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RESENHA DO FILME “O RENASCIMENTO DO PARTO”
Albert França da Costa[footnoteRef:2]* [2: *Graduando em Bacharelado Interdisciplinar em Humanidades, IHAC, UFBA.] 
“Esperamos que dê informações de qualidade para que as mulheres possam optar por um parto mais respeitoso, melhor para ela e o bebê”. (CHAVEUT; DE PAULA, 2013).
O filme “O Renascimento do Parto” traz a tona fatos há muito tempo esquecidos e invisibilizados, ele expõe denuncias através de depoimentos de mulheres que sofreram e sofrem com a agressividade que é imposta pelo capitalismo. O fato de fazer com que os médicos flexibilizem o parto, com a prática excessiva e sem necessidade das cesarianas, para que assim possa fazer uma quantidade maior e ter mais lucro, é um dos vários exemplos de como o capitalismo age de forma brutal com todos nós. 
O filme também mostra como com o passar do tempo as mulheres, através dessa cultura patriarcal, foram tiradas do seu lugar de protagonismo, onde ao invés de ter seus filhos de forma natural e ligada ao ser que foi formado nelas, sofrem uma real industrialização do parto, com médicos, aparelhos e distanciamento dos seus filhos nos primeiros momentos de vida deles.
As mulheres em trabalho de parto e parto não reclamam e emitem opinião, por medo, por opressão ou por estarem vivenciando um momento muito especial das suas vidas: o nascimento do seu bebê (WOLFF; WALDOW, 2007). Carol Lobo, mãe e bióloga, diz na introdução do filme que não tinha conhecimento algum da fisiologia do parto, e isso reverberou no nascimento da sua filha, que foi cesário, o medo do que a filha poderia acabar sofrendo a fez acatar uma escolha do médico, visando apenas o tempo dele e nessa, como em tantas outras ocasiões, prezando seu tempo que é “dinheiro”.
Senzalas, cesárias, cicatrizes, como diz o cantor Emicida em sua música Mãe, reflete exatamente a situação da violência obstétrica no nosso país, onde mulheres pretas são presas em suas senzalas, hospitais públicos com atendimento precário, e jogadas a mercê de uma sociedade onde nem tem espaço de fala em um documentário que fala da realidade da violência obstétrica contra as mulheres, que em sua grande parte é negra. Os dados mostram que existem uma diferença no atendimento entre mulheres negras e brancas com as seguintes estatísticas: mulheres negras recebem menos tempo de atendimento médico do que mulheres brancas e compõem 60% da mortalidade materna no Brasil (MORAES, 2015.), isso só no sistema publico de saúde, no particular sabemos que a realidade das mulheres pretas também é bem precária. Um documentário que trás a tona uma realidade obstétrica, já é de muito valor, mas um que traga a tona a realidade obstétrica, também da mulher preta, seria sensacional!
Érica de Paula, roteirista do filme é doula e educadora perinatal e Eduardo Chaveut, diretor do filme, é produtor audiovisual. Em entrevista a revista Pais&Filhos eles disseram que a ideia de fazer o longa surgiu quando perceberam a carência de informações sobre o assunto “parto e nascimento”.Eles disseram na entrevista que o objetivo deles com o filme é conscientizar todos sobre a importância de um parto mais humanizado.
Lendo diversos textos, resenhas e comentários sobre o filme, observei que várias mães após assisti-lo ficaram apreensivas sobre o fato de já terem feito o parto cesáreo e sempre concluem dizendo que optarão pelo parto natural e mais humanizado possível em uma próxima gravidez. Tiro como conclusão do filme e de todo a bagagem literária que fui absorvendo ao longo da construção da resenha de que a prática extremamente capitalista, como todas as praticas feitas pelo capital, é invasiva e traumatizante, mexendo muito com a saúde mental das mães a curto e longo prazo e assim atingindo também o bebê.
REFERÊNCIAS
O RENASCIMENTO do Parto. Produção de Érica de Paula. 2013. Disponível em:http://www.filmeseseriesonline.gratis/filme-o-renascimento-do-parto/. Acesso em: 09 fev. 2017.
Eduardo Chaveut e Érica de Paula. Redação Pais&Filhos. 2013. Disponível em: http://paisefilhos.com.br/gravidez/eduardo-chaveut-e-erica-de-paula/?offset=1276. Acesso em: 11 fev. 2017.
BARBOSA, Grace. O fim do nó na garganta. 2013. Disponível em: https://maezissima.com.br/ser-mae/o-renascimento-do-parto-2/. Acesso em: 09 fev. 2017	
MACHADO, Jéssica. O renascimento do parto – filme. 2014. Disponível em: http://mesintogravida.com.br/2014/03/resenha-o-renascimento-do-parto-filme/. Acesso em: 09 fev. 2017.	
FICHA DO FILME. O renascimento do parto. 2013. Disponível em: https://www.cineclick.com.br/o-renascimento-do-parto. Acesso em: 11 fev. 2017. 
WOLFF, Leila; WALDOW, Vera Regina. Violência Consentida: mulheres em trabalho de parto e parto. Tese (Doutorado em Ciências de Enfermagem) – Universidade Federal de Santa Maria, Santa Maria, 2007.
MORAIS, Lorena. A mulher negra e o acesso à saúde. 2015. Disponível em: http://www.populacaonegraesaude.blogspot.com.br/2015/07/a-mulher-negra-e-o-acesso-a-saude.html. Acesso em: 15 fev. 2017.

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