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Alteração do desenvolvimento, do crescimento e da diferenciação celular Agenesia, aplasia, hipoplasia, atrésia, estenose congênita ou constrição, fistulas, fendas, divertículos, duplicação, fusão, atrofia ou hipotrofia, hiperplasia, metaplasia, prosoplasia, anaplasia, distopia ou heterotopia, displasia, hamartia, distrofia e disgenesia Alterações do Desenvolvimento = Congênitas Alterações do Crescimento = Adquiridas Alterações da Diferenciação Celular = Congênitas e/ou Adquiridas Agenesia Ausência de iniciação do desenvolvimento Macro: ausência total do órgão ou de parte dele Obs: letal quando o órgão afetado é único e essencial à vida Ex: anencefalia, acrânia, agnatia, amelia Aplasia Ausência de formação Macro: só rudimento do órgão ou tecido Obs: iniciou-se o desenvolvimento, porém interrompeu-o precocemente. Letal quando o órgão afetado é único e essencial Ex: microcefalia Hipoplasia Deficiência na formação Macro – órgão menos e com função reduzida Obs: iniciou-se desenvolvimento, porém não o completou Difere da hipotrofia por não ter atingido o desenvolvi mento completo. Fisiologicamente representa menor gravidade que a agenesia e aplasia. Grande importância clínica e zootécnica quando afetando órgãos da reprodução em animais domésticos Ex: micrognatia, hipoplasia renal Atresia -Ausência de perfuração. Macro: Estrutura se forma, porém não apresenta luz. Obs.: Só ocorre em órgãos tubulares ou em orifícios naturais. Exemplos: Atresia anal, atresia esofágica. Estenose congênita ou constrição Estreitamento de um orifício natural ou de um órgão tubular. Obs.: "Forma mais leve de atresia". Exemplo: Constrição retal. Fístulas Comunicação anômala entre uma estrutura e o exterior ou entre diversas estruturas ocas entre si. Macro/Exemplo clássico: Fístula reto-vaginal ou reto- vesical ou ainda reto-uretral na atresia anal, e tráqueo-esofágica na atresia esofágica. Fendas Aberturas devido à não fusão de estruturas embrionárias, por atraso ou parada no desenvolvimento embrionário no estágio correspondente à formação da estrutura. Macro/Exemplos: Queilosquise, palatosquise. Obs.: Possíveis etiologias (BADIM, 1984): interferência de andrógenos, ACTH, tireoidectomia, cortisona, inibidores hormonais, deficiências vitamínicas (B6, B12, Riboflavina, Ac. Pantotênico), radiações, infeções virais, hipóxia, implantação zigótica anormal, fatores mecânicos e genéticos. Divertículos Dilatações saculiformes de órgãos tubulares ôcos. Macro/exemplo clássico: “Divertículo de Meckel” Obs.: similar aos aneurismas (Dilatações saculiformes ou não de vasos.). Duplicação ou ocorrência extra numeraria Ocorrência em dôbro ou em número superior ao normal de qualquer estrutura. Exemplos: Dicefalia, diprosopia, coração supra numerário, poliotia, poliomelia, polidactilia, polimastia, politelia. Fusão União de estruturas que normalmente seriam separadas. Exemplos: Ciclopia, "ren arcuatus" ("Rim em ferradura"). Obs.: Quando afetando dois indivíduos (nas monstruosidades), utiliza-se o sufixo "PAGUS", associado ao termo designativo da região em que ocorre a fusão. Exemplos: Pyopagus (região pélvica, corpos lado a lado), Ischiopagus (região pélvica, corpos em ângulo obtuso), Craniopagus (crânios unidos), Cephalothoracopagus (cabeça e tórax unidos), etc... Atrofia ou hipotrofia Ausência, privação ou deficiência de nutrição, geralmente associada com apoptose e autofagia (com formação de citossegressomos/ Catabolismo > Anabolismo) e diminuição das organelas na célula, além da redução do volume e função celular. Macro: diminuição de volume (involução) de órgão ou tecido previamente desenvolvido normal e plenamente. Pode ocorrer também redução do peso, enrugamento da cápsula e fibrose. Nomenclatura dos estados atróficos (DAHME & SCHRÖDER, 1985): Abiotrofia = Perda de substancia durante o crescimento tissular pós natal, do que resulta um desenvolvimento orgânico incompleto ("Meio termo entre hipoplasia e atrofia"). Caquexia = Atrofia generalizada ("Kakos"= mal +"exis"= estado). Marasmo = Atrofia ligada a` senilidade ("marasmós = consumpção). Classificação: Morfológica (DAHME & SCHRÖDER, 1985): Atrofia Simples Diminuição de volume celular e do órgão, com estrutura, forma e número de células normais. Atrofia Numérica Diminuição do número de células e do volume do órgão, com volume celular normal. Atrofia numérica com proliferação ex- vácuo Diminuição do número de células parenquimatosas do órgão, com