Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Módulo 3 MÓDULO 3 Os sistemas de informação de defesa do consumidor Curso desenvolvido no âmbito do Termo de Execução Descentralizada nº 1/2015 celebrado entre a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) e a Fundação Universidade de Brasília, por intermédio do Centro de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico (FUB/CDT). 2019 © Secretaria Nacional do Consumidor Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução total ou parcial, de qualquer forma ou por qualquer meio, salvo com autorização por escrito da Secretaria Nacional do Consumidor. Esplanada dos Ministérios, Bloco “T”, Palácio da Justiça Raymundo Faoro, Edifício Sede, 5º andar, Sala 542 – Brasília, DF, CEP 70.964-900. Curso Introdução à Defesa do Consumidor Edição Ministério da Justiça e Segurança Pública Secretaria Nacional do Consumidor Escola Nacional de Defesa do Consumidor O conteúdo deste curso foi adaptado a partir da seguinte obra: BESSA, Leonardo Roscoe; MOURA, Walter José Faiad de. Manual de Direito do Consumidor. 4. ed. Brasilia: Secretaria Nacional do Consumidor, Ministério da Justiça e Segurança Pública, 2014. Ministério da Justiça e Segurança Pública - MJ Ministro de Estado da Justiça e Segurança Pública Sérgio Fernando Moro Secretário Nacional do Consumidor Luciano Benetti Timm Diretor do Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor Fernando Boarato Meneguin Escola Nacional de Defesa do Consumidor Coordenação Prof. Dr. Rafael Timóteo de Sousa Júnior Prof. Dr. Ugo Silva Dias Coordenação Pedagógica Janaína Angelina Teixeira Design Instrucional Andréia Santiago de Oliveira Apoio ao Núcleo Pedagógico Josiane do Carmo da Silva Nayara Gomes Lima Suzane Lais de Freitas Meirirene Moslaves Meira Revisão Renatha Choairy Ilustração Cristiano Silva Gomes Diagramação Sanny Saraiva Patrícia Faria Equipe Técnica da Fundação Universidade de Brasília - FUB Supervisão Andiara Maria Braga Maranhão Apoio Técnico Ana Cláudia Sant’Ana Menezes Conteudista Juliana Pereira da Silva Lorena Tamanini Rocha Tavares Kleber José Trinta Moreira e Lopes Igor Rodrigues Britto Daniele Correa Cardoso 3 Módulo 3 Sumário 1 Os Sistemas de Informação de Defesa do Consumidor ......................................... 5 1.1 Os Sistemas de Informação de Defesa do Consumidor..................................... 6 2 Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor - SINDEC .............. 7 2.1 Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor - SINDEC .......... 8 3 Sistema Nacional de Alertas Rápidos de Recall ...................................................... 11 4 Sistema Interamericano de Alertas Rápidos - SIAR ................................................ 13 5 Sistema de Informação de Acidentes de Consumo - SIAC ..................................... 16 6 Sistema Alternativo de Solução de Conflitos de Consumo - consumidor.gov.br . 19 6.1 Sistema Alternativo de Solução de Conflitos de Consumo - consumidor.gov.br 21 4 Escola Nacional de Defesa do Consumidor 5 Módulo 3 1 Os Sistemas de Informação de Defesa do Consumidor Neste módulo será exibida uma breve apresentação dos principais sistemas informatizados utilizados pela Secretaria Nacional do Consumidor na execução de políticas estratégicas. Você irá conhecer os diferentes objetivos de cada um deles, o contexto de surgimento e como eles se relacionam com a atuação dos membros do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor. O Código de Defesa do Consumidor – CDC (Lei n.