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Fundamentos do Controle de Ruído IndustrialInserir Título Aqui
Inserir Título Aqui
Responsável pelo Conteúdo:Equipamentos e Parâmetros de Medição
Prof.ª Me. Fernanda Anraki Vieira
Revisão Textual:
Prof. Esp. Claudio Pereira do Nascimento
Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos:Equipamentos e Parâmetros de Medição
· Equipamentos e Parâmetros de Medição;
· Configuração dos Equipamentos;
· Leitura e Interpretação de Relatórios e Histogramas.Fonte: iStock/Getty Images
Objetivos
· Demonstrar os equipamentos e parâmetros de medição de ruído.;
· Fornecer as noções básicas para configuração dos equipamentos de medição;
· Capacitar o aluno para leitura e interpretação de relatórios de dados e histogramas.
Caro Aluno(a)!
Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o último momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns dias e determinar como o seu “momento do estudo”.
No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como sugestões de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpretação e auxiliarão o pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
Bons Estudos!
Contextualização
Diversos aspectos devem ser observados para a realização de uma avaliação de ruído.É muito importante selecionar e configurar adequadamente o equipamento de me- dição, visto que ele fornecerá os níveis de ruído do ambiente avaliado. Não somente isto, mas a certificação e calibração, também, interferem diretamente nos resultados obtidos.
Além dos equipamentos de medição, deve-se compreender e interpretar uma série de parâmetros que servirão como base para uma tomada de decisão quanto ao ruído. Estes parâmetros precisam ser cuidadosamente estudados para que a avaliação tenha sucesso.
Uma avaliação de ruído bem realizada e registrada adequadamente serve como base para a elaboração de diversos documentos de segurança, inclusive, para apresentação aos órgãos fiscalizadores e outros aos quais interessar.
De modo contrário, uma avaliação de ruído mal feita pode acarretar diversos prejuízos às partes interessadas, resultando em doenças e acidentes envolvendo os trabalhadores, comprometimento da imagem e credibilidade da empresa e do profissional responsável pela avaliação, entre outras possibilidades.
Segue mais um vídeo do Napo para reflexão.
	
	Assista ao vídeo e reflita com Napo em: https://youtu.be/rkbat5wUWo4
	
	
UNIDADE
Equipamentos e Parâmetros de Medição
10
7
7
Equipamentos e Parâmetros de Medição
Equipamentos de Medição de Ruído	
Um sistema básico de medição de ruído é composto por um microfone, pré-ampli- ficadores, circuitos de compensação ou filtros de frequências/bandas, um amplificador, um detector RMS e um sistema de saída. (GERGES, 2000)Detector
Saída
Microfone
Preamplificador
Amplificador
RMS
Detector
Constante “R” / “L”
Circuitos “Hold”
Filtros
A, B, C, D
Linear
Figura 1 – Sistema básico para medição de ruído
O microfone é o dispositivo responsável por captar a grandeza física da pressão acústica e transformá-la em sinal elétrico. Deve-se tomar cuidado com interferências causadas por ventos, através do uso de protetor de espuma, com células abertas, que é posicionado sobre o microfone. (GERGES, 2000)
O sinal elétrico captado pelo microfone passa pelo sistema do equipamento e recebe as correções dos circuitos de compensação (A, B, C ou D) e/ou filtros de bandas, forne- cendo uma resposta (rápida ou lenta) de saída, que pode ser analógica ou digital.Outro aspecto a ser considerado é que os equipamentos de medição devem seguir a normas ou especificações internacionais de fabricação. (GERGES, 2000)
Medidores de Nível de Pressão Sonora	
Também conhecidos como decibelímetros ou sonômetros, os medidores de níveis de pressão sonora são instrumentos utilizados para medir o NPS instantâneo. Podem ser do tipo simples, que fornecem apenas o nível global em dB(A), ou medidores sofisticados com recursos para leitura em dB (linear A, B, C ou D), dB impulso, dB pico, ou outras escalas. (GERGES, 2000; SALIBA, 2018)
Atualmente existem aplicativos para smartphones que medem o nível de pressão sonora. A Figura 2 mostra um decibelímetro digital, medindo 42,3dB(A), e ao seu lado, um aplicativo de smartphone medindo 42,5dB(A), ambos com a mesma configuração.
Figura 2 – Comparação dos níveis de pressão sonora exibidos entre um aplicativo do smartphone e um decibelímetro
Fonte: Acervo do Conteudista
Os aplicativos de smartphones podem ser utilizados nas medições de níveis de pressão sonora em uma empresa?
Analisadores de Frequência
Analisadores de frequência são acessórios que podem ser integrados ou acoplados aos medidores de nível de pressão sonora para obterem o espectro sonoro, ou seja, o nível de pressão sonora em determinada frequência. A análise da frequência do NPS au- xilia na tomada de medidas de controle, vez que a seleção de materiais isolantes depende desta análise, e também pode ser útil no cálculo de atenuação de protetores auditivos. (SALIBA, 2018)
Dosímetros
Os dosímetros são equipamentos utilizados para a medição da dose de ruído (ou efei- to combinado) durante a jornada de trabalho, principalmente quando o ruído é variável (GERGES, 2000). Atualmente existem vários modelos de dosímetros no mercado, com ou sem cabo, que fornecem, além da dose, outros parâmetros necessários na avaliação de ruído. Os dados medidos podem ser impressos com histogramas. (SALIBA, 2018)
Calibradores
Os equipamentos medidores de ruído devem ser calibrados em campo, antes e após cada medição. Para isso, utiliza-se uma fonte padrão que emite som na frequência de 1.000Hz. A intensidade emitida pelo calibrador pode ser de 94dB, 114dB, ou outro valor, de acordo com a marca do calibrador. (SALIBA, 2018)
Antes de iniciar a medição, calibra-se o equipamento para garantir a precisão da medição. Durante a calibração, caso o equipamento apresente valor diferente do nível emitido pelo calibrador, é possível ajustá-lo. Após a medição, conecta-se o calibrador ao equipamento para verificar se houve variação entre a calibração inicial e final. Caso a variação seja de ±1dB, a medição deve ser descartada. (SALIBA, 2018)
Figura 3 – Dosímetro modelo Simpson 897 com fio e calibrador acústico
Fonte: Acervo do Conteudista
Figura 4 – Dosímetro modelo Casella Cel-35X sem fio
Fonte: Acervo do Conteudista
	
