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PRÉ-OPERATÓRIO SISTEMA CARDIOVASCULAR O preparo para uma operação é caracterizado pela convergência da arte e da ciência da disciplina cirúrgica, que abrange desde o atendimento no consultório, atendimento a pacientes internados, até a avaliação de um paciente no serviço de emergência, assim, as formas de avaliação preparatória diferem dependendo da natureza da queixa e da intervenção cirúrgica proposta, das comorbidades dos pacientes da avaliação dos fatores de risco, dos resultados das investigações direcionadas e das intervenções que otimizam o quadro geral e o preparo do paciente para a operação - importante lembrar NÃO EXISTE CIRURGIA SEM RISCO. OBJETIVOS: determinar o risco do procedimento proposto (avaliar condição do paciente, porte e tipo de cirurgia e a anestesia) e minimizar riscos conhecidos - visto que uma técnica cirúrgica apropirada pode otimizar os resultados e intensificar o processo de cicatrização da ferida. COMO É FEITA A AVALIAÇÃO: identificar comorbidades desconhecidas e/ou fatores de risco, otimizando condições médicas no pré-operatório - sempre lembrar da comunicação entre as diversas especialidades afim de evitar divergência entre solicitante e solicitado. Em geral, os pacientes são encaminhados ao cirurgião já com suspeita de diagnóstico cirúrgico e resultados de investigação de outros especialistas, assim, na consulta inicial, deve ser feita anamnese direcionada para confirmação de achados físicos relevantes e a revisão do histórico clínico e testes laboratoriais e investigações que sustentem o diagnóstico. Ex.: Tem palpitação? Arritmia? Dificuldade de subir 2 lances de escada (sinais de comprometimento cardiopulmonar)? Toma medicamento? Algum problema de base? AVALIAÇÃO INICIAL Critério de Goldman (risco cardíaco para cirurgia não cardíaca): atribui pontos a características facilmente reproduzíveis, que são somados para render um total, que é correlacionado com o risco cardíaco perioperatório, pois inclui a capacidade funcional do paciente, sinais clínicos e sintomas, e a determinação do risco operatória para estimar o risco total e planejar as condutas pré-operatórias. RCRI (Revised Cardiac Risk Index - índice de risco cardíaco revisado): utiliza 6 indicadores de complicações para estimar o risco cardíaco em paciente cirúrgicos não cardíacos As doenças cardiovasculares tem contribuição significativa para a mortalidade perioperatória em operações não cardíacas, por isso, grande parte da avaliação de risco e preparação pré-operatória foca no sistema cardiovascular, a fim de descobrir se o paciente tem reserva para ser submetido aquele estresse cirúrgico. A estratificação cardiovascular do risco anestésico é feita por alguns critérios, entre eles: A partir dessa investigação, pode optar por realizar testes investigativos adicionais ou a consideração de outras opções terapêuticas pode adiar a intervenção cirúrgica. Comunicação: é essencial o cirurgião explicar o contexto da doença e o benefício das diferentes intervenções cirúrgicas, uma investigação mais aprofundada, possíveis alternativas não cirúrgicas, bem como o que aconteceria se nenhuma intervenção fosse realizada, a fim de promover um laço de confiança e comunicação no vínculo médico-paciente-família. Ao final do encontro inicial o paciente deve ser capaz de expressar um entendimento básico da sua doença e da necessidade de investigações adicionais e uma possível abordagem cirúrgica - aplicando o termo de consentimento livre e esclarecido. ASA (Avaliação do estado físico pela American Society of Anesthesiologists). OBJETIVO: identificar e quantificar qualquer comorbidade que pode afetar o resultado cirúrgico, sendo orientada por achados na história clínica e no exame físico do paciente, sugestivos de disfunções orgânicas ou por dados epidemiológicos, sugerindo o benefício da avaliação baseada em idade, sexo ou padrão de progressão de doenças, a fim de descobrir áreas problemáticas que possam requerer exames complementares ou serem passíveis de otimização pré-operatória. A avaliação pode seguir a: AHA/ACC (Orientação para risco cirúrgico da American Heart Association/American College os Cardiology). A avaliação é determinada de acordo com o risco do procedimento planejado (baixo, médio ou alto), técnica anestésica planejada e o ambiente pós-operatório do paciente (ambulatorial ou hospitalar, leito de enfermaria ou unidade fechada), sendo utilizada para identificar fatores de risco quanto à morbidade e mortalidade pós-operatórias. NSDIP (National Surgical Quality Improvement Program): programa de desenvolvimento de modelos de previsão de morbidade e mortalidade pós-operatórias, sendo aceito para adequação de risco em monitorar e melhorar os resultados cirúrgicos, pois considera a influência de risco de pacientes em resultados de cirurgia e permite que os hospitais comparem seus resultados com outros hospitais