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Inclusão de crianças com TEA na Educação Infantil

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O ESPECTRO DO AUTISMO E A INCLUSÃO NA EDUCAÇÃO INFANTIL
KLIPEL, Edna Oliveira de Siqueira[footnoteRef:1] [1: Acadêmicas do curso de Lincenciatura Plena em Pedágogia da Universida do Estado de Mato Grosso, Contato: edna.klipel@hotmail.com] 
PAULA, Marcilene Batista Gomes de1
ROQUE, Wellington Fava [footnoteRef:2] [2: Professor Me.Licenciado em Ciências Biológicas orientador do curso de Lincenciatura Plena em Pedágogia da Universida do Estado de Mato Grosso. Contato: wellington,fava23@gmail.com] 
Resumo 
A inclusão das crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA) na educação escolar, em especial na Educação Infantil, vem sendo um desafio para os professores ao longo do tempo, já que o processo educativo escolar deve atender a necessidade de se contemplar a diversidade humana. O presente trabalho tem por objetivo investigar a realidade de alunos especiais, com foco naqueles com TEA , no processo de inclusão na educação infantil. Para tanto, utilizamos de uma metodologia com abordagem qualitativa exploratória e investigativa, com foco em TEA e a educação inclusiva, a partir de pesquisa bibliográfica e de entrevista com professores da Escola Estadual Governador João Ponce de Arruda, do municipio de Arenápolis/MT. Buscamos, no primeiro momento, por meio de um estudo bibliográfico embasado em: Batista & Enumo (2004), Bruno (2008), Garcia (2008), Mazzotta (2005), Amaral (1995) , Adorno (1995), Mantoan (2015), um embasamento teórico sobre o tema. Em seguida procuramos efetivar nosso estudo realizando, por videoconferência, entrevistas com pais de crianças com TEA e professores da escola citada que atendem essas crianças. 
O aprimoramento docente não tem fim, é necessário que os educadores estejam sempre pesquisando e se aprimorando, e o presente estudo tem o escopo de ser uma ferramenta para esses profissionais na integração das crianças com TEA.
Palavras-chaves: Autismo, Inclusão Escolar, Educação Infantil.
1. Introdução
O transtorno do espectro autista (TEA) é uma condição clínica que resulta de anormalidades no neurodesenvolvimento do indivíduo ainda na vida fetal, acarretando mudanças significativas na maneira como o indivíduo se socializa. (BOSA, 2001). Nesse contexto, atualmente vem se desenvolvendo inúmeros estudos a seu respeito e como se deve acontecer a inclusão desses individuos na sociedade e em especial na educação escolar. No entanto, para Bosa (2006) é necessário que se tenha um cuidado especial ao se iniciar qualquer processo de inclusão, pois essa construção precisa ser estruturada dentro de um planejamento preciso e conciso de maneira que venha atender as necessidades de cada etapa da vida.
Para Mello (2001) a educação inclusiva eficiente e eficaz requer aprimoramento das práticas educativas e pedagógicas, do uso de recursos e principalmente da instrumentalização de professores para que possam compreender as especificidades que estes alunos apresentam nos processos de socialização e aprendizagem. Isso só se concretizará quando a escola e os educadores reconhecerem as possibilidade de desenvolvimento e de aprendizagem que o aluno com autismo possui, e a patir daí traçar metas e práticas pedagógica que vão de encontro com todos os anseios e necessidades do mesmo.
Nesse contexto, acreditamos que o Autismo é uma condição pouco conhecida entre os profissionais da educação e que a implementação de processos inclusivos muitos obstáculos são percebidos, sobretudo a insuficiência de um atendimento educacional apropriado as suas necessidades.
Logo, este trabalho tem como objetivo investigar a realidade de alunos especiais, com foco naqueles com TEA, no processo de inclusão na educação infantil, buscando incentivar o debate acerca das práticas e ações educativas voltadas para estes estudantes.
Assim, para melhor a compreensão, primeiramente faremos menção sobre os conhecimentos sobre o TEA e suas características; no segundo momento seguiremos com a discussão sobre a mediação no processo de escolarização ao aluno com autismo; e no terceiro momento abordaremos como tem se dado a inclusão dos alunos com TEA na educação infantil da escola estadual Governador João Ponce de Arruda, situada no municipio de Arenápolis, estado de Mato Grosso.
1. Fundamentação Teórica
1. Espectro do Autismo e a Inclusão na Educação Infantil 
0. Autismo: algumas considerações 
Originário das palavras gregas “autos” e “ismo”, autismo significa “voltado para si mesmo” e é um transtorno global do desenvolvimento humano, uma alteração que afeta a capacidade de comunicação do individuo. Geralmente costuma ser notado antes dos três anos de idade quando os sintomas, geralmente relacionados às dificuldades do individuo em estabelecer comunicação e interação com os outros e com o ambiente onde está inserido aparecem.
Para Praça (2011) a criança com autismo:
[…] permanece em seu mundo interior como um meio de fugir dos estímulos que a cerca no mundo externo. Outro motivo para o autista permanecer em seu universo interior é o fato de que, em geral, o autista sente dificuldade em se relacionar e em se comunicar com outras pessoas uma vez que ele não usa a fala como meio de comunicação. Não se comunicando com outras pessoas acaba passando a impressão de que a pessoa autista vive sempre em um mundo próprio, criado por ela e que não se interage fora dele. (PRAÇA, 2011, p. 25)
Segundo o autor, a alteração que provoca o afastamento da criança do mundo exterior evidencia sérias perturbações das relações afetivas com os outros e com o meio, é uma desordem que se manifesta desde o nascimento e vai por toda a vida. Destaca que esse transtorno acomete cerca de 20 crianças a cada 10 mil nascidos e é quatro vezes mais comum entre os meninos do que em meninas, porém nas meninas os sintomas são mais graves.