Figura 5 – Dosímetro modelo Simpson 897 com microfone conectado ao calibrador, antes da calibração, apresentando leitura de 94,2dB para 94dB emitido
Fonte: Acervo do Conteudista
Figura 6 – Mesmo equipamento, após ajuste manual da calibração, apresentando leitura de 94,0dB para 94dB emitido
Fonte: Acervo do Conteudista
	
	Sobre a seleção do equipamento para a medição em: https://youtu.be/XBObMj44Z6I
	
	
Certificação dos Equipamentos	
Os medidores de ruído e calibradores devem ser calibrados e certificados periodicamen- te em laboratórios especializados. Conforme a NBR-10151/00, a certificação deve ser da Rede Brasileira de Calibração (RBC) do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (INMETRO), renovado, no mínimo, a cada dois anos (SALIBA, 2018). A calibração e certificação podem ocorrer em tempo menor, geralmente a cada um ano, ou conforme a necessidade, quando ocorrerem situações que podem comprometer a integridade dos componentes, por exemplo: quedas, manutenções etc.
O site do Inmetro para descobrir quais laboratóriossão acreditados para realizar a calibração de equipamentos acústicos em: https://goo.gl/Q6jW5z
Parâmetros da Avaliação de Ruído	
Como já mencionado na unidade 2, considera-se ruído contínuo aquele cuja variação de nível de pressão sonora varia ± 3dB durante um período longo de observação (maior que 15 minutos). O ruído intermitente possui variação igual ou maior que ± 3dB em curtos in- tervalos de tempo (menor que 15 minutos) e superior a 0,2 segundos (SALIBA, 2018). Do ponto de vista ocupacional, não há diferenciação entre o ruído contínuo e o ruído intermi- tente. Portanto, considera-se ruído contínuo ou intermitente o ruído que não é de impacto (BRASIL, 1978). Já o ruído de impacto é aquele que apresenta picos de energia acústica de duração inferior a um segundo, a intervalos superiores a um segundo. (BRASIL, 1978)
Para se avaliar os níveis de ruído contínuo e intermitente ou de impacto, deve-se com- preender os parâmetros de medição envolvidos que serão abordados a seguir.
Dose Equivalente de Ruído ou Efeitos Combinados
Quando ocorrem dois ou mais períodos de exposição a diferentes níveis de ruído, de- ve-se considerar os seus efeitos combinados (BRASIL, 1978). O cálculo do efeito com- binado, ou dose equivalente de ruído, é obtido através da soma das seguintes frações:
D  C1  C2  C3  Cn
			
