Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
• Identifique os fatos mais marcantes deste período da história para a saúde no Brasil. • Identifique quais repercussões deste período ainda tem reflexo nos dias atuais e porquê . • a evolução histórica das políticas de saúde está relacionada diretamente a evolução político-social e econômica da sociedade brasileira, não sendo possível dissociá-los; • a lógica do processo evolutivo sempre obedeceu à ótica do avanço do capitalismo na sociedade brasileira, sofrendo a forte determinação do capitalismo a nível internacional; • a saúde nunca ocupou lugar central dentro da política do estado brasileiro, sendo sempre deixada no periferia do sistema. Esforço organizado da comunidade, por intermédio do governo ou de instituições, para promover, proteger e recuperar a saúde das pessoas e da população, por meio de ações individuais e coletivas: vacinação, saneamento, prestação de serviços médicos… • “(...) a saúde pública é uma construção social e histórica e que, portanto, depende de valores, ou seja, é resultante da assunção e da luta de alguns valores contra outros. Nesse sentido, sugere-se que os sanitaristas e demais profissionais de saúde assumam explicitamente uma visão de mundo fundada na radical defesa da vida das pessoas com as quais trabalhem. Isso implica a busca da construção de condições sociais que possibilitem aos especialistas em saúde coletiva trabalhar com autonomia relativa tanto em relação ao Estado, quanto a partidos políticos, ideologias e outras racionalidades técnicas. Assim, caberia ao sanitarista posicionar-se sobre a existência ou não de saberes e de modos concretos para se enfrentar tal ou qual problema de saúde; argüindo contra os economistas e político em defesa da vida de grupos expostos a riscos.” O início… Brasil Colonia/ Império • 1500: Cuidados de saúde com pajés, jesuítas e “físicos”, barbeiros-cirurgiões. História da saúde no Brasil • Assistência hospitalar: Santas Casas de Misericórdia. • 1563: primeira epidemia de varíola • 1685: primeira epidemia de febre amarela • 1700: Físico-Mor: fiscalização das atividades dos médicos e venda de medicamentos. • 1746: havia apenas 6 médicos graduados • 1782: Junta Pronto-medicato: sistema oficial de assistência médica. • 1808: criação das escolas de medicina no RJ e Salvador. Período colonial/imperial • Medidas de saúde adotadas no período: Objetivo: direcionados aos problemas que afetavam e prejudicavam o comércio internacional. Ações • Saneamento dos portos •Urbanização e infraestrutura nos centros urbanos • Campanhas para debelar epidemias que afetavam a imagem brasileira e o comércio exterior Primeira Republica (republica velha) 1889 a 1930 • República Café-com-leite - Início da industrialização - Mão de obra estrangeira • Presença de doenças como cólera, febre amarela, malária, tuberculose, varíola... • Serviços/atendimento de saúde: pobre tem filantropia (hospitais de caridade da igreja) e benzedeira; ricos tem medico particular • Ações e programas de saúde visavam ao controle das doenças epidêmicas. • Nomeação de Oswaldo Cruz para a Diretoria Geral de Saúde Pública: - CAMPANHAS SANITÁRIAS: centralização das estruturas administrativas, concentração do poder e estilo repressivo de intervenção médica. Primeira República (República Velha) – 1889 a 1930 • 1850: Junta central de saúde publica (embrião do MS) • 1890: Conselho Nacional de Saúde Publica – saúde dos portos, higiene e saneamento no RJ. • 1904: Revolta da Vacina: reação popular contra a vacinação compulsória contra a varíola. --isolamento compulsório para as DT, vacina compulsória, ações higienista (limpeza do centro, retirada dos moradores de rua), saúde como questão de policia (policia impondo a vacina) • 1918: maior preocupação com o saneamento básico como promotor de saúde • 1920: Oswaldo Cruz é deposta e Carlos Chagas assume o Departamento Nacional de Saúde: criação de programas de educação sanitária como prevenção de doenças. Órgãos de controle para tuberculose, lepra (hanseníase) e DST. • Sanitarismo campanhista contrapondo-se à teoria dos miasmas. Primeira República (República Velha) – 1889 a 1930 • 1923: Lei Eloy Chaves: Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAPs): benefícios previdenciários e assistência