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DEPARTAMENTO DE ECONOMIA / PUC-Rio MICROECONOMIA II Prof. Eduardo P.S. Fiuza Nota de Aula 26: Bens Públicos Refs: Varian, e Varian, Microeconomic Analysis, cap.23; Salanié, The Microeconomics of Market Failures, cap. 5. � Capítulo anterior: para certos tipos de externali- dades, não era difícil eliminar as ine ciências. Externalidades de consumo: especi car e execu- tar direitos de propriedade; Externalidades de produção: solução de mercado para ordenar direitos de propriedade; Propriedade comum: privatização, fusão, taxação, regulação por C&C. � Problema: N � 3 =) Como chegar a um acordo? De nition 1 Bem público é um bem fornecido na mesma quantidade para todos os consumidores, que é não-rival (CMg = 0 para o indivíduo marginal) e não-excludente. Example 2 Defesa nacional Example 3 Farol Example 4 TV estatal (em geral aberta e sem codi cação) � Quando as duas condições não se veri cam: 1. Excludente e não-rival (também chamados bens de clube): TV codi cada 2. Excludente e rival: bens de consumo comuns 3. Não-excludente e rival: vias e locais públicos sujeitos a congestionamento; 1 1 Quando prover um bem público: Example 5 compra de uma TV para dividir num quarto de um alojamento estudantil � Sejam w1 e w2 as riquezas iniciais de cada pessoa � Sejam g1 e g2 as contribuições iniciais de cada pessoa para o bem público � Sejam x1 e x2 os gastos residuais em consumo privado � Restrições orçamentárias: x1+g1= w1 x2+g2= w2 � Custo da TV = c � Compra-se a TV se: g1 + g2 � c � De na G = 1 se o bem público é fornecido (ex: a TV é comprada) � De na G = 0 se o bem público não é fornecido � Utilidades: u1 (x1; G) e u1 (x1; G). Os dois podem avaliar diferentemente os benefícios da TV � Revisão: Preço de reserva : ri (pessoa i) é tal que ui (wi � ri; 1)= ui (wi; 0) (1) isto é, o preço que deixa o agente indiferente entre comprar a TV e não comprar. É também chamado de máxima Disposição a Pagar (DaP). Obs: o preço reserva depende de sua riqueza � Pode haver situação(ões) e ciente(s) de Pareto? � Uma alocação possível é (w1; w2; 0) ) Bem público não é fornecido � E quando ele é fornecido? 2 � Existem várias alocações desse tipo, i.e., existem vários pares x1; x2 tais que a alocação seja (x1; x2; 1) x1= w1�g1 x2= w2�g2 g1+g2� c � Mesmo que admitíssemos igualdade na inequação, seriam 3 equações para quatro incógnitas (g1; g1; x1; x2) � Quando é que os dois terem a TV seria pelo menos tão bom quanto não tê-la? � Resp: quando u1 (w1; 0)� u1 (x1; 1) (2) u2 (w2; 0)� u2 (x2; 1) (3) � Ora, sabemos também que: De nição de preço de reservaz }| { u1 (w1 � r1; 1) = u1 (w1; 0)� Restrição orçamentáriaz }| { u1 (x1; 1) = u1 (w1 � g1; 1) (4) u2 (w2 � r2; 1) = u2 (w2; 0)| {z } De nição de preço de reserva �u2 (x2; 1) = u2 (w2 � g2; 1)| {z } Restrição orçamentária (5) � Portanto (2) e (3) podem ser reescritos como: u1 (w1 � r1; 1)� u1 (w1 � g1; 1) (6) u2 (w2 � r2; 1)� u2 (w2 � g2; 1) (7) 3 � Admitindo utilidade monotonicamente crescente (na verdade, só precisamos que seja monotonicamente não-decrescente), (6) e (7) implicam que: w1�r1� w1�g1) r1� g1 (8) w2�r2� w2�g2) r2� g2 (9) � Ou seja, ambos os preços