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DEPARTAMENTO DE ECONOMIA / PUC-Rio MICROECONOMIA II Prof. Eduardo P.S. Fiuza Nota de Aula 24: Economia do Bem-Estar (cont.) 1 Maximização do Bem-estar: Tendo uma função de bem-estar, podemos examinar o problema de maximização do bem-estar. � Seja xji a quantidade do bem j alocado para o indivíduo i; � Seja x = n xji o ; i = 1; :::n; j = 1; :::k; � Sejam X1; :::Xk as quantidades totais dos bens 1; :::k para dis- tribuir entre os consumidores. � O problema de maximização do bem-estar é: maxW (u1 (x) ; :::un (x)) s:a: nX i=1 x1i = X 1 ... nX i=1 xki = X k 9>>>>>>>=>>>>>>>; Restrições de factibilidade � Ainda lembrando que assumimos que @W@ui > 0;8i; � Podemos concluir que: Proposition 1 Uma alocação de bem-estar máximo tem que ser uma alocação e ciente de Pareto. Proof. Seja x uma alocação de bem-estar máximo. Suponha que não seja Pareto-e ciente. Então existe outra alocação x0 factível que Pareto-domina x, isto é, todos têm utilidade pelo menos tão grande e pelo menos um agente tem utilidade maior: 9 j tq uj (x0) > uj (x) e ui (x0) � ui (x) ;8i 6= j 1 Ora, se assumimos que @W@ui > 0, então W (x 0) > W (x), portanto x não maximiza o bem-estar, =)(= : Ver Figuras 24.1 e 24.2. Para toda alocação Pareto-e ciente (isto é, que pertence à FPU) num CPU convexo, sempre podemos encontrar uma Função de Bem-estar Social (FBES) de soma de utilidades ponderadas que tan- gencie a FPU naquele ponto. A FBES, portanto, dá uma maneira de escolher alocações P.E. Todo máximo de Bem-estar Social é uma alocação P.E., e toda alo- cação P.E. é um máximo de Bem-estar. 1.1 FBES individualistas: Neste caso, ui (�) é de nido apenas sobre a cesta i, eW =W (u1 (x1) ; :::un (xn)) : FBES é função direta das utilidades individuais, mas é indireta- mente função das cestas de consumo dos agentes. + FBES individualista ou FBES de Bergson-Samuelson Se assumirmos isso, podemos retomar resultados do 1o e 2oTBES, e concluir que: Todos os máximos de BES são equilíbrios competitivos Todos os equilíbrios competitivos são maxBES. 1.2 Alocações justas FBES é uma forma muito geral de descrever BES. Mas embute nela um monte de julgamentos morais. Por outro lado, não é muito usada para determinar que tipos de julgamentos éticos podem ser razoáveis. Outra abordagem seria começar com julgamentos morais especí- cos e examinar suas implicações para distribuição econômicas ) ESTUDO DAS ALOCAÇÕES JUSTAS. � Suponha que você tem uma quantidade de bens para dividir. Qual seria a maneira mais justa? De nition 2 Uma alocação é igualitária quando cada um recbe a mesma quantidade de bens. 2 � A alocação igualitária tem um problema: ela não será necessari- amente P.E. Com gostos diferentes, os agentes podem desejar fazer trocas. � E depois dessas trocas? A alocação P.E. ainda é justa? Herda algo da simetria do ponto inicial? � Resposta: Não necessariamente. Suponha os agentes A, B e C, onde: A e B têm os mesmos gostos; mas C tem gostos diferentes � Havendo intercâmbio entre A e C, eles devem melhorar. Ora, B cando de fora, terá inveja. � A foi mais feliz na realocação, o que destruiu a simetria. Conclusion 3 Uma troca a partir da divisão igualitária não preser- vará necessariamente a simetria existente. 1.3 Inveja e equidade De nition 4 Uma alocação é dita equitativa quando nenhum agentes prefere a cesta de bens de outro agente à sua própria. Example 5 Alocação igualitária. De nition 6 Se o agente i preferir a cesta de bens do agente j, dize- mos que i inveja j. De nition 7 Se uma alocação for equitativa e Pareto-E ciente, dize- mos que ela é justa. � Veja Figura 24.3. � Para saber se uma alocação qualquer é equitativa ou não , basta observar a alocação que resulta se os dois agentes trocam as ces- tas. Se elas cam "abaixo" das respectivas curvas de indifer- ença (isto é, entre as curvas de indiferença), então a alocação ORIGINAL é equitativa. � Note na Figura 24.3 que a alocação original é também P.E. � Então é P.E. + equitativa = Justa. � Isso aconteceu por acaso ou sempre existe uma alocação justa? � Resposta: Em geral existe. 3 � Suponha que a alocação original é igualitária. Agora use o mercado competitivo para fazer as trocas em direção a uma alocação P.E. por meio da concorrência ) equilíbrio competi- tivo. Isso nos moverá a uma nova alocação onde cada agente está escolhendo a melhor cesta que ele/a pode pagar aos preços de equilíbrio (p1; p2) e sabemos pelo capítulo de trocas que tal alocação deverá ser P.E. � Mas essa alocação de equilíbrio é equitativa? � Resposta: Sim (ATENÇÃO: ERRODETRADUÇÃONOVAR- IAN!). Suponha, por absurdo, que não, isto é, que A inveje B: � x1A; x 2 A � �A �x1B ; x2B� � Mas, então, B tem que custar mais que A: p1! 1 A+ p2! 2 A< p1x 1 B+ p2x 2 B Ora, A e B receberam a mesma cesta, logo isso é )( : Então é impossível que A inveje B. Portanto a alocação é quan- titativa. Conclusion 8 Um equilíbrio competitivo a partir de uma divisão igual- itária é sempre uma alocação justa. O mecanismo de mercado preser- vará certos tipos de equidade: se a alocação original for dividida igualmente, a alocação nal será justa. 2 Pareto-e ciência e maximização de bem-estar � Vamos considerar uma função de bem-estar individualista. Seja a curva de possibilidades de produção descrita por T � X1; X2 � , onde X1 e X2 são as quantidades totais produzidas e consumidas dos bens 1 e 2 . O problema de maximização pode ser escrito como: max x1A;x 2 A;x 1 B ;x 2 B W � uA � x1A; x 2 A � ; uB � x1B ; x 2 B �� s:a:T � X1; X2 � = 0 � O Lagrangiano deste problema é: 4 $ =W � uA � x1A; x 2 A � ; uB � x1B ; x 2 B ���� �T �X1; X2�� 0� � Derivando com relação a cada uma das variáveis de escolha: @$ @x1A = @W @uA @uA @x1A ��@T � X1; X2 � @X1 = 0 (1) @$ @x2A = @W @uA @uA @x2A ��@T � X1; X2 � @X2 = 0 (2) @$ @x1B = @W @uB @uB @x1B ��@T � X1; X2 � @X1 = 0 (3) @$ @x2B = @W @uB @uB @x2B ��@T � X1; X2 � @X2 = 0 (4) Rearrumando e dividindo (1) por (2) e (3) por (4), obtemos: @uA=@x 1 A @uA=@x2A = @T=@X1 @T=@X2 @uB=@x 1 B @uB=@x2B = @T=@X1 @T=@X2 logo TMSA;2:;1= TMSB:2;1= TMT 1;2 5
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