Praça (2011) ressalta ainda que em relação à dificuldade de interação e comunicação da criança autista, nos diferentes níveis de obstáculos, a linguagem é afetada em todos eles; correndo risco de não se desenvolver em casos mais graves. No entanto, em casos mais leves pode se desenvolver com algumas limitações especificas para a experiência em cada um.
Uma das características presente na pessoa que sofre de distúrbio de espectro autista é a memorização de diferentes traços do seu meio ambiente. Segundo Schwartzam (1994) o processo de exploração do meio está voltado para detalhes ao seu redor e isso a impede de apreciar uma situação por inteiro, ou seja, há uma dificuldade de integração da globalidade e a percepção da significação é por isso alterada.
Devido ao déficit na teoria da mente os pensamentos e emoções aos outros são impedidos e, portanto, do individuo ter acesso às sutilezas das relações. Desencadeiam assim os padrões repetitivos e estereotipados do comportamento, o que provoca a resistência a mudanças e a insistência em determinadas rotinas, apego excessivo a objetos e fascínio com movimento de peças. Nesse contexto, a criança se preocupa mais em alinhar e manusear os brinquedos do que usá-los para brincar. 
Para Rocha (1997) 
“o Autismo está classificado em graus divididos de acordo com o grau de comprometimento dos distúrbios, quem tem um grau leve do transtorno tem condições de acompanhar mais a aprendizagem advinda do convívio social com a família e da escola, consegue falar normalmente e interage um pouco com os outros. Já os que um grau mais severo, normalmente não consegue acompanhar o ritmo do processo de aprendizagem em nenhuma das duas instituições, não fala e dificilmente consegue se socializar".
Assim, a autora afirma que os graus do autismo não podem servir como via de regra, deve apenas servir como ponto de estruturação para o desenvolvimento de estímulos que contribuirão com a melhoria de vida que as crianças terão durante seu processo de crescimento e desenvolvimento. Porém ressalta que a convivência com o autista é muito desafiadora, pois as necessidades específicas do autista, se tornam em barreiras para quem está envolvido nesse processo. 
Assim, chama a atenção da família e dos educadores no sentidodos mesmos buscarem mais conhecimentos e extrapolarem essas barreiras cirando um elo que colabore com sua inclusão e seus conhecimentos. Ressalta a importancia de uma afetividade constante desde muito cedo com a criança, já que os sintomas do autismo, geralmente são percebidos a partir do momento que a criança já tenha idade para expressar seus sentimentos por meio do choro, da calmaria, da irritabilidade, das expressões faciais, do sorriso entre outros.
Evidencia-se, de acordo com a autora, que as primeiras relações existentes entre o bebê e seus pais, principalmente com a mãe, responsável direta pela sua sobrevivência, é de fundamental importância para estimular a criança com o contato externo, pois pouco a pouco a criança vai percebendo a existência de um mundo exterior. No caso do autista, essa relação é muito mais importante, haja vista que se esse estímulo não fizer parte da sua vida ele se fechará muito mais num mundo que é somente seu.
Diante de todas as consideraçoes, Rocha (1997) ainda afirma que não há uma estrutura específica para a mãe do autista, mas de um encontro que põe em jogo, elementos estruturais inconscientes e eficazes, ou seja, o que importa é a qualidade da relação estabelecida nesse momento. Essa quando realizada com precisão é essencial e eficaz para a formação das estruturas do inconsciente (ego) da criança, já que o contato pele a pele com a mãe nos diferentes momentos do dia contribui com a construção de experiências interiores e exteriores. Segundo Cavalcanti (1997):
É a partir dessa relação entre mãe e filho que é construída a experiência da superfície do corpo [...] cujos cuidados por ela libidinalmente investidos, produzem estimulações em sua epiderme e estruturam as primeiras experiências eróticas, propiciando-lhe as vivências arcaicas de integração do corpo funções estas que, conforme o mesmo autor é o alicerce sobre o qual o bebê constrói os limites entre exterior e interior e desenvolve a confiança básica na integridade de um envelope corporal, cujos orifícios não são representados como pontos de evasão (CAVALCANTI 1997, p. 81).
A criança autista entende, interpreta e interioriza este contato com a pele da mãe comose fosse seu próprio mundo, quando esse ato é feito de forma constante e prazerosa ela será capaz de entender que para além desse corpo ela terá a liberdade de relação com esse corpo e com outros que fazem parte do seu meio.
0. Educação Inclusiva: formação de atitudes na Educação Infantil
Adorno (1995) destaca que um dos pilares da sociedade na formação do individuo é a educação, pois por meio dela é possível criar mudanças positivas em padrões e comportamentos. É por meio da educação que se propaga estudo sobre os vários campos doconhecimento, o sentido pleno do desenvolvimento, o fortalecimento da personalidade e o respeito aos direitos e liberdades humanas.
Segundo o artigo 205 da Constituição Federal (CF) de 1988:
A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.
Nesse sentido, a educação deve atender com igualdade todos que se ingressem no ambiente escolar, ou seja, a educação tem de ser considerada como um direito fundamental para todos os cidadãos. Queiroz (2003) destaca que processo educativo, garantido pela CF/88, ao ser implantado deve ser guiado por princípios, preceitos e objetivos que atendam de forma igualitária a todos que dele fizerem parte, já que a Carta Magna quando define todos, está deixando referenciado que não haverá qualquer tipo de discriminação no ato do desenvolvimento do processo educativo que ocorrerá nas instituições educativas.
Assim, o autor reafirma que a partir do momento em que a educação passa a ser direitode todos, observa-se que alguns cuidados com a dignidade humana passam a ser um fundamento importantíssimo para a construção de uma sociedade mais democrática, ou seja, a educação é atribuída o papel de valoração máxima do individuo.
Para Adorno (1995) os fundamentos essenciais da educação só serão alcançados apartir do momento em que os mesmos tenham uma visão de seu papel entre as diversas etapas do desenvolvimento, ou seja, a importância de um processo educativo que atenda as necessidades e anseios das crianças, dos jovens e adultos. O desenvolvimento desse processo deve ser diversificado, haja vista, que o ser humano é heterogêneo e cada um tem suas peculiaridades. Além dessas peculiaridades ainda existem aqueles que precisam e necessitamde uma atenção mais especial.