de reserva devem ser maiores que o custo da contribuição individual para a compra da TV, para que ambos contribuam. � Se essas condições forem satisfeitas, haverá melhora de Pareto. Necessidade: cada i paga menos ou igual a ri [ (8) e (9)] Su ciência: soma dos preços de reserva maior ou igual ao custo: r2+r2� g1+g2= c � Mas poderia acontecer que um colega pagasse a mais que o outro. � Note como existem várias combinações de preço de reserva que levam à compra da TV. 1.1 SUTILEZAS 1. Condição para a provisão do bem público depende apenas da disposição a pagar (DaP) de cada agentee do custo total; 2. E ciência da provisão dependerá de (w1; w2) Example 6 Se a riqueza estiver toda com o interessado, ele compra 4 Example 7 Se a riqueza estiver toda com o indiferente à TV, ele não compra Remark 8 Ambos os casos são e cientes de Pareto � Quando a decisão de prover o bem público será in- dependente da distribuição da renda ou riqueza? � Resp: com preferências quase-lineares u1 (x1; G)= x1+v1 (G) (10) u2 (x2; G)= x2+v2 (G) (11) � Suponha que v (0) = v2 (0) = 0 para simpli car u1 (w1 � r1; 1) (10)z}|{ = w1�r1+v1 (1) (1)z}|{ = u1 (w1; 0) (10)z}|{ = w1 (12) u2 (w2 � r2; 1) (11)z}|{ = w2�r2+v2 (1) (1)z}|{ = u2 (w2; 0) (11)z}|{ = w2 (13) � De (12) e (13) segue que: r1= v1 (1) (14) r2= v2 (1) (15) � o que signi ca que, como desejado, obtemos o preço de reserva invariante à riqueza (pelo menos para uma faixa) 5 2 Provisão privada de bem público � Vimos as condições de necessidade e su ciência. Mas, para sabermos se a TV será ou não comprada, isso vai depender da regra de decisão coletiva. � Suponha que ri > c;8i. Então cada um dos indivíduos vai esperar que o outro compre e depois vai usar o bem, já que ele é público ) caroneiro. Cada indiví- duo vai querer contribuir com o mínimo possível. � Problema do Carona, ex: limpeza de casa, lavar a louça, etc. � Descrição do jogo: Suponha que cada um vai comprar ou não uma TV e nenhum dos dois pode impedir o outro; Custo da TV: $150 Riqueza de cada um: $500 Utilidade da TV (valor): $100 B C NC A C �50;�50 �50; 100 NC 100;�50 0; 0 � Podemos resolver por EIEED? � Mostrar o Eq. de Nash (NC,NC). � Mas é claro que é fora do equilíbrio que se maximiza a utilidade: um compra e o outro só assiste. � E, de fato, pode haver uma melhora de Pareto: � Side payment (pagamento por fora): suponha que o jogador A compra e B contribui com $51; 00. Neste caso, UA = 1, UB = 49 > 0 � Qualquer side payment SP tal que 50 < SP < 100 traz melhora de Pareto 6 3 Diferentes níveis do bem público: � Agora G mede a qualidade do bem público e tem custo C (G). � Restrição orçamentária total: x1+x2+c (G)= w1+w2 � Alocação e ciente de Pareto: maxu1 (x1; G) s:a: u2 (x2; G)=u2 x1+x2+c (G)= w1+w2 � O Lagrangiano deste problema é: $ = u1 (x1; G)�� [u2 (x2; G)� u2]�� [x1 + x2 + c (G)� w1 � w2] � Derivando com relação a x1 e x2: @$ @x1 = @u1 (x1; G) @x1 �� = 0 )@u1 (x1; G) @x1 = � (16) @$ @x2 = � @u2 (x2; G) @x2 �� = 0 )@u2 (x2; G) @x2 = �� � (17) @$ @G = @u1 (x1; G) @G ��@u2 (x2; G) @G ��c0 (G)= 0 (18) Solução interior: � > 0; � > 0: Dividindo (18) por � : 1 � @u1 (x1; G) @G �� � @u2 (x2; G) @G �c0 (G)= 0 (19) Agora substituindo (16) e (17) respectivamente em 1� e ��� de (19): @u1 (x1; G) =@G @u1 (x1; G) =@x1 + @u2 (x2; G) =@G @u2 (x2; G) =@x2 �c0 (G)= 0 (20) 7 logo kTMS1k+ kTMS2k= CMg (G)| {z } Condição de Boven-Lindahl e Samuelson (BLS) (Ver Figura 26.0). Exemplo: (1=4; 1=2; 1) é Pareto-ine ciente. � Suponha que kTMS1k+kTMS2k < CMg (G). Então pode-se reduzir a quantidade (ou qualidade) do bem público e remunerar os indivíduos e ainda sobrar. � Suponha que kTMS1k+kTMS2k > CMg (G). Então pode-se fazer com que cada um abra mão de uma unidade do bem privado, compre o bem público e ainda sobrará. Example 9 1. Preferências quase-lineares 2. Poluição revisitada 3.1 O problema do carona � O mercado para bens públicos funcionará? � Sejam: wi a dotação do agente i; xi o consumo privado do agente i; gi a quantidade do bem público; c (G) = G o custo do bem público, onde G = g1 + g2; � Assim, podemos reescrever a utilidade como: u1 (x1; G)= u1 (x1; g1 + g2) 3.2 Equilíbrio de Nash � Ninguém tem incentivo a desviar-se; � Indivíduo 1 prevê que o indivíduo 2 vai contribuir com g2; então ele vai resolver o seguinte problema de maximização: 8 maxu1 (w1 � g1; g1 + g2) (21) s:a: g1� 0 � Derivando com relação a g1: �@u1 @x1 + @u1 @G +� = 0 (22) + @u1 @G �@u1 @x1 pois � � 0 (23) ou: TMS1= @u1 @G @u1 @x1 � 1 (24) 3.3 Solução de canto � Ver grá cos do Varian 3.4 Exemplo: Seja ui (xi; G) = ai lnG + lnxi:O problema de maximização do agente i é: max ai ln (g1 + g2)+ lnxi s:a: xi+gi= wi gi� 0 � Lagrangiano: $ = ai ln (g1 + g2)+ lnxi + � [wi � xi � gi] + �gi � Derivandocom relação a gi e a xi: ai G = �� � (25) 1 xi = � (26) 9 � Como � � 0 e � � 0, e combinando (25) com (26), obtemos: ai G � 1 xi (27) � e, portanto: TMSi= ai G 1 xi = aixi G � 1 � Fórmula BLS: a1x1 G + a2x2 G = c G = a1x1 + a2x2 c (28) � Seja gi (wi) a demanda do indivíduo i pelo bem público. � Quando gi > 0, qual o seu valor, isto é, gi =? � Pela restrição orçamentária do indivíduo i: G ai +gi= wi ou: gi= wi�G ai = wi�g1 + g2 ai � Para g1, SPG: g1 � 1 + 1 a1 � = a1w1 � g2 a1 ou: g1= a1w1 � g2 a1 + 1 � Assim: g1=max � a1w1 � g2 a1 + 1 ; 0 � (29) g2=max � a2w2 � g1 a2 + 1 ; 0 � (30) 10 3.5 Funções de reação: (29) e (30) são funções de reação (lembram-se de Teoria dos Jo- gos?). É uma outra maneira útil de descrever o Equilíbrio de Nash neste caso. Note que podemos reescrever (21) como: maxu1 (x1; G) (31) s:a:G+x1 = w1 + g2 G � g2 (eu apenas somei g2 a ambos os lados nas duas restrições). � Nesta formulação, o agente decide a quantidade total de bem público sujeito a sua restrição orçamentária, e à restrição de que a quantidade total que ele escolher deve ser maior ou igual à quantia fornecida pelo outro agente. A restrição orçamentária diz que o valor total de seu consumo deve igualar o valor de sua "dotação" w1 + g2. � O problema (31) é como qualquer problema de maximização do consumidor, exceto pela restrição de desigualdade. Assim, seja f (w) a demanda do agente pelo bem público como função de sua renda, ignorando a restrição de desigualdade. Então a quantidade de bem público que resolve (21) é dada por: G = max ff1 (w1 + g2) ; g2g � Subtraindo g2 de ambos os lados da equação, temos: g1=max ff1 (w1 + g2)� g2; 0g