescimento agressivo, com invasão da cápsula e infiltração dos tecidos 
circunjacentes. Entretanto, em raras ocasiões pequenos focos são descobertos 
no centro de um tumor misto encapsulado. 
Tratamento: excisão cirúrgica ampla. 
Prognóstico: reservado. 
 
 
CARCINOMA MUCOEPIDERMOIDE – uma das neoplasias malignas de 
glândula salivar mais comum. 
Clinicamente: Mais comum na parótida e usualmente apresenta como um 
aumento de volume assintomático. Os pacientes percebem a lesão com cerca 
de 1 ano e meio de evolução. Pode se desenvolver dor ou paralisia do nervo 
fácil, geralmente associadas a tumores de alto grau. 
Epidemiologia: 2ª a 7ª década de vida. 
Microscopicamente: mistura de células produtoras de muco e células 
escamosas. As células mucosas apresentam formato variado, mas contem um 
abundante citoplasma espumoso. As células epidermoides são caracterizadas 
por se assemelharem as células escamosas, com formato poligonal, pontes 
intercelulares e raramente, ceratinização. É típica a presença da célula 
intermediaria, que é uma célula progenitora tanto para as células mucosas 
quanto para as epidermoides. Tradicionalmente são classificados pelos 
critérios: 
1. Quantidade de formação cística 
2. Grau de atipia celular 
3. Número relativo de células mucosas, epidermoides e intermediárias 
Mutação: 13,5%TGS 
 
Tratamento: depende da extensão e estágio. Tumores em estágio precoce da 
parótida geralmente podem ser tratados pela parotidectomia subtotal com 
preservação do nervo facial. Os tumores avançados podem necessitar da 
remoção total da glândula parótida, com a remoção do nervo facial. Os tumores 
da glândula submandibular são tratados pela remoção total da glândula. 
Prognóstico: tumor. Os pacientes com tumor de baixo grau geralmente têm 
um bom prognóstico. O prognóstico para os pacientes com tumores de alto 
grau é reservado, com somente 30% a 54% de sobrevivência para estes 
pacientes. 
CARCINOMA ADENOIDE CISTICO - uma das neoplasias malignas de 
glândula salivar mais comum. 
Clinicamente: 50 a 60% em glândulas salivares menores, sendo o palato o 
local mais comum. Os demais são na parotida e submandibular. Se apresenta 
como aumento de volume de crescimento lento, pode haver dor inespecífica. 
Pode causar paralisia do nervo facial. 
Epidemiologia: Adultos de meia idade, sendo raro em pessoas com menos de 
20 anos. 
Microscopicamente: uma mistura de células mioepiteliais e células ductais 
que podem apresentar um arranjo variado. São reconhecidos três principais 
padrões histopatológicos: (1) cribriforme, 
(2) tubular e (3) sólido. O padrão cribriforme é o mais clássico e de aparência 
mais bem reconhecida, caracterizado pela presença de ilhas de células 
basalóides que contém múltiplos espaços cilíndricos, semelhantes a espaços 
císticos, lembrando um queijo suíço. No padrão tubular, as células tumorais 
são semelhantes, mas podem ocorrer como múltiplos pequenos ductos ou 
túbulos dentro de um estroma hialinizado. O lúmen tubular pode ser delimitado 
por uma a diversas camadas de células, e algumas vezes tanto a camada de 
células ductais quanto as células mioepiteliais podem ser identificadas. A 
variante sólida consiste em grandes ilhas ou lençóis de células tumorais que 
demonstram pouca tendência para a formação de ductos ou cistos. 
 
Tratamento: Em geral a excisão cirúrgica é o tratamento de escolha, e a 
radioterapia adjuvante pode melhorar a sobrevida do paciente em alguns 
casos. Prognóstico pobre.

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