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Patogênese das doenças gengivais e periodontais Um epitélio não queratinizado, permite que as toxinas bacterianas atravessem esse epitélio chegando no conjuntivo. Inflamação – perda de função Infecção – penetração do microrganismo no interior do tecido Para ter o início da doença é preciso ter uma agressão bacteriana, que causa uma destruição direta nos tecidos pela liberação de citosinas ou de enzimas, e também a resposta inflamatória imunologia ajuda na destruição tecidual, ao mesmo tempo que ela quer combater o agressor ela acaba destruindo junto parte do tecido contaminado/desorganizado. Fatores de risco » Fator de retenção » Tratamento restaurador não adequado » Doença sistêmica que modifica a resposta inflamatória e imunológica – diabetes, HIV e fumante » Risco para gestante, onde é necessário observar o risco por controle de placa. Existe uma alteração hormonal devido a gestação que pode desenvolver mais inflamação gengival. Agente agressor locar, um biofilme bacteriano especifico subgengival, esse biofilme irá liberar produtos que vão atuar substancias que vão ser os agentes agressores que iram levar ao desenvolvimento de uma resposta inflamatória. A resposta inflamatória não resolve o problema pois o agente agressor está longe do alcance das células inflamatórias (células de defesa), sendo assim essa resposta inflamatória começa a se tornar crônica e ativa a resposta imunológica. Nesta resposta o hospedeiro irá liberar enzimas, parecidas com a que a bactéria libera, onde ambas liberam enzimas para destruir colágeno, que acabam destruindo tecido formado a base de colágeno. As células que liberam colagenase são os fibroblastos e PMN. Existe também a liberação de citosinas pro inflamatórias e prostaglandina, que vão mediar as células inflamatórias para a região e mediar a destruição tecidual, para ter a área restabelecida a saúde é preciso eliminar o tecido que foi agredido/contaminado. Fatores de risco genético – caracteriza a resposta do paciente, condicionamento celular, resposta imunológica/inflamatória e também na composição tecidual. Fator de risco ambiental – anatomia radicular, anatomia dental Fator de risco adquirido – prótese não está adequada, restauração, cárie, doença que o paciente adquiriu. Mecanismos de defesa subgengival Descamação epitelial no sulco gengival - para não ter formação de biofilme ou invasão bacteriana no interior do tecido conjuntivo, mas esse epitélio não é queratinizado e as bactérias conseguem se alocar nesta região. Neutrófilos - migram pelo epitélio juncional até o sulco gengival. (os neutrófilos são células de defesa (células brancas) a morte deles causam pus) Fluído gengival - contém anticorpos. (são plasmócitos que produzem os anticorpos). Como o agente agressor está fora do organismo, isso dificulta as células a combaterem o mesmo. Fluido sulcular / fluido gengival É um exsudato inflamatório. Quando saudável, o paciente apresenta pequenas quantidades desse fluído. Esse fluído carrega células inflamatórias e os anticorpos (IgG). Alterações descritas por Page & Schoroeder, 1976, após acúmulo de biofilme patogênico » Lesão inicial – gengiva sadia / normal » Lesão precoce; lesão estabelecida – gengivite » Lesão avançada – periodontite (degradação periodontal) Lesão inicial – saúde clínica / gengivite subclínica Apenas lesão microscópica ao redor dos vasos sanguíneos. » Acúmulo de biofilme bacteriano 02 a 04 dias » Células inflamatórias – neutrófilos/macrófagos/ linfócitos » Perda de colágeno perivascular (há perda de colágeno na porção coronária do tecido conjuntivo) » Clinicamente não há doença O biofilme está acumulado de 2 a 4 dias, não é por conta da não escovação, mas sim pela escovação deficiente. uniforme e não tem microvilosidades, está aderido ao dente. Bolinhas no ligamento periodontal - são as células de defesa, os neutrófilos. Epitélio com várias camadas com microvilosidade para favorecer que haja uma inter relação desse epitélio conjuntivo, favorecendo assim a sua nutrição. Lesão precoce – gengivite Após 7 dias de acúmulo de biofilme bacteriano. Células inflamatórias – linfócitos e neutrófilos » Proliferação lateral do epitélio juncional devido a perda da inserção conjuntiva que sustenta o epitelio juncional Clinicamente: gengiva edemaciada, avermelhada, alteração em sua forma e contorno, aumento da quantidade de fluido gengival As células de defesa saem dos tecidos e vão para o sulco, uma região que eles não estão acostumados a viver e por isso morrem sem combater a placa bacteriana. O epitélio juncional cria uma alça vascular pois está tentando fugir dessa área doente/alterada. Além disso, epitélios juncionais não possuem nutrição própria, eles necessitam do tecido conjuntivo. A parte azul, que é o tecido conjuntivo, está desorganizado e não consegue nutrir o epitélio juncional, dessa forma, a alça irá ajudar a escapar desse ambiente pobre em nutrientes. Quem inflama é o tecido conjuntivo (parte azul) pois ele apresenta vascularização. Características do epitélio juncional nessa fase: ainda está integro e não causa sangramentos. Lesão estabelecida – gengivite Acúmulo de biofilme bacteriano por 21 dias ou mais Presença de alças vasculares, ocorre ulceração do epitelio sulcular e juncional que leva ao sangramento gengival As células predominantes são os linfócitos, neutrófilos e macrófagos. Após 6 meses de perpetuação desse quadro inflamatório gengival podem ser detectados plasmócitos na região inflamada nos casos de gengivite. Clinicamente: sangramento, edema, alteração