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Sociologia J. - Anotação (74)

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Professor: André Studart Leitão
Aula 9
Deveres Instrumentais, Prescrição
e Decadência
Direito Previdenciário - Custeio 
Coordenação: Dr. Wagner Ballera
01
"Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A 
violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do
material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).”
www.r2direito.com.br
1. Deveres instrumentais
O § 2º do art. 113 do CTN preceitua que a obrigação acessória decorre da legislação tributária e 
tem por objeto as prestações, positivas ou negativas, nela previstas no interesse da arrecadação ou da 
fiscalização dos tributos. A seguir, o § 3º do mesmo dispositivo determina que a obrigação acessória, pelo 
simples fato de sua inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente a penalidade 
pecuniária.
As obrigações acessórias substanciam deveres positivos (fazer) e negativos (não-fazer), sendo 
destituídas de valor patrimonial, em razão de seu caráter não pecuniário. Advirta-se, nesse contexto, que, 
quando a penalidade pecuniária ganha corpo, já não mais se tratará de obrigação acessória, tendo em vista 
a alteração substancial do instituto.
Importante atentar, ainda, para o fato de que, a despeito da elástica definição de "legislação 
tributária" constante do art. 96 do CTN, esses deveres instrumentais precisam decorrer de lei em sentido 
estrito (lei em sentido formal e material). E isso porque ninguém está obrigado a fazer ou deixar de fazer 
alguma coisa senão em virtude de lei, a teor da Constituição da República (art. 5º, II). 
A grande maioria dos deveres instrumentais previdenciários da empresa, seguindo o preceito magno 
insculpido no inciso II do art. 5º da Constituição Federal, está inserida no art. 32 da Lei n. 8.212/91. Referida 
listagem não é exaustiva, havendo outras obrigações acessórias com fundamento no mesmo diploma legal, 
a exemplo das previstas nos arts. 52 e 91.
 
2. Decadência e prescrição das contribuições de seguridade social
O exercício de um direito não pode ficar pendente indefinidamente, sob pena de gerar instabilidade 
social. Exige-se, pois, como medida necessária à segurança jurídica, que o decurso do tempo tenha 
influência tanto na aquisição, como na extinção de direitos.
No presente estudo, examinaremos a fluência temporal como causa extintiva de direitos no âmbito 
02
previdenciário, mais especificamente, no custeio do Sistema de Seguridade Social. Falar-se-á da decadência 
e prescrição das contribuições previdenciárias.
Porém, antes de adentrarmos na temática proposta, uma questão prejudicial se impõe: a 
constitucionalidade dos arts. 45 e 46 do plano de custeio da previdência social, Lei n. 8.212/91.
O art. 146, III, "b", da Constituição Federal dispõe caber à lei complementar o estabelecimento de 
normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente sobre prescrição e decadência.
Todavia, o constituinte não desceu a minúcias quanto ao que caracterizaria "normas gerais de 
prescrição e decadência", remanescendo dúvidas no que diz respeito à respectiva delimitação conceitual. O 
que seriam afinal normas gerais de prescrição e decadência?
Caso se considere a fixação de prazos como norma geral, então, os arts. 45 e 46 da Lei n. 8212/91 
estariam eivados de inconstitucionalidade, por trazerem disposições diversas das constantes do CTN. Nesse 
sentido, há o entendimento majoritário dos Tribunais Regionais Federais.
Sem embargo da natureza tributária das contribuições sociais, parece-nos ausente o vício de 
inconstitucionalidade. A definição uniforme de prazos não é uma exigência razoável, devendo-se atentar, 
antes de tudo, para as especificidades (mormente as econômicas) próprias de cada sistema.
Além disso, considerando como norma geral a fixação de prazos, exaure-se praticamente o 
conteúdo material do instituto, afinal quais pontos seriam passíveis de regulação pela lei de tributação? 
Dizendo mais claramente, o que poderiam ser normas específicas sobre prescrição e decadência, senão o 
estabelecimento dos respectivos prazos? 
Isso não significa dizer que a previsão do prazo previsto no CTN é despicienda. Pode, sim, ter 
aplicação, só que apenas subsidiária. Caso a lei de tributação não preveja o prazo, aplica-se o CTN. Essa 
conclusão resulta, inclusive, do disposto no parágrafo 4º do art. 150 deste Código, referente aos tributos 
sujeitos ao lançamento por homologação, quando se verifica a expressão "se a lei não fixar prazo". 