associados. SUGESTÕES DE EXAME PRÉ-OPERATÓRIO NO ADULTO ECG (eletrocardiograma), HC (hemograma completo) + plaquetas, eletrólitos, EN (uréia sanguínea), glicose, EFH (exames de função hepática), cálcio, TAP/TTP (tempo de protrombina/tempo parcial de tromboplastina), U/A (urinálise), urocultura, RX (radiografia) do tórax, níveis hormonais, tempo de sangramento, gravidez, níveis de droga, marcadores tumorais e coagulograma. PRINCIPAIS FATORES DE RISCO MAIS PREDITIVOS DE MORTALIDADE E MORBIDADE PÓS-OPERATÓRIA PELO NSDIP (ordem decrescente) SETOR PRIVADO: ASA 4/5, ASA 3, albuminal g/dL, operação de emergência, idade/anos, contagem de plaquetas < 150.000, câncer disseminado, dispneia em repouso, dispneia com esforço mínimo, paciente fora de possibilidade terapêutica, ureia > 80 mg/dL VA: ASA 4/5, ASA 3, albumina g/dL, operação de emergência, câncer disseminado, idade/anos, dispneia em repouso, dispneia com esforço mínino, paciente fora de possibilidade terapêutica, ascite, ureia > 80 mg/dL. Se a avaliação pré-operatória descobrir comorbidades significativas ou evidência de controle insatisfatório de uma doença preexistente, pode ser necessária a consulta com um clínico ou médico especialista para facilitar o trabalho e direcionar a conduta, a fim de definir metas realistas na otimização clínica e determinar a conduta cirúrgica. SISTEMA DE ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO DE ANESTESIA (ASA) Um dos primeiros sistemas de classificação de risco, dividida em 5 categorias quanto ao estado físico do paciente: ASA I: Paciente normal e saudável (sem nenhuma comorbidade); ASA II: Paciente com doença sistêmica leve (IMC entre 30-40, DM controlado, fumante); ASA III: Paciente com doença sistêmica grave que limita a atividade, mas não deixa o incapacitado (IMC > 40, DM não controlado, dependentes químicos); ASA IV: Paciente com doença incapacitante que é uma ameaça constante à vida; ASA V: Paciente em estado terminal (moribundo), que não se espera sobreviver 24 horas com ou sem recuperação. A letra E é adicionada a qualquer um destes para uma operação de emergência. ECG: > 40 anos em homens e > 50 anos em mulheres - estas quando começam a menopausa aumentam exponencialmente os riscos cardiovasculares; Raio X de tórax: > 60-65 anos; Hemograma: procedimentos com risco de sangramento > 500 mL ou procedimentos de grande porte; Creatinina: > 40-50 anos; coincide com as alterações do ECG; Glicemia: > 40-45 anos; Sumário de urina: se indicada sondagem vesical; B-HCG: para mulheres em idade fértil, a fim de não colocar o feto em risco. EXAMES PRÉ OPERATÓRIOS (cirurgias não cardíacas): procedimento de pequenas e médios porte nem sempre necessitam de exames complementares, em geral, o paciente < 40 anos não possui necessidade de nenhum exame complementar, e > 40 anos há uma variação quanto aos exames que são necessários. ÍNDICE DE RISCO CARDÍACO DE GOLDMAN (pontos) (11) Terceira bulha ou turgêngia jugular (10) Infarto do miocárdio recente (7) Ritmo não sinusal ou extrassístole atrial no ECG (7) > 5 extrassístoles ventriculares (5) > 70 anos (4) Operações de emergência (3) Estado clínico geral ruim (3)Operação intraperitoneal, intratorácica ou aórtica (3) Estenose aórtica valvar importante ÍNDICE MULTIFATORIAL DE DETSKY (pontos) (20) Angina classe 4 (20) Suspeita de estenose aórtica crítica (10) Infarto do miocárdio nos últimos 6 meses (10) Edema pulmonar alveolar há 1 semana (10) Angina instável há 3 meses (10) Angina classe 3 (10) Cirurgia de emergência (5) Infarto do miocárdio há 6 meses (5) Edemapulmonar alveolar curado > 1 semana atrás (5) Ritmo não sinusal ou ESA (extrassístole atrial) no ECG (5) > 5 ESV (extrassístole ventricular) em qualquer momento antes da cirurgia (5) Estado clínico geral ruim (5) > 70 anos CRITÉRIOS DE EAGLE (pontos) (1) > 70 anos (1) diabetes (1) angina (1) ondas Q no ECG (1) arritmias ventriculares 0-5: 1%; 6-12: 7%; 13-25: 14%; > 26: 78% > 15: risco alto 1-2: encaminhar para teste não invasivo > 3: encaminhar para angiografia RCRI (pontos) (1) doença cardíaca isquêmica (1) insuficiência cardíaca congestiva (1) doença vascular cerebral (1) cirurgia de alto risco (1) tratamento do diabetes com insulina pré-operatória (1) nível de cretinina pré-operatória > 2 mg/dL EXAMES COMPLEMENTARES: ECG (eletrocardiograma), ecocardiograma (função de contratilidade), teste ergométrico, ergoespirometria, cintilografia miocárdica, CATE PATOLOGIAS DE MAIOR RISCO: HAS (PA < 140 x 90 mmHg), insuficiência cardíaca congestiva (ICC), doença arterial coronariana (DAC) e arritmias No caso de pacientes submetidos à cirurgia não cardíaca, usa-se o instrumento da Comissão do ACC e AHA, que considera a revascularização coronariana prévia e avaliação do risco clínico, divididas em indicadores clínicos principais, intermediários e menores, além da avaliação da capacidade funcional do paciente pelo histórico de suas atividades diárias, usados para determinar