º 8.078/90), ao instituir em seu artigo 44 a manutenção de “cadastros atualizados de reclamações fundamentadas contra fornecedores de produtos e serviços”, estabeleceu um importante instrumento de orien- tação, que possibilita ao consumidor um exercício mais pleno de seu poder de escolha. Em 2003, o Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor – DPDC, compre- endendo a necessidade de sistematizar informações em nível nacional e de integrar mais os órgãos de defesa do consumidor, idealizou a criação de um sistema que armazenasse os registros dos atendimentos realizados pelos Procons, e consequentemente viabilizasse a rotina de publicação periódica do Cadastro de Reclamações Fundamentadas. Assim foi criado o Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor – Sindec, cuja implantação permitiu aos Procons a elaboração simultânea de cadastros estaduais e municipais e sua consolidação em uma versão nacional: o Cadastro Nacional de Reclamações Fundamentadas. http://dados.gov.br/dataset/cadastro-nacional-de-reclamacoes-fundamentadas-procons-sindec http://dados.gov.br/dataset/cadastro-nacional-de-reclamacoes-fundamentadas-procons-sindec 6 Escola Nacional de Defesa do Consumidor Em 2004, o DPDC deu início ao processo de implantação do Sindec nos Procons e em 2006 foi lançado o primeiro Cadastro Nacional de Reclamações Fundamentadas da história da defesa do consumidor no Brasil, possibilitando, dois anos mais tarde, a publica- ção do primeiro Relatório Analítico do Cadastro de Reclamações Fundamentadas. O Cadastro Nacional de Reclamações Fundamentadas é formado pelas reclamações finalizadas no período de 12 meses pelos Procons integrados ao Sindec. O documento consolida as reclamações contidas nos Cadastros Estaduais e Municipais publicados anualmente no dia 15 de março – Dia Mun- dial do Consumidor. 1.1 Os Sistemas de Informação de Defesa do Consumidor Desde a criação do Sindec, outros sistemas informatizados foram desenvolvidos pela Senacon com o objetivo de apoiar a coleta, armazenamento e produção de conheci- mento fundamental para consecução de políticas públicas relacionadas a temas de atua- ção considerados estratégicos. São eles: Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor – Sindec. Sistema Nacional de Alertas Rápidos de Recall – Recall Sistema de Informações de Acidentes de Consumo –Siac Sistema alternativo de solução de conflitos de consumo – Consumidor.gov.br Pessoal, mais adiante apresentaremos o contexto do surgimento de cada um deles, como a legislação relacionada à sua criação e seus objetivos. http://dados.gov.br/dataset/cadastro-nacional-de-reclamacoes-fundamentadas-procons-sindec 7 Módulo 3 2 Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor - SINDEC O Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor (Sindec), na linha do que determinam os artigos 105 e 106 da Lei nº 8.078, é uma política pública que, por meio de um conjunto de soluções tecnológicas, representa um eixo fundamental de inte- gração do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor (SNDC) e de fortalecimento da ação coordenada e harmônica entre seus órgãos. O Sindec permite o registro dos atendimentos individuais a consumidores, a instru- ção dos procedimentos de atendimento e gestão das políticas e fluxos internos dos Pro- cons integrados, além da elaboração de Cadastros Estaduais e Nacional de Reclamações Fundamentadas. Atualmente, o Sindec integra o atendimento realizado por Procons de 26 estados, o do Distrito Fed- eral e de 406 municípios. Como vários destes Procons contam com mais de uma unidade, o Sistema abrange 683 unidades espalhadas por 531 cidades brasileiras. Esses Procons atendem uma média mensal de 220 mil consumidores. A lista completa de Procons integrados e sua respectiva data de inte- gração podem ser consultadas no sítio http://portal.mj.gov.br/SindecNacional/. É importante esclarecer que esta base é crescente na medida em que novos Procons são integrados. LEGISLAÇÃO A elaboração do Cadastro de Reclamações Fundamentadas é um dever de todos os órgãos públicos de defesa do consumidor por força do artigo 44 do CDC, que determina a manutenção de “cadastros atualizados de reclamações fundamentadas contra fornecedores de produtos