proliferação fibroblástica e adipocitária (glial, se no SNC). Volume do órgão pode permanecer normal, diminuir ou até mesmo aumentar (Pseudohipertrofia). Etiológica: Atrofia Fisiológica: involução de tecidos ou órgãos, naturalmente. Exemplos: Timo, bolsa de Fabrício, veia e artérias umbelicais, condutos venosos de arancio e arterial de Botal, útero Pós parto, mama pós lactação, senilidade (cérebro e musculatura, acompanhada de acúmulo de lipofuscina - "Atrofia parda"). Atrofia "Patológica": Causas: Por desnutrição ou inanição (Atrofia serosa ou gelatinosa das gorduras corporais); Por denervação (Atrofia neurogênica ou neuropática, clássica na poliomielite; e atrofia trans-sináptica); Por disendocrinias (Atrofia endócrina, exemplos: mama e endométrio na menopausa; adrenais, tireoides e gônadas no hipopituitarismo); Por compressão ou distúrbios circulatórios (Atrofia isquêmica ou vascular ou compressiva - exemplos; hidrocefalia, hidronefrose, tumores etc...); Por inatividade ou desuso (Amiotrofia clássica da imobilização e engessamento); Por esgotamento ou uso excessivo Por substancias tóxicas (Atrofia tóxica, exemplo: musculatura do antebraço no saturnismo); Por radiações (Atrofia actínica - anemia aplástica e trombocitopenia nas radiações). Hipertrofia "Nutrição excessiva", significando aumento da síntese dos constituintes celulares, em células que tem bloqueada sua capacidade para dividir- se (células pós mitóticas ou permanentes ou perenes). Macro: Aumento de volume de um órgão por aumento da demanda funcional (adaptação) ou por aumento dos estímulos tróficos (ex.: hormonais). Micro: Aumento de volume das células que compõem o órgão, associado ao aumento do estroma, com aumento da síntese intracelular ( de tumefação turva) em células pós mitóticas ou permanentes ou perenes (exemplo: músculo estriado). Condições necessárias para ocorrência da Hipertrofia: Integridade morfofisiológica, fluxo sanguíneo adequado, inervação e especificidade do estimulo. Tipos especiais: Hipertrofia Compensatória: Órgão par aumenta de volume e assume função do homólogo alterado ou ausente; Hipertrofia Vicariante: Tecido intacto de órgão único lesado compensa a função da fração deficiente (KÖHLER, 1985/KITT); Hipertrofia subcelular do retículo endoplasmático liso: Aumento do R.E.L. após a administração de barbitúricos, esteroides, hidrocarbonetos (JONES & FAWCETT, 1966), explicando a tolerância progressiva a estas substancias (aumento da capacidade de detoxificação por aumento da desmetilação oxidativa). Obs. 1: Existe uma tendência (principalmente por parte dos clínicos) a se denominar de "Hipertrofia" qualquer aumento de volume orgânico, seja por aumento do volume celular ou mesmo por aumento do número de células (THOMSON, 1983; BARRETO NETO et al, 1984). Obs. 2: A hipertrofia e a hiperplasia podem ocorrer concomitantemente, como por exemplo, no útero durante a gravidez. Hiperplasia "Formação excessiva" Macro: Aumento de volume e peso de um órgão por aumento da demanda funcional (adaptação) ou por aumento de estímulos tróficos (ex.: hormonais) devido ao aumento do número de células que o compõem. Micro: Aumento do número de células que o compõem (Células intermitóticas ou estáveis e/ou lábeis), consequência do aumento de mitoses. Exemplo clássico: Próstata Mecanismo: Metaplasia "Mudança na formação (i.e., na DIFERENCIAÇÃO)". Transformação de um tecido já diferenciado em outro diferente (mais resistente ao ambiente adverso), mas de mesma origem embrionária *. É uma substituição adaptativa reversível que só ocorre em tecidos renováveis (epitélios e conjuntivos, nunca em músculo ou tecido nervoso.). É um processo indireto., a camada de células indiferenciadas de reserva é que se diferenciam alternadamente. Obs: Mesma origem embrionária significa que um tecido epitelial só se transforma em outro epitelial, e um tecido conjuntivo só se transforma em outro conjuntivo, nunca um conjuntivo pode se metaplasiar em epitélio ou vice versa. Tipos: Metaplasia Escamosa, Epidermóide ou Córnea: Transformação do epitélio simples pseudoestratificado colunar ciliado com células caliciformes das vias aéreas (nos fumantes crônicos e nas broncopneumonias parasitárias), das vias genitais (infeções, traumatismos, intoxicação com Naftalenos clorados e administração de estrógenos e deficiência de vitamina A), ductos das glândulas salivares (na sialolitíase) e ductos pancreáticos (na pancreolitíase), em epitélio estratificado pavimentoso (mais resistente