se a probabilidade pré-teste pode ser alterada por testes não invasivos. Cada ponto aumenta o risco de morbidade miocárdica pós-operatória Capacidade funcional do paciente: avaliada pelo teste de esforço-padrão, com ou sem tálio, para obter a imagem de perfusão; paciente incapazes de atingir um nível aceitável de esforço podem necessitar de teste de estresse farmacológico com dipiridamol, defeitos de perfusão podem ser avaliados pelo tálio ou estresse induzido por dobutamina seguida por avaliação funcional com ecocardiografia, e anormalidades anatômicas que contribuem para a isquemia podem ser definidas pela angiografia. Intervenções perioperatórias: ao pesar os benefícios e riscos da cirurgia pode-se determinar alguma intervenção para reduzir as possibilidades de uma eventualidade cardíaca, geralmente, centralizada na revascularização coronariana cirúrgica ou por angioplastia coronariana percutânea, que pode incluir modificações na escolha da anestesia ou no uso de monitoração invasiva intreoperatória. Pacientes que passaram por intervanção coronariana percutânea com colocação de stent precisam adiar os procedimento não cardíacos eletivos por 4-6 semanas. Infarto agudo do miocárdio (IAM): o tempo ideal de um procedimento cirúrgico após um IAM depende do período de tempo desde o IAM e do risco de isquemia - qualquer paciente pode ser avaliado como candidato a ser operado após IAM (com 7 dias de evolução) ou IAM recente (dentro de 7-30 dias de evolução). Intervenções medicamentosas: tem sido recomendadas com uso de betabloqueadores para diminuir a descarga adrenérgica associada à cirurgia e interromper a ativação plaquetária e tromboso microvascular em pacientes de alto risco para FC e PA. RECOMENDAÇÃO DO AHA/ACC (betabloqueadores) CLASSE I: devem ser continuados em pacientes que já estejam recebendo betabloqueadores para tratar condições com indicações da diretriz classe I. CLASSE IIa: betabloqueadores ajustados à FC e PA são: (1) recomendados para pacientes que estão em alto risco cardíaco por doença coronariana ou achado de isquemia cardíaca em exames pré-operatórios. (2) razoáveis para pacientes, nos quais a avaliação pré-operatória de cirurgia vascular identifica risco cardíaco elevado, pela presença de > 1 fator de risco. (3) razoáveis para pacientes nos quais a avaliação pré-operatória identifica doença coronariana ou risco cardíaco elevado, nos quais há > 1 fator de risco clínico, que são submetidos a cirurgia de risco intermediário. CLASSE IIb: a utilidade dos betabloqueadores é incerta para: (1) pacientes submetidos a procedimentos de risco intermediário ou cirurgia vascular, nos quais há 1 fator de risco clínico na ausência de doença coronariana. (2) pacientes submetidos à cirurgia vascular sem fatores de risco clínicos que não estão tomando betabloqueadores. CLASSE III: (1) betabloqueadores não devem ser administrados em pacientes submetidos à cirurgia que tem contraindicação absoluta para betabloqueadores. (2) a administração rotineira de altas doses de betabloqueadores na ausência de ajuste da dose não é útil e pode ser prejudicial para pacientes submetidos à cirurgia não cardíaca que não estão tomando betabloqueadores. Estado funcional cardiopulmonar: pode ser determinado pela capacidade do paciente de subir 2 lances de escada, pois isso demanda mais de 4 equivalentes metabólicos (METs) - em operações não cardíacas de grande porte, essa incapacidade é um preditor independente de morbidade. SISTEMA PULMONAR Avaliação pré-operatória da função pulmonar pode ser necessária para procedimentos cirúrgicos gerals ou torácicos, devendo ser considerada para todos os casos de ressecção de pulmões, procedimentos torácicos que requerem ventilação monopulmonar e operações abdominais e torácicas de maior porte em paciente com > 60 anos com doenças preexistentes, tabagismo ou com sintomatologia pulmonar. OBJETIVO: determina alvos potenciais para reduzir risco de complicações pulmonares. FATORES DE RISCO: idade avançada, nível de albumina mais baixo, estado funcional dependente, perda de peso e obesidade, além de comorbidade como deterioração do sensório, acidente vascular cerebral prévio, insuficiência cardíaca congestiva, insuficiência renal aguda, uso crônico de esteroide e a transfusão sanguínea, e doenças específicas como doença pulmonar obstrutiva crônica, tabagismo, expectoração no pré-operatório, pneumonia, dispneia e apneia obstrutiva do sono. Em geral, procedimentos torácicos e da parte superior do abdome podem diminuir o funcionamento pulmonar predispor complicações. EXAMES NECESSÁRIOS: volume expiratório forçado no primeiro segundo (VEF1), capacidade vital forçada, capacidade de difusão do monóxido de carbono, raio X de tórax (avalia trama e parênquima pulmonar, enfisemas, consolidações, lesões, nódulos, elevações de cúpulas diafragmática, desvio de mediastino). Adultos com VEF1 < 0,8 L/s ou 30% do previsto: alto risco de complicações e