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Disciplina: CCJ0001 - FUNDAMENTOS DAS CIÊNCIAS SOCIAIS
Semana Aula: 13
DESCRIÇÃO DO PLANO DE AULA
A atualidade das Ciências Sociais na compreensão da sociedade contemporânea
OBJETIVO
Refletir sobre questões contemporâneas da sociedade brasileira e mundial. Entender o processo de construção de novas identidades e 
novos padrões de comportamento. 
TEMA
Novos padrões morais e culturais na sociedade contemporânea
ESTRUTURA DO CONTEÚDO
1- A sociedade em rede De acordo com Manuel Castells ( A era da informação: economia, sociedade e cultura), desde o final do século XX 
estamos vivendo um intervalo cuja característica é a transformação de nossa "cultura material" pelos mecanismos de um novo 
paradigma tecnológico que se organiza em torno da tecnologia da informação. O processo atual de transformação tecnológica expande-
se exponencialmente em razão de sua capacidade de criar uma interface entre campos tecnológicos mediante uma linguagem digital 
comum na qual a informação é gerada, armazenada, recuperada, processada e transmitida. Vivemos em um mundo que se tornou 
digital. Esse é um evento histórico da mesma importância da revolução industrial do século XVIII induzindo um padrão de 
descontinuidade nas bases materiais da economia, sociedade e cultura. Diferentemente de qualquer outra revolução, o cerne da 
transformação que estamos vivendo na revolução atual refere-se às tecnologias da informação, processamento e comunicação. O que 
caracteriza a atual revolução tecnológica não é a centralidade de conhecimentos e informação, mas a aplicação desses conhecimentos e 
dessa informação para geração de conhecimentos e de dispositivos e de processamento/comunicação da informação, em um ciclo de 
realimentação cumulativo entre a inovação e seu uso. Os usos das novas tecnologias de telecomunicações nas duas ultimas décadas 
passaram por três estágios distintos: a automação de tarefas, as experiências de usos e a reconfiguração das aplicações. Nos dois 
primeiros estágios, o progresso da inovação tecnológica baseou-se em aprender usando. No terceiro estágio, os usuários aprenderam a 
tecnologia fazendo, o que acabou resultando na reconfiguração das redes e na descoberta de novas aplicações. O ciclo de realimentação 
entre a introdução de uma nova tecnologia, seus usos e seus desenvolvimentos em novos domínios torna-se muito mais rápido ao novo 
paradigma tecnológico. Consequentemente, a difusão da tecnologia amplifica seu poder de forma infinita, "à medida que os usuários 
apropriam-se dela e a redefinem. Dessa forma, os usuários podem assumir o controle da tecnologia como no caso da Internet. Pela 
primeira vez na história, a mente humana é uma força direta de produção, não apenas um elemento decisivo no sistema produtivo. As 
novas tecnologias da informação difundiram-se pelo globo com a velocidade da luz em menos de duas décadas, entre meados dos anos 
70 e 90, por meio de uma lógica que é a característica dessa revolução tecnológica: a aplicação imediata no próprio desenvolvimento da 
tecnologia gerada, conectando o mundo através da tecnologia da informação. Na verdade, há grandes áreas do mundo e consideráveis 
segmentos da população que estão desconectados do novo sistema tecnológico. As áreas desconectadas são cultural e espacialmente 
descontínuas
2- Novos padrões familiares 
2.1. O modelo tradicional de família Para Lévi-Strauss (1972), entende-se por família uma união mais ou menos duradoura, socialmente 
aprovada, entre um homem, uma mulher e seus filhos, fenômeno que estaria presente em todo e qualquer tipo de sociedade. Como 
modelo ideal, a palavra família designa um grupo social possuidor de pelo menos três características: tem sua origem no casamento; é 
constituído pelo marido, esposa e filhos; os membros da família estão unidos entre si por laços legais, direitos e obrigações econômicas, 
religiosas ou de outra espécie, um entrelaçamento definido de direitos e proibições sexuais, divisão sexual do trabalho e uma quantidade 
variada e diversificada de sentimentos psicológicos (amor, afeto, respeito, medo). 2.2. Décadas de 60 e 70 ? as transformações dos 
modelos de família De acordo com Miriam Goldemberg ( Novas famílias nas camadas médias urbanas. Disponível em 
miriangoldenberg.com.br), o final da década de 60 e início da década de 70 são marcos fundamentais nas transformações dos papéis 
femininos e masculinos na sociedade brasileira e, consequentemente, da concepção de família em nosso país. O movimento feminista, 
que estava sendo organizado na Europa e nos Estados Unidos, começou a repercutir no Brasil. Os jornais, as revistas, o cinema, o teatro 
e a televisão passaram a dar espaço para as reivindicações das mulheres. O denominador comum das lutas feministas foi o 
questionamento da divisão tradicional dos papéis sociais, com a recusa da visão da mulher como o ?segundo sexo? ou o ?sexo frágil?, 
cujo principal papel é o de ?esposa-mãe?. As feministas reivindicavam a condição de sujeito de seu próprio corpo, buscando um espaço 
próprio de atuação profissional e política. A difusão da psicanálise contribuiu fortemente para a rejeição das práticas que eram 
percebidas como autoritárias e repressivas e para o questionamento da obrigatoriedade de exercer a sexualidade dentro dos limites do 
casamento legítimo. O tom da mudança social foi dado pela reivindicação de igualdade na esfera pública e privada e pela recusa de 
morais sexuais diferentes para homens e mulheres. Neste período, as mulheres viveram com intensidade o dilema de ?mudar? ou ?