Destarte, as normas gerais estão limitadas às seguintes questões: a) método de contagem do prazo 
prescricional; b) disposições sobre a interrupção e suspensão; e, c) regras de reinício do curso do prazo. Não 
"Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A 
violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do
material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).”
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"Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A 
violação do direito autoral é crime punido com prisão e multa (art. 184 do Código Penal), sem prejuízo da busca e apreensão do
material e indenizações patrimoniais e morais cabíveis (arts. 101 a 110 da lei 9.610/98 - Lei dos Direitos Autorais).”
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há, por conseqüência, qualquer inconstitucionalidade nos arts. 45 e 46 da Lei n. 8.213/91.
De acordo com o art. 45 do plano de custeio, o direito de a Seguridade Social apurar e constituir seus 
créditos extingue-se após 10 (dez) anos.
O prazo decenal refere-se ao prazo que tem a Seguridade Social de lançar seu crédito, ou seja, de 
formalizá-lo, conferindo-lhe existência e definindo-lhe suas dimensões valorativas.
Os termos iniciais desse prazo encontram-se fixados nos incisos do art. 45 e correspondem: a) ao 
primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o crédito poderia ter sido constituído; e, b) à data em que se 
tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, a constituição de crédito anteriormente 
efetuada. 
Contudo, não se pode olvidar de que as contribuições previdenciárias estão sujeitas ao lançamento 
por homologação, e de que o art. 150, § 4º do CTN prevê regra específica para os tributos sujeitos a essa 
modalidade de lançamento, quando presente a satisfação parcial do débito. 
O que se homologa não é o lançamento, mas o pagamento (ainda que parcial), provocando-se a 
extinção total do crédito tributário, exceção feita às hipóteses dolosas consignadas no parágrafo 4º do art. 
150 do CTN. Se o Poder Público permanecer inerte durante o período legal, contado do fato gerador, o 
pagamento a menor, na prática, equivalerá a um pagamento total, haja vista a extinção do crédito tributário 
remanescente pela decadência.
Por outro lado, inexistindo antecipação do pagamento (omissão total do pagamento), o termo a quo 
será o primeiro dia do exercício seguinte ao da ocorrência do fato gerador (art. 173, I, CTN). 
Essas regras foram alteradas pelo Superior Tribunal de Justiça, cuja 1ª Seção criou, a partir da 
aplicação concorrente dos arts. 173 e art. 150, § 4º do CTN, a teoria dos cinco mais cinco. 
Com a devida vênia a esta Egrégia Corte, essa interpretação contraria os ditames legais. Isso porque 
04
os arts. 173 e 150, § 4º do CTN referem-se, respectivamente, a uma regra geral e a uma regra especial, não 
sendo devida a sua aplicação conjunta. 
Essa questão continua sendo alvo de controvérsia na 1ª Seção do STJ, que também já decidiu nos 
seguintes termos: a) não havendo antecipaçãodo pagamento, o termo inicial é o primeiro dia do exercício 
seguinte àquele em que ocorreu o fato gerador, consoante a Súmula 219 do extinto Tribunal Federal de 
Recursos; b) havendo antecipação parcial do pagamento, o termo inicial é a data da ocorrência do fato 
gerador (art. 150, § 4º do CTN).
Assevere-se, finalmente, que a decadência, em regra, não admite suspensão ou interrupção durante 
seu curso. A única exceção refere-se à hipótese constante do inciso II do art. 173 do CTN (ou inciso II do art. 
45 da Lei n. 8212/91). A justificativa desta ressalva está em que se já houve o fato gerador, e o prazo anterior 
é descontado, trata-se, induvidosamente, de interrupção da decadência.
O parágrafo primeiro do art. 45 da Lei n. 8.212/91 determina que, "para comprovar o exercício de 
atividade remunerada, com vistas à concessão de benefícios, será exigido do contribuinte individual, a 
qualquer tempo, o recolhimento das correspondentes contribuições."
Entrementes, os valores cobrados não ostentam natureza tributária, por não serem prestações 
compulsórias. Dessa forma, o indivíduo pode abster de efetivar o pagamento, sem que isso provoque a sua 
inscrição em dívida ativa e sua posterior execução forçada. 
Em verdade, apesar de topicamente transparecer hipótese de perpetuidade decadencial, o 
parágrafo 1º do art. 45 da Lei n. 8212/91 traz um favor legal, conforme inclusive já decidiu a 1ª Seção do 
Tribunal Regional Federal da 4ª Região. 