de insuficiência respiratória pós-operatória; Na ressecção pulmonar o VEF1 pós-operatório deve ser > 0,8 L/seg ou 30% do previsto, planejando-a com o auxílio de mapeamento quantitativo pulmonar, que pode indicar quais segmentos do pulmão são funcionais. FATORES DE RISCO PARA DESENVOLVIMENTO DE PNEUMONIA PÓS- OPERATÓRIA E INSUFICIÊNCIA RESPIRATÓRIA Idade (> 60 anos), estado funcional dependente (doença pulmonar de base), nível de albumina baixo (desnutrição), perda de peso > 10% (dentro de 6 meses), obesidade (aumento de peso dificulta a ventilação), uso crônico de esteróides, álcool (> 2 drinques por dia dentro de 2 semanas), diabetes e insulino dependentes, história de DPOC, tabagismo, pneumonia pré-operatória, dispneia em repouso e com esforço mínimo, percepção deteriorada, histórico de AVC, histórico de ICC, nível de uréia sanguínea, insuficiência renal pré-operatória e transfusão pré-operatória (> 4 unidades) INTERVENÇÕES PRÉ-OPERATÓRIAS: diminuem complicações pulmonares no pós- operatório, e incluem a suspensão do cigarro (2 meses antes do procedimento planejado), terapia broncodilatadora, terapia com antibióticos para tratar infecções preexistentes e tratamento dos pacientes asmáticos com esteroides, incentivar exercíciono pré-operatório pode melhorar a recuperação do paciente no pós-operatório. ESTRATÉGIAS PERIOPERATÓRIAS: uso de anestesia epidural, toalete brônquica vigorosa e fisioterapia respiratória e broncodilatadores. SISTEMA RENAL alguns transtornos metabólico são identificados com a análise de eletrólitos e da gasometria arterial - a anemia pode ser branda, assintomática ou associada a fadiga, baixa tolerância a exercícios e angina ao esforço, pode ser tratada com eritropoietina ou darbepoietina no pré ou perioperatório. pode ser necessário o manejo farmacológico da hipercalemia, com reposição de cálcio na hipocalcemia sintomática e o uso de antiácidos espoliadores de fosfato para hiperfosfatemia. hiponatremia é tratada com restrição de volume. pacientes com doença renal crônica em estádio terminal devem ser submetidos à hemodiálise antes da operação para equilibrar o volume intravascular e controlar o nível de potássio. prevenção de agressão renal secundária inclui evitar agentes nefrotóxicos e manter volume intravascular adequado durante esse período. A avaliação pré-operatória do sistema renal tem como meta a identificação de transtornos cardiovasculares, circulatórios, hematológicos e metabólicos secundários à disfunção renal, em geral, pacientes com insuficiência renal devem ser avaliados quanto a história clínica e o exame físico com questionamentos específicos sobre infarto do miocárdio prévio e sintomas compatíveis com doenças isquêmicas cardíacas. EXAMES NECESSÁRIOS (diagnóstico de disfunção renal): eletrocardiograma (ECG), análise bioquímica sérica e o hemograma completo, exame físico deve identificar achados que sugerem insuficiência cardíaca, radiografia do tórax, exame de urina e análise dos eletrólitos urinários que podem servir para diagnosticar quadros de novas disfunções renais. exame cardiovascular deve documentar sinais de sobrecarga hídrica, além de pesquisar o estado funcional do paciente e sua tolerância a exercícios. OBJETIVO: identificar transtornos cardiovasculares, circulatórios, hematológicos e metabólicos secundários a disfunção renal, identificar transtornos e consequências relacionadas as disfunções renais da IRC (insuficiência renal crônica), nefropatias e síndromes nefróticas. FATORES DE RISCO: mesmos aplicados ao sistema cardiovascular. paciente que para de fumar 8 semanas antes do procedimento cirúrgico (ideal); paciente que para de fumar dentro das 8 semanas que antecede o procedimento cirúrgico - este tem um prognóstico pior, morbimortalidade maior, pois na via aérea inferior há cílios que realizam o movimento de toalete de corpos estranhos a fim de deixar a via sempre pérvia e aberta para o fluxo aéreo. O tabaco inibe tanto a produção de secreção e lubrificante quanto as movimentações ciliares, quando o interrompe, o paciente tosse bastante, produz muita secreção, mas não há o retorno dos cílios. Se submetido à cirurgia e ventilação mecânica, isso facilita proliferação bacteriana, aparecimento de atelectasias e pneumonias; paciente que não para de fumar e vai para o procedimento fumando. O tratamento da asma deve ser feito sobretudo em pacientes que serão entubados, pois a presença de corpo estranho na via aérea pode ativar broncoespasmo. Para pacientes tabagistas, tem-se 3 cenários: 1. 2. 