que é a função de reação do agente 1: a sua contribuição ótima em função da contribuição do outro agente. Assim, o Eq.de Nash é um conjunto de contribuições (g�1 ; g�2) tal que: g�1 = max ff1 (w1 + g�2)� g�2 ; 0g g�2 = max ff2 (w2 + g�1)� g�1 ; 0g (32) Example 10 No exemplo acima em que ui (xi; G) = ai lnG+lnxi, temos que: f1 (w1 + g2)�g2= a1w1 � g2 a1 + 1 11 portanto f1 (w1 + g2) = a1 (w1 + g2) a1 + 1 Example 11 No caso em que a utilidade é quase-linear, a partir de (24) temos que: @ui @G � 1; i = 1; 2 Example 12 � Mas note que, em geral, apenas uma das restrições será ativa. Suponha que o agente 1 atribui um maior valor marginal ao bem público que o agente 2, tal que u01 (G) > u02 (G) para todo G. Então apenas o agente 1 contribuirá o agente 2 sempre pegará carona. Ambos os agentes contribuirão ape- nas quando tiverem os mesmos gostos (na margem) pelo bem público. � Outra maneira de ver isso é notar que, quando a utilidade é quase-linear, a demanda pelo bem público será independente da renda, de modo que fi (w) = gi. Então (32) toma a forma: g�1 = max fg1 � g�2 ; 0g g�2 = max fg2 � g�1 ; 0g (33) � Segue dessas equações que, se g1 > g2, então g�1 = g1 e g�2 = 0: � Em particular, seja ui (xi; G) = bi ln (G) + xi. Então as CPO são: b1 G � 1 b2 G � 1 (34) � Assim, G� = max fb1; b2g. Se b1 > b2, o agente 1 faz toda a contribuição e o agente 2 pega carona. 4 Comparação com bens privados � Com bens privados, o consumo de uma pessoa não afeta o de outra, nem a produção de uma rma afeta a de outra, nem o consumidor afeta a rma, nem vice-versa. � Com bens públicos, as utilidades das pessoas estão inexoravelmente ligadas. 12 � O primeiro teorema do bem-estar di cilmente vale (teria que checar condições especiais) � Outras instituições sociais que não o mercado para determinar a provisão de bens públicos: Comando e controle (C&C): um grupo determina a quantidade de bens públicos; Votação 4.1 Votação � Mesmo problema da votação do capítulo de bem- estar; não-transitividade da regra da maioria. � Mas, se impusermos algumas restrições sobre as prefer- ências, poderemos impedir o paradoxo de surgir. � Vamos representar as preferências por grá cos de utilidade líquida do gasto no bem público. � É razoável admitir que essa utilidade inicialmente suba com o aumento do gasto no bem público, mas, depois de um certo ponto, o custo deles seja tanto (por exemplo, por causa de custos convexos) que os impostos requeridos para o seu nanciamento subam mais que os benefícios do bem. � Ver Figura 26.1: quando cada indivíduo têm um único máximo, as preferências sociais não sofrerão de in- transitividade. Example 13 Preferências quase-lineares: ui (G)�si � c �G ) Vota a favor quem tem u0i (G) > si � c, onde si é a fração do indivíduo i no gasto no bem público. Seja Gi o valor de G que maximiza a utilidade do indivíduo i. � Ver Figura 26.2. Neste caso, não se garante transi- tividade. � Qual é, no primeiro caso, o gasto decidido por votação? � Resp: o gasto desejado pelo eleitor mediano (Equi- líbrio de Bowen): 13 u0m (Gv)= sm�c onde m refere-se ao eleitor mediano, e Gv é o nível de gasto de equilíbrio � ATENÇÃO: Não é o gasto médio, como consta em