Adorno (1995) ainda ressalta que normalmente o processo educativo inicia-se durante a tenra idade da criança, na educação infantil, responsável pela socialização, e pelo desenvolvimento cognitivo, simbólico e emocional da criança. Assim, contribui para o desenvolvimento do processo de elaboração e construção do conhecimento, que instiga a criança a participar ativamente da interação com seus pares e com o espaço educativo, conduzindo-a trocar seus conhecimentos e experiências.
Assim, destaca que é fundamental que durante essa fase, o processo educativo seja capaz de promover uma formação critica e analítica da criança para sua atuação no meio social onde está inserida. Essa formação deve considerar a importância da criança ser capaz de entender todas as singularidades existentes entre a turma, as diversidades social e ética, os costumes e valores presentes no espaço educativo, assim como o respeito pelas diferenças.
Esses objetivos pré-estabelecidos para a educação só serão alcançados dentro de uma educação inclusiva. Freud (1980) pondera que é na infância que se forma o caráter, e as experiências infantis possuem valor determinante e fundante do psiquismo. Por isso, é que a Educação Infantil é o lugar e o momento que a educação inclusiva deve ser estabelecida.
Segundo Tessaro (2005) alcançar os objetivos da educação inclusiva requer um enfrentamento continuo e constante de algumas barreiras, entre elas, a do preconceito, tida como a mais difícil de ser enfrentada, pois ele é uma atitude, que dependendo das condições pode manter-se oculto e estar em contradição com as ações manifestas.
Adorno (1995) destacou a importância da educação na primeira infância como forma de fortalecer a identificação entre as pessoas, pois nesse momento deve ser explicitada a distinção entre desigualdade e diferenças. Sabendo que a desigualdade só ocorre quando nas relações atribuímos valores as diferenças. Reafirma que um dos objetivos mais importantes da inclusão é estabelecer a igualdade nas relações, onde o respeito mútuo ocorre num plano horizontal em que a participação de cada um tenha o mesmo valor.
Para Amaral (1995) as diferenças devem ser entendidas no plano da horizontalidade das relações, pois é a partir da consideração sobre a importância da igualdade que se estabelecem no plano das diferenças e não das desigualdades. Assim, enfatiza a necessidade de que todas as crianças aprendam a reconhecer os pontos fortes e as possíveis contribuições das crianças com deficiência nos processos grupais, e não apenas de ajuda-las em suas dificuldades.
Segundo Crochik (2006) para concretizar o principal objetivo da educação inclusiva é necessário enfrentar o maior desafio que é a mudança de atitudes e a criação de uma predisposição para o acolhimento das diferenças, que pressupõe o reconhecimento e legitimação das necessidades de cada um. É relevante reconhecer que o preconceito e discriminação não são inatos, por isso, a necessidade refletir sobre o processo de socialização e buscar os determinantes presentes na cultura que levam à necessidade de aderir a ele.
Todos os integrantes do processo educativo devem possibilitar uma abertura departicipação de todos que é alvo de preconceito para efetivar com presteza a superação dessa barreira. Para Jones (2005) é de suma importância ouvir as contribuições das crianças na construção do processo de inclusão, garantindo assim seu plenodesenvolvimento.
Para Mitler (2003) sendo a educação um direito de todos, é necessário que as ações de inclusão sejam fortificadas com técnicas e recursos que garanta a todas as crianças tenham acesso às mesmas oportunidades e que mais pessoas se envolvam nesse processo criando espaços seguros e funcionais para todos, tanto dentro quanto fora da proposta da instituição escolar
A construção de uma proposta inclusiva para a educação, aqui nos referindo a Educação Infantil, Batista e Enumo (2004) chama a atenção para a importância de uma intervenção com todas as crianças, independente de suas condições biológicas e físicas, só assim pode se ter a certeza de que será feito uma inclusão definitiva. Ainda chamam a atenção para que essa inclusão não seja apenas física, mas também emocional e social. Por isso, os autores reafimam que o adulto que está à frente do processo deve promover ações comobjetivos claros e concisos de superar quaisquer dificuldades encontradas nesse sentido.
Tessaro (2005, p.113) relatam em seus estudos que:
[...] a maioria dos alunos sem necessidades especiais é favorável à inclusão escolar e possuem sentimentos positivos em relação a esse processo, mostram, por exemplo, que é importante indagar se as respostas dos alunos aos questionários expressam a atitude deles em relação aos alunos com deficiência ou se suas falas apenas reproduzem um discurso oficial e respondem ao que se espera deles.
Nesse contexto, a autora destaca que o preconceito não é inato, assim quando o processo tem uma articulação coletiva e comprometida com o reconhecimento e com a busca da satisfação das necessidades de cada um a construção de um conhecimento humanizado se efetiva e reflete na interação de todos no seio da sociedade, educando essa também para odesenvolvimento da inclusão de todos.
Para Amaral (1995) na educação infantil, o processo de inclusão é um referencial muito importante para a construção do conhecimento de todas as crianças, quando seu principal princípio é a relação igualitária e inclusiva além de abrir oportunidades para troca de experiências que possibilite conhecimentos precisos sobre as especificidades de cada um. No entanto, isso só se efetivará a partir do reconhecimento e aceitação das próprias características e limitações, evitando assim a projeção destas no outro, pois, segundo o autor o mecanismo de projeção é responsável pela manifestação do preconceito.
Diante do exposto, evidencia-se que a Educação Infantil inclusiva tem papel significativo no fortalecimento das experiências infantis e na manutenção de abertura ao outro que permanecerá por toda vida do indivíduo.