3. atentar para metabolização de agentes anestésicos e medicamentos (evitar drogas nefrotóxicas com efeito prolongado), visto que narcóticos usados para controle das dores no pós-operatório tem efeito prolongado, apesar da depuração hepática. agentes anti-inflamatórios não esteroides devem ser evitados nos pacientes com IR. evitar em pacientes renais crônicos não dialíticos, medicamentos que podem trazer prejuízos a função renal, que sejam metabolizados e excretados pelo rim. SISTEMA HEPATOBILIAR A disfunção hepática pode ser consequência de muitas agressões ao fígado, incluindo doenças mediadas por vírus, drogas e toxinas, assim, o paciente com disfunção hepática necessita de determinação do grau do dano funcional e um esforço coordenado para evitar agressões adicionais no período perioperatório. elevação das enzimas hepatocelulares pode sugerir diagnóstico de hepatite aguda ou crônica, investigas com testes séricos para hepatite A, B e C; baixos níveis de transaminase e uma relação aspartato/alanina transaminase (AST/ALT) maior do que 2 sugerem a hepatite alcoólica. evidências em exames da função hepática de síntese, notoriamente albumina sérica, protrombina e fibrinogênio associados a achados clínicos podem sugerir cirrose. evidência de prejuízo da função hepática de síntese devem fazer um hemograma completo e dosagem de eletrólitos séricos. Revisão de sistemas: indagar sobre sintomas como prurido, fatigabilidade, sangramento excessivo, distensão abdominal; Exame físico: icterícia (níveis de bilirrubina sérica > 3 mg/dL), mudanças de pele incluindo teleangiectasias, caput medusae (circulação colateral periumbilical), eritema palmar e baqueteamento digital; no exame abdominal investigar distensão, edema e hepatomegalia; pesquisar encefalopatia ou asterixis, atrofia muscular ou caquexia. Hepatite aguda: adiar procedimento até avaliação, sempre excluir transplante de fígado por insuficiência hepática aguda grave e por hepatite fulminante; paciente com hepatite aguda com transaminase elevada não deve ser operado, se possível, até algumas semanas após a normalização dos valores laboratoriais. Cirrose: paciente pode ser avaliado utilizando-se a classificação de Child-Pugh, que estratifica o risco cirúrgico de acordo com níveis alterados de albumina e bilirrubina, TP prolongado e grau de ascite e encefalopatia, principalmente em procedimentos de derivação porto-cava - em geral, o risco é proporcional à gravidade da doença. O prognóstico desses pacientes é afetado pela natureza emergencial do procedimento, o TP prolongado mais que três segundos e refratária à correção com vitamina K e a presença de infecção. A subnutrição é comum em pacientes cirróticos e está associada à diminuição da reserva hepática de glicogênio e da síntese hepática de proteínas, os pacientes com doença avançada do fígado tem pouco apetite, ascite volumosa e dores abdominais, por isso deve ser dada uma atenção apropriada à suplementação enteral. Presença de infecção. EXAMES NECESSÁRIOS: exames de função hepática (bilirrubina, albumina, fibrinogênio, protrombina/INR e fator V); inflamatórios e colestáticos: TGO, TGP, FA e GGT (enzimas inflamatórias para avaliar o processo inflamatório no órgão); etiologia da hepatopatia: sorologias para hepatite (em caso de sangramento há risco de transmissão de doenças, tendo cuidados com a equipe no operatório); tipagem e prova cruzada, exceto em procedimentos menores. OBJETIVO: realizar busca ativa por focos de infecção, obter história de exposição a sangue ou hemoderivados ou de exposição a agentes hepatotóxicos, perguntar sobre diagnóstico de hepatite (quando foi feito e que atividade levou à infecção). FATORES DE RISCO: Hepatopatia crônica: devem ser avaliados os riscos perioperatórios e se há necessidade de submeter o paciente ao procedimento invasivo. CLASSIFICAÇÃO DE CHILD PUGH Classe A: 5-6 pontos, 10%, baixa mortalidade em 1 ano Classe B: 7-9 pontos, 31%, doença hepática descompensada Classe C: 10-15 pontos, 76%, doença hepática descompensada SISTEMA ENDÓCRINO Diabetes. Paciente com doença tireoidiana conhecida ou suspeita é avaliado com exames de função tireoidiana, em particular o nível de TSH, T4, e T4 livre. O paciente com histórico de uso de esteroides pode necessitar de uma suplementação para resposta adrenal anormal ao estresse perioperatório. Uso crônico de corticoide: pacientes devem ter medicação aumentada para que se mimetize uma curva fisiológica de níveis de cortisol, o que depende do porte da cirurgia em função da supressão do eixo hipotálamo-hipofisário. O paciente com uma condição endócrina como diabetes mellitus, hipertireoidismo ou hipotireoidismo e insuficiência adrenal é vítima de estresse físico adicional durantea cirurgia, por isso a avaliação pré-operatória deve identificar o tipo e o grau da deficiência endócrina para permitir preparo pré-operatório favorável, além de identificar sinais de estresse metabólico relacionado com controle endócrino inadequado durante a operação e o pós-operatório. EXAMES NECESSÁRIOS: dosagem da glicemia em jejum e pós-prandial e níveis de hemoglobina glicosilada; níveis séricos de eletrólitos, ureia e creatinina sanguíneas (identificam distúrbios metabólicos e comprometimento renal); exames de urina (podem revelar proteinúria, evidenciando nefropatia diabética, esta pode ser acompanhada por