algumas edições do Varian! � Note na Figura 26.3 que diferentes distribuições de preferências dão a mesma mediana, apesar de haver umamaior concentração das preferências na distribuição f1 que em f2 . � Mas, se a distribuição é diferente, a soma das TMS é diferente, a soma das TMS é diferente. Então só para determinadas distribuições o ponto de escolha por votação coincidirá com o e ciente de Pareto, que é dado por: nX i=1 u0i (G)= c =1z }| { nX i=1 si nX i=1 u0i (G) n| {z } DaP média = c n = s � c| {z } Custo médio Assim, o equilíbrio (de Bowen) só é Pareto-e ciente se a DaP média coincidir com a DaP mediana. � Além disso, votações podem ser manipuladas. 4.2 Exemplo de manipulação de agenda � O Congresso Americano vota emenda antes da Lei; � Seja um projeto de lei instituindo ajuda federal para escolas e uma emenda de ajuda só para escolas sem segregação; � Seja R=republicanos; DS=democratas do Sul; DN=democratas do Norte; NL=nenhuma lei aprovada; LE= lei emen- dada; LO = Lei Original; 14 � Sejam as preferências dos três grupos as seguintes: R DN DS NL LE LO LE LO NL LO NL LE � 1a votação: LE vs. LO ) Vence LE � 2a votação: LE vs. NL ) Vence NL! 5 Revelação da demanda � As pessoas tendem a querer subdeclarar sua DaP pelo bem público, porque querem pegar carona na contribuição do outro; � Haverá algum procedimento que proporcione incen- tivos corretos para que se diga a verdade sobre o valor de um bem público? � Sim, mas requer uma restrição especial nas preferên- cias: quase-linearidade. � Nesse caso, o nível ótimo do bem público é sempre o mesmo, e só resta decidir se ele será ofertado ou não. Example 14 Iluminação de uma rua por um grupo de moradores. Cada pessoa i atribui um valor vi: O custo é $100,00. Example 15 E ciência: nX i=1 vi � 100: 5.1 Esquemas possíveis e seus problemas 1. Perguntar a cada i qual seu vi, esclarecendo que, se a iluminação for instalada, a parcela do custo que lhe caberá será proporcional ao valor declarado. � PROBLEMA: As pessoas terão incentivo a sub- declarar vi para pegar carona. Risco da obra não ser executada. 15 � RAZÃO: vi a ser pago = f (vi declarado) : 2. Decide-se que todo mundo vai pagar uma quantia pré-determinada ci. Cada pessoa anuncia sua avali- ação e veremos se a soma dos valores excede o custo. � Seja o valor líquido ni = vi � ci � Se X ni > 0, faz-se a obra; � PROBLEMA: As pessoas têm incentivo a exagerar seus knik, seja ele positivo ou negativo, para in- uenciar o resultado da votação. Conclusion 16 Os esquemas (1) e (2) não impõem custo ao desvio da verdade. � Mas o exagero não é importante se não afetar a de- cisão social. � Temos que nos importar com as pessoas e seus val- ores que desequilibram X ni para mais ou para menos. Chamemos a essas pessoas de agentes pivôs. � Pode ser que não haja nenhum pivô, ou que todos sejam. � Se garantirmos que os pivôs têm os incentivos a falar a verdade, todos terão. � Então, se o pivô inviabilizar a obra, os outros agentes que a quisessem deveriam ser indenizados, e vice- versa. � Então seja o seguinte mecanismo; 1. Cada agentedeclara um lance bi, que pode ser seu valor verdadeiro ou não; 2. O bem público é fornecido se X bi � 0 e não é fornecido se X bi < 0: 3. Cada agente recebe uma transferência "por fora " igual a X j 6=i bj se o bem público é fornecido, e paga uma transferência "por fora " igual a X j 6=i nj se o bem público não é fornecido. 