1. Reflexões sobre a prática pedagógica na educação igualitária
Garcia (2008) ressalta que o desenvolvimento de uma Educação Inclusiva deve contar com práticas pedagógicas que respeitem as limitações das crianças, que detecta a maior dificuldade de cada uma delas e que torne as atividades flexíveis no sentido de estar por meio delas redescobrir os conflitos diários para estabelecer a melhor dinâmica a ser utilizada para a turma como um todo.
A autora afirma que para que os objetivos traçados para o desenvolvimento dessas práticas sejam alcançados com efetividade o educador deve por meio de sua autonomia buscar sempre melhores maneiras de transmitir o conhecimento e de favorecer o desenvolvimento intelecto-social das crianças. Assim sendo, o educador deve continuamente, tanto na teoria quanto na prática, buscar um paradigma que entenda as diversidades para trabalhar o potencial de cada criança de forma individual e coletiva.
Segundo a autora, as práticas educativas só serão desenvolvidas a partir do momento em que o educador identificar as necessidades educacionais para depois definir as estratégias que serão utilizadas para a realização das atividades cotidianas, bem como o tipo de avaliação que será adotada. Por isso, o educador deve necessariamente aprofundar seus conhecimentos e refletir a respeito de um processo que será capaz de construir uma relação e de contribuir com o desenvolvimento de um importante trabalho educativo.
Assim, fica evidenciado, que o trabalho do educador é fundamental, pois somente ele tem a capacidade de modificar as atitudes, as práticas, a organização e a avaliação própria da instituição. Essas modificações contribuem com a criação de ações pedagógicas eficientes e eficazes para que as crianças tenham novas escolhas no processo de aprendizagem. Schon (2000) define que essa prática pedagógica deve estar fundamentada emum triplo movimento que é o “conhecimento na ação, reflexão na ação e reflexão sobre a ação”. Dito isto, a escola que é um espaço aberto e democrático, vai se permitindo ajustar nas peculiaridades da sua clientela de forma flexível e dinâmica, respeitando as particularidades de cada indivíduo.
Segundo Bruno (2008) as modificações do espaço educativo requer que o educador faça uma constante reflexão sobre suas práticas, avaliando se dentro desta premissa, ele, educador, está buscando condições favoráveis ao aprendizado das crianças, se está garantindo recursos necessários que favoreçam o seu desempenho educacional, se consegue diminuir a desigualdade social presente e se contribui com o convencimento da sociedade de que o espaço escolar é um lugar de oportunidade para todos.
Para a autora a construção de práticas pedagógicas para uma Educação Inclusiva deve partir do entendimento de que cada criança tem características, interesses, capacidades e necessidades de aprendizagem que lhes são próprias. Nessas práticas devem ser projetados programas que atendam toda gama de diferenças, características e necessidades responsáveis pela real inclusão da criança com necessidades especiais dentro de um processo de aprendizagem igualitário.
Schon (2000) declara que para dar conta de atender o processo educativo inclusivo, são necessárias práticas pedagógicas que respeitem o ritmo de cada um de acordo com suas possibilidades, para isso o espaço educativo deve se organizar no sentido de contribuir com as mudanças necessárias na construção de uma efetiva aprendizagem que será refletida na construção de uma sociedade mais igualitária. Para isso as práticas pedagógicas inclusivas devem transformar e inovar a educação, e devem priorizar a participação dos alunos, oferecendo as mesmas oportunidades de estabelecer opiniões, trocas de ideias com o grupo e estar em consonância com os conteúdos a serem abordados em sala de aula.
Para Nóvoa (1995) dentro de uma perspectiva de inclusão, o professor constroem novas realidades rompendo assim com os modelos tradicionais e adquirindo uma nova forma de ensinar, possibilitando assim que o aluno seja um sujeito ativo nesse processo, considerando a sua totalidade e transformando as relações no espaço educativo. Em suas ponderações destaca que o professor estimula a criança a prosseguir trabalhando os conteúdos, mesmo diante de obstáculos, e busca disponibilizar formas para desenvolver a capacidade dos educandos motivando-os para despertar sua criatividade individual e coletiva.
Nóvoa (1995) destaca que:
A formação não se constrói por acumulação de conhecimentos ou de técnicas, mas, sim através de um trabalho de reflexividade crítica sobre as práticas e de (re) construção permanente de uma identidade pessoal. (NÓVOA, 1995, p. 25).
Nesse contexto, Mitler (2003) corrobora ao afirmar que é preciso que as práticas pedagógicas inclusivas produzam uma sustentação para se discutir a qualidade do processo de inclusão, pois apenas a partir dessa discussão é que se podem propor mudanças e alternativas para inovação do sentido de trabalhar com as diferenças sem excluir nenhum individuo ou mesmo desqualificar o processo de aprendizagem e construção do conhecimento. Inclusão deve ser entendida como igualdade entre todos e como oportunidades para o desenvolvimento das competências. Para além qualquer intenção que esteja em busca de princípios inclusivos que transforma e oferece as crianças um sentido social que perpassa toda a complexidade e ajuda-os de forma satisfatóriaa desenvolver-se através do processo educacional.
1. Procedimento Metodológico 
O presente estudo de se configura como qualitativo exploratório investigativo descritivo. Qualitativo por não se preocupar com a representatividade numérica, mas com o estudo do objeto, das relaçoes, das representações, das crenças, das percepções, entre outras. (Minayo, 2014). A autora destaca que as abordagens qualitativa se conformam melhor com a investigações de grupo e segmentos delimitados e focalizados. Exploratório ivestigativo descritvo, visando obter e analisasr carecterísticas e opiniões de populaões de pequenas amostras, que se presumem representativas dessas populaçoes. (Bardin, 1997)..
Assim sendo, o instrumento de pesquisa para os procedimentos de coleta de dados foi o roteiro de entrevistas semi-estruturadas, realizadas por meio de videoconferência, aplicadas a professores e pais de crianças com autismo da escola etadual Governador João Ponce de Arruda, do municipio de Arenápolis/MT. 