e serviços, devendo divulgá-los pública e anualmente”. http://www.mj.gov.br/SindecNacional/ 8 Escola Nacional de Defesa do Consumidor Além de cumprir a normativa, a publicação anual do Cadastro também objetiva dar publicidade à sociedade quanto à condutade fornecedores, incentivá-los à melhoria contínua, assim como informar os consumidores e subsidiar políticas públicas. IMPORTANTE Todo esse trabalho, harmônico e articulado entre os Procons, gera informações que são conso- lidadas nos bancos de dados estaduais e replicados na base de dados nacional do Sindec no âmbito do Ministério da Justiça e Segurança Pública. Essa base nacional é uma fonte valiosa de informações para elaboração da Política Nacional das Relações de Consumo para informação aos consumidores e aos diversos interessados na proteção e defesa do consumidor, bem como no incentivo aos fornecedores para aperfeiçoarem cada dia mais o seu relacionamento com os consumidores. O acesso aos dados, informações e gráficos do Sindec cumpre o princípio constitucional da publicidade na Administração Pública, reforça a cultura da prevenção e permite a promoção de políticas públicas nacionalmente inte- gradas para a Defesa do Consumidor. LEGISLAÇÃO Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de consumo. 2.1 Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor - SINDEC Em 2013 foi editado o Plano Nacional de Consumo e Cidadania – Plandec, através do Decreto nº 7.963 de março de 2013. O Plano reconheceu a proteção ao consumidor como política de Estado e como instrumento de desenvolvimento econômico e social. O Decreto criou a Câmara Nacional das Relações de Consumo, no Conselho de Governo, e estabeleceu uma agenda de trabalho prioritária em âmbito federal para aprimorar as relações de consumo no Brasil. 9 Módulo 3 LEGISLAÇÃO O art. 8º do Decreto 7.963/2013 prevê que os dados e informações de atendimento ao consumidor registrados no Sindec, que integra os órgãos de proteção e defesa do consumidor em todo o território nacional, subsidiarão a definição das Políticas e ações do Plano Nacional de Consumo e Cidadania, competindo ao Ministério da Justiça e Segurança Pública a gestão do sistema, garantindo o pleno acesso aos seus dados pelos órgãos públicos e sociedade em geral. SAIBA MAIS Desde o ano de 2013, em harmonia com os princípios de transparência e informação sobre os quais se fundou a criação do Sindec, a Senacon vem disponibilizando os dados e informações do sistema, em formato aberto, através do Portal Brasileiro de Dados Abertos, permitindo sua consulta, coleta ou compartilhamento por qualquer interessado, independentemente de requisições ou licenças. Entende-se como "dados abertos" aqueles que estão livremente disponíveis para o uso e reuso por qualquer interessado, sem restrição de licenças, patentes ou mecanismos de controle. SAIBA MAIS O acesso à informação é um direito previsto na Constituição Federal e na Lei de Acesso à Informação - LAI (Lei 12.527/2011), que regula o acesso a dados e informações detidas pelo governo, sendo que a divulgação das informações de interesse público, independentemente de solicitações (transparência ativa), constitui uma das principais diretrizes da LAI. 10 Escola Nacional de Defesa do Consumidor Os dados e informações do Sindec são base de estudos e pesquisas sobre os principais problemas vivenciados pelos consumidores brasileiros. Destaca-se o Boletim Sindec, publicado anualmente desde 2011 e que faz um balanço do trabalho realizado pelos Procons integrados ao Sindec. Todas as edições do Boletim podem ser acessadas através do endereço http://justica.gov.br. Além dis- so, os dados do Sindec podem ser acessados em formato bruto através do http://dados.gov.br/. 