neuropatia cardíaca autonômica, que aumenta o risco de instabilidade cardiorrespiratória no período perioperatório); ECG deve ser considerado para pacientes com doença de longa duração OBJETIVO: verificar a adequação do controle de glicemia e identificar a presença de complicações diabéticas (incluindo doenças cardíacas, anormalidades circulatórias e a presença de retinopatia, neuropatia ou nefropatia), que pode alterar a evolução perioperatória. INTERVENÇÕES: as preparações de insulina de ação intermediária (NPH Lenta) e de longa ação são administradas em 2/3 da dose na noite antes da operação e 1/2 da dose na manhã da operação, com determinações frequentes da glicemia capilar e tratamento com insulina de curta ação conforme necessário - na manhã da operação, inicia-se uma infusão de dextrose a 5%. - Pacientes que usam bombas de insulina, no dia da operação, devem continuar com a infusão de insulina basal. - Pacientes que tomam agentes hipoglicêmicos orais devem suspender sua dose normal no dia da cirurgia e podem retomar seu agente oral uma vez que a dieta seja retomada, exceto pela metformina. - Se o paciente tem função renal alterada, esse agente deve ser descontinuado até que a função renal se normalize ou estabilize para evitar a acidose láctica potencial. - Hipertireoidismo: a cirurgia é adiada até que o estado eutireóideo seja atingido em função do risco de crise tireotóxica que desregula a REMIT, devem ser avaliados níveis de eletrólitos e ECG - deve-se manter medicamentos (propiltiluracil, metilmazol, betabloqueadores e digoxina. - Hipotireoidismo grave (nível de TSH elevado): pode ser associado a disfunção miocárdica, anormalidades de coagulação e distúrbio eletrolítico (hipoglicemia), deve ser corrigido antes da cirurgia, mantendo os hormônios tireoidianos em caso de reposição. - Procedimentos de pequeno porte: não há alterações de dose; - Procedimento de médio porte: como colecistectomia, deve-se alterar o cortisol, 100- 150 mg/dia de hidrocortisona por 2-3 dias; - Procedimento de grande porte: avaliar sistema imunológico. SISTEMA IMUNOLÓGICO A abordagem de paciente com suspeita de imunossupressão tem como objetivo melhorar a função imunológica antes da cirurgia e minimizar os riscos de infecções e deiscência da ferida. A avaliação deve incluir histórico completo da doença subjacente do paciente e o estado funcional atual; histórico de tratamento imunossupressor, incluindo os nomes dos medicamentos e a duração do tratamento; e um histórico de mudanças recentes de peso. EXAME FÍSICO: sinais de disfunção de órgãos, o que pode destacar a progressão da doença ou ser relacionado com o seu tratamento; possíveis locais de infecção devem ser investigados, incluindo exame de cateteres de longa permanência, incluindo qualquer foco infeccioso suspeito. EXAMES LABORATORIAIS: hemograma completo com leucograma e contagem de plaquetas, eletrólitos, testes da função hepática; um ECG e radiografia do tórax; estudos adicionais de células-T, células-B, polimorfonucleares podem delinear o grau do compromentimento imunológico. REMIT: o corpo não consegue reconhecer se o trauma ao organismo é benéfico ou acidental, por isso ele responde da mesma forma, regulando a REMIT (resposta endócrina metabólica e imunológica ao trauma) e sua intensidade a partir do sistema hipófise-hipofisário-hipotalâmico - assim, quanto menor o trauma (cirurgias de pequeno porte ou pequenos acidente), menor o REMIT. Esta consiste em uma resposta adaptativa para reestabelecer a homeostase após o estresse (acidental - trauma, eletivo - cirúrgico), na fase catabólica, apesar da ativação do sistema imunológico, há uma imunodeficiência relativa em função dos altos níveis de cortisol, que provoca imunodepressão - assim, qualquer infecção deve ser primeiramente tratada e a cirurgia eletiva postergada. O cortisol ajuda a estimular produção de nova glicose (reparo do tecido lesionado), libera nutrientes para reparo tecidual, estimula liberação de aminoáciso que promovem gliconeogênese e proteínas de fase aguda como fibrinogênio e PCR, que libera ácidos graxos e outros, provocando a redução da resposta imunológica, o que leva a um potencial dano em órgãos comprometidos. neutropenia, anemia ou trombocitopenia podem acompanhar o processo ou o resultado do tratamento com medicação imunossupressora da doença de base. pacientes imunocomprometidos podem apresentar risco para complicações da ferida, especialmente se eles estão recebendo terapia com esteroides exógenos, quando tomados, com 3 dias da operação, reduzem o grau de inflamação da ferida, epitelização e síntese de colágeno, que pode levar à deiscência da ferida e à infecção. SISTEMA HEMATOLÓGICO Anemia: avaliar queixas como perda de energia, dispneia ou palpitações e palidez ou cianose; ao exame físico, pesquisar infadenopatia, hepatomegalia ou esplenomegalia, além do exame da pelve e do reto; em exames laboratoriais avaliar hemograma