Os formulários utilizados na investigação estão inseridos nos apêndices para consulta.
As questões foram construidas de maneira que pudessem estabelecer parâmentros sobre a realidade das crianças especiais com TAE e sua inclusão na Educação Infantil.
Assim, buscamos transcrever, contextualizar e confrontar as respostas das entrevistas com a pesquisa bibliográfica com intuito de desenvolvermos uma análise verificando as percepções que todos possuem em relação ao processo de inclusão de crianças com TEA na educação infantil.
As respostas coletadas foram apresentados intregralmente, utilizando peseudonimos para manter a indentidade dos professores e familias entrevistadas.
Em entrevistas com pais de crianças com TEA, pudemos coletar dados de como eles lidaram com o diagnóstico de autismo e quais mudanças de comportamento foram observadas nas crianças, na convivência familiar e na escola. Realizamos essa análise com duas família que tem filhos com autismo, aplicando o questionário às mães, doravante denominadas Mãe A e Mãe B.
Da mesma maneira entrevistamos duas professoras da referida escola, que também as denominaremos como Professora A e B e detectamos toda compreensão que as mesmas têm sobre o TEA e como tem se dado o processo educativo e de inclusão dessas crianças.
4. Apresentação dos Resultados 
Para a realização da pesquisa foram feitas revisões bibliográficas e levantamento de dados que poderam contribuir para ter uma melhor compreensão do conteúdo proposto da analise. O mesmo foi executado a partir de um questionário aplicado a pais de crianças com TAE e professores que desenvolvem trabalho com essas crianças, que responderam questões relevantes sobre o autismo e a processo de inclusão na educação infantil.
Reunindo as informações obtidas e lhes dando sentido, procuramos analisar os dados coletados neste estudo, buscando respostas significativas às questões da pesquisa.
4.1 Respostas dos pais
Buscamos identificar nosso tema de maneira mais real entrevistando duas mães, aqui denominadas como mãe A, que tem uma filha de 5 anos com autismo em grau leve, que até 2020 estudou no CIMPLAF, escola municipal para educação infantil de arenápolis. E a mãe B que preferiu apenas responder os questionamentos e não se identificar.
Ao serem questionadas sobre como se deu a descoberta do autismo e quais foram os sinais. A mãe A relatou que quando a criança ingressou na creche, a professora percebeu que ela não interagia com as outras e nem falava, motivo que a fez chamar a mãe e pedir para levar a criança ao fonodiólogo. Já a mãe B disse que quando a criança tinha aproximadamente seis meses ela começou a notar algumas características, a partir daí começou a procurar por um diagnóstico, no entanto esse só aconteceu quando a criança tinha 9 anos, após 2 anos de acomapnhamento de uma equipe multidisciplinar de um Centro de Atendimento Psicossocial (CAPS).
Em relação a reação que teve com a descoberta, a mãe A disse que não se assustou, procurou prestar mais atenção na criança e descobrir o que poderia fazer para melhorar o dia a dia dela. Para a mãe B o sentimento foi de alivio, já que desde quando a criança era bebê ela buscava entender o que acontecia com seu filho, e a partir do diagnóstico pôde direcionar a criança às terapias e uso de medicamentos.
Quando questionadas sobre as dificuldades enfrentadas em relação ao relacionamento estabelecidos entre elas e as crianças, a mãe mãe A disse que foi o fato da criança não olhar em seus olhos quando ela falava. Já a mãe B não teve nenhuma dificuldade, mas percebe que a criança tinha temperamento instável, o que era um obstáculo na comunicação dela algumas vezes, pois não se expressava de forma a se fazer compreender.
Em relação ao tempo escolar, e a adapatação da criança na escola, a mãe A relata que a criança frequenta a escola desde os quatro anos, e que a adaptação foi boa, principalmente a partir do momento que a mesma passou a ter acompanhamento com um fonoaudiólogo. Enquanto a mãe B relata que a criança frequenta a escola desde os dois anos, quando ingressou numa escola particular onde permaneceu até a 5ª série, porém não foi alfabetizada. Sobre a adaptação, responde que foi muito difícil, e ela acabou tirando a criança da escola, e passou a ensina-la em casa.
As dificuldades enfrentadas pelas crianças nesse periodo de descoberta e adaptação e as atuais dificuldades de relacionamento entre as duas após esse periodo, a mãe A diz que foi o desenvolvimento de atividades que não fazia sozinha em casa, como: ir ao banheiro, pedir comida ou bebida, e que hoje não enfrenta nenhuma dificuldade. Em relação a mãe B relata que ocorreram erros e acertos como ocorrem em toda fase de uma criança, mas foi uma fase muito conturbada e sofrida, devido a exclusão, falta de conhecimento e com muitos julgamentos, afirma que ainda hoje a exclusão continua acontecendo, e que a inclusão é só no papel, o relacionamento de ambas hoje é bom pois sempre respeitam o espaço um do outro, e que ela aprendeu a se calar e passar o furacão, destaca ainda que o humor de um autista é tão imprevisível quanto o de qualquer outra pessoa, a diferença está na autenticidade de estravasar esse sentimento.
Ao serem questionadas sobre os avanços do desenvolvimento da criança após seu ingresso na escola e como foi a reação das outras crianças com a chegada dela e como tem se dado esse relacionamento atualmente, a mãe A afirma que ocorreram avanços, pois hoje consegue interagir com as outras crianças e já pede pra ir ao banheiro. Quanto a receptividade das outras crianças foi normal, pois a filha é grau leve de autismo. A mãe B diz que com certeza houve avanços, aponta que ocorreram em sua socialização e no aprendizado especifico dentro das necessidades dela. Quanto a aceitação das outras crianças descreve que as características atípicas do autismo é que definem a não aceitação e exclusão do individuo, porém após longo tempo de terapia especializada e do seu olhar cuidadoso, hoje ela consegue se relacionar com outras pessoas o que contribui com sua inclusão.