11 Módulo 3 3 Sistema Nacional de Alertas Rápidos de Recall O procedimento de chamamento, mais conhecido por Recall, é a forma pela qual um fornecedor vem a público informar que seu produto ou serviço, após colocado no mer- cado, apresenta riscos aos consumidores. Ao mesmo tempo, recolhe, substitui ou repara produtos, além de esclarecer os fatos e apresentar soluções. De acordo com a Lei n° 8.078/90 (Código de Defesa do Consumidor – CDC), o for- necedor não pode colocar no mercado de consumo produto ou serviço que apresente alto grau de risco à saúde ou segurança das pessoas. Caso o fornecedor venha a ter conhec- imento da existência de defeito após a inserção desses produtos ou serviços no mercado, é sua obrigação comunicar o fato imediatamente às autoridades e aos consumidores. LEGISLAÇÃO Art. 10. O fornecedor não poderá colocar no mercado de consumo produto ou serviço que sabe ou deveria saber apresentar alto grau de nocividade ou periculosidade à saúde ou segurança. § 1° O fornecedor de produtos e serviços que, posteriormente à sua introdução no mercado de consumo, tiver conhecimento da periculosidade que apresentem, deverá comunicar o fato imediatamente às autoridades competentes e aos consumidores, mediante anúncios publicitários. § 2° Os anúncios publicitários a que se refere o parágrafo anterior serão veiculados na imprensa, rádio e televisão, às expensas do fornecedor do produto ou serviço. § 3° Sempre que tiverem conhecimento de periculosidade de produtos ou serviços à saúde ou segurança dos consumidores, a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão informá-los a respeito. Em 2012, o Ministério da Justiça editou a Portaria nº 487, que disciplina o procedimento de recall de produtos e serviços que, posteriormente à sua introdução no mercado de consumo, foram considerados nocivos ou perigosos. A Portaria regulamenta o artigo 10 do CDC. Essa mesma Portaria instituiu o Sistema Nacional de Alertas Rápidos de Recall, sistema de comunicação de avisos de risco ao consumidor. Além disso, esses avisos podem ensejar providências pelos órgãos normativos ou reguladores competentes pelo registro, controle e monitoramento da qualidade e segurança de produtos e serviços colocados no mercado de consumo. 12 Escola Nacional de Defesa do Consumidor O Sistema de Recall emite alertas rápidos a todas as pessoas cadastradas toda vez que um novo recall tem início. Através do endereço http://portal.mj.gov.br/recall é pos- sível acessar as campanhas de recall informadas ao DPDC desde 2002. Ao acessar o Sistema, é possível também localizar o recall referente a um produto pesquisado, sendo apresentadas informações sobre o período de fabricação do produto, lotes afetados, data de comunicação do recall, aviso de risco, efetividade, entre outras. IMPORTANTE Importante destacar que o fornecedor que deixar de comunicar o Recall, ou deixar de retirar do mercado de consumo o produto nocivo ou perigoso também incorre em crime, conforme descri- to no artigo 64 do CDC. LEGISLAÇÃO Art. 64. Deixar de comunicar à autoridade competente e aos consumidores a nocividade ou periculosidade de produtos cujo conhecimento seja posterior à sua colocação no mercado: Pena - Detenção de seis meses a dois anos e multa. Parágrafo único. Incorrerá nas mesmas penas quem deixar de retirar do mercado, imediatamente quando determinado pela autoridade competente, os produtos nocivos ou perigosos, na forma deste artigo. Acessando o endereço http://www.justica.gov.br é possível obter a Portaria nº 487 de março de 2012 na íntegra, além das publicações produzidas pela Senacon a partir dos dados do Sistema Nacional de Alertas Rápidos de Recall. http://portal.mj.gov.br/recall/pesquisaConsumidor.jsf 13 Módulo 3 4 Sistema Interamericano de Alertas Rápidos - SIAR O Sistema Interamericano de Alertas Rápidos – Siar é uma plataforma virtual criada em 2014 resultante dos esforços desempenhados pelos países membros da Rede Consumo Seguro e Saúde (RCSS). O Brasil, por meio da Organização dos Estados Americanos (OEA), promove