completo, contagem de reticulócitos, ferro sérico, capacidade total de ligação de ferro, ferritina, vitamina B12 e níveis de folato. Coagulopatia: alterações de fatores plaquetários herdados ou adquiridos, ou pode estar associada a uma disfunção de órgão ou medicação, avaliar histórico pessoal ou familiar de sangramentos anormais, formação de hematomas ou sangramento anormal associado a procedimentos pequenos ou ferimentos, disfunção hepática ou renal, além da determinação da condição nutricional; ao exame físico, procurar hematomas, petéquias ou sinais de disfunção hepática; realizar estudos de coagulação em pacientes com histórico sugestivo de coagulopatia ou se um sangramento considerável é esperado ou se qualquer sangramento significativo puder ser catastrófico. Risco de tromboembolismo venoso: avaliar histórico familiar ou pessoal sugestivo de um estado de hipercoagulabilidade, níveis laboratoriais de proteína C, proteína S, antitrombina III e de anticorpos antifosfolipídios, e alguns fatores de risco como idade, tipo de procedimento cirúrgico, tromboembolismo prévio, câncer, obesidade, veias varicosas, disfunção cardíaca, cateteres venosos centrais de longa permanência, doença inflamatória intestinal, síndrome nefrótica, gravidez e uso de estrogênio ou tamoxifeno. O estudo do sistema hematológico pode levar à identificação de problemas como anemia, coagulopatia herdada ou adquirida ou a um estado de hipercoagulabilidade, avaliando os riscos de sangramento, e deve ser revisada a necessidade de anticoagulação perioperatória. avaliar risco de isquemia; estimar/antecipar o grau de perda sanguínea (< 30% de perda rápida de volume não precisa de transfusão em indivíduos sadios); medir concentrações de hemoglobina (< 6 g/dL: transfusão geralmente necessária; 6- 10 g/dL: transfusão ditada por circunstâncias clínicas; > 10 g/dL: transfusão raramente necessária); medir sinais vitais/oxigenação dos tecidos quando a hemoglobina é de 6-10 g/dL e a extensão de perda sanguínea é desconhecida - taquicardia e hipotensão refratária ao volume sugere necessidade de transfusão, razão de extração de O2 > 50% e VO2 dimnuída sugere que a tranfusão é necessária. Diretrizes para transfusão de células vermelhas do sangue para perda sanguínea aguda: 1. 2. 3. 4. CONSIDERAÇÕES PRÉ-OPERATÓRIAS ADICIONAIS Delírio pós-operatório: deve ser previsto e prevenido, pacientes com 3 ou mais desses fatores tem risco de 50% de delírio pós-operatório:> 70 anos; abuso de álcool; estado cognitivo deficiente; estado funcional deficiente; níveis séricos pré- operatórios de Na, K ou glicose anormais; cirurgia torácica; e operação de aneurisma aórtico. Caso ocorra delírio, é necessário investigar causas metabólicas e infecciosas antes de rotular o evento como demência crepuscular. Níveis de albumina ou de pré-albumina podem ajudar a identificar pacientes com algum grau de desnutrição corroborados por achados físicos de perda de gordura temporal, caquexia, dentição pobre, ascite ou edema periférico. IDADE Adulto idoso: avaliação pré-operatória deve buscar identificar e quantificar a magnitude das comorbidades e otimizar a condição do paciente antes da cirurgia, os exames pré- operatórios devem ser baseados em achados sugestivos da história e do exame físico. Idosos: devem fazer ECG, radiografia de tórax, hemograma completo e glicemia de escórias nitrogenadas e dosagem de albumina - baseados no critério do risco cardíaco. ESTADO NUTRICIONAL O grau de desnutrição é estimado com base na perda de peso, nos achados do exame físico e na determinação das proteínas do plasma, entre elas: albumina (14-18 dias), transferrina (7 dias) e pré-albumina (3-5 dias), que são sensíveis a condições de estresse, e sua síntese pode ser inibida no peródo pós-operatório imediato. Histórico de perda de peso maior do que 10% do peso corporal nos últimos 6 meses ou 5% em 1 mês é significativo. Desnutrição grave: combinação de perda de peso, indicadores de proteína visceral e índices prognósticos, se beneficiam da nutrição pré-operatória pela via enteral, geralmente dentro de 5-10 dias após a cirurgia em pacientes incapazes de retomar sua dieta normal. Pacientes com nenhum ou com 1 desses fatores de risco recebem um bloqueador beta no pré-operatório para cardioproteção, já com 2 ou mais, se ubmetem a exame cardíaco não invasivo no período pré-operatório. A obesidade é um fator de risco de infecção pós-operatória da ferida. OBESIDADE A taxa de mortalidade perioperatória é maior em pacientes com obesidade grave (IMC: > 40 kg/m2 ou IMC: 35 kg/m2 com comorbidades significativas), por isso, deve-se identificar fatores de risco que possam modificar seu tratamento perioperatório. A obesidade grave associa-se a uma frequência mais alta de HAS, HAP, hipertrofia ventricular esquerda, ICC e doença cardíaca isquêmica. CHECKLIST PRÉ-OPERATÓRIO Feridas potencialmente contaminadas (classe II): se beneficiam de 1 dose do antibiótico