permanecer?, coexistindo um padrão tradicional de ser mulher (a ?virgem? e ?esposa-mãe?), voltado para o mundo doméstico, e um 
novo modelo de mulher que trabalha, que atua politicamente, que busca o prazer sexual. Estavam em disputa diferentes modelos de ?
ser mulher?: o religioso, que exige da mulher a negação de sua sexualidade (virgindade) ou a contenção de seu exercício nos limites do 
casamento (tendo como fim a procriação), e outro, que pode ser pensado como o mais próximo do difundido pela psicanálise e pelas 
lutas feministas, que busca a igualdade entre homens e mulheres, defendendo o controle sobre sua própria vida. A partir dos anos 70, 
ainda que permaneça dominante o modelo da família nuclear, surgem versões inéditas de conjugalidade, sendo os indivíduos das 
camadas médias urbanas os que primeiro buscaram alternativas fora dos padrões institucionalizados. Apesar do predomínio do modelo 
Relatório - Plano de Aula 10/08/2012 10:59
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nuclear conjugal, entre as famílias das camadas médias, aumentam as experiências de vínculos afetivo-sexuais variados e o contingente 
de mulheres optando pela maternidade fora da união formalizada. Castells assinala que há um crescimento do número de pessoas 
vivendo sós e um crescimento expressivo das famílias chefiadas por mulheres (em função da elevação das taxas de separações e 
divórcios; da expectativa de vida maior para as mulheres gerando mais viuvez feminina e da crescente proporção de mulheres solteiras 
com filhos, não apenas por abandono de seus parceiros mas como opção feminina). A coabitação sem vínculos legais ou união 
consensual como alternativa ao casamento se torna cada vez mais expressiva numericamente, e aceita legal e socialmente (e a duração 
destas uniões informais tendem a ser cada vez menores). O tamanho das unidades domésticas tendem a diminuir ainda mais, com o 
decréscimo do número de filhos. Crescem os recasamentos e as famílias recombinadas. 2.3.. Os modelos contemporâneos de família Ao 
falar-se, na atualidade, de família, o plural impõe-se. ?Já não há um ?modelo ocidental? mas vários?, como afirma Segalen. O divórcio, a 
união livre, as recomposições familiares abalam o que se chamava, até há pouco tempo, de ?modelo de família ocidental?. Este modelo 
será ainda mais abalado com as novas técnicas de procriação. A doação de óvulos, a fecundação por inseminação artificial ou in vitro, a 
possibilidade de clonagem de seres humanos, levam a que se ponha em causaos princípios fundamentais sobre os quais se assenta o 
nosso sistema de parentesco: sexualidade e parentesco são dissociados, paternidades e maternidades são multiplicadas (genética e 
socialmente), o nascimento de um filho não provém necessariamente de um casal. Dois fenômenos recentes, de acordo com Shorter 
enfraqueceram a força da união permanente na chamada ?família pós-moderna?. O primeiro, a intensificação da vida erótica do casal, 
uma vez que o apego sexual é notoriamente instável e os casais que se apoiam em tal base sujeitam-se a ser facilmente fragmentados. 
Na medida em que a gratificação erótica se torna um elemento essencial na existência do casal, o risco de dissolução matrimonial 
aumenta. O segundo, as mulheres tornaram-se mais independentes economicamente e podem romper com uniões indesejadas. As 
mulheres trabalhadoras têm consideravelmente mais poder ? e um maior sentido de autonomia pessoal ? do que as não trabalhadoras. 
Com a capacidade das mulheres se sustentarem veio a capacidade de serem livres. Na inexistência de novos modelos estáveis, o 
estabelecimento de padrões de divisão do trabalho na família fica na dependência do confronto interpessoal entre os cônjuges. Como se 
valorizam e se exigem, simultaneamente, o apoio emocional e o prazer sexual recíprocos, a relação conjugal recebe uma sobrecarga de 
exigências. Soma-se ao exposto a visibilidade cada vez maior das famílias homoafetivas, ou seja, formadas por indivíduos do mesmo 
sexo. Este modelo de família tem recebido o reconhecimento de consideráveis setores da sociedade, bem como de setores do Judiciário, 
que vem, desde inédita sentença do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul em 2001, reconhecendo como entidade familiar 
o relacionamento entre duas pessoas do mesmo sexo. Comprovada a vida em comum, de forma contínua, pública e ininterrupta, 
constituindo uma verdadeira família, foi deferido o direito à herança, concedendo ao sobrevivente todo o patrimônio do de cujus. 