médica. - Financiada pelas empresas, trabalhadores e união - Assistência medica e aposentadoria para os trabalhadores -Cada classe de trabalhador te o sua CAPs: ferroviários, portuários, marítimos,... Início do Sistema Previdenciário Brasileiro • 1923: Criação do primeiro centro de saúde por Geraldo de Paula Souza - Ação social e educativa - contraponto higiene obsoleta e espirito policial - família como centro da ação Modelos de intervenção na saúde vigentes nesta época... Período da Segunda República ou Era Vargas (1930-1945) • Revolução de 30: Fim do café-com-leite. Entra empresários, donos de empresas. Criação da CLT • Condições de saúde agora contam também com acidentes de trabalho, doenças profissionais, desnutrição, verminoses graças ao crescimento acelerado da indústria com condições precárias de trabalho, saúde e moradia. • CAPs são transformadas em Institutos de Aposentadorias e Pensões (IAPs) - Agrupados por categorias profissionais. • Contribuição dos trabalhadores que permite assistência médica e aposentadoria. - Gestão estadual com representantes dos trabalhadores e patrões na sua administração. - Capitalização do fundo dos IAP – uso para financiamento da industrialização (com desvio). -Quem não paga as contribuição não tem direito a aposentadoria e a assistência médica Período da Segunda República ou Era Vargas (1930-1945) • 1930: criação do Ministério da Educação e Saúde (MES): - auge do sanitarismo campanhista - Ações preventiva, combate da epidemia. - SESP (Serviço Especial de Saúde Pública) *combate especialmente a malária e proteção dos trabalhadores da borracha nas regiões norte e nordeste do Brasil financiada por americanos. Modelo Sanitaríssimo campanhista: envolve uma abordagem coletiva e ambiental da doença e caracteriza-se pela prática autoritária. Modelo clínico curativo-privatista: Realizada através das CAPs e da medicina liberal que privilegiam a abordagem individual e medicalizante dos problemas de saúde e negam a relação da doença com as condições de vida dos indivíduos e coletividades. •Divisão das ações -Ações de saúde coletiva: MES (SESP) -Assistência médica: IAPs Período da Redemocratização ou Desenvolvimentista (1945-1963) • 1948: Pres. Dutra lança o plano SALTE (saúde, alimentação, transporte e Energia) • 1953: criado o Ministério da Saúde independente da área de educação. - fortalecer a medicina preventiva; ações de saúde publica como oposição a assistência médica individual. • 1956-60: Juscelino Kubitschek - amplia-se o modelo médico-assistencial privatista (medicina especialista e hospitalocêntrica). -IAPs: numerosos. Os IAPs mais ricos são melhores. Movimento contra a unificação já que os IAP ricos terão que financiar os pobres e perder a qualidade. IAP constroem hospitais - Medicina de grupo (atual plano de saúde): empresas que prestam serviço medico privado aos funcionários da empresa que as contratam. Melhor seleção da assistência medica, maior cuidado com a mão-de-obra Modelos de intervenção na saúde vigentes nesta época... Período do regime militar (1964-1984) •No campo da saúde implantou-se um sistema de saúde caracterizado pelo predomínio financeiro das instituições previdenciárias e por uma burocracia técnica que priorizava a mercantilização da saúde. Modelo dos centros de saúde: aproximação da medicinacom as condições sociais do povo. Inicio do pensamento de um sistema de saúde de saúde para todos Modelo Especialista Modelo américano, baseado em especialista, equipamentos e grandes hospitais. Centrado na doença, curativista, foco nos equipamentos, e medicamentos. Programa vertical para doenças: isolamento de TB, MH, louco (segregação). Foco na doença e no tratamento especializado • 1966: Unificação dos IAPs – criação do Instituto Nacional de Previdência e Assistência Social (INPS) -vinculado ao Ministério do Trabalho e Previdência Social. - Esta medida uniformiza os benefícios para todas as categorias, fundo único para tdos os trabalhadores (indústria, comercio e serviços). -Acaba com a gestão tripartite. Período do regime militar (1964-1984) •INPS - com a expansão dos segurados, o instituto passa a contratação prioritária de serviços privados de saúde – lógica do lucro. - Expansão da medicina de grupo - Linha de financiamento para que a iniciativa privada construa hospitais (prestarão serviços para o INPS). Falta de fiscalização da prestação de contas dos serviços prestados pelo particular para o publico - Dinheiro do INPS financiando grandes obras: estrada transamazônica, Itaipu, ponte Rio- Niteroi. - 1971: inclusão entre os beneficiários dos trabalhadores rurais (Funrural), das empregadas domésticas e dos trabalhadores autônomos, desde que contribuíssem para o INPS. -1977: SIMPAS (Sistema nacional de Previdência e Assistência Social): nova organização burocráticoadministrativa do INPS,INAMPS, LBA (Legião Brasileira de Assistência), IAPAS, Dataprev, Funabem, Central de medicamentos (CEME). * Sistema quebrado (pelo financiamento dos hospitais): Diminuição dos gastos e serviços, aumento da contribuição *Previdência falida: Com economia baixa há pouco contribuinte e muito beneficiário, portanto o sistema quebra. * Recursos públicos para construir hospitais que depois se descredenciaram deixando os usuários sem assistência. Período do regime militar (1964-1984) • Situação da época - Censura das noticias de epidemias. - Condições sociais, como a miséria, aumenta o numero de casos de doenças transmissíveis. Aumento da mortalidade infantil e de crianças. - Donos de hospitais enriquecem as custas do sistema previdenciário. •Nasce o Movimento popular de saúde - Nasceu na periferia, saúde como conquista popular (trabalhador, população juntos). - Saúde publica como oposição ao modelo de atendimento hospitalar • Reforma sanitária: décadas de 70 e 80 Reforma Sanitária • Organizado solidamente desde meados dos anos 70 • Participação de intelectuais, profissionais dos sistemas de saúde, parcela da burocracia e organizações populares e sindicais • Propostas para mudanças do modelo médico assistencial privatista que se tornou hegemônico na segunda metade do século XX, induzido pelo processo de industrialização brasileira. • Luta pela garantia do direito universal à saúde e construção de um sistema único e estatal de serviços • Preconizava a transformação da relação entre o Estado e a sociedade, com defesa da participação social para a construção da cidadania. • 1978: Conferência Internacional sobre a Atenção Primária à Saúde, em Alma-Ata (Cazaquistão) - OMS - difusão do conceito de Atenção primária à saúde, medicina comunitária, participação da comunidade, promoção de saúde, etc... -saúde como direito fundamental do homem, responsabilidade política do governo e determinação intersetorial. • Projeto Montes Claros (MOC) - experiência que incorporou conceitos de regionalização, hierarquização, administração democrática e eficiente, integralidade e participação popular. • Abrasco: Associação Brasileira de Pós- graduação em Saúde Coletiva - atuava na formação de profissionais de saúde coletiva e na articulação com a sociedade organizada e o poder público para a reorganização das políticas públicas de saúde. • CEBES: Centro Brasileiro de Estudos da Saúde. -Através da revista Saúde em Debate mantinha um espaço de divulgação dos problemas de saúde brasileira, de crítica e propostas para a Reforma. Reforma Sanitária • Nos anos 80 usou como tática a ocupação dos espaços institucionais e a formulação e implementação de politicas frente a crise do INAMPS AIS (Ações Integradas de Saúde) (1983) SUDS (Sistema Unificado e descentralizado da Saúde) (1987) Reforma Sanitária Período da Nova República(1985- 1988) • Clima de ebulição participativa e de lutas por ampliação da cidadania: difusão das propostas da Reforma Sanitária. • 1986: VIII Conferencia Nacional de Saúde • 1987: SUDS • 1988: Constituição federal: SUS 8ª Conferência Nacional de Saúde • Marco do Movimento Sanitário Brasileiro (1986) • Reuniu mais de 5.000 pessoas na maior participação popular da história dos movimentos sociais • Definiu as estratégias a serem defendidas na Constituinte de 1988 e consolidou a opção pela via institucional • Conceito ampliado da saúde - resultado das condições de "habitação, alimentação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, educação, emprego, lazer, liberdade, acesso a posse da terra e acesso a serviços de saúde" (Relatório final de VIII CNS). • Reconhecimento da saúde como direito de cidadania e dever do Estado • Defesa de um sistema único, de acesso universal, igualitário e descentralizado de saúde.
Compartilhar