16 Então os payo¤s são: 8>><>>: ni + X j 6=i bj se bi + X j 6=i bj � 0 0 se bi + X j 6=i bj < 0 Proposition 17 Sejam n agentes, cada um com um valor verdadeiro vi e um lance bi:Então é ótimo para cada agente reportar bi = ni, independente dos lances dos demais agentes. Em outras palavras, contar a ver- dade é uma estratégia dominante. Proof. Suponha que ni+ X j 6=i bj > 0. Então o agente i pode garantir que o bem público será fornecido reportando bi = ni: Suponha, por outro lado, que bi + X j 6=i bj < 0. Então cada agente i pode garantir que o bem público não seja fornecido simplesmente dando o lance bi = ni Conclusion 18 Indivíduos enxergam o custo social de suas decisões, não mais o individual (t Imposto Pigou- viano) � PROBLEMA: Transferências podem ser muito altas. � SOLUÇÃO: Ideal seria obter mecanismo pelo qual as transferências somassem zero. � Em geral, isso não é possível. � Podemos bolar um mecanismo pelo qual as trans- ferências são sempre negativas (imposto de Groves- Clarke), mas que somam zero. � O insight básico é que podemos acrescentar um dólar extra ao sidepayment que dependa apenas do que os outros agentes fazem, sem afetar nenhum dos incen- tivos de i: � Por causa desse imposto, a alocação de bens privados e públicos não será P.E. � Mas, pelo menos, garantiremos que o bem público será fornecido sss for e ciente fazê-lo. 17 5.2 Mecanismo de Groves-Clarke � Payo¤ao indivíduo i = 8>>>>>>>>>><>>>>>>>>>>: ni se X bi � 0 e X j 6=i bj � 0 ni + X j 6=i bj se X bi � 0 e X j 6=i bj < 0 � X j 6=i bj se X bi < 0 e X j 6=i bj � 0 0 se X bi < 0 e X j 6=i bj < 0 � O agente i só é taxado se ele muda a decisão social. � O importante é que o imposto suma da economia, para que ele não inuencie a decisão de mais ninguém, e que ele seja pago pelas pessoas pivôs, para que eles se defrontem com os incentivos apropriados para dizer a verdade. 5.2.1 Limitações (problemas) do Imposto de Groves- Clarke 1. Só funciona com preferências quase-lineares. � Não podemos ter a quantia a ser paga pelas pes- soas inuenciando sua demanda pelo bem público; � É importante que haja um nível ótimo para o bem público; 2. Não gera um resultado P.E.: o nível de gasto é ótimo, mas poderia haver maior consumo privado. � Como o dinheiro do imposto tem que sumir do sistema, o consumo de bens privados têm que baixar; � Se a probabilidade (no grupo) de alguém ser pivô é su cientemente pequena, a arrecadação do im- posto também será bem pequena, tornando pe- quena a distância do P.E. 3. Equidade versus E ciência � Algumas pessoas poderão car pior com o fornec- imento do bem público, embora a quantidade e - ciente do bem público seja oferecida. 18 � Vale lembrar que existe um esquema de paga- mento para o qual cada um estará melhor tendo o bem que não tendo; � Mas isso não signi ca que para um esquema ar- bitrário toda pessoa melhore. � A melhora com imposto é potencial. � EXEMPLO DO VARIAN 19
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