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SEMIOLOGIA UROGENITAL

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SEMIOLOGIA 
UROGENITAL 
Semiologia urinária 
Anamnese 
Dor: 
• lombar/flanco: a primeira causa é a mecânica, 
mas pode haver causa infeciosa, que indica 
pielonefrite e abcesso 
• Lombar irradiada: cólica nefrética, 
uretorolitíase/obstrução. Aparelho urinário – 
irradiação para FID ou região suprapúbica 
• Hipogástrica/supra púbica: cistite, DIP (doença 
inflamatória pélvica) 
Cistite – inflamação da bexiga. Causa dor hiporgástria. 
DIP – exclusiva do sexo feminino 
• Dor - tenesmo vesical/estranguria: espasmo do 
trígono vesical causado pela inflamação (cistite, 
ex). A sensação de tenesmo é a de esvaziamento 
incompleto. Paciente refere que não consegue 
esvaziar completamente 
• Dor perineal: dor característica de prostatite 
(exceto em trauma). Normalmente de origem 
infecciosa 
• Dor – cólica nefrética: dor que inicia na região 
lombar, irradia para o flanco e para o quadrante 
inferior (fossa ilíaca e inguinal), pode seguir até 
região da genitália (bolsa escrotal ou grandes 
lábios). É causada por contração da musculatura 
lisa pela obstrução do 
ureter ou do sistema 
coletor, é de forte 
intensidade (lancinante), 
provoca sudorese, 
náuseas e vômitos 
(reflexo vagal). Em 
cólica: “dói-alivia-dói”. 
Gera INQUIETUDE no 
paciente 
Alterações da micção e volume urinário 
Importante na prática hospitalar. É analisado o volume 
de urina em 24 horas: 
• Anúria: <100 ml. Insuficiência renal aguda. 
Clinicamente chega como “não faz xixi”. 
• Oligúria: <250ml. Insuficiência renal, desidratação 
aguda 
• Poliúria: <2500ml. Diabetes mellitus 
descompensado, diabetes insípido 
 
 
 
 
 
 
• Polaciúria: redução do intervalo entre as micções, 
com diminuição do volume. Principal sintoma na 
cistite (infecção do trato urinário baixo – ITU), 
cálculo vesical 
• Disúria: qualquer difusão no volume e frequência 
urinária. 
• Hesitação/gotejamento/jato fraco: atraso do jato 
+ esforço (“urina trancada”). Comum e hiperplasia 
prostática, estenose de uretra 
• Noctúria/nictúria: aumento noturna da frequência 
urinária. Hiperplasia prostática, Diabetes melitus 
descompensado, bexiga hiperativa. 
• Urgência miccional: desejo súbito e imperioso. 
Cistite, bexiga hiperativa 
• Incontinência: perda involuntária. Demência 
(declínio cognitivo), sd causa equina, incontinência 
urinária de esforço (comum em mulheres com 
grande paridade), disautonomia. 
• Urge incontinência: desejo súbito + perda 
involuntária (comum na infância) 
• Retenção: incapacidade de esvaziar a bexiga 
(bexigoma: no exame físico é visível e palpável 
acima do púbis). Causas obstrutivas. Normalmente 
é bastante dolorosa. 
Alterações da coloração e aspecto 
• Turva/piúria: depósito esbranquiçado, fétido. 
Normalmente relacionado a ITU 
• Espuma: geralmente indica proteinúria, resultado 
de lesão glomerular (menos filtração). 
• Hematúria macroscópia: urina avermelhada, 
sanguinolenta. É o principal sinal do ca de bexiga. 
Pode ocorrer também em nefrolitíase, neoplasia, 
nefrite/glomerulonefrite, cistite (menos comum). 
• Colúria: urina de coloração escura (café, vinho do 
porto, coca cola). É quase que um sinal 
patognomônico de hepatite, devido a 
hiperbiliubinemia direta (lesão de hepatócito 
libera bilirrubina no sangue). 
 
Sinais e sintomas sistêmicos 
• Edema: perda de proteínas na urina 
• Febre: ITU alto 
• Hipertensão arterial 
• Fragilidade óssea/sarcopenia – doença renal 
crônica 
• Asternia (anemia): desdobramento da anemia de 
origem renal. A eritopoetina e fatores responsáveis 
pela hematopoiese são liberados pelo parênquima 
cortical 
HMP e HMF 
• Doença cardiovascular 
• Doenças autoimunes 
• Malformações (orelha) – relação na vida 
embrionária com trato urinário alto 
• Medicamento – substâncias nefrotóxicas 
• Infecções 
• DRPAD – doença renal policística familiar 
• Ingesta hídrica/dieta – ingesta de sódio, 
principalmente 
Exame físico 
Inspeção 
1. Estado geral 
2. Edema 
3. Hidratação (visualização da mucosa) 
4. Lesões de pele (vasculite, LES, etc) 
5. Massas ou abaulamentos abdominais – doenças 
mais avançadas 
Palpação 
1. Palpação da bexiga: bexiga (bexiga palpável acima 
da sínfise púbica). A palpação deve ser feita com a 
“mão em garra” na expiração 
2. Palpação renal conforme manobras especiais 
(manobras de Guyon, Goelet e Israel) 
3. Palpação de mmii: sinal do cacifo (Godet) 
Percussão 
1. Hipogástrio: timpânico (bexiga vazia) ou 
submaciço (bexiga cheia) 
Ausculta 
1. Sopro de artérias renais (estenose de a. renal) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Manobras especiais – palpação da loja renal 
- ajuda a diferenciar a etiologia da dor (afastar a dor 
osteomuscular) 
1. Percussão lombar: Murphy, Giordano, 
Pasternacki, Goldflam 
2. Manobra de Guyon (em decúbito dorsal). Flexão 
do quadril ipsilateral + mão dominante 
anterioreizando rim abaixo do bordo costal + mao 
dominante fazendo palpação na inspiração 
3. Manobre de Goelet: paciente em pé, joelho 
ipsilateral apoiado + uso das mãos como em Guyon 
4. Manobra de Isreal: paciente em decúbito lateral, 
flexão do quadril ipsilateral + uso das mãos como 
em Guyon 
Ângulo costovertebral: entre T12 e última costela. 
Ponto de percussão dos sinais de Murphy, Giordano e 
seus derivados 
 