Posteriormente, outras decisões asseguraram direitos previdenciários e direito real de habitação ao companheiro sobrevivente. Essas 
tendências colocam em xeque a estrutura e os valores da família tradicional. Não se trata do fim da família, uma vez que outras 
estruturas familiares estão sendo testadas e poderemos, no fim, reconstruir a maneira como vivemos uns com os outros, como 
procriamos e como educamos de formas diferentes. 
Bibliografia básica: COSTA, Cristina. Sociologia: introdução à ciência da sociedade. 3ª ed. ampliada e revista. São Paulo, 
Moderna. Capítulo 10 - A antropologia contemporânea (pp. 172-188);
PROCEDIMENTO DE ENSINO
Aula teórica: Exposição oral com o auxílio de métodos áudios-visuais. Debate em grupo sobre temas correlatos à aula. Resolução de 
exercícios apresentados, bem como de exemplos, exercícios e estudos de caso escolhidos pelo professor, de forma a privilegiar, sempre 
que possível, as especificidades regionais. Sugestão de filme: Milk: a voz da igualdade Sinopse: Início dos anos 70. Harvey Milk (Sean 
Penn) é um nova-iorquino que, para mudar de vida, decidiu morar com seu namorado Scott (James Franco) em San Francisco, onde 
abriram uma pequena loja de revelação fotográfica. Disposto a enfrentar a violência e o preconceito da época, Milk busca direitos iguais 
e oportunidades para todos, sem discriminação sexual. Com a colaboração de amigos e voluntários (não necessariamente 
homossexuais), Milk entra numa intensa batalha política e consegue ser eleito para o Quadro de Supervisor da cidade de San Francisco 
em 1977, tornando-se o primeiro gay assumido a alcançar um cargo público de importância nos Estados Unidos.
RECURSO FÍSICO
x���Quadro e pincel; 
x���Áudio-visual e/ou artigos de jornal/revista.
APLICAÇÃO PRÁTICA/ TEÓRICA
Relatório - Plano de Aula 10/08/2012 10:59
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Questão discursiva: Leia o texto abaixo e responda as questões propostas: STF reconhece união homoafetiva por unanimidade (O Estado 
de São Paulo, 05/05/2011) Os casais homossexuais têm os mesmos direitos e deveres que a legislação brasileira já estabelece para os 
casais heterossexuais. A partir da decisão de hoje do Supremo Tribunal Federal (STF), as uniões homoafetivas passam a ser tratadas 
como um novo tipo de família. O julgamento do Supremo, que aprovou por unanimidade o reconhecimento legal da união homoafetiva, 
torna praticamente automáticos os direitos que hoje são obtidos com dificuldades na Justiça e põe fim à discriminação legal dos 
homossexuais. "O reconhecimento, portanto, pelo tribunal, hoje, desses direitos, responde a um grupo de pessoas que durante longo 
tempo foram humilhadas, cujos direitos foram ignorados, cuja dignidade foi ofendida, cuja identidade foi denegada e cuja liberdade foi 
oprimida", afirmou a ministra Ellen Gracie. As uniões homoafetivas serão colocadas com a decisão do tribunal ao lado dos três tipos de 
família já reconhecidos pela Constituição: a família convencional formada com o casamento, a família decorrente da união estável e a 
família formada, por exemplo, pela mãe solteira e seus filhos. E como entidade familiar, as uniões de pessoas do mesmo sexo passam a 
merecer a mesma proteção do Estado. 1- O texto se refere às uniões homoafetivas como um novo tipo de família. Tal afirmação pode ser 
considera correta do ponto de vista antropológico? Justifique a resposta. 2- Cite algumas implicações sociais e jurídicas dessa decisão do 
Supremo Tribunal Federal. Questão de múltipla escolha: Os papéis sociais foram, no passado, conhecidos como o resultado de uma 
divisão ?natural? do trabalho. Para os cientistas sociais que estudam gênero, a divisão sexual de tarefas, longe de ser conseqüência 
natural de diferenças biológicas, é construção criada e mantida pela sociedade. Nesse sentido, assinale a única opção correta com 
relação aos objetivos da pesquisa de gênero, no âmbito das ciências sociais. A) Os estudos de gênero têm como objetivo exclusivo a 
distribuição do poder feminino no conjunto da sociedade. B) A pesquisa de gênero tem como objetivo mostrar para a sociedade que as 
mulheres possuem características inatas diferentes no que tange à divisão social do trabalho. C) A pesquisa de gênero tem como objetivo 
básico demonstrar que as diferenças entre homens e mulheres no mercado de trabalho são biologicamente determinadas. D) Os estudos 
de gênero realizados no âmbito das ciências sociais têm como objetivo restrito e exclusivo a introdução das mulheres no mercado de 
trabalho. E) Nas ciências sociais, a pesquisa de gênero procura estudar a distribuição de poder e de recursos entre homens e mulheres 
em uma dada sociedade, considerando a questão de gênero como uma dimensão fundamental da análise social.
CONSIDERAÇÃO ADICIONAL
Relatório - Plano de Aula 10/08/2012 10:59
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