do contorno gengival, pode ocorrer aumento gengival/hiperplasia, presença de pseudobolsa, bolsa gengival, mas não há perda de inserção Seta rosa – representa o nível da margem gengival Manchinha cinza “grudada” no dente – placa bacteriana aderida ao dente Rosa – epitélio juncional; está Parte azul: aumento da área do infiltrado inflamatório, as células inflamatórias criaram esse espaço para poder paralisar a agressão e cicatrizar esse tecido Está ocorrendo uma propagação da inflamação, o epitélio juncional (rosa) tenta fugir do tecido conjuntivo por meio das alças, mas quando há a formação de muitas alças, elas acabam levando a ulceração do tecido juncional). Característica do epitélio juncional nessa fase: o epitélio começa a ulcerar, levando ao sangramento gengival, ainda está no nível junção cemento esmalte e ainda não há perda de inserção óssea Gengivite Sulco clinico ou bolsa, 5mm de profundidade Bolsa gengival / pseudobolsa - Aprofundamento patológico do sulco gengival como consequência do aumento coronário da margem gengival sem destruição do periodonto de sustentação / perda de inserção Nem toda gengivite evolui para uma periodontite Toda periodontite evolui de uma gengivite Lesão avançada – periodontite Linfócitos, macrófagos, neutrófilos e plasmócitos. Inflamação propaga-se lateral e apicalmente em direção ao osso alveolar e ligamento periodontal ocorrendo reabsorção óssea. Epitélio juncional migra lateral e apicalmente a junção cemento-esmalte (JCE) Há perda de inserção, clinicamente caracterizada pela formação de bolsa periodontal associada ou não a retração gengival Progressão por surtos/ períodos de quiescência e exacerbação. ocorre a reabsorção óssea e perda do ligamento periodontal. Nos casos de periodontite devido a influência no aumento da profundidade de sondagem, a presença de bolsa se for devido a perda de inserção, perda óssea, perda do ligamento periodontal, migração apical e lateral do epitélio juncional em relação a junção cemento esmalte, reabsorção óssea e perda do ligamento periodontal. Essas situações são responsáveis por aumentar a profundidade de sondagem o que vai originar tipos de bolsa, no caso bolsa verdadeira. No caso de periodontitetemos bolsa verdadeira onde o aumento da profundidade de sondagem é causado pela perda de inserção. Profundidade maior que 3mm Bolsa supra óssea Aprofundamento do sulco gengival devido a migração apical do epitélio juncional pela destruição das fibras gengivais, ligamento periodontal e crista alveolar. O fundo da bolsa é o epitélio juncional em posição coronária à crista alveolar. Periodontite + bolsa verdadeira onde o aumento da profundidade de sondagem é causado pela perda de inserção, profundidade maior que 3mm. Bolsa infra óssea Aprofundamento do sulco gengival devido a migração apical do epitélio juncional pela destruição das fibras gengivais, ligamento periodontal e crista alveolar. O fundo da bolsa é o epitélio juncional em posição apical à crista alveolar. A profundidade da bolsa pode ser diferente dependendo dos locais. Progressão da doença periodontal Teoria da “erupção” diz que a destruição periodontal ocorre em episódios periódicos, breves, e não de tempo dependente. Socrasnsky, 1989 Resposta imunológica sistêmica aos antígenos no sulco gengival / bolsa periodontal 1) Antígenos do biofilme difundem-se pelo epitélio juncional Características do epitélio juncional nessa fase: o epitélio apresenta úlceras e não está mais no nível junção cemento esmalte, ele migra para o nível apical da junção cemento-esmalte. Perdendo a característica de adesão a superfície. Nessa fase já ocorre a reabsorção óssea e perda do A profundidade da bolsa é igual em todos os locais. 2) e 3) Células de Langerhans e macrófagos unem-se aos antígenos e deixam a gengiva pelos vasos linfáticos 4) Nos nódulos linfáticos, eles estimulam os linfócitos e a desencadear a resposta imune especifica Resposta imune humoral sistêmica 5) Nos nódulos linfáticos, plasmócitos produzem anticorpos contra antígenos, que chegam a gengiva pelos vasos sanguíneos 6) Anticorpos deixam a circulação e chegam ao sulco gengival pelo exsudado devido a inflamação 7) Anticorpos agem nas bactérias do sulco gengival e as destroem Resposta imunológica celular Caracterizada pela chegada do plasmócito 5) Linfócitos B e T específicos para periodontopatógenos proliferam nos nódulos linfáticos e penetram na corrente sanguínea 6) Chegam ao periodonto e iniciam a resposta imune celular 7) Linfócitos T – helper controlam plasmócitos na produção de anticorpos no local da agressão gengival Temos a presença de plasmócito quando temos uma gengivite instalada a mais de 6 meses Conclusão O Início e progressão das doenças periodontais dependem da presença de um biofilme especifico associado às respostas imunológicas e inflamatórias do hospedeiro. Toda periodontite é originada a partir de uma gengivite, porem nem toda gengivite evolui para uma periodontite. Pacientes podem passar a vida toda com gengivite ou pacientes em idade jovem podem desenvolver formas severas de periodontite, isto é influenciado pelo tipo de bactéria e de suas características de resposta inflamatória e imunológica. A doença periodontal é sitio especifica, portanto em uma mesma boca ou ao redor de um mesmo dente podemos observar faces com gengivite e faces com periodontite. Doenças/alterações sistêmicas que influenciam a resposta inflamatória e imunológica do hospedeiro podem ser consideradas fatores de risco para ocorrência das doenças periodontais.
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