Onde:
T1	T2	T3	Tn
· D é dose equivalente de ruído;
· Cn é o tempo total de exposição a um nível específico;
· Tn é a duração total permitida neste nível, conforme a tabela do Anexo I da NR-15.
Caso o resultado da dose equivalente seja superior à unidade ou 100%, o limite de tolerância terá sido ultrapassado.
Ou seja, a dose é um parâmetro utilizado para caracterizar a exposição ao ruído, expres- so em porcentagem de energia sonora, tendo como referência o valor máximo da energia
sonora diária admitida, definida com base em outros parâmetros pré-estabelecidos: fator de duplicação de dose, critério de referência e nível limiar de integração. (BRASIL, 2001)
Fator (ou Incremento) de Duplicação de Dose (q) ou Exchange Rate (ER)
Segundo a Norma de Higiene Ocupacional 01 (NHO-01) da Fundacentro, órgão de pesquisas do Ministério do Trabalho, é o incremento em decibéis que, quando adicio- nado a um determinado nível, implica a duplicação da dose de exposição ou a redução para a metade do tempo máximo permitido(BRASIL, 2001).Ou seja, a quantidade de decibéis que representa a duplicação da intensidade do ruído.
Observe parte da tabela de limites de tolerância do Anexo 1 da NR-15:
Tabela 1 – NORMA REGULAMENTADORA 15 - Atividades e Operações Insalubres ANEXO I - Limites de Tolerância para Ruído Contínuo ou Intermitente
	NÍVEL DE RUÍDODB (A)
	MÁXIMA EXPOSIÇÃO DIÁRIAPERMISSÍVEL
	85
	8 horas
	86
	7 horas
	87
	6 horas
	88
	5 horas
	89
	4 horas e 30 minutos
	90
	4 horas
Fonte: elaborada pela autora.
Para um nível de ruído de 85,0 dB(A), são permitidas 8 horas de trabalho. Já para 90,0 dB(A), são permitidas 4 horas de trabalho. É possível observar que quando acres- centado 5,0 dB(A), a máxima exposição diária permissível se reduz à metade. Logo, o fator de duplicação de dose do Anexo 1 da NR-15 é de 5,0 dB(A).
Algumas normas utilizam o incremento de duplicação de dose q=3, inclusive, a pró- pria NHO-01. Essa diferença implica em diferentes abordagens e resultados nas medi- ções de ruído.
	
