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Bulhas cardíacas

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Luíza Soares 19.2-2º Semestre 
Objetivos da ausculta do coração 
BULHAS CARDÍACAS 
B1: O principal elemento é o fechamento das valvas mitral e tricúspide. A primeira bulha coincide com o ictus cordis 
e com o pulso carotídeo. É de timbre mais grave, seu tempo de duração é maior que o da 2ª bulha. Em condições 
normais, a 1ª bulha tem maior intensidade no foco mitral. Avalia-se a intensidade da 1ª bulha nos focos mitral e 
tricúspide, porque o fechamento destas valvas é o principal componente na sua formação. 
B2: A 2ª bulha vem depois do pequeno silencio, seu timbre é mais agudo, soa de maneira mais seca. Quando a bulha 
está desdobrada, corresponde a expressão “TLA”. Em condições normais, a 2ª bulha é mais intensa nos focos da 
base (aórtico e pulmonar). Em crianças, é mais intensa no foco pulmonar e em adultos e idosos, é mais intenso no 
foco aórtico. 
B3: é um ruído protodiastólico de baixa frequência que se origina das vibrações da parede ventricular subitamente 
distendida pela corrente sanguínea que penetra na cavidade durante o enchimento ventricular rápido. Ausculta-se 
uma 3ª bulha cardíaca normal com mais frequência nas crianças e nos adultos jovens. É mais audível na área mitral, 
com o paciente em decúbito lateral esquerdo. Pode ser imitado pela expressão “TU’. 
B4: É um ruído que ocorre no fim da diástole ou pré-sístole e pode ser ouvida mais raramente em condições normais 
nas crianças e nos adultos jovens. Em quase 100% dos casos é patológica. 
 
*O pequeno silencio é de duração menor que o grande silencio, mas quando a frequência cardíaca está acima de 
120bpm, têm praticamente a mesma duração. 
 
• PROTOSSÍSTOLE: terço inicial da sístole. 
• MESOSSÍSTOLE: terço médio da sístole. 
• TELESSÍSTOLE: terço final da sístole. 
• PROTODIÁSTOLE: terço inicial da diástole. 
• MESODIÁSTOLE: terço médio da diástole. 
• TELEDIÁSTOLE: terço final da diástole. 
 
RITMO E FREQUENCIA CARDIACA 
ARRÍTMIAS CARDIACAS: 
Taquicardia sinusal: aumento do número de batimentos cardíacos. Frequência superior a 100bpm, podendo 
chegar a 150bpm em adultos e 180 em crianças. Na ausculta, ocorre o aumento da intensidade da 1ª bulha, 
decorrente de ampla abertura das valvas atrioventriculares. Pode ocorrer em condições fisiológicas ou 
patológicas. 
Bradicardia sinusal: redução do número de batimentos cardíacos. A frequência cardíaca é inferior a 60 bpm, 
situando-se geralmente, em torno de 40 a 50. Deve-se à exacerbação do tônus vagal e/ou redução do tônus 
simpático. Pode ocorrer em situações fisiológicas, patológicas e por ação de medicamentos. A frequência 
cardíaca aumenta com o exercício e diminui com as manobras de estimulação vagal. Ocorre alongamento do 
ciclo cardíaco a expensas da fase diastólica. 
Fibrilação atrial: A atividade do nó sinusal é substituída por estímulos nascidos na musculatura atrial. O ritmo 
cardíaco é muito irregular, assim como a frequência cardíaca. Observada em condições patológicas e fisiológicas. 
Extrassístoles: São sístoles extras. Resultam de estímulos nascidos em focos ectópicos. Podem ser 
supraventriculares e ventriculares. Nas supraventriculares, o estímulo origina-se nos átrios ou na junção 
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atrioventricular. Nas ventriculares, o estímulo pode ser originado em qualquer um dos ventrículos. À ausculta do 
coração, as extrassístoles supraventriculares são percebidas como batimentos extras. A 1ª bulha do batimento 
extrassistólico supraventricular é hiperfonética, estando a onda de pulso presente, pois a sequência das 
contrações ventriculares é mantida. 
Em contrapartida, as extrassístoles ventriculares, por despolarizarem, na maioria das vezes, os ventrículos 
precocemente, não se acompanham de onda de pulso. À ausculta, neste caso, será percebida apenas a 1ª bulha, 
seguindo-se um silêncio maior que o existente entre 2 bulhas normais e que corresponde à pausa 
compensadora. 
Taquicardia paroxística: À ausculta, o que chama a atenção do examinador é a alta frequência cardíaca, sendo 
usual uma frequência maior que 180bpm nas formas supraventriculares e menor que este valor nas 
ventriculares. Podem-se perceber ligeiras variações no ritmo e na intensidade da 1ª bulha. 
Fibrilação atrial: A atividade do nó sinusal é substituída por estímulos nascidos na musculatura atrial, em uma 
frequência de 400 a 600 bpm. O ritmo cardíaco é muito irregular, assim como a frequência cardíaca. Observa-se 
não apenas mudanças da intensidade da 1ª bulha de um batimento para outro, mas também variações nos 
intervalos de tempo entre as bulhas. 
Bloqueios de ramo: No bloqueio completo do ramo esquerdo, oberva-se dobramento paradoxal da 2ª bulha, isto 
é, o desdobramento surge quando o paciente faz uma expiração forçada. Na inspiração, os componentes aórtico 
e pulmonar se superpõem, ouvindo-se então um ruído único. 
 