A situação, segundo nos parece, é uma decorrência do princípio da exceção de contrato não 
cumprido, previsto no art. 476 do Código Civil. Se o particular não cumpriu a sua obrigação de verter as 
contribuições, não há como exigir do sistema previdenciário o implemento de sua obrigação, que é 
conceder as prestações (benefício e serviços). 
"Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A 
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"Proibida a reprodução total ou parcial, por qualquer meio ou processo, assim como a inclusão em qualquer sistema de processamento de dados. A 
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Trata-se, pois, de uma figura jurídica inominada, caracterizada pelos seguintes aspectos: a) não 
pode ser exigida unilateralmente pela Fazenda Pública, o que afasta o seu caráter tributário e indenizatório; 
b) está condicionada à comprovação do exercício de atividade laboral; e, c) tem a finalidade específica de 
obtenção de benefício previdenciário. 
É medida que se impõe, haja vista a necessidade de preservação do equilíbrio financeiro e atuarial 
do sistema, sendo certo que a concessão gratuita da prestação previdenciária significaria forte incentivo às 
práticas de sonegação e elisão fiscais; e ninguém pode beneficiar-se de sua própria torpeza.
De acordo com o art. 156, V, do CTN, a prescrição extingue o crédito tributário. Disso resulta que 
este instituto, no direito tributário, apresenta traços característicos diversos daqueles do direito privado, na 
medida em que deixa de fulminar não apenas o direito de ação, para extinguir o próprio direito do crédito.
Importantes conseqüências daí sobrevêm. Em primeiro lugar, se há a extinção do crédito tributário, o 
seu pagamento é indevido, ensejando, consequentemente, em favor do interessando, o direito à repetição, 
nos termos do art. 165, I, do CTN. Ademais, com a extinção da relação de direito material, cessa a causa 
jurídica que fundamentaria a cobrança do crédito, podendo, então, o magistrado reconhecer de ofício a 
dívida prescrita.
Desse modo, é de se concluir que a diferença fundamental entre a prescrição e a decadência no 
direito tributário não se baseia nas conseqüências jurídicas de efetivação, pois ambas geram a extinção do 
direito ao crédito. A real distinção está na fase do processo de positivação em que cada instituto se opera. 
Enquanto a decadência opera na fase de constituição administrativa do crédito, a prescrição opera no 
momento do exercício do direito de ação.
O termo a quo da prescrição é o momento da constituição definitiva do crédito, somente podendo 
considerá-la definitiva, conforme entendimento dos Tribunais Superiores, após a notificação do contribuinte 
acerca da decisão proferida no processo administrativo fiscal, consideradas eventuais defesas e recursos. 
O art. 46 da Lei n. 8.212/91 estabelece prazo decenal para a cobrança dos créditos constituídos da 
06
Seguridade Social, aqui se repetindo as mesmas considerações empreendidas à decadência no que diz 
respeito à constitucionalidade desse prazo. 
A prescrição, diferentemente da decadência, admite suspensão e interrupção.
Na suspensão, o termo anteriormente decorrido é computado. Já a interrupção implica reinício da 
contagem de todo o prazo, desprezando-se o período anterior. Assevere-se, porém, que o reinício da 
recontagem não depende apenas da ocorrência da hipótese interruptiva, mas da verificação de requisito 
imprescindível para o seu curso: a inércia do credor. Assim, para o reinício da contagem, urge que o ente 
credor proceda com negligência, mantendo-se inerte na promoção de atos de impulsão processual. 
De acordo com o art. 174, I, do CTN, são hipóteses de interrupção do prazo prescricional: a) o 
despacho do juiz que ordenar a citação em execução fiscal; b) o protesto judicial; c) qualquer ato judicial que 
constitua em mora o devedor; d) qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe em 
reconhecimento do débito pelo devedor. 
A suspensão da prescrição não encontra tratamento normativo expresso. Entrementes, as suas 
hipóteses decorrem, por dedução lógica, da suspensão da exigibilidade do crédito tributário, afinal se o 
crédito não é exigível, não há como se admitir a fluência do prazo prescricional. E, nos termos do art. 151 do 
CTN, suspendem a exigibilidade do crédito e, consequentemente, a prescrição previdenciária: a) a 
moratória; b) o depósito do seu montante integral; c) as reclamações e os recursos, nos termos das leis 
reguladoras do processo tributário administrativo; d) a concessão de medida liminar em mandado de 
segurança; e) a concessão de medida liminar ou de tutela antecipada, em outras espécies de ação judicial; 
e, f) o parcelamento.
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