Sinal de Murphy: punho percussão no ângulo 
costovertebral. É positivo quando o paciente sente dor. 
Sinal de Giordano: 
percussão com a 
mão espalmada no 
ângulo 
costovertebral. É 
positivo quando o 
paciente sente dor 
de forte intensidade 
(demonstrar a dor 
forte – gritar, pular, 
etc) 
 
Manobras de palpação renal: 
https://www.youtube.com/watch?v=3jkta3RDYkk 
Resumo: 
• A principal causa de dor lombar é osteomuscular, 
ou seja, não necessariamente é de origem renal 
• Cistite = principal sintoma é polaciúria (toda hora 
urina), associada a tenesmo vesical (sensação de 
esvaziamento incompleto) 
• Pielonefrifte = dor lombar + presença de febre 
SEMIOLOGIA GENITAL – MASCULINA 
Anamnese 
Dor no pênis: 
• Priapismo: ereção prolongada e dolorosa 
• Dispareunia: dor ao coito 
Dor testicular 
• Escroto agudo 
• Crônica – varicocele, hidrocele, hernia inguinal 
 
• corrimento uretral - Secreção pela uretra: 
gotejamento, deve-se sempre examinar (ordenha 
da base do pênis). As principais causas são uretrite 
por gonococo e chlamidia. Normalmente vem 
acompanhada de dor miccional 
• Hemospermia – sêmen sanguinolento 
(normalmente são causas benignas) 
Distúrbios sexuais 
• Disfunção erétil – pênis não fica ereto. Pode ser 
total. Pode ter causa psicogênica ou orgânica, 
relacionada a doença cardiovascular ou circulatória 
crônica. 
• Ejaculação precoce – ejaculação antes da 
penetração ou menos que 2 minutos após 
penetração 
• Anorgasmia – ausência de orgasmo (normalmente 
ocorre em pacientes que fazem uso de 
antidepressivos 
• Diminuição da libido – relacionado a declínio 
androgênico ou causas secundárias, como uso de 
medicamentos 
Exame do testículo: palpar delicadamente testículo, 
epidídimo e canal deferente 
A maioria dos ca de testículo são percebidas pelo 
próprio paciente, na palpação. Normalmente são 
massas duras na região do epidídimo 
 
 
 
 
 
 
SEMIOLOGIA GENITAL – FEMININA 
Anamnese 
• Dor pélvica – dor em região hipogástrica, mais 
localizada no monte púbis (“dor no útero”) 
• Dispareunia – dor na relação sexual 
• Distúrbios menstruais/dismenorreia 
• Hemorragia 
• Leucorreia (corrimento) 
• Distúrbios sexuais 
Distúrbios menstruais: 
• Polimenorreia – aumento da frequência da 
menstruação 
• Oligomenorreia – aumento do intervalo entre as 
menstruações 
• Amenorreia – ausência de menstruação por mais 
de 90 dias ou 3 ciclos. 
• Hipermenorreia – aumento do volume do 
sangramento 
• Hipomenorreia – diminuição do volume do 
sangramento 
• Menorragia – sangramento fora do período 
menstrual 
• Metrorragia - aumento do volume dosangramento 
• Dismenorreia – conjunto de sintomas causados 
pelo período menstrual (dor, cólica, aumento do 
fluxo) 
Exame físico 
Vulva 
 
 
https://www.youtube.com/watch?v=3jkta3RDYkk
Toque vaginal 
 
 
 
 
 
 
 
 
Empurrar a barriga para baixo. Palpar o colo uterino, 
anexo esquerdo, direito, fórnices anterior e posterior 
=> palpação de massas, avaliação de defesa e 
hipersensibilidade. A dor é um sinal comum de DIP 
(doença inflamatória pélvica) 
SEMPRE AVISAR A PACIENTE O QUE ESTÁ FAZENDO 
Exame especular 
Avaliação da mucosa, do colo uterino 
Colo arredondado e puntiforme = mulher que nunca 
teve filho 
O colo de uma mulher que já teve filhos é parecido com 
uma fenda

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