Sobre o relacionamento da criança com os educadores e da escola com a família, a mãe A responde que ela sempre se deu muito bem com os professores, pois ja ensinava algumas coisas pra ela em casa, e o relacionamento com a escola avalia como ótimo, não tem o que reclamar, destaca que hoje sua filha tem uma monitora pra ajuda-la em suas dificuldades e que o ônibos vem busca-lá em casa. Para a mãe B foi terrível, já que o pedagogo fazia comparações dela com outras crianças, e o que se espera de resultado num caso desse não é o melhor. Destaca ainda que cada um dá aquilo que recebe, e o autista quando bem acolhido dá tudo o que pode de maneira muito intensa. Atualmente a criança não frequenta mais a escola, devido às dificuldades de adaptação e aprendizado, mas durante o periodo em que frenquentou eles, pais, foram muito participativos e colaboradores em relação a informações sobre a criança, inclusive oportunizando o contato direto dos terapeutas com a escola.
Em se trantandode uma mensagem para pais que estão atualmente enfrentando essse desafio, a mãe A disse: “para que eles não se preocupem, pois eu quero que minha filha seja feliz e não perfeita. Desafios ela terá como qualquer outra criança, restará a nós pais apenas apoiar e incentivar o que esses anjos tem a nos oferecer”. A mãe B diz que “quando idealizamos um filho esperamos que ele venha perfeito, o autista é perfeito; meu filho é tudo que pedi a Deus, meus dias são de luta pelos direitos dele e que todos o aceitem ele do jeito que ele é, digo que o amo todos os dias e creio que o amor é o que nos garante mantermos um belo relacionamento.
A mãe B tem um filho com grau moderado de TEA, com idade superior em alguns anos à filha da mãe A, tendo iniciado anos antes a educação básica em escola tradicional.
O diagnóstico foi tardio com o filho da mãe B, e ela descreve toda a experiência escolar como um laboratório experimental, com erros e acertos até se chegar ao resultado pretendido, com muita dificuldade e preconceito dos colegas. Mas mesmo sendo “custosa”, chegaram a um resultado positivo, pois ocorreu uma significativa evolução de sua interação com outras pessoas e também com seu desenvolvimento nos estudos.
Para a mãe A não houve muita dificuldade em relação ao processo, já que na creche, quando a criança tinha dois anos, ela foi alertada sobre a necessidade de buscar um especialista que pudesse diagnosticar o que ocorria com a criança, haja vista que aos olhos dos educadores a criança apresentava alguns comportamentos que mereciam ser melhor avaliado. Ela faz questão de aqui resssaltar a capacidade dos educadores, nesse caso da rede pública que ela frequentava.
	Nesse sentido podemos detectar que a mãe A após aceitar a indicação da professora após o ingresso de sua filha na escola, quando o diagnóstico foi fechado o processo de alfabetização e de inclusão foi muito tranquilo, e afirma que outras pessoas só descobrem o TEA na criança quando ela menciona, creditando esse fato ao grau leve de autismo. Ela ainda conta com muita alegria que a sua filha tem uma monitora exclusiva, que a auxilia em todas as dificuldades, e que o ônibus escolar a leva e traz da escola.
Ciente da diferença de anos das crianças participantes da pesquisa, e consequentemente da época em que frequentaram a escola, salta aos olhos a evidência de evolução na educação e, principalmente, na capacitação dos educadores e equipe escolar. 
4.2 Respostas das professoras 
As educadoras que se propuseram a participar da entrevistas, aqui denominadas de professora A e Professora B. A Professora A é pedagoga e tem 13 anos de atuação na educação e há 6 anos trabalha com crianças autistas. A Professora B é graduada em história e está atuando na educação há 23 anos, trabalhou com aluno autista em 2014, e atualmente atua na coordenação e acompanha alunos com TEA.
Ao serem questionadas sobre a definição do autismo, a Professora A descreve o autismo de maneira técnica, demonstrando que busca conhecimentos por meio de leituras. Ela relata: “O autismo, é um disturbo do neurodesenvolvimento que se caracteriza por dificuldade de comunicação oral, interação social, presença de movimentos repetitivos e estereotipados”. Para a Professora B buscou descrever seus conhecimentos fazendo um relacionamento com o trabalho pedagógico. Nesse sentido diz: 
“Uma deficiência intelectual desafiadora paara nós educadores. A criança ou jovem autista requer habilidades e muito conhecimento teórico. O autista demonstra pouca interação com o ambiente escolar e talvez pela sua falta de comunicação verbal não consegue desenvolver a afetividade com as pessoas que convive. Necessita de uma rotina diária onde possa aos poucos aceitar a convivência e desenvolver suas habilidades”.
Em relação as características observadas nos alunos a Professora A relata:
“Isso vai do tipo de autismo, pois nenhum autista é igual ao outro. Na minha experiência profissional trabalhei com três tipos e cada um tem sua especificidade. Meus alunos têm: a síndrome asperger: a síndrome de rett e o autismo infantil cada um apresenta um comportamento e um desenvolvimento”.
A Professora B numa sequência de análise pedagógica responde que:
“O aluno autista embora tenha um bom potencial cognitivo age sempre como uma criança com bem menos idade. Por ter dificuldade em criar afeto, parece estar sempre disposto a responder de forma agressiva como forma de interpretação da sua não aceitação de algo ou alguém. Como disse anteriormente, o autista desenvolve suas habilidades de forma gradativa e por repetição”.
O relato sobre os desafios enfrentados para a inclusão do autista na sala de aula, a Professora A destaca que é a aceitação dos colegas de trabalho e fazer a garantia da lei 12.764. O que mais tocou foi:
“No meu dia a dia de trabalho ouvi da diretora que meu trabalho era “perolas jogada aos porcos. Na visão dela eu estava desperdiçando meu tempo e conhecimento com alunos que não compensava” (conforme relatado pela professora B)
Na linha das ações pedagógicas a Professora B vê as dificuldades relacionadas as características específicas do autista e relata:
“Primeiro, o aluno autista n consegue ter interesse em ficar em sala de aula por muito tempo. Realizam uma atividade rápida e já necessitam sair daquele ambiente, n socializa com demais colegas. Muito raros os casos de entretenimento. Segundo qualquer mudança em sua rotina diária faz com que o autista responda com agressividade. Deve ser acompanhado regularmente por profissionais de saúde, pois necessitam de medicações periódicas”.