 
RITMOS TRÍPLICES 
É a adição de uma 3ª bulha as 2 bulhas normais. Esse 3º ruído ocorre na diástole, sendo fundamental situá-la 
corretamente no ciclo cardíaco. Os ritmos tríplices dividem-se em protodiastólicos e pré-sistólicos. De grande 
importância prática, é a diferenciação entre os ritmos tríplices protodiastólicos por 3ª bulha fisiológica e aqueles por 
3ª bulha patológica. 
O ritmo tríplice por 3ª bulha fisiológica nunca lembra o galope de cavalo. Ele se assemelha mais a um 
desdobramento longo da 2ª bulha. O ritmo de galope tem grande valor na prática porque significa sempre 
importante comprometimento do miocárdio. 
• 3ª bulha patológica: PA-TATA 
• 3ª bulha fisiológica: TUM-TA-TU 
 
SOPROS 
São produzidos por vibrações decorrentes de alterações do fluxo sanguíneo. 
Sopros sistólicos: Podem ser de ejeção ou de regurgitação. 
- Os sopros sistólicos de ejeção são causados por estenose da valva aórtica ou pulmonar e se originam durante o 
período de ejeção ventricular, particularidade tão importante que deu origem à sua designação. Ele começa alguns 
centésimos de segundo após a 1ª bulha, intervalo que corresponde à fase de contração isovolumétrica. O sopro 
termina antes da 2ª bulha porque, na última fase da sístole, as pressões dentro dos ventrículos praticamente se 
igualam às pressões na aorta e na pulmonar, não havendo quase nenhuma ejeção de sangue neste momento. 
- Os sopros sistólicos de regurgitação são audíveis desde o início da sístole; por isso aparece com a 1ª bulha, 
recobrindo-a e mascarando-a. Ocupa todo o período sistólico com intensidade mais ou menos igual e termina 
imediatamente antes da 2ª bulha ou pode recobri-la. Esses sopros são causados pela regurgitação de sangue dos 
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ventrículos para os átrios, quando há insuficiência mitral ou tricúspide, ou de um ventrículo para o outro, quando 
existe uma comunicação entre eles. 
 
Sopros diastólicos: Aparecem durante a diástole. Ocorrem em 2 grupos de afecções-estenoses atrioventriculares 
(mitral e tricúspide) e insuficiência das valvas aórtica e pulmonar- que apresentam comportamento hemodinâmico 
que lhes dão características semiológicas próprias. 
O sopro diastólico das estenoses atrioventriculares ocupa a parte média da diástole, momento em que se dá o 
enchimento rápido dos ventrículos. Existe um nítido intervalo entre a 2ª bulha e o início desses sopros. Isso porque, 
nesse período, as pressões intra-atriais e intraventriculares são quase iguais e passa pouco sangue pelos orifícios 
valvares. São sopros de baixa frequência e tonalidade grave, o que lhes confere o caráter de “ruflar”, designação 
muito usada para caracterizá-los.

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