	Sobre a diferença entre os incrementos q=3 e q=5 em: https://goo.gl/6XoS4H
	
	
Qual incremento de dose deve ser utilizado para elaboração dos programas de segurança?
Critério de Referência (CR) ou Criterion Level (CL)
Conforme a NHO-01, critério de referência é o nível médio para o qual a exposição, por um período de 8 horas, corresponderá a uma dose de 100%. No caso do Anexo 1 da NR-15, trata-se do limite de tolerância que é 85,0 dB(A). (BRASIL, 2001)
Nível Limiar de Integração (NLI) ou Threshold Level (TL)
É o nível de ruído a partir do qual os valores devem ser computados na integração para fins de determinação de nível médio ou da dose de exposição. Ou seja, a partir de qual nível de ruído o instrumento irá medir. Níveis abaixo do nível limiar de integração são desconsiderados nos cálculos. (BRASIL, 2001)
UNIDADE
Equipamentos e Parâmetros de Medição
12
11
11
Nível Equivalente de Ruído (Neq), ou Equivalent Level (Leq), ou Average Level (Lavg), ou Nível de Exposição (NE)
O nível equivalente é o nível médio baseado na equivalência de energia (BRASIL, 2001). Ou seja, representa os níveis de pressão sonora médios ao longo do tempo, de- finido pela seguinte expressão (SALIBA, 2018):
Para fator de duplicação de dose q=5:
Lavg  16, 61 x log D x 8  85
T
Para fator de duplicação de dose q = 3:
Leq  10 x log D x 8  85
T
Onde:
· Lavg / Leq são os níveis equivalentes de ruído;
· D é a dose equivalente em fração decimal, ou seja, o valor obtido pelo instrumento de medição deve ser dividido por 100;
· T é o tempo de medição.
Média Ponderada no Tempo ou Weighted Average Sound Level (TWA)
O nível equivalente de ruído para 8 horas é denominado TWA (Weighted Average Sound Level) e é obtido pelas seguintes equações (SALIBA, 2018):
Para q = 5:
Para q = 3:
Exemplos:
TWA = 16,61 x log D + 85
TWA = 10 x log D + 85
1) Um trabalhador fica exposto aos seguintes níveis de ruído durante a jornada de trabalho:
· Situação 1: 85,0 dB(A) por 05 horas. Máxima exposição (NR-15) de 08 horas;
· Situação 2: 87,0 dB(A) por 02 horas. Máxima exposição (NR-15) de 06 horas;
· Situação 3: 92,0 dB(A) por 01 hora. Máxima exposição (NR-15) de 03 horas.
Qual o nível de ruído ao qual o trabalhador está submetido? Está acima do limite de tolerância?
Solução:
Conforme a NR-15, quando houver várias situações de exposição, deve-se calcular a dose:
Como a exposição do trabalhador é de 08 horas, a fórmula do nível equivalente de ruído pode ser simplificada (cortando o 8 com o T, pois T é 8 horas) e obtém-se a fórmula do TWA:
Lavg ou TWA = 16,61 x log D + 85 = 16,61 x log 1,29 + 85 = 86,8 dB(A)
Considerando que o limite de tolerância é de 85,0 dB(A) para 08 horas de exposição, este foi ultrapassado.
2) E se os níveis de exposição ao ruído forem menores que 85,0 dB(A), ou seja, que o tempo máximo de exposição diária permissível não estão listados no Anexo 1 da NR-15? Neste caso, utiliza-se a seguinte fórmula para se obter o tempo máximo de exposição permissível:
8
T 	L
 17
25
Onde:
· T é o tempo máximo de exposição permissível em horas;
· L é o nível de ruído.
Um trabalhador fica exposto aos seguintes níveis de ruído durante a jornada de trabalho:
· Situação 1: 85,0 dB(A) por 05 horas.
· Situação 2: 81,0 dB(A) por 03 horas.
Qual o nível de ruído ao qual o trabalhador está submetido? Está acima do limite de tolerância?
Solução:
Primeiramente é necessário descobrir qual o limite máximo de exposição diária per- missível para 81,0 dB(A).
T 	8		8
 13, 9 horas
L  17	81  17
25	2 5
Em seguida, proceder ao cálculo da dose e do nível equivalente de ruído:
D  C1  C2  C3  Cn
		
 5 
3	 0, 63  0, 22  0,85  85%
T1	T2	T3
Tn	8
13, 9
Lavg ou TWA = 16,61 x log D + 85 = 16,61 x log 0,85 + 85 = 83,8 dB(A)
Considerando que o limite de tolerância é de 85,0 dB(A) para 08 horas de exposição, este não foi ultrapassado.
Nível de Exposição Normalizado (NEN)
Conforme a NHO-01, o nível de exposição normalizado (NEN) é o nível de exposição (NE) convertido para uma jornada padrão de 8 horas diárias, para fins de comparação com o limite de exposição. (BRASIL, 2001)
Para q = 5:
Para q = 3:
NEN  NE  16, 61 log
TE
480
Onde:
NEN  NE  10 log
TE
480
· NEN é o nível de exposição normalizado para comparação com o limite de tolerância;
· NE é o nível de exposição (ou Leq/Lavg);
· TE é o tempo de duração, em minutos, da jornada diária de trabalho.
Exemplo:
3) O nível de exposição diária é igual a 92,0 dB(A). Para uma jornada de 05 horas, ou 300 minutos, qual o nível de exposição normalizado?
Para q = 5:
NEN  92  16, 61 log
TE
480
 92  16, 61 log 300  88, 6 dB ( A)
480
As normas da Previdência Socialdeterminam a utilização do NEN para fins de com- provação do possível direito à aposentadoria especial (SALIBA, 2018).
As nomenclaturas dos parâmetros de medição podem ser diferentes conforme cada equipamento.
Configuração dos Equipamentos
Os equipamentos de medição de ruído devem ser configurados conforme as normas vigentes para a avaliação de ruído ocupacional e ambiental. Normalmente, os itens a serem configurados nos equipamentos são:
· Circuito de ponderação: conforme curvas de compensação A, B, C ou D. No caso da NR-15, para ruído contínuo e intermitente, será A.
· Circuito de resposta:determina a rapidez com que o medidor acompanha as variações nos níveis de ruído. Pode ser lento (“slow”), rápido (“fast”), impulso (“impluse”) ou pico (“peak”). No caso da NR-15, para ruído contínuo e intermi- tente, será lenta (“slow”).
· Incremento de duplicação de dose (q): No caso da NR-15, para ruído contínuo e intermitente, será 5,0 dB(A).
· Critério de referência (CR): No caso da NR-15, para ruído contínuo e intermiten- te, será o limite de tolerância para 8 horas que é 85,0 dB(A).
· Nível limiar de integração:No caso da NR-15, para ruído contínuo e intermitente, será de 80,0 dB(A), pois se trata do menor nível apresentado na tabela de limites de tolerância e é o valor do nível de ação mencionado no PPRA na NR-9.
· Faixa de medição mínima (ou “Range”): Faixa de ruído que o aparelho irá medir. No caso da NR-15, para ruído contínuo e intermitente, será 80 a 115 dB(A), visto que 80,0 dB(A) é o nível limiar de integração e que 115,0 dB(A) é o nível conside- rado risco grave e iminente.
Leitura e Interpretação de Relatórios e Histogramas
Conforme já mencionado, as nomenclaturas dos parâmetros de medição podem ser diferentes de equipamento para equipamento. Portanto, deve-se atentar ao manual do equipamento utilizado para que não ocorram erros na leitura e interpretação dos parâ- metros. Como exemplo, seguem os parâmetros do audiodosímetro Simpson 897:
Tabela 1 – Parâmetros do audiodosímetro Simpson 897
	Saída Atual
	Descrição
	Início
	Data e Hora de início deste período de dados.
	