Para descrever as práticas pedagógicas desenvolvidas para o processo de inclusão a Professora A descreve:
“No primeiro momento aproximação. Sempre busco primeiro conhecer o aluno, sua história seu processo escolar. Por meio de atividades lúdicas vou ganhando sua confiança e me aproximando. Depois partíamos par a convivência com a auxiliar de turma, depois com os professores e colegas de sala. Atividade que visavam o conhecimento acadêmico com a alfabetização por exemplo, vinham devagar e com bastante repetição do assunto, mas com estratégicas metodológicas e didáticas diferentes. A cada momento era necessário repensarmos a metodologia e também o espaço”.
Para a Professora B o desenvolvimento humano e a aprendizagem são processos possibilitados pela interação entre pessoas e delas com o ambiente, assim o trabalho com autista requer do professor diversificaçao de atividades para que estas possam despertar em todos alunos participação ativa na resolução dos problemas, e nessa o autista deve compreender seu papel diante da situaçao. Nesse sentido resolveu descrever uma experiência desenvolvida pela escola rumo a inclusão, assim descreve:
“ A escola em que trabalho realiza todos os anos os jogos escolares entre as turmas e ao final das competições faz premiações com medalhas em um ato que envolve toda a escola e todos os alunos. Em um momento desse de entrega de medalhas, pude observar que ao chamar os times que haviam ganhado, o nosso aluno autista que observava sentado junto com os demais alunos ficou muito entusiasmado quando chamei a frente os colegas de sua sala. Imediatamente após observação o chamei, e ele veio a frente e se posicionou igual aos demais colegas, entregamos as medalhas a todos, claro que para nosso aluno também, que naquele momento ficou visível a todos que ali estavam a emoção do nosso autista que transbordava em sorriso. Ele sentiu parte daquele momento”.
O momento em identificarmos os treinamentos e conhecimentos práticos e/ou teórico para o desenvolvimento do trabalho com o autista e se as educadoras se sentem capacitadas para desenvolver esse processo de inclusão a Professora A disse que num primeiro momento se matriculou num curso realizado pelo Centro de Apoio e Suporte à Inclusão da Educação Especial (CASIES), onde por dois anos de curso presenciais e oficinas para produção de materiais pedagógicos, para além buscou aprofundar seus conhecimentos por meio de conceitos teóricos através de leituras de muitolivros e artigos de estudiosos que pesquisam e estudam essa acerca do tema. Hoje resssalta:
“Estou no processo! Ninguém nunca está totalmente pronto. Tendo em vista que trabalhamos com pessoas, e este campo sempre nos apresenta novos conceitos e novos desafios. Ninguém nunca está totalmente capacitado porque a formação do professor é continua”. 
A Professora B não participou de nenhum curso, mas sempre buscou compreender o processo de inclusão e conceitos sobre autismos por meio de leituras específicas para atender cada um na sua individualidade, além disso fez contato com CASIES para promoverem a qualificação dos profissionais da escola no sentido de contribuir com um atendimento mais qualificativo para os alunos. Ressalta que precisa aprender muito.
Diante de todo o contexto ao responder sobre as medidas que devem ser tomadas para qualificar o atendimento e a inclusão dos autistas na escola, ambas ressaltam a formação contínua dos educadores. A Professora A ainda ressalta que os professores precisam ser conhecedores das teorias que norteiam suas práticas.
Ao analisarmos os meios de comunicação utilizado com os alunos autistas e a maior dificuldade encontrada em relação ao aluno, a Professora A utiliza de diversos meios entre eles: fala, escrita, pecs, pranchas e boardmaker. A maior dificuldade encontrada é com a família. E a Professora B utiliza de fala, gestos e gestos. A maior dificuldade é são as relações interpessoais e comportamentais.
5. Considerações finais
Ao final deste estudo, que amparado por pesquisa bibliografica é de campo, buscamos compreender como tem se dado a inclusão de crianças com TEA na educação infantil, bem como o desempenho de todos os alunos no processo ensino e aprendizagem, em especial das crianças que atualmente são alunas da EE. Governador João Ponce de Arruda, do municipio de Arenápolis/MT, com o objetivo de compreender como ocorre o processo de inclusão dessas crianças, os avanços e retrocessos, a partir de parâmetros legais, dando enfase para o conhecimento das especificidades dessas crianças.
Diante das entrevistas semiestruturadas realizadas com as educadoras da citada esscolar concluímos que a Professora A, formada em pedagogia trabalha com alunos autistas há seis anos, descreve o autismo como sendo um distúrbio do neurodesenvolvimento caracterizado como dificuldade de comunicação oral, social e de movimentos repetitivos e estereotipados. Trabalhou com três tipos de autismo, e que nem um é igual ao outro, cada um com sua especificidade. Seu maior desafio na escola é fazer valer a garantia da lei 12.764 (Política Nacional de Proteção aos Direitos de Pessoas com TEA) e a aceitação dos colegas de profissão, que dizia que seu trabalho era “pérolas jogadas aos porcos”. Sua prática pedagógica é sempre buscar a aproximação, conhecendo o aluno, sua história e seu processo escolar, por meio de atividades lúdicas, buscando a confiança do mesmo. Atividades essas que visam o conhecimento acadêmico com a alfabetização, com estratégias metodológicas e didáticas diferentes. A mesma fez curso de capacitação de Inclusão a Educação Especial, lê muito a respeito do tema, mesmo assim não se sente capacitada, está em processo, pois acredita que nunca alguém chegará a estar totalmente capacitado, porque a formação do professor é contínua, os professores precisam ser conhecedores das teorias que norteiam sua prática. Seus meios de comunicação são: Fala, escritas, pecs, pranchas e boardmaker. E é na família que ela encontra mais dificuldade com seu aluno.