apropriado administrado anteriormente à incisão da pele - cefazolina para casos abdominais. Feridas contaminadas (classe III): requerem preparo mecânico ou antibióticos parenterais com atividade aeróbica e anaeróbica - cirurgia abdominal de emergência, como suspeita de apendicite e em casos de trauma. Feridas sujas ou infectadas (classe IV): requerem o mesmo espectro de antibióticos, que podem ser continuados no período pós-operatório nos quadros de infecção persistente ou tratamento tardio, no entanto, trata-se de uma antibioterapia. Revisão dos estudos e informações obtidas nos exames pré-operatórios, que deve ser documentada no prontuário para assegurar que os dados necessários e pertinentes foram obtidos e avaliados, além de registrar os consentimento informados, incluindo a discussão com o paciente e seus familiares a respeito da indicação do procedimento cirúrgico antecipado, além dos riscos e benefícios propostos - reavaliando a necessidade de β-bloqueadores, profilaxia da TVP e antibióticos profiláticos. O paciente deve receber instruções escritas a respeito do horário da operação e da administração de questões perioperatórias específicas, como jejum, preparo do intestino ou uso de medicação. PROFILAXIA ANTIBIÓTICA: depende dos patógenos mais comumente encontrados no procedimento cirúrgico, o tipo de procedimento decide o espectro de antibiótico adequado e deve ser considerado antes da prescrição ou administração de medicação pré-operatória - é feita se o risco de infecção trouxer um prejuízo muito alto ao paciente, sendo utilizado em cirurgias potencialmente contaminadas e contaminadas. Feridas limpas (classe I): utilizam-se antibióticos profiláticos quando há implante de próteses de longa permanência ou quando há osteotomia. O antibiótico apropriado deve ser escolhido anteriormente à operação e administrado antes que seja feita a incisão na pele, assim, doses repetidas devem ocorrer em intervalo apropriado, em geral 3 horas para casos abdominais ou 2 vezes a meia-vida média do antibiótico, embora a função renal do paciente possa alterar o tempo. Pacientes tomando medicações cardiológicas, incluindo β-bloqueadores e antiarrítmicos, drogas broncodilatadoras inalatórias ou nebulização, ou anticonvulsivantes, anti-hipertensivos ou drogas psiquiátricas devem ser aconselhados a tomar seus medicamentos com um gole de água na manhã da operação. Medicamentos como os agentes hipolipemiantes ou vitaminas podem ser omitidos no dia da operação. Algumas drogas estão associadas ao aumento do risco de sangramento no perioperatório e devem ser suspensas antes da operação, entre elas drogas que afetam a função plaquetária; aspirina e clopidogrel devem ser suspensas por 7-10 dias; AINEs devem ser suspensos entre 1 dia (ibuprofeno e indometacina) e 3 dias (naproxeno e sulindac). O uso de estrogênio e tamoxifeno tem sido associado a um aumento do risco de tromboembolismo, e devem ser interrompidos por 4 semanas. O uso de medicação natural deve ser interrompido no pré-operatório, mas isso deve ser feito com cuidado em pacientes que relatam o uso de valeriana, pois sua suspensão pode estar associada a uma síndrome de retirada. MEDICAÇÕES: deve ser feita a revisão dos medicamentos usados em casa pelo paciente, para isso deve-se pedir ao paciente que nomeie todos os medicamentos, incluindo drogas psiquiátricas, hormônios e medicações alternativas ou fitoterápicos, e que forneça as dosagens e a frequência do uso - no caso de suspensões de medicamentos, é importante retornar o paciente para seu regime normal anterior de medicamentos assim que possível. Medicamentos que controlam doenças coexistentes sejam usados apropriadamente enquanto são minimizados riscos devido a interações com drogas anestésicas ou efeitos hematológicos ou metabólicos indesejados. JEJUM NO PRÉ-OPERATÓRIO: a recomendação-padrão de “dieta zero após meia-noite”, tendo como base a teoria de redução do volume e da acidez dos conteúdos gástricos durante a operação. Recentemente, as recomendações são para que se permita um período de ingestão restrita de líquido até algumas horas antes da operação, a ASA recomenda suspender a ingestão de sólidos por 6-8 horas e líquidos claros por 2 horas. MANTER Drogas cardíacas: betabloqueadores e antiarrítmicos - podem causar taquicardia rebote; Drogas pulmonares: inalantes e nebulizantes; Anticonvulsivantes - causando alterações metabólicas do estresse da REMIT desencadeando crise convulsiva; Anti-hipertensivos Drogas psiquiátricas SUSPENDER Redutores de lipídeos e vitaminas no dia; Antiagregantes plaquetários: AAS e Clopidogrel (7-10 dias antes) - deve-se evitar ao máximo a dupla agregação; AINE: 1 dia antes, sobretudo na população acima de 60 anos e com comorbidades, pois pode desencadear IRA com espasma da arteríola aferente; Estrogênio: 4 semanas antes; Medicamentos naturais: 1-7 dias (Ginko). LAYANE SILVA
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