CAL
	A leitura dBA, hora, data e posição selecionada na chave de escala para as 2 posições possíveis na leitura de calibração. Se o dado de saída é somente CAL:
<sp><sp>?<cr>if então não há calibração armazenada. No entando o RANGE: pode ser 50/100
	DOSE
	Calcula em porcentagem.
	LEQ
	A média de tempo calculada para 8 horas (TWA) em dBA.
	SPL
	O máximo valor medido em NPS (nível de pressão sonora) para esse período.
	Lc
	Nível de Critério.
	Th
	Nível limiar em dB.
	Rt
	Taxa de troca.
	ID
	Número de identificação da unidade.
	PK
	Número de picos de 140 dB.
	ET
	Tempo decorrido em modo “RUN” (em minutos).
	HT
	Tempo decorrido em modo HOLD.
Fonte: PS Controles Industriais
Os parâmetros configurados no equipamento, antes e após a medição, são regis- trados em um relatório de medição com histograma (histórico da medição ao longo do tempo). É de suma importância saber ler e interpretar o relatório e o histograma, pois através deles é possível obter os resultados da medição e verificar se houve algum erro na metodologia de avaliação.
A seguir, como exemplo, um modelo de relatório de medição e histograma do equi- pamento Simpson 897.
Figura 7 – Relatório de medição e histograma do equipamento Simpson 897
Fonte: PS Controles Industriais
A leitura e interpretação do relatório e histograma é:
· Criterion (ou critério de referência): 85,0 dB;
· Thershold (ou nível limiar de integração): 80,0 dB;
· Exchange rate (ou fator de duplicação de dose): 5,0 dB;
· Job (ou trabalho): campo para preenchimento da função avaliada;
· Name (ou nome): campo para preenchimento com o nome do trabalhador avaliado;
· Location (ou localização): campo para preenchimento do setor avaliado;
· Start date (ou data de início): data da medição;
· Start time (horário de início): horário de início da medição;
· Calibration (ou calibração): calibração em 114,0 dB, às 08:09h, do dia 06/05/02 em Range (ou faixa de medição) de 80 a 130 dB;
· Calibration (ou calibração):calibração em 94,0 dB, às 08:40h, do dia 06/05/02 em Range (ou faixa de medição) de 50 a 100 dB;
· Measurement summary (resumo da medição): são apresentados os dados obtidos;
· Run time (ou tempo de execução): 00:17, ou seja, foram medidos 17 minutos;
· Hold time (ou tempo de espera): 00:02, ou seja, o equipamento permaneceu em modo de espera por 02 minutos;
· Leq: 115,5 dB(A);
· SPL Max (ou nível de pressão sonora máximo da medição): *130,0 dB(A), ou seja, foram medidos níveis equivalentes ou superiores a 130,0 dB(A). Como a faixa de medição do equipamento vai até 130 dB, os níveis de ruído acima deste valor não foram registrados;
· Dose: 108,0%;
· 140 dB Peaks (ou picos iguais ou maiores que 140 dB): 0, ou seja, não houveram picos equivalentes ou superiores a 140 dB;
· Histograph (ou histograma): são apresentados os tempos de medição, neste caso, a cada 5 minutos, com os respectivos níveis de pressão sonora médios.
Utilização de Softwares dos Equipamentos
Os equipamentos que possuem softwares permitem a visualização dos parâmetros da medição no computador. São utilizados os mesmos princípios da leitura e interpretação dos relatórios e histogramas, onde é necessário verificar no manual a nomenclatura de cada parâmetro.
Segue a interface de configuração do equipamento DOS 600:
Figura 8 – Interface de configuração do equipamento DOS 600
Fonte: Instrutherm Instrumentos de Medição
Abaixo, um modelo de relatório de dados e um histograma do equipamento DOS 600:
Figura 9 – Relatório de dados do equipamento DOS 600
Fonte: Instrutherm Instrumentos de Medição
Figura 10 – Histograma do equipamento DOS 600
Fonte: Instrutherm Instrumentos de Medição
Sobre a configuração e operação do software do equipamento DOS 500 em:
https://youtu.be/V8lGT5i-Dy8
O fabricante fornecerá todas as informações necessárias ao entendimento do funcio- namento do equipamento de medição.
Os aplicativos de smartphones podem ser utilizados nas medições de níveis de pressão sonora em uma empresa?
Resposta: Os aplicativos de smartphones só podem ser usados em medições não oficiais. Eles fornecem uma ideia do nível de ruído do local avaliado, porém, por não possuir certificação e calibração, não podem ser utilizados para fins oficiais e legais.
Qual incremento de dose deve ser utilizado para elaboração dos programas de segurança?
Resposta: Ainda que o q=3 seja mais protetivo que o q=5, a legislação brasileira adota o q=5. Logo, nos programas de segurança e qualquer outra finalidade oficial e legal, deve-se utilizar q=5. Se a NHO-01 for regulamentada na NR-15, alterar-se- ia o fator de duplicação de dose para q=3.
Material Complementar
	
	Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
	
Vídeos
Como programar o Dosímetro DOS-500 – Itest Medição e Automação
https://youtu.be/V8lGT5i-Dy8
Dosímetro ou Decibelímetro, qual devo usar?
https://youtu.be/XBObMj44Z6I
Napo. Pare esse barulho, episódio 3
https://youtu.be/rkbat5wUWo4
Leitura
Estudo comparativo entre os fatores de duplicação da dose de ruído Q5 e Q3
https://goo.gl/6XoS4H
Referências
BRASIL. Portaria nº 3.214, de 8 de junho de 1978. Normas Regulamentadoras - NR - do Capítulo V, Título II, da Consolidação das Leis do Trabalho, relativas a Segurança e Medicina do Trabalho. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 06/07/1978. Disponível em: <http://www.mtps.gov.br/seguranca-e-saude-no-trabalho/normatizacao/normas-
-regulamentadoras>. Acesso em: 11/05/2016.
EDITORA SABERES. Saúde e segurança do trabalho (livro eletrônico). São Paulo, 2014 (e-book)
FERRARI, Irany; MARTINS, Melchíades Rodrigues. Acidente do trabalho, doenças ocupacionais e profissionais: causas que devem ser forçosamente apreciadas pela justiça do trabalho: seguridade social: controle: Emenda Constitucional para transferir a competência para a justiça do trabalho para tais causas (ações acidentárias). Revista LTr: Legislação do Trabalho, São Paulo, v. 74, n. 4, abr. 2010,p. 397-405 (artigo grátis).
FUNDACENTRO. Norma de Higiene Ocupacional - Procedimento Técnico - Avalia- ção da Exposição Ocupacional ao Ruído - NHO 01. São Paulo, 1999. Disponível em:
<http://www.fundacentro.gov.br/biblioteca/normas-de-higiene-ocupacional/publica- cao/detalhe/2012/9/nho-01-procedimento-tecnico-avaliacao-da-exposicao-ocupa- cional-ao-ruido>. Acesso em: 09/07/2018.
GERGES, S.N.Y. Ruído: Fundamentos e Controle – 2. ed. Santa Catarina: NR Edito- ra, 2000.
INSTRUTHERM. Manual de instruções – Dosímetro de ruído com USB e datalogger modelo DOS-600. 2012.
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