A Professora B atua como coordenadora da Escola João Ponce de Arruda, teve a oportunidade de trabalhar com um aluno autista em 2014, depois a escola recebeu outros aluno que ainda estudam na escola. Define o autismo como sendo uma deficiência intelectual desafiadora para os educadores, onde requer muita habilidade e conhecimento teórico, o autista necessita de uma rotina diária onde possa aos poucos aceitar a convivência e desenvolver suas habilidades, embora tenha um bom potencial cognitivo, sempre age como uma criança com bem menos idade, sempre responde de forma agressiva como forma de interpretação da sua não aceitação de algo ou alguém, devido a sua dificuldade em criar afeto.
Relata que trabalhar com alunos autistas é realmente um grande desafio, pois o processo é lento e gradativo, mas que é possível sim, com a participação de todos os alunos e atividade lúdicas, fazer com que o aluno compreenda seu papel diante da situação. Não teve uma capacitação na área, a busca foi através de leituras específicas para atender cada um na sua individualidade. A mesma não se sente capacitada, pois ainda há muito para aprender. As medidas a serem tomadas para atender melhor estes alunos seria uma formação específica. Seus meios de comunicação com os alunos são a fala, os sinais e os gestos. É nas relações interpessoais e comportamentais que a mesma encontra mais dificuldade com o aluno.
As maiores dificuldades enfrentadas por elas são em relação as famílias, os profissionais da educação e a falta de profissionais capacitados na área, é um desafio constante, pois cada aluno autista tem suas especificidades e suas individualidades, é um processo lento que exige muito profissionalismo e dedicação, para que os objetivos sejam alcançados.
Diante do expostos, constatamos que na atualidade, é necessario que o Sistema Educacional disponibilize de forma mais continua qualificação, através de cursos que forneçam subsidios e preparo, para todos os educadores no intuito que estes possam desenvolver ações mais eficientes e eficazes que atendam de forma igualitária todos os alunos. Para além, é fundamental que seja disponibilizado materiais pedagógicos e apoio para que os educadores tenham condições de executarem com precisão todas as ações pedagógicas que garantam o avanços da aprendizagem e o desenvolvimento integral do individuo com necessidades educacionais especiais.
Em corroboração com Mantoan (1997) o professor como mediador deverá promover um ensino igualitário e sem desigualdade, já que quando se fala em inclusão não estamos falando só dos deficientes e sim da escola também, onde a diversidade se destaca por sua singularidade, formando cidadãos para a sociedade. 
Assim:
[...] a inclusão é um motivo para que a escola se modernize e os professores aperfeiçoem suas práticas e, assim sendo, a inclusão escolar de pessoas deficientes torna-se uma consequência natural de todo um esforço de atualização e de reestruturação das condições atuais do ensino básico. (Mantoan, 1997, p.120)
Baseadas na pesquisa bibliográfica e nos resultados obtidos através da entrevista semiestruturada e concluimos que o processo de inclusão das crianças com TEA na Educação Infantil, nessa escola, tem se dado de maneira consistente e concisa, haja vista que tanto a professora quanto a coordenadora possuem conhecimento e prática no trabalho educacional desenvolvido com essas crianças.
No entanto, dentro de um estudo de campo, iluminado pelas bibliografias pesquisadas, compreendemos que a educação inclusiva é uma tarefa desafiadora, pois para receber alunos com deficiencia a escola enfrenta desafios em relação a adequações ambientais, curriculares e metodológicas, além do despreparo dos educadores na questão de que a educação especial atue de forma articulada com o ensino comum, procurando atender as necessidades educacionais especiais de alunos com deficiência. 
Ainda há muito para se fazer, pois realmente a formação do professor não é coerente para se trabalhar com a inclusão, enquanto isso a pedagogia da diversidade precisa ser vista como uma pedagogia que seja auxiliadora, onde as práticas pedagógicas precisam ser repensadas e modificadas, dependendo da criatividade de cada professor, o modo com o qual desenvolverá seu projeto com a sala, de forma a incluir a todos, através de um planejamento flexível para novas adaptações.
Esse despreparo para a diversidade de aprendizagem, bem como o exercício da prática educacional inclusiva, representa um grave problema que podem gerarsérios equívocos educacionais. A formação dos professores é um caminho para a construção de uma escola inclusiva. Uma política de formação de professores é um dos pilares para a inclusão escolar, pois a mesma pode ser considerada como um elementos importantes para o exercício de uma prática docente inclusiva.
Compreendemos que a inclusão de crianças autistas é fundamental para a sua socialização e para seu desenvolvimento ativo em comunidade, tornando-as mais independente possivel. No entanto, essa inclusão só se efetivará no momento em que os professores forem capacitados para atender essas crianças. 
Concluimos então que os educadores devem contar com apoio e formação para capacitação direcionada sobre a necessidade da criança autista em relação a defasagem social, de linguagem e de comportamento, e tenham condições de desenvolver um trabalho que respeite as limitações das mesmas e proporcione a elas métodos de intervenção de aprendizagem que as atendam. Assim, o professor deve estar sempre em busca de formação para aperfeiçoar sua habilidade de repassar seu conhecimento de forma didática fazendo com que o autista sinta-se confiante no ambiente escolar.
Um processo educacional para ser completo exige a participação ativa da familia, e segundo as mães aqui entrevistadas isso tem garantido a elas uma melhor preparação para os enfrentamentos dos desafios diários, partindo desse pressupostos, Bruno (2008) aborda que o processo de inclusão deve garantir a integração da familia através de ações e comportamentos, pois a atipicidade das crianças com TEA deve servir para a inovação das práticas desenvolvidas pela escola na superação de todo e qualquer preconceito.
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