ao ambiente adverso). Metaplasia Óssea: Transformação do tecido conjuntivo frouxo ou cartilaginoso de articulações cronicamente irritadas (ex.: traumas constantes) em tecido conjuntivo Ósseo (mais resistente ao ambiente adverso). Metaplasia Mielóide: Transformação do tecido conjuntivo reticular (estroma, principalmente de órgãos como o Baço, fígado, pulmões e rins) em tecido mielóide na anemia ferropriva crônica intensa (comum em leitõezinhos não suplementados com ferro). Prosoplasia “Avanço na formação (i.e., na Diferenciação)". Conceito antigo, já' ultrapassado e em desuso significando diferenciação excessiva de um tecido (quase que exclusiva de epitélios), ultrapassando o limite normal deste tecido. Exemplos típicos: Ceratinização de epitélio estratificado pavimentoso não ceratinizado no esôfago de gaúchos que têm o habito de beber chimarrão quente e na ectocervix de indivíduos com prolapso, infeções ou traumatismos cervicais. Anaplasia "Retrocesso da formação (i.e., na diferenciação)". Desdiferenciação. Classicamente era tida como a transformação de um tecido já' diferenciado num indiferenciado, i.e. a reversão de células adultas para sua forma embrionária, com aumento considerável da capacidade de multiplicação de tais células, sendo comum nas neoplasias malignas. Atualmente tal concepção tem sido revista, já' que muitos autores acreditam que tal reversão realmente não ocorra, mas sim uma proliferação desordenada (determinada pelo processo neoplásico) das células indiferenciadas de reserva. Displasia "Distúrbio na formação" - Existe uma tendência a distinguir a displasia quando afetando um órgão (Anatomia Patológica) da displasia quando afetando um tecido (Histopatologia). Assim, a displasia, quando afetando um órgão, abrange vários distúrbios do desenvolvimento e crescimento, geralmente processos regressivos, com frequência ligados a` condições genéticas. Existem várias entidades nosológicas que aqui se enquadram, como a "Displasia Coxo-Femural" (Comum em cães de raças maiores), a "Displasia fibrosa do osso", a "Condrodisplasia fetal ou acondroplasia", a "Osteogênese imperfeita", etc... Já' a displasia, quando afetando um tecido, abrange os erros locais do desenvolvimento (Hamartias */ Hamartomas e Coristias/ Coristomas) e as "Displasias Adquiridas" ou "Hiperplasias Atípicas", que podem ser conceituadas como uma resposta proliferativa atípica e irregular as irritações crônicas, reversível, caracterizada por perda de diferenciação (anaplasia), atipia celular (pleomorfismo e hipercromasia), e atipia estrutural. Tais displasias podem ser enquadradas também no grupo das lesões pré' malignas. Obs: Hamartias (gr. "Amartao"= faltar) são erros locais do crescimento no qual um tecido se desenvolve mais que o devido, com células maduras e normais, mas com arquitetura tissular anormal. Quando volumosos e com aspecto tumoral recebem a denominação de Hamartomas. Exemplos: Nevos pigmentados, endometriose interna ou adenomiose (endométrio profundamente no miométrio), hemangiomas, linfangiomas e adenomas hepáticos(?). Coristias (gr. "Coristo"= dividir) são erros locais congênitos do desenvolvimento no qual um tecido aparentemente normal se desenvolve heterotopicamente. Quando volumosos e com aspecto tumoral recebem a denominação de Coristomas. Exemplos: Fragmentos de pâncreas nas paredes gástricas, de córtex de adrenal nos rins, nos pulmões e nos ovários, e de endométrio no ovário (endometriose externa). Distopias ou heterotopias Anormalidade no posicionamento de vísceras. Erroneamente têm se empregado largamente o termo "Ectopia", que na verdade reflete tão somente a localização externa de um determinado órgão. Tipos: Paratopias: localização de víscera no antímero oposto. Exemplos: "Paratopia cordis" ou "Dextrocardia"; "Situs inversus" Ectopias: localização de víscera exteriormente. Exemplo: Ectopia cordis (coração externamente, sobre o esterno - Ectopia cordis fissisternalis; na região cervical - Ectopia cordis cervicalis, ou mesmo fora do tegumento). Distrofia Etimologicamente significa distúrbio na nutrição. termo largamente empregado para designar processos regressivos em geral, sendo inclusive considerado por alguns (ex.: DAHME & SCHRÖDER, 1985) como sinônimo de degeneração. Exemplo: Osteodistrofia fibrosa. Disgenesia Conceito muito abrangente e confuso. Etimologicamente significa distúrbio no início ou durante a fase de formação de um tecido ou órgão.
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