a segurança de produtos de consumo em âmbito internacional. SAIBA MAIS A Rede Consumo Seguro e Saúde – RCSS foi instituída em 2009 como objetivo de contribuir para conformação e consolidação dos sistemas nacionais e regionais destinados a fortalecer a segurança de produtos por meio da detecção rápida e da ação coordenada, com o fim de evitar o ingresso de produtos de consumo inseguro nos mercados americanos e proteger a saúde do consumidor. Conheça mais sobre a rede em https://www.sites.oas.org/rcss/pt/. O Siar surgiu a partir da atuação cooperada dos países componentes da Rede, naquele momento presidida pelo Brasil, mediante o reconhecimento da importância de se dispor de mecanismos de intercâmbio de informações ágeis entre as autoridades do con- tinente com competência na vigilância de mercado. A Rede Consumo Seguro e Saúde é formada por todos os 35 países independentes da América Latina. Desses, apenas Cuba não teve até o momento a participação na Rede. Importante lembrar que a Rede existe dentro da OEA – Organização dos Estados Americanos. Esta engloba as 35 nações. Dessa forma, o Siar tem como objetivo proteger a saúde dos consumidores por meio da detecção rápida e da ação coordenada, com o objetivo de evitar a entrada de produtos de consumo inseguros nos mercados americanos, evitando assim um double standard que possui padrões distintos em cada país, ou também chamado de duplo padrão de conduta. 14 Escola Nacional de Defesa do Consumidor PARA REFLETIR Ex.: Um carro de uma montadora internacional realizou um recall no Brasil, pois seu automóvel podia decepar o dedo do consumidor ao realizar um determinado movimento. Após assumir o risco e realizar o recall no Brasil, esse mesmo acidente ocorreu na Argentina, pois a montadora não realizou o recall na Argentina, mesmo sendo o mesmo automóvel comercializado no Brasil. Esse tipo de double standard é correto? O Siar pode combater esse tipo de conduta? Desenvolvido no período em que a Senacon presidiu a RCSS, o SIAR não faz parte dos sistemas da Secretaria, contudo, em razão de seu caráter estratégico, ele se encontra apresentado também neste módulo. Através da interface pública do sistema é possível acessar informações de recall detalhadas por: • Autoridade Notificante. • Categoria do Produto. • Fonte do Alerta. • Data de Publicação. • Nome do Produto. • Marca. • Foto do Produto. • Número de Série. • Código do Produto. • País de Origem. 15 Módulo 3 • Descrição do Defeito. • Países afetados. • Descrição do Risco. SAIBA MAIS Através do sítio na internet da Rede Consumo Seguro e Saúde é possível acessar ao SIAR https:// oas.org/rcss. 16 Escola Nacional de Defesa do Consumidor 5 Sistema de Informação de Acidentes de Consumo - SIAC Muito legal você vir, estava mesmo preci... Só um minuto, preciso atender essa ligação Alguém, por favor, chame uma ambulância. A bateria do seu celular explodiu mas o senhor está bem. Preciso registrar esse incidente no SIAC Este incidente deverá ser investigado para saber se o problema ocorrido não seria defeito do próprio produto. A realização do Recall serve para prevenir que outros consumidores sejam expostos aos mesmos riscos. 17 Módulo 3 Tanto a promoção da saúde como a proteção aos cidadãos nas relações de con- sumo são direitos previstos como fundamentais e sociais na Constituição Federal de 1988. Embora, a princípio, sejam direitos que demandem intervenções em campos distintos, no- ta-se, atualmente, a conjugação de esforços de ambas as áreas em políticas relacionadas à promoção do consumo seguro e saúde, que tem ganhado cada vez mais relevância nos cenários local, regional e global, motivando diversos estados a enfrentar o tema de ma- neira prioritária e articulada. Nesse sentido, por meio da parceria estabelecida entre o Ministério da Justiça e Se- gurança Pública e o Ministério da Saúde, foi criado pela Portaria Interministerial n° 3082, de 25 de setembro de 2013, o Sistema de Informações de Acidentes de Consumo – Siac e que tem como objetivo: O Siac respond e ao anseio da criação de um banco de dados de a cidentes de consumo com vistas à identificação d e produtos ou serviços potencialment e nocivos ou perigosos c olocados no mercado de co nsumo. A consequente a tuação eficaz e coord enada dos órgãos govern amentais competentes m inimizam possíveis risco s à saúde e à segurança d os consumidores . O Sistema permite, entre outras medidas: i) registro e mapeamento dos acidentes de consumo e a criação de diagnósticos; ii) ampliação da vigilância de mercado, com determinação de medidas corre- tivas, como a realização de um recall; iii) identificação das categorias de consumidores e regiões mais afetadas, possibilitando políticas públicas mais direcionadas; e iv) redução do impacto dos acidentes de consumo para os cofres públicos, em especial, para o Sistema Único de Saúde. 18 Escola Nacional de Defesa do Consumidor IMPORTANTE Lançado em 29 de janeiro de 2014, o Siac pode ser alimentado diretamente por profissionais da saúde, regularmente inscritos nos Conselhos de medicina, enfermagem, odontologia, farmácia, serviço social, psicologia, educação física, fisioterapia, nutrição e terapia ocupacional. Dessa forma, o sistema recebe informações dos profissionais de saúde sobre acidentes graves ou fa- tais sofridos em razão de uso de produtos ou serviços defeituosos por meio do preenchimento de ficha de notificação em ambiente virtual. Ao realizar o atendimento do paciente que sofreu uma lesão decorrente de produto ou serviço, o profissional de saúde designado pelas unidades de saúde deverá acessar o Siac, disponível no endereço http://siac.justica.gov.br/. 19 Módulo 3 6 Sistema Alternativo de Solução de Conflitos de Consumo - consumidor.gov.br Pessoal, agora vamos entender como funciona o Sistema CONSUMIDOR.GOV.BR. A plataforma facilita e amplia o acesso do consumidor aos seus direitos, promove a conciliação entre as partes envolvidas, e permite ao Estado acompanhar a realidade do mercado de consumo em tempo real. Desde a criação do Sindec até os dias de hoje, as mudanças causadas pelos im- pactos globais trazidos pelas tecnologias da informação e comunicação fizeram surgir uma nova sociedade de indivíduos que, cada vez mais conectados, produzem e buscam serviços cada vez mais céleres e efetivos, e se beneficiam do conhecimento de milhares de informações disponíveis. Nesta conjuntura, a internet não surge somente como uma nova tecnologia da infor- mação, mas também como uma nova forma de organização da economia e da sociedade como um todo. E torna-se um desafio para o Estado proporcionar a ampliação do acesso aos seus diversos serviços por meio das novas tecnologias da informação e comunicação, observando premissas como a promoção da participação e do controle social e a indisso- ciabilidade entre a prestação de serviços e sua afirmação como direito dos indivíduos e da sociedade. Diante desse contexto, a Secretaria Nacional do Consumidor, em 28 de agosto de 2013, instituiu, por meio de portaria um Grupo de Trabalho – GT, composto por técnicos de Procons de cada uma das cinco regiões brasileiras, para, de forma colaborativa, discutir um novo modelo de atendimento aos consumidores. Os Procons participantes foram: • Procon Acre. • Procon Maranhão. 20 Escola Nacional de Defesa do Consumidor • Procon Distrito Federal. • Procon São Paulo. • Procon Paraná. Dentre os vários desafios do Grupo de Trabalho, estava o de conceber meios de ampliar o atendimento, inclusive àquelas localidades onde não há atuação administrativa na área de defesa do consumidor e, portanto, não há atendimento prestado ao cidadão. Somado às dificuldades estruturais atualmente vivenciadas pelos Procons e o recon- hecimento de que há uma demanda reprimida, foi necessário pensar em uma alternativa inovadora que possibilitasse a ampliação com qualidade do atendimento ao consumidor. Na ocasião, as discussões sinalizaram a percepção coletiva sobre a necessidade da criação de uma nova plataforma deinteração que, por meio da internet, permitisse comunicação direta entre consumidores e fornecedores em prol da solução consensual de conflitos de consumo. Neste contexto surge o consumidor.gov.br, uma plataforma pública para solução de conflitos de consumo por meio da internet, que conta com o apoio dos Órgãos do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor e das mais de três centenas de empresas participantes. IMPORTANTE A ferramenta, concebida com base em princípios de transparência e controle social, fornece ao Estado informações essenciais à elaboração e implementação de políticas públicas de defesa dos consumidores e incentiva a competitividade no mercado pela melhoria da qualidade e do atendimento ao consumidor. 21 Módulo 3 Em síntese, o atendimento realizado por meio do consumidor.gov.br ocorre da se- guinte forma: Considerando que o foco deste serviço é a promoção da comunicação direta entre consumidores e fornecedores de produtos e serviços de consumo, a participação das empresas é voluntária e só permitida àquelas que aderem formalmente ao serviço mediante assinatura de termo no qual se comprometem a conhecer, analisar e investir todos os esforços disponíveis para a solução dos problemas apresentados no prazo máximo de 10 dias. 6.1 Sistema Alternativo de Solução de Conflitos de Consumo - consumi- dor.gov.br LEGISLAÇÃO Lançado em 2014, o serviço foi criado por meio da edição da Portaria do Ministério da Justiça e Segurança Pública nº 1.184 de 1º de julho de 2014 . Em 19 de novembro de 2015 foi editado pela Presidência da República o Decreto nº 8.573, tendo em vista o disposto no art. 4º, caput, incisos III e V, da Lei nº 8.078, de 11 de setembro de 1990, que institucionalizou o consumidor.gov.br como sistema alternativo de solução de conflitos de consumo. http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp%3Fjornal%3D1%26pagina%3D90%26data%3D02/07/2014 http://pesquisa.in.gov.br/imprensa/jsp/visualiza/index.jsp%3Fjornal%3D1%26pagina%3D90%26data%3D02/07/2014 22 Escola Nacional de Defesa do Consumidor O Decreto criou ainda, no âmbito do Ministério da Justiça, o Comitê Gestor do consumidor.gov.br, com o objetivo de definir ações e coordenar sua gestão e manutenção. O Comitê Gestor é composto por: I - um representante da Senacon do Ministério da Justiça e Segurança Pública, que o presidirá; II - um representante da Secretaria-Executiva do Ministério da Justiça; III - quatro representantes do Sistema Nacional de Defesa do Consumidor; IV - quatro representantes do setor produtivo. Reconhecida a necessidade de disseminação da plataforma como política pública de pacificação social e ampliação do acesso à justiça, a Senacon tem firmado Acordos de Cooperação Técnica com Tribunais de Justiça, Ministérios Públicos, Defensorias Públicas e Procons de todo país com o objetivo de que cada vez mais ela possa ser utilizada pelos consumidores na solução de seus conflitos de consumo. Pessoal, finalizamos o Curso de Introdução à Defesa do Consumidor. Esperamos que tenham assimilado o conteúdo do Curso. Desejamos-lhes muito sucesso! Realização: 1 Os Sistemas de Informação de Defesa do Consumidor 1.1 Os Sistemas de Informação de Defesa do Consumidor 2 Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor - SINDEC 2.1 Sistema Nacional de Informações de Defesa do Consumidor - SINDEC 3 Sistema Nacional de Alertas Rápidos de Recall 4 Sistema Interamericano de Alertas Rápidos - SIAR 5 Sistema de Informação de Acidentes de Consumo - SIAC 6 Sistema Alternativo de Solução de Conflitos de Consumo - consumidor.gov.br 6.1 Sistema Alternativo de Solução de Conflitos